xv. h i l l
"i'll go back and get you."
ooo
[narration on]
– Olá Jungkook. – foi-se ouvido o eco da voz da líder Sook pelo salão de encontro na sede dos superiores. Jungkook se arrepiou pela voz firme porém bondosa da líder, que passava confiança e destreza, assim como seus olhos expressivos e observadores; Uma verdadeira líder.
– Olá líder Sook, é um prazer vê-la pessoalmente. – Jungkook se curvou em respeito a mais velha.
– Oh querido, como eu estava ansiosa para vê-lo pessoalmente também. Você é um garoto especial. – suas mãos pousadas em seu colo enquanto seu corpo se estendia pelo assento da poltrona cinza expressavam liderança, ela sabia como intimidar da forma que sabia passar confiança.
– Fico feliz em saber disso. – Jungkook sorriu em agradecimento, sentado em outra poltrona do outro lado da sala. – A minha mãe disse-me que gostaria de conversar comigo, é algum assunto especial?
– Não querido, eu só gostaria de conhecê-lo melhor, eu sempre faço isso com todos os novos designados, e como você é especial, gostaria que fosse o primeiro.
Jungkook encarou a líder arduamente, alguma coisa estava lhe incomodando. Sabia bem que naquela sociedade onde vivia havia mentiras, e sabia que a líder Sook, assim como todos os outros superiores, estavam cientes desse fato.
Jungkook só precisava provar isso.
– Então, como está indo com o Bonhwa? Ele tem lhe tratado bem? Aquele homem às vezes é bem difícil de lidar, eu entendo, pode me contar se ele não está lhe tratando de uma boa forma. – líder Sook enrijeceu sua coluna em um ato claro de interesse. Ela continha as mesmas ações que a mãe de Jungkook quando a mesma lhe dirigia perguntas pretensiosas.
– Não, o senhor Bonhwa é muito bom para mim, ele me ajuda bastante a entender as memórias, não tenho nenhuma reclamação quanto aos seus atos. – falou firmemente, vendo líder Sook ter seus olhos brilhantes vacilando por um momento. Jungkook sorriu com o feito, estava entendendo onde a mesma queria chegar.
– E ele não age estranho às vezes? Não fala coisas fora do nosso entendimento e que te deixam perdido? – tentou novamente.
– Não, ele é bem sucinto e direto, me explica tudo e deixa tudo extremamente claro, como eu disse, não há qualquer reclamação que eu possa fazer sobre a conduta de professor do senhor Bonhwa.
Jungkook observou líder Sook suspirar e inclinar-se para trás, apoiando suas costas novamente na poltrona. Sua expressão perdeu a bondade, agora existia curiosidade e um pouco de impaciência. Seus olhos vagavam por todo o rosto do mais novo, observando, tentando tirar de sua expressão qualquer vacilo que seja, mas Jungkook já estava extremamente ciente do que a mesma estava tentando tirar de si.
– Vamos direto ao assunto, sim? – líder Sook pronunciou, a voz em um tom seco e preciso. – O Bonhwa tinha uma filha chamada Moon, você está a par desse fato?
– Sim.
– Pois bem Jungkook, eu não gostaria de assustá-lo, ninguém aqui nessa sociedade além de mim, dos superiores e do próprio Bonhwa sabemos dessa história, então prefiro que você não conte a ninguém. – ela não esperou por uma resposta. – Eu quero chegar ao fato de que o Bonhwa foi responsável pela morte de sua filha. Foi ele que a matou.
Jungkook manteve seus olhos fixos na mais velha em sua frente, esperando a próxima cartada.
– Talvez ele não tenha lhe contado dessa maneira, pois, claro, ele não reconhece que errou dessa forma.
– Onde quer chegar, líder Sook? – Jungkook foi direto, tendo sua expressão de descontentamento captada pela líder.
– Jungkook, eu, assim como todo o corpo de superiores, fazemos de tudo para o bom funcionamento dessa sociedade e para o bem-estar de todos que vivem aqui. Eu trabalho todos os dias, desde que consegui o cargo de líder, para que os ideais dessa sociedade sejam seguidos, pois só dessa maneira todos nós podemos viver em harmonia. – silabou. – Eu apenas quero o bem-estar de todos, inclusive o seu, então peço que, independente do que o Bonhwa diga a você, não acredite fielmente. Ele é uma pessoa que não tem bons costumes, não segue as regras de convívio, é desequilibrado e pode fazer de tudo para que as coisas estranhas que defende sejam postas como verdade. Seja lá o que ele tenha dito a você, Jungkook, confie em mim, não é verdade.
Jungkook se encontrava perplexo. Como aquela mulher podia acusá-lo daquela forma tão grotesca? O que ela estava tentando fazer? Será que a mesma sabe sobre os estudos da senhora Lim e teme que a verdade seja descoberta?
