Hora era um dia de contar sobre alguém de nome muito forte em Liyue. Guowen nunca viu Xiao pessoalmente, e isso era bom, afinal ele sabia que ver um Yaksha lutando poderia causar sua morte mesmo que não fosse a intenção daquele que luta sem misericórdia nenhuma contra os demônios criados do carma.

O jovem Contador de histórias terminou seu trabalho se juntou à mesa de Zhongli que já bebia chá.

— Confesso que eu estou muito animado para ouvir sobre o Yaksha Xiao, Zhongli.

— Consigo entender... — O funcionário de Wangsheng respirou fundo e pensou no último dos Yaksha que ainda cumpre seu papel. — Como é visto por maior parte de documentos, nem sempre Xiao teve esse nome...

Na época perturbada da guerra nasceu Alatus, o Rei das asas douradas que roubava a atenção das pessoas quando era avistado voando majestosamente nos céus. Morax sabia da existência do pequeno Alatus, mas seu interesse não era necessário, afinal o Deus da Guerra nunca ouviu que o tal Alatus tinha más intenções ou participação em batalha.

    O massacre de Morax contra seus inimigos continuava, e por uma mudança de estratégia, ele começou a atacar antes que fosse atacado quando tinha a certeza que Deuses tinham intenções de tomar Liyue. Entre esses Deuses, ele atacou um Deus que não foi registrado o nome, mas ele era o Deus dos Sonhos.

    Naquele dia de um ataque massivo, Morax matou o Deus dos Sonhos e encontrou Alatus preso por correntes e ferido. Então o dragão se lembrou sobre o tal cão de caça do Deus dos Sonhos, uma criatura de pouca altura que tinha uma força violenta que destroçava Deuses, matava humanos e devorava seus sonhos.

   Bastou olhar pra Alatus que Morax soube da verdade, ele não estava ali por querer, era um escravo do Deus dos Sonhos agora morto. Com certa pena, Morax quebrou as correntes de Alatus e agachou em sua frente para tocar o topo de sua cabeça como se quisesse passar um pouco de conforto para quem não era mais um escravo.

— Você vai me matar? — Foi a pergunta de Alatus. O Deus da Guerra não se surpreendeu com a pergunta do outro, afinal ele o viu matando seu antigo mestre.

Entretanto, a sensação mortal da morte não era o que Morax queria passar para Alatus. Depois de respirar fundo, os olhos do dragão pareciam demostrar preocupação.

— Se estou certo do que eu ouvi, seu nome é Alatus, mas não vejo mais suas asas. — Cruel, pensou Morax consigo mesmo. — Nas fábulas de outro mundo, o nome Xiao é de um espírito que enfrentou grande sofrimento e privações. Ele suportou muito sofrimento, assim como você. Use este nome de agora em diante.

— Você me salvou? — Perguntou novamente agora Xiao.

— Não. — A resposta de Morax veio sem demora. — Eu tirei as correntes de você e matei seu Mestre. Eventualmente saberá que eu não salvei você. Eu não tenho esse tipo de você. Pelo menos, não agora nesta guerra entre Deuses.

    O que Morax queria dizer com sua fala, é que a salvação de Xiao era de aspecto mais complexo e fundo, o Deus da Guerra tinha mãos sujas de sangue, mesmo por seu povo, ele havia matado muitos Deuses e teria de continuar a matança.

— Mas, você me libertou. O que eu faço agora? — Xiao continuava com suas perguntas.

— De fato. Tudo que eu fiz foi dar de volta seu direito de vida. Parte da liberdade que todos nós temos é também ter a liberdade de decidir como vamos seguir.

   Sentindo uma dívida com Morax, Xiao fez um contrato com o dragão e se tornou um Yaksha. Mesmo com uma vida árdua de um guerreiro e guardião Yaksha, Xiao dizia que ele reconhecia sua força e sua única forma de ajudar os humanos seria batalhando na guerra com seus companheiros, entre tantos Yakshas, cinco ficaram conhecidos por suas forças monstruosas, entre eles...estava Xiao.

    Com tantos aliados, a vitória foi garantida para Morax ele ficou entre os Setes Deuses. O Deus dos Contratos manteve sua palavra, ele não queria dominar sob a vida dos humanos. Por tantos e tantos anos, ele apenas batalhou pela segurança de Liyue. Em sua mente ele, quando ele pensava que poderia cair como perdedor Morax sempre ouvia a voz de Guizhong. 

— Rex Lapis....Ele passou por muita coisa, ele fez demais por Liyue.

— Bem...Ele foi um Deus com diversos títulos. Eu preciso ir, Guowen, e trago aqui todo o dinheiro que eu estava devendo. Estarei longe por alguns dias, mas voltarei para contar como foi os anos pós-guerra, afinal como você bem sabe, caro amigo, tudo tem uma consequência, mesmo com vitória.

— É verdade. — Guowen concordou com a cabeça. — Obrigado por tudo que tem me contato, Zhongli, tem a minha gratidão.

Com um sutil sorriso nos lábios e deixando Mora na mesa, Zhongli se levantou para ir embora. Indo em direção para sua casa, ele avistou de longe no alto da montanha Xiao que observava atentamente e também de forma curiosa. Os dois se encararam.

Ele sabe, pensou Zhongli consigo mesmo. Xiao viu muita coisa sobre si. Ele o viu como Morax, como Rex Lapis e agora...Como o ''humano'' Zhongli. Mesmo depois de tantos anos, eu ainda não salvei você, pelo contrário, eu trouxe mais sofrimento.

Xiao passou a mão sobre o rosto e a máscara de Yaksha surgiu, dando para ele um aspecto assustador. Um Yaksha precisa ser mais assustador e forte do que qualquer demônio. A noite chegava e a hora da luta também. 

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Ufa, terminamos mais uma parte, nem acredito!

Memórias de um dragão agora volta dia 9 de junho