Capítulo Cinco
Alison Reed:
— E suas expectativas serão atendidas! — Falei, a encarando em seus olhos.
Rosangela simplesmente soltou uma risada, voltando seu olhar para a cozinha como se minhas palavras não tivessem importância. Isso me deixou um pouco magoado por sentir que estava sendo desconsiderado em tão pouco tempo de conhecimento mútuo.
— Você poderia ao menos me dar um olhar de dúvida — Resmunguei, e ela parou de rir, cruzando os braços com calma.
Ela permaneceu em silêncio por um momento, avaliando-me com um olhar mais sério.
— Você é audacioso, eu dou isso a você. — Rosangela finalmente falou acenando com a mão. — Vamos ver se suas ações condizem com suas palavras. Por enquanto, eu manterei um olho atento em você.
Não era exatamente uma aprovação, mas também não era uma rejeição direta. Pelo menos, eu havia chamado sua atenção de alguma forma. Decidi mostrar, através de minhas ações, que minhas intenções eram genuínas e que eu estava disposto a fazer parte da vida deles de maneira positiva.
— Viu, não foi tão difícil — Falei, levantando do lugar, e ela simplesmente soltou um resmungo que eu escolhi ignorar.
Mesmo diante da provocação de Rosangela, decidi não me abalar. Continuei a me afastar da cozinha até que parei na porta que levava para o lado de fora observando a cena da brincadeira, onde as crianças brincavam alegremente com Miguel, Stefano, e Luigi. Resolvi me aproximar e participar da diversão, mostrando que estava disposto a conquistar não apenas a confiança de Miguel, mas também a de toda a família.
Ao me juntar a eles, fiz o possível para interagir com as crianças e contribuir para o ambiente descontraído. Sentia que precisava demonstrar, por meio de ações, o comprometimento que minhas palavras expressavam.
Ao longo do dia, procurei encontrar oportunidades para ajudar Rosangela e os demais, mostrando que estava ali não apenas por Miguel, mas pela família como um todo. Sabia que conquistar a confiança de Rosangela seria uma jornada, mas estava disposto a percorrê-la com paciência e determinação.
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Quando estava cansado demais, vi as crianças me chamando de "tio Freges". Miguel caiu na gargalhada ao me ouvir confuso.
Ele passou por mim, foi para dentro e voltou com dois copos e uma garrafa de limonada. Sentou-se ao meu lado com um sorriso, e quando retornou ao meu lado, as crianças estavam brincando à nossa frente, algo que ainda não entendia completamente. Miguel estendeu-me um copo de limonada.
— Pode confiar, não tem nada aí — Ele disse em tom de brincadeira.
— Obrigado, sei perfeitamente que você nunca tentaria algo contra mim — Falei. — Então, acho que posso dizer que seus filhos gostaram de mim?
— Claro, senhor Freges — Miguel disse, soltando uma risada. — Está orgulhoso de ser chamado pelo nome que os gêmeos dão ao amigo imaginário deles?
— É uma honra! — Respondi, tomando um gole da limonada e observando as crianças se divertindo.
Miguel riu novamente, parecendo contente com a atmosfera descontraída.
— Eles têm um jeito único de criar apelidos. Você os conquistou rapidinho, parece. — Miguel comentou, balançando a cabeça levemente.
— São ótimas crianças. — Afirmei, sorrindo. — Parece que todos aqui formam uma família muito unida.
Miguel assentiu, concordando com minhas palavras. A tarde seguiu com risadas, brincadeiras e a sensação de que, apesar dos desafios pela frente, eu estava começando a me integrar naquela peculiar e acolhedora família.
— Eles são as melhores coisas que aconteceram comigo. Estou com medo de como poderei ser um bom pai. — Miguel confessou, olhando para as crianças com ternura.
— Pode parecer assustador no início, mas o fato de se preocupar já é um bom sinal. — Comentei, tentando transmitir apoio. — Com o tempo, você vai descobrir o que é melhor para eles, e vai se tornar um pai incrível, tenho certeza.
Miguel sorriu, agradecendo silenciosamente pelas palavras de encorajamento, e ambos continuamos a aproveitar a companhia das crianças.