– Por que a senhora parece estar com medo? – Jungkook perguntou de supetão, assustando a líder, que arqueou as sobrancelhas e trincou o maxilar. – Está com medo de que, líder Sook?
– Não há nada que eu possa temer, Jungkook, eu não sei de onde você tirou isso. – falou ríspida. – Eu só peço para que não caia nas armadilhas do Bonhwa, é a única coisa que peço.
– Não se preocupe, líder, ele nunca me disse nada. Não precisa me avisar sobre isso.
– Você tem certeza que ele nunca disse nada?
– Tenho.
– Você não está mentindo, está Jungkook?
Jungkook se levantou, mas manteve seus olhos cravados nos dela. Houve um silêncio pretensioso antes de Jungkook, em alto e bom som, pronunciar:
– Eu sei o que digo, líder Sook, e mesmo que eu tenha o poder de mentir, não faria por respeito as regras de onde vivo. Foi um prazer conhecê-la, mas essa conversa já chegou ao fim.
E com passos firmes, Jungkook localizou a saída.
Líder Sook manteve seus olhos na saída por um tempo pensando nas palavras do rapaz. A perspicácia dele lembrava Lim e esse era o maior medo da líder: existir outra Lim.
– Líder Sook? – seus olhos se dirigiram a entrada da sala onde Jinsoon, a mãe de Jungkook, entrava calmamente. – Soube que Jungkook acabou de sair daqui. Como foi a conversa com ele?
– Você estava certa, Jinsoon, ele esconde algo. – Sook disse baixo, retomando sua visão para onde Jungkook havia saído minutos antes.
– Sinto muito por isso, líder Sook, se eu pudesse controlá-lo, nunca deixaria isso acontecer. – a voz de Jinsoon era baixa e parecia magoada, amargurada, contendo um ligeiro medo.
– Tudo bem, não foi sua culpa. – a mais velha pronunciou. – O que mais me preocupa é que não sei até onde esse menino sabe sobre as coisas que acontecem por aqui, e até eu ter claramente essa informação, não poderei fazer nada.
– Mas ele não lhe contou nada?
– Não, até mesmo quando perguntei se Bonhwa havia lhe dito algo, ele negou até o fim.
– Mas ele sabe de algo?
– Com certeza sabe.
– Então ele mentiu?
Líder Sook olhou fixamente nos olhos de Jinsoon antes de pronunciar:
– Mentiu.
[narration off]
– – –
Minha cabeça parecia uma chaleira de água fervente. Estava quente, tremia meus instintos e parecia que eu explodiria a qualquer momento.
A adrenalina de ter conversado com líder Sook ainda ultrapassava minhas veias com precisão, minha pele doía e meus olhos se espremiam conforme eu tentava inutilmente parar de pensar na conversa. As tentativas falhas da líder de tirar algo de mim corroíam minhas entranhas e me faziam perceber o poder que havia em minhas mãos, que um passo em falso e eu colocaria tudo a baixo.
Eu precisava pensar.
Enquanto olhava para as diversas folhas de anotações da senhora Lim, uma pergunta se passava em minha cabeça:
E se eu for em frente com isso?
A curiosidade quase grotesca banhava meu corpo, minha sede de mudança se mantinha presente e eu estava ficando cada vez mais determinado. Porém, dentro dessa euforia, meu lado racional duvidava da ideia, pensava no quanto podia confiar nas palavras do senhor Bonhwa e nas anotações da senhora Lim, pensava na líder Sook e se seus dizeres eram reais ou só uma tentativa de me manipular.
Se ele matou sua filha, por que não o prendeu? Se ela achava o senhor Bonhwa incapaz de se manter na sociedade, por que o deixou para ser meu professor?
Quem foi o primeiro a ser o recebedor de memórias e como foi o processo de recebimento dessas memórias, já que não havia um doador antes dele?
Se não havia doador e não se tem conhecimento do processo do primeiro recebimento de memórias, tudo isso me fazia pensar que a primeira pessoa encarregada disso foi alguém que viveu no mundo antigo, alguém que presenciou tudo o que os outros recebedores receberam e depois repassaram. Então se essa afirmativa era verdadeira, logo o mundo antigo também existiu e nada me tirava da cabeça de que ele provavelmente ainda existisse, e eu precisava urgentemente encontrá-lo.
Eu precisava libertar essas pessoas, precisava tirá-las desse mundo de aparências.
Pensando nisso, em um impulso de coragem, juntei todas as folhas de anotações que estavam espalhadas pela minha cama, colocando-as dentro de uma bolsa que havia ali do lado, peguei a lanterna, o binóculos e a bússola que se encontrava dentro da caixa de madeira e coloquei dentro da bolsa também. Suspirei fundo, restabelecendo a coragem que exalava dos meus poros e suspirei novamente, pegando a bolsa e colocando sua alça em diagonal pelo meu tronco. Eu precisava fazer aquilo, eu precisava descobrir a verdade.
