Capítulo Trinta e Cinco
Miguel Martins:
Na manhã seguinte, assim que acordamos, fomos até o local onde seria o encontro com a amiga da Rosângela. Agradeci pelo fato de meu pai ter decidido vir conosco e notei que ele também convidou Dener para se juntar a nós. Inicialmente, Dener parecia hesitar, mas entrei no meio da situação e o convidei pessoalmente. Ao chegarmos, fomos recebidos por um ambiente encantador, com detalhes delicados e uma atmosfera acolhedora. A amiga da Rosângela, chamada Ana, nos recebeu com um sorriso caloroso.
— Que bom que vocês puderam vir! Sintam-se em casa — ela nos cumprimentou.
A loja da decoradora era um local encantador, repleto de inspirações e elementos que sugeriam criatividade e elegância. As paredes eram adornadas com painéis que exibiam diferentes estilos de decoração, desde os clássicos até os mais modernos. A iluminação suave proporcionava uma atmosfera aconchegante e acolhedora.
O espaço estava organizado de maneira estratégica, com diferentes áreas dedicadas a temas específicos. Uma seção exibia amostras de tecidos e padrões, permitindo a escolha personalizada para cada detalhe. Em outra área, havia uma variedade de arranjos florais e peças decorativas, apresentando opções para acentuar o ambiente.
O mobiliário na loja era elegante e funcional, proporcionando aos visitantes a oportunidade de visualizar como os diferentes elementos poderiam se integrar em um cenário completo. A decoradora estava presente para orientar, sugerir e compartilhar sua experiência, criando uma experiência envolvente e empolgante para os clientes. O aroma sutil de velas perfumadas completava a atmosfera, adicionando um toque sensorial à experiência de planejar e imaginar a celebração que estava por vir.
— Posso dizer que pelo que a Rosângela me disse, vocês têm bom gosto — Ana disse com um sorriso.
Alisson pegou minha mão, deu um aperto delicado e beijou meus dedos.
— Ela estava dizendo a verdade. O Miguel tem muito bom gosto, além de ser um ótimo estilista para nossos filhos — Alisson afirmou com um sorriso delicado.
— Então, tenho muitas coisas que organizei de acordo com seus gostos — Ana disse.
Ana nos conduziu por diferentes áreas da loja, revelando uma variedade de opções que combinavam com nossos gostos pessoais. Ela apresentou paletas de cores, texturas de tecidos e arranjos florais, ajustando cada detalhe para criar uma atmosfera única para o nosso casamento.
Alisson e eu trocávamos olhares animados, enquanto Ana compartilhava suas sugestões criativas. A cada escolha, sentíamos a certeza de que aquela decoração refletiria não apenas nossa união, mas também a individualidade de cada membro da nossa família.
Ao final da visita, Ana nos mostrou um esboço inicial da decoração proposta, e ficamos maravilhados com a harmonia e a beleza que ela imaginou para o grande dia. Agradecemos sinceramente, sabendo que aquele encontro tinha transformado nossos sonhos em planos concretos, aproximando-nos ainda mais do casamento dos nossos sonhos.
— Ana, você realmente captou a essência do que queremos. Estamos encantados com cada detalhe — expressou Alisson, com gratidão em seu olhar.
— Sua visão superou todas as nossas expectativas. Estou ansioso para ver isso se tornar realidade — acrescentei, compartilhando a empolgação de Alisson.
Ana sorriu, satisfeita com nossa reação.
— Fico feliz que tenham gostado. Estou comprometida em tornar este dia ainda mais especial para vocês. — Ela disse. — Sempre temos que ser a melhor para o dia incrível.
À medida que saímos da loja, carregávamos não apenas a certeza de uma decoração impecável, mas também a promessa de um casamento que seria verdadeiramente único e significativo para nossa família. A jornada rumo ao grande dia estava cada vez mais emocionante e cheia de promessas felizes.
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Resolvemos acabar comendo ali perto em um restaurante, onde Alisson respondeu aos amigos sobre quando será o casamento e as decisões que tomamos, fazendo com que meu noivo saísse da mesa para conversar com os amigos dele.
— Sabe, acho que deveriam contratar uma DJ — Dener disse, e meu pai olhou para ele com uma sobrancelha levantada. — O que?
— Amor, estou surpresa que de todos da família, você que pensou no DJ — meu pai disse, e isso me fez soltar uma risada.
— Quando quero, tenho uma ótima decisão a tomar. Afinal, estou namorando o melhor homem do mundo — Dener disse e beijou meu pai nos lábios em um beijo demorado.
Se afastaram segundos depois, com meu pai com as bochechas vermelhas.
— Está me deixando muito envergonhado — meu pai disse, mas o brilho nos olhos mostrava que estava mais feliz do que envergonhado.
— Claro que isso te deixou envergonhado — disse Dener, soltando uma risada.
