Guerra dos Arcontes Parte V
Guowen sabia que o as próximas histórias seriam o ápice da guerra. Pelas informações mais tradicionais que ele tinha, Rex Lapis se torna um Deus de grande temor entre tantos, porém sempre mantendo seu senso de justiça. Naqueles tempos, muitos aprenderam que a verdadeira justiça pode ser mais cruel que a maldade.
— O que vai me contar hoje, Zhongli?
— Hoje você vai ouvir sobre um Deus muito amado por nós, e que a cada anos demostramos grande gratidão.
— Já até sei, fala do Braçadeira do Céu. Ele conseguiu fazer um grande feito para Liyue e se tornou tão adorado quanto o próprio Rex Lapis.
— Bem... — O funcionário de Wangsheng sorriu de lado. — Eu não diria que havia uma competição de quem seria mais adorado. Nunca ouve nenhuma história de rivalidade entre Rex Lapis e Braçadeira do Céu.
O verdadeiro nome daquele Deus era desconhecido para Morax, mas ele se auto proclamava Braçadeira do Céu. Ele foi um dos Deuses que tinha algo em comum com o dragão protetor de Liyue, ambos sabiam que os humanos precisavam de proteção naqueles tempos. Além disso, eles compartilhavam o mesmo sentimento de que não queriam dominar sobre ninguém e sobre nada, mas devido as circunstâncias, apenas ficar observando não ajudaria em nada.
O Braçadeira do Céu, como muitos Deuses naquela época, usava tanto sua verdadeira forma como também sua forma divina. Como um homem, Braçadeira do Céu era alto e esguio. Seus cabelos eram longos e brilhantes em um tom dourado assim como seus olhos. O resto de sua roupa era azul claro e também brilhava. Em sua forma mais divina, ele tomava a forma de um lindo e orgulhoso cervo. Sim, muitas pessoas e Deuses o julgavam como muito orgulhoso de primeira vista, mas o coração daquele Deus era grande cálido e facilmente ganhou a atenção e respeito de Morax.
Apesar de ser muito forte, Morax não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo para lutar todas as batalhas e proteger aliados e pessoas, por isso que seus contratos eram tão importantes. Se tudo desse certo, todos conquistariam o que queriam de forma justa e equilibrada.
Fora do campo de batalha, Morax podia muito bem dizer que existia uma bela amizade entre eles, e o Braçadeira do Céu diria o mesmo com um sorriso nos lábios. Às vezes Morax não podia deixar de pensar que se Guizhong estivesse viva, ela com certeza se agradaria com a presença do Braçadeira do Céu...Infelizmente isso não seria mais possível.
Depois de dia do que se poderia considerar paz, as campanhas de guerra começaram novamente. Morax e Azhdaha foram para o norte de Liyue para batalhar deixando Ganyu na proteção do Porto de Liyue. Naquela época, um tanto mais magra, a besta iluminada demostrou ter grande força para proteger as pessoas, porém a delicadeza de sua aparência era quase sempre subestimada.
Sabendo de um ataque no Monte Tianheng, Braçadeira do Céu e outro Deus chamado Escultor da Lua foram para o Monte para a luta. Como de esperado, haviam vários Deuses ali, mas desta vez era uma mistura estranha entre Deuses da terra e do mar. Apesar da grande quantidade, o Braçadeira do Céu respirou fundo para depois olhar com determinação para o Monte e avançar para lá com a espada erguida.
— Por Liyue e Morax! — Seu grito chamou a atenção de seus inimigos.
Apesar do povo estar um tanto longe, a terra tremia e o céu parecia gritar com cada golpe do Braçadeira do Céu. Ele segue toda a luta sem medo e com muita honra. Com o passar das horas, ele ficou cada vez mais ferido, mas não recuou até que o último Deus inimigo ali estivesse morto. Porém aquele único que sobrou desceu um golpe fatal no Monte o fazendo partir em dois. Por conta do tamanho do Monte, assim que ele caísse, iria atingir o porto de Liyue.
Mesmo sentindo certo nervosismo, o Braçadeira do Céu tentou parar a queda do Monte Tianheng sob a cidade com as próprias mãos, mas ele não teve forma o suficiente. Tendo uma ideia muito rápida e que acreditou ser eficaz, ele tomou sua forma divina de cervo e olhou para seu companheiro de batalha, o Escultor da Lua que ficou um pouco sem entender porque a súbita mudança de seu colega.
— Escultor da Lua...Quero te pedir uma coisa, e que seja rápido. O Monte está caindo lentamente, mas está caindo e vai atingir a cidade.
— O que está pensando em fazer? — Perguntou o Deus em forma de homem.
— Corte meus chifres para usar como sustento para o Monte Tianheng não cair sobre o porto.
— Mas Braçadeira! — Seu colega de guerra não conseguia acreditar naquele pedido. — Esses chifres dourados que você carrega...Foi um presente de Morax.
Sim, era verdade...Pelos feitos do Braçadeira do Céu em inúmeras batalhas, o Deus dos Contratos havia presenteado seu amigo com belos e grandes chifres de cervo dourados. Na aqueles chifres havia uma essência divina muito forte, e que com certeza...Poderia segurar todo aquele Monte.
— Faça isso, Escultor da Lua, não temos tempo, não percebe isso?
— Você vai sangrar até morrer, Braçadeira do Céu.
— Que assim seja, lutarei até que eu esteja morto.
Sentindo uma agonia terrível por fazer um ato cruel para seu próprio amigo, mesmo que fosse necessário, o Escultor da Lua cortou os chifres do Braçadeira do Céu com quatro golpes. O Escultor da Lua queria ter sido mais forte para acabar com a dor de seu colega, mas o que esperar de um presente feito pelo próprio Morax.
Os chifres foram colocados na base do Monte Tianheng, estranhamente as montanhas e montes que ficavam perto dali ficaram mais altas do que originalmente.
— Obrigado Escultor da Terra. — Disse o Braçadeira da Lua um pouco tonto por conta da perda de sangue. — Deixe o resto comigo, amigo, e diga a Morax que o presente que ele me deu me serviu muito bem.
O Braçadeira do Céu acabou com o único Deus restante sangrando até a morte. Todo aquele sangue perdido que tingiu a terra criou um lindo rio de água cristalina que foi batizado de Bishiu.
Morax ao saber da morte de seu amigo quase não reagiu. Por mais frio que ele agisse, só ele, o Deus dos Contratos entendia a dor daquelas perdas. Ele entendia que precisava seguir forte mesmo com todas aquelas mortes.
— Honremos o sacrífico do Braçadeira do Céu. — Morax ergueu uma de suas mãos. — Faremos uma estátua para ele neste Porto para que nos lembremos do quanto ele foi honrado até o fim.
Um sorriso cálido e triste surgiu nos lábios de Guowen. As últimas histórias de Zhongli tem sido um tanto sombria, mas esse final...Foi diferente da morte de Guizhong. Era triste, mas carregava certa esperança.
— Não é toa que gostamos tanto do Braçadeira do Céu. — Os olhos de Guowen se encheu de lágrimas. — Me desculpe... — Ele abaixou o olhar.
— Está tudo bem, não precisa esconder seus sentimentos. — O outro negou com a cabeça suavemente. — Preciso ir...E veja só — Zhongli tirou moedas para colocar sob a mesa. — pago o chá de hoje das outras vezes que eu esqueci. Até amanhã, Guowen.
— Até amanhã, Zhongli.
O Antigo Deus de Liyue se distanciou, porém antes de ir para casa, ele passou algum tempo observando a estátua do Braçadeira do Céu com um simples sorriso nos lábios.
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