Sai em silêncio do meu quarto, vendo o corredor escuro e todas as portas fechadas. Desci as escadas e olhei em volta, tudo estava escuro e sem sinal algum de alguém acordado. Sai pela porta, alcançando minha bicicleta e tirando-a do suporte, subindo na mesma e pronto para partir.
– Jungkook? – ouvi uma voz atrás de mim e, quando virei, observei o corpo de Taehyung parado, com seu semblante assustado e em completa confusão. – O que está fazendo?
– Não me pergunte nada agora, Taehyung, eu preciso chegar ao Centro Maternal.
– Por que? Aconteceu algo com o Young?
– Não, mas pode acontecer não só com ele, como comigo e com você também.
Taehyung me olhou ainda mais assustado e negou com a cabeça.
– Você não pode sair esse horário, é contra as regras. Volte para casa.
– Não Taehyung, não me peça para fazer isso, eu tenho outra coisa para fazer. – montei na bicicleta novamente, mas fui parado pelas mãos de Taehyung que seguraram o guidão firmemente. – Largue a bicicleta.
– Você não vai sair daqui, ouviu? Você deveria estar dormindo, é contra as regras, o toque de recolher já foi dado.
– Dane-se as regras! – estourei. – Se não vai me ajudar, não me atrapalhe. Saia da frente.
– Você acha mesmo que eu vou sair da sua frente e deixar você ir para sei lá onde fazer sei lá o que? Eu faço parte da vigilância dessa sociedade, Jungkook, o meu papel é manter a segurança desse lugar e dos moradores, agora desça dessa bicicleta agora antes que eu chame reforços, e você não vai gostar disso.
– O que deu em você? – gritei. – O que aconteceu com as nossas juras de amizade? O que aconteceu com o "sempre nos ajudaremos e sempre estaremos aqui, um para o outro"? Você anda estranho, distante, fez Jimin chorar e nos magoou da pior forma, nossa cumplicidade era a base da nossa amizade e olha só agora! Como acha que nós dois estamos vendo você? Você mudou, Taehyung, e não foi para melhor. Juramos que independente da fase adulta, sempre estaríamos um do lado do outro, mas na primeira oportunidade você nos abandonou. Se você é meu amigo, se tem o mínimo de consideração, se está achando um absurdo tudo que estou falando e que você não mentiu quando fez aquela promessa, por favor, me deixe ir. Confie em mim, Taehyung.
Os olhos de Taehyung expressavam o quanto minhas palavras haviam o afetado. Seus ombros caídos e lágrimas se acumulando mostravam a sensibilidade que seu corpo se encontrava naquele momento. Sussurrei um "por favor" enquanto ainda mantinha meus olhos grudados nos dele, esperando por sua resposta. O vi desviar o olhar para o lado e fechar os olhos com força, negando com a cabeça e me olhando novamente. Sua expressão passou de afetado a raivoso e suas mãos apertaram o guidão da bicicleta.
– Não, Jungkook, você não sairá daqui.
Suspirei em desagrado, começando a ferver. Meus olhos embaçaram e minha mente nublou no momento em que senti meu punho acertar o rosto do meu amigo, o fazendo cambalear e cair perto da porta da minha casa. Olhei assustado, tentando captar o que eu tinha acabado de fazer, mas não pensei muito, logo dando partida com a bicicleta, indo em direção ao Centro Maternal. Pude ouvir de longe Taehyung chamando reforços, provavelmente por algum rádio transmissor, me fazendo perceber o quanto eu precisava ser rápido.
Após alguns minutos pedalando, cheguei ao Centro. Olhando para trás, pude ver algumas motos vindo em minha direção, então corri para dentro do prédio. Passei pelos corredores tentando encontrar a sala das encubadoras. Abri a grande porta e comecei a olhar berço por berço, mas nenhum deles protegia Young. Meu desespero começou a se intensificar enquanto pensava no pior. "Não, ele tem que estar aqui, isso não pode ter acontecido" pensei.
– Jungkook? – ouvi uma voz me chamar, reconhecendo antes mesmo de me virar. Corri até o corpo menor que o meu e o abracei apertado, agradecendo por ele estar ali. – O que está fazendo? Por que está aqui?
– Jimin, eu preciso muito que você me ajude agora. Onde está Young?
O olhar de Jimin era de completa confusão, o que me apavorou mais. "Por favor, saiba quem é o Young, não me diga que não o conhece, eles não podem ter apagado a memória dele da sua cabeça porque já foi morto." Após segundos de silêncio, Jimin suspirou.