Ambos pareciam dois adolescentes, embora já estejam quase na casa dos cinquenta anos. Mas são muito fofos, como pude perceber nos últimos meses. Dener sempre aparece quando meu pai precisa e ajuda com tudo que é necessário. Além disso, ele tem mostrado mudanças notáveis, surpreendendo-me ao demonstrar que suas transformações são realmente realistas. Ele até admitiu arrependimento pelos caminhos que escolheu para seu futuro antes de enfrentar as dificuldades e perder tudo.
A sua dedicação em ajudar meu pai e as mudanças positivas que ele demonstrou ao longo do tempo mostram o quão genuíno é o seu arrependimento. A conexão entre eles é evidente, e é reconfortante ver como Dener se tornou uma presença constante, oferecendo apoio e amizade.
À medida que os meses passam, percebo que a maturidade de ambos não só está presente na idade, mas também na maneira como lidam com a vida. É inspirador testemunhar a resiliência de Dener e a maneira como ele reconstruiu sua vida.
Meu pai estalou os dedos na frente do meu rosto.
— Miguel, está ouvindo o que te perguntei? — indagou meu pai.
— Na verdade não — respondi. — Apenas pensando em como as coisas mudaram nos últimos meses, e me sinto feliz que tudo evolui para melhor. Na verdade, em relação a você, acho que nunca te vi tão feliz como tenho visto com o Dener, até mesmo com ele sendo um amor com todas as pessoas da família.
— Não foi tanta coisa assim — Dener disse.
— Mas acho que deveria conversar com o Edu — comentei.
— Também concordo — meu pai disse. — Pelo menos, se acertarem com palavras e não com gestos. Sei que você foi um idiota no passado quando se tratava do Edu, mas está na hora de tentar, pelo menos, conversar.
A sugestão de conversar com o Edu pairou no ar por um momento, como se a ideia exigisse reflexão. Dener concordou, mas com uma expressão ponderada, enquanto meu pai ecoou a necessidade de resolver as coisas através das palavras, não dos gestos.
— Às vezes, palavras têm um poder que os gestos não conseguem alcançar — meu pai adicionou, olhando para mim.
— Verdade, vocês vão ser parte da vida um do outro e pelo menos acertarem as coisas, seguirem em frente — falei.
— Isso eu vou tentar, mas não posso prometer que vai dar certo. Eu estraguei muitas coisas conforme ele foi crescendo, não sendo um pai presente, e deixei ele sob os cuidados da Lisa, que era mais péssima do que eu — Dener disse e suspirou. — Isso é algo que não vou mudar, mas tenho certeza que quero mudar o futuro e pelo menos sermos legais um com o outro.
O peso das palavras de Dener pairou no ambiente, revelando a complexidade de sua jornada. Meu pai assentiu, reconhecendo a sinceridade por trás das palavras.
— O importante é que você está disposto a fazer as mudanças necessárias agora. O passado não pode ser alterado, mas o futuro está em nossas mãos — meu pai acrescentou, oferecendo um semblante encorajador.
Essa conversa franca abria caminho para a reconstrução de laços familiares, mostrando que, apesar das falhas do passado, havia espaço para a redenção e o crescimento mútuo. Meu pai pegou a mão de Dener, entrelaçando os dedos com delicadeza, e ambos sorriram um para o outro.
Alisson voltou minutos depois com uma expressão cansada.
— Miguel, me lembra de organizar as coisas da melhor maneira possível. Ainda disseram que as coisas estão muito perfeitas — Alisson disse se sentando ao meu lado. — Rhonda quer escolher sua roupa, até ligou para o Arnold dizendo que já tem ideias para as roupas, e Michael ainda disse que, se ele não for o padrinho, vai surtar.
Isso me fez rir ao imaginar a cena de ambos surtando para escolher quem seria o melhor padrinho ou da Rhonda e do Arnold escolhendo as roupas para o casamento. Isso me fez pensar que vai ser longo.
Meu celular vibrou, e notei ser uma mensagem da Rhonda e do Arnold de um grupo que eles criaram. A Rhonda falava que irá vir visitar e já vamos escolher as roupas para todos assim que ela chegar.
— Teremos visitas — falei. — Isso vai ser divertido, mal posso esperar para ver as escolhas extravagantes da Rhonda e do Arnold para as roupas
— Pelo menos, terão uma distração animada antes do grande dia. — Meu pai concordou, acrescentando.
— Será tudo muito grandioso — Alisson disse, e eu beijei os lábios dele em um selinho. — Mas estaremos juntos nisso.
— Com certeza estaremos juntos em cada detalhe, tornando esse dia ainda mais especial — comentei, sorrindo para Alisson.
A perspectiva do casamento, com todas as suas escolhas, desafios e momentos memoráveis, criava uma atmosfera de amor e união. Enquanto aguardávamos as visitas, a certeza de que estávamos construindo algo significativo aquecia nossos corações.
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Gostaram?
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