vi. d e t a i l s
"it's because the details of it bring you joy."
ooo
– Oh, Jimin? – me assustei ao abrir a porta e me deparar com meu sorridente amigo.
– Bom dia, Jungkook. – fui saudado alegremente, me fazendo sorrir junto com o mesmo.
Por um momento, eu me senti hipnotizado pela figura do Jimin ali, parado em minha frente, com todas as nuances vividas aos meus olhos.
– O que faz aqui?
– Seu pai não lhe contou? Eu vou ajuda-lo com o Young.
– Oh, sim, ele falou. – falei, sem jeito, passando a mão pela nuca. – Desculpe-me, eu acabei esquecendo.
– Aceito sua desculpa. – Jimin sorriu. – Ele está?
– Está sim. Entre, ele está lá em cima. – observei Jimin passar por mim e parar ao meu lado enquanto eu fechava a porta e caminhava escadas acima até o quarto de Daehwon.
Assim que cheguei, observei meu pai com Young nos braços enquanto o mesmo ainda dormia. Jimin se aproximou desejando um bom dia baixo para o meu pai e em seguida, passando seus dedos delicadamente pelos cabelos do bebê – que pude reparar ser em um tom fechado, como castanho.
Eu ainda via o vermelho e os derivados dessa cor, porém o número dos derivados aumentava a cada hora, então eu já conseguia ver cores um pouco mais distintas e que não se assemelhava ao vermelho em si. E eu me encantava todas as vezes que olhava para qualquer coisa meramente colorida.
Naquele momento, minha distração passou a ser o cabelo do Jimin.
Seus fios vermelho vivo chamavam tanta à atenção e eram tão bonitos que eu me indignava por ninguém poder vê-los. Às vezes eu tirava alguns segundos do meu dia para agradecer por ter esse dom.
E eu só queria tocar em seus fios.
– Jungkook, você vai se atrasar. – ouvi a voz da minha mãe e sai do mais profundo dos meus pensamentos, acordando dos mesmos e assentindo para ela.
Olhei novamente para Jimin e o mesmo ainda brincava com os fios castanhos do menor no colo do meu pai, então decidi ir embora, finalmente.
Desci as escadas, me aproximei da máquina da medicação da manhã grudada na parede e pressionei meu pulso direito no local indicado. Senti uma picada, mas logo eu não sentia mais nada, visto que o procedimento havia sido concluído.
Sai de casa e peguei minha bicicleta. Estava pronto para partir.
– Jungkook, oi. – ouvi a voz de Taehyung e virei para trás. O mesmo vinha em minha direção correndo, mas quando viu alguém passar perto de si, reduziu a velocidade. Existiam coisas na nossa sociedade que eram consideradas baderna.
– Bom dia, Taehyung. – saudei com um sorriso. – Faz um tempo que não o vejo. Anda muito ocupado, é?
– Você nem sabe o quanto. – Taehyung passou as mãos pelos fios lisos de seu cabelo. Reparei que os mesmos eram de uma cor um pouco peculiar, talvez algo cinza com subtom amarelo – loiro? –, muito bonito.
Taehyung passou a andar ao meu lado enquanto caminhávamos calmamente.
– Como vai seu cargo? – perguntei.
– Ah, vai bem. Eu faço muitas coisas por lá, o comandante disse que está impressionado com a minha habilidade de pilotar. – Taehyung sorriu.
– Mas isso é ótimo, Taehyung. Sempre soube que você era muito bom nessas coisas radicais, como diz. – sorri com a gargalhada que Taehyung deu ao final da minha fala.
– Obrigado. – passou as mãos pelo cabelo novamente. – Mas, e você? Como vai seu cargo?
– Vai bem. O senhor Bonhwa é uma pessoa muito inteligente.
– Você vai mesmo manter em segredo o que faz por lá? – Taehyung perguntou curioso.
– Eu não posso contar. – torci os lábios. – Mas eu prometo que vou perguntar ao senhor Bonhwa o que posso contar para você e para o Jimin, ele também me pergunta bastante.
– Tudo bem. – Taehyung deu mais um de seus sorrisos bonitos. – Te vejo depois.
– Até logo.
Vi Taehyung se afastar correndo.
–––
Alegria.
Muita alegria.
Eu mal abri os olhos e a primeira coisa que me veio a cabeça foi alegria.
Foquei a visão.
Haviam várias pessoas.
Todas elas muito alegres.
Elas se mexiam ao ritmo de algo.
Dançavam.
Dança.
Elas dançavam felizes.
Olhei para os lados.
Um campo.
Verde.
As árvores.
A grama.
Os arbustos.
Verde vivo.
Azul.
O céu, ele estava azul claro.
Nuvens brancas.
Ar puro.
Era tudo tão lindo e natural.
Alguém me puxou para a multidão.
Não conseguia ver quem era.
Tudo estava muito colorido.
As mesas, as decorações nas árvores, no chão.
Nas roupas.
Parecia uma festa.
Embalei meu corpo no ritmo das outras pessoas, mesmo não sabendo o que dançavam.