– Ele está na sala de exames. Eu fiquei de plantão hoje porque estou encarregado de fazer os devidos exames nele para saber o motivo pelo qual ele não está se desenvolvendo corretamente. – suspirei aliviado, não haviam o matado ainda.
– Me leve até lá, por favor, eu te explico depois.
Jimin assentiu e passou a andar rapidamente pelos corredores. Ouvia passos por alguns corredores, nos fazendo desviar o caminho por outras salas, até conseguirmos chegar na de exames. Jimin trancou a porta assim que entramos e apontou para o berço móvel que se encontrava o bebê enquanto dormia profundamente.
– Jungkook, o que está acontecendo?
– Eu preciso que confie em mim agora, está bem? Eu estou indo em busca da verdade.
Jimin franziu o cenho em pura confusão.
– Em busca da verdade? Como assim?
– Eu recebi muitas memórias que me mostraram que essa sociedade está longe de ser algo bom. Eles negligenciam sua liberdade de viver lhe tirando os sentimentos e nos fazendo pensar que a igualdade é o pilar disso, mas é mentira. Isso tudo faz parte de um controle estatal, nada disso é real, nada disso pode ser real e eu vou provar isso. Só preciso que entenda e que me ajude a levar Young antes que seja tarde demais.
Os olhos de Jimin estavam arregalados diante de toda a minha declaração. Suspirei fundo e me aproximei do mesmo, tocando sua bochecha com as duas mãos e encostando nossas testas.
– Eu vou voltar para te buscar, eu prometo, mas agora preciso muito sair daqui com Young.
– Eu não quero perder você, Jungkook. – Jimin sussurrou enquanto passava seus braços por minha cintura, abraçando meu corpo fortemente.
– Você não vai me perder, eu voltarei e eu quero que me espere. Nós vamos ser felizes juntos, tudo bem?
Jimin assentiu levemente antes de encostar seus lábios nos meus. Nosso beijo foi apaixonado, intenso, completamente harmônico, éramos feito um para o outro e nada poderia negar isso. Nosso beijo dava-nos a mensagem de uma despedida, não um "adeus" e sim um "até logo". E foi com esse pensamento que afastamos nossas bocas e suspiramos, eu precisava ir depressa antes que o prédio fosse tomado por guardas.
Me afastei de Jimin e peguei o berço móvel, segurando sua alça.
– Eu vou distraí-los enquanto você foge, tudo bem? – Jimin pronunciou destrancando a porta lentamente. Pegou outro berço vazio que tinha por ali, colocando em seus braços simulando o berço de Young e, antes de sair, me olhou uma última vez antes de plantar um selinho em mim e sair correndo porta a fora. Ouvi vários passos indo na direção que Jimin correu e observei as sombras se afastarem do corredor antes de correr para o lado contrário.
Consegui sair do Centro, pedindo a sei lá quem que ajude Jimin, ele havia se arriscado por mim e eu precisava ser rápido antes que algo de pior aconteça. Olhei para os lados e encontrei minha bicicleta contorcida, eles haviam quebrado a mesma para atrasar a minha fuga. Observei as motos dos guardas ali paradas e não perdi tempo em colocar o berço em um suporte na parte traseira do banco e montar na mesma, começando a correr com ela pelas ruas. Haviam mais reforços a caminho, então foi fácil me encontrar, acelerei a moto tentando despistá-los, mesmo seguindo para um único local: a colina.
Eu já via a mesma ao longe e precisei acelerar mais um pouco. Pensava como eu conseguiria descer aquele lugar, mas meu corpo estava tão entorpecido de adrenalina que não pensei completamente nos prós e contras do que eu faria a seguir. Vendo as motos e carros se aproximando, só vi uma solução, e ela parecia a mais correta para que eu escapasse dali.
E com uma aceleração, cheguei perto da beira, não pensando duas vezes antes de me jogar com a moto colina abaixo.
xxx
olá mundo!
as coisas estão tensas demais uiui, o que acharam do capítulo?
a fic está realmente acabando, faltam pouquíssimos capítulos pro desfecho dessa história cheia de mistérios e descobertas, estou muito orgulhosa do que criei e espero que vocês estejam satisfeitas com ela (:
uma coisa off: eu estava pensando em abrir uma lojinha de polaroids, photocards e posters com edições exclusivas feitas por mim pra vender online, ela seria aberta a todos os fandoms e os preços seriam super em conta, além da qualidade dos produtos serem ótimos porque se tem uma coisa que eu sou é exigente com o que compro, então seria da mesma forma com o que vendo. é apenas uma ideia que preciso por em prática, então qualquer coisa eu aviso, ta bom?
não tenho muito o que dizer, então já estou indo.
beijos *:
lola.
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