Conforme a tarde se desenrolava, eu percebia que a cumplicidade entre Miguel e eu se aprofundava. Nossos olhares se cruzavam com frequência, compartilhando momentos de entendimento silencioso. A risada fácil de Miguel ecoava em meus ouvidos, criando uma melodia acolhedora que tornava cada instante mais especial.
Quando o sol começou a se pôr, decidimos levar as crianças para dentro de casa, deixando um clima aconchegante preencher o ambiente. Sentados lado a lado no sofá, Miguel e eu compartilhamos histórias, risos e olhares que diziam mais do que palavras.
Enquanto as crianças assistiam a um desenho animado na sala, senti a proximidade de Miguel, o calor de seu corpo complementando a sensação de conforto. Nossas mãos se encontraram casualmente, um toque sutil, mas carregado de significado.
— Estou feliz por você estar aqui, Alison. — Miguel sussurrou, desviando o olhar por um instante antes de me encarar novamente.
Sorri, sentindo meu coração bater um pouco mais rápido. O ambiente estava repleto de uma energia leve e envolvente, como se estivéssemos compartilhando algo além das palavras. Alguma coisa pairava no ar, uma promessa silenciosa de que nossas histórias estavam entrelaçadas de uma maneira única e especial.
Meu coração acelerou em instantes que estava me obrigando a desviar da atenção dele.
— Papai — Adele chamou e se jogou no colo de Miguel. — Podemos comer um pouco de pipoca?
— Papai — Adele chamou e se jogou no colo de Miguel. — Podemos comer um pouco de pipoca?
— Sim, deixe, por favor — Giulio disse também se jogando em cima do colo de Miguel.
Miguel sorriu para ambos com uma expressão super alegre.
— Claro, meus pequenos! — Miguel respondeu, sorrindo para Adele e Giulio. — Vamos fazer pipoca então.
As crianças vibraram de alegria, e Miguel se levantou, equilibrando-os em seus braços enquanto se dirigiam à cozinha para preparar a tão desejada pipoca. O ambiente estava repleto de risos e calor humano, formando memórias que, tenho certeza, permaneceriam para sempre naquela casa acolhedora.
Fiquei na sala, olhando a televisão, tentando acalmar a minha mente. Estávamos realmente em um certo clima de alguma coisa, e isso acelerou minha mente e coração ao mesmo tempo.
Se não me controlasse, iria acabar beijando-o nos lábios. Isso causaria uma confusão imensa para nós dois, ainda mais com ele tendo muita coisa em sua própria mente, e não quero piorar isso com algo que o deixaria confuso.
Decidi me concentrar na programação da televisão, desviando meus pensamentos para longe da tensão que pairava no ambiente. A atmosfera carregada deixava claro que ambos estávamos lidando com questões complexas, e não era o momento para tomar decisões impulsivas.
Optei por agir com cautela, respeitando os limites emocionais de Miguel. Manter a amizade e o apoio era minha prioridade, mesmo que isso significasse sacrificar a intensidade de meus próprios sentimentos.
— Tio Freges — Giulio disse, me trazendo de volta à realidade. — Ajuda a convencer o papai a fazer pipoca doce também.
Ele me olhou e soltou um risinho, com seus enormes olhos brilhantes fixos na minha direção.
Sorri para Giulio, contagiado pela inocência e pela alegria daquele olhar.
— Claro, pequeno Giulio, vou ajudar vocês a convencer o papai. Pipoca doce será uma ótima ideia! — Respondi, levantando-me e seguindo as crianças até a cozinha, deixando um momento de possível desconforto para trás.
A energia contagiante das crianças era uma distração bem-vinda, e eu estava determinado a preservar a harmonia que tínhamos construído até agora.
Na cozinha, juntei-me aos pequenos persuasores e, com um toque de humor, contribuí para convencer Miguel a fazer pipoca doce. A risada descontraída das crianças encheu o ambiente, dissipando a tensão que antes pairava.
Miguel, contagiado pela alegria dos filhos, acabou cedendo à ideia da pipoca doce, e logo todos estavam saboreando o resultado na sala, compartilhando risos e histórias.
Aquela noite se desenrolou em momentos simples, mas preciosos, e percebi que, por mais complexa que fosse a vida, a presença calorosa daquela família era um bálsamo para todos os desafios. No meio da descontração, senti uma conexão mais forte com Miguel, como se a compreensão e a cumplicidade estivessem se fortalecendo silenciosamente entre nós.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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