Meus olhos estavam fechados.
Meu sorriso aberto.
Meu corpo balançava.
Dava giros.
Abri os olhos.
Havia alguém dançando comigo.
Movimentando o corpo comigo.
Apertei suas mãos.
Aquilo era real?
Eram as memórias.
Mas por que Jimin está nessa?
Por que ele está dançando comigo?
Não importa.
Ele estava lindo.
Seu cabelo vermelho ressaltava sua beleza.
Todos haviam sumido.
Estava apenas eu e ele.
Lentamente.
Estava tudo movendo-se lentamente.
Jimin estava sorrindo.
Seus olhos quase fechados, tamanha a intensidade do seu sorriso.
Sorri junto.
Seu cabelo voava lentamente conforme rodávamos.
Suas mãos nas minhas.
Estávamos nos tocando.
Seu toque era quente.
Suas mãos macias.
Apertei novamente seus dedos aos meus.
Paramos de rodar.
Jimin ainda gargalhava.
O som da sua gargalhada.
Magnífico.
Sua pele parecia ter sido tocada pelo sol.
Brilhante.
Seu rosto fino.
Seu nariz pequeno.
Seus olhos cor de caramelo.
Suas bochechas levemente vermelhas.
Contrastava com seus cabelos.
E seus lábios também.
Seus lábios.
Vermelhos.
Chamativos.
O vi movimenta-los.
Sua voz como um eco.
Suave e tranquila.
"Feche os olhos."
Fechei.
Senti meu corpo leve.
Um calor diferente.
Não sentia o chão.
Eu estava voando.
. . .
Abri os meus olhos, sendo inundado pela claridade do local.
Tudo parecia diferente. Tudo. Os móveis, o chão, as paredes, os livros.
Olhei para o senhor Bonhwa, meus olhos estavam arregalados, assustados. Nunca havia visto cor por tanto tempo daquela maneira. Todas as vezes que eu via cor era apenas por milésimos, nem chegava a ser segundos, e era angustiante. Eu sabia que era incrível, que as cores mudavam as coisas, e pelo fato de ver por milésimos, me fazia almejar vê-las por mais tempo, e naquele momento, eu via.
– Senhor Bonhwa... – olhei para minhas mãos, elas estavam em uma cor clara, porém viva. – Eu estou vendo.
– Sim, você está, está vendo tudo como ele verdadeiramente é. – senhor Bonhwa sorria para mim, e eu instintivamente sorri para o mesmo, um sorriso grande com direito a pequenas rugas no canto dos meus olhos.
Levei minhas mãos ao seu rosto, passando-as suavemente.
– Seus olhos. – fiquei hipnotizado com o tom que eles tinham. O azul mais intenso e profundo que eu já havia visto. Eles eram tão bonitos, tão delicados, tão transparentes. Eu poderia ver os sentimentos do senhor Bonhwa através deles.
Seu cabelo em um tom branco dava um contraste a sua pele já tendo algumas rugas aparentes. Suas roupas e sapatos eram pretos e, aparentemente, não prenderia minha atenção – até porque preto, branco e cinza eram as cores que eu mais vi em toda a minha vida –, mas não deixavam de ser hipnotizantes.
Levantei da poltrona, maravilhado. Olhei para todos os cantos daquela sala, nunca pareceu tão viva como naquela hora. Gargalhei de alegria e olhei para a grande janela de vidro. Tudo era impecável, a vista era incrível.
Lembrei das memórias, de cada cena, cada coisa que agora estava cravada na minha mente.
– Aquelas pessoas, elas estavam se mexendo em um ritmo. – olhei rapidamente para o senhor Bonhwa, mas logo me virei para o centro da sala. Comecei a fazer os passos que as pessoas em minha mente faziam, copiando-as.
– Isso se chama...
– Dança. – interrompi. Senhor Bonhwa sorriu e afirmou com a cabeça. Eu estava com uma vontade de sorrir gigantesca, então enquanto fazia passos, sorria para mim mesmo.
De repente parei ao lembrar dele.
– Senhor Bonhwa, por que Jimin estava nas memórias? – o encarei confuso.
– Ele estava?
– Sim. Por que o colocou lá?
– Eu não o coloquei, Jungkook. – senhor Bonhwa disse, ajeitando-se na poltrona em que estava sentado, cruzando as pernas. – Eu preciso te explicar algo sobre as lembranças. Sente-se aqui.
Caminhei até a poltrona em sua frente e me sentei. Apoiei meus cotovelos em minhas coxas e inclinei meu tronco pra frente. Senhor Bonhwa riu fraco diante da minha postura curiosa e limpou a garganta.
– As memórias são como o reflexo do que existiu antigamente, mas elas não são iguais, elas se moldam.
– Como assim?
– Todas as memórias trazem um sentimento, e isso se reflete de acordo com si próprio, ou seja, as memórias se moldam de acordo com aquilo que está no seu consciente e subconsciente.
– Ainda não entendi.
– Ouça. – senhor Bonhwa ajeitou a postura, se aproximando de mim. – A memória de hoje te remeteu a um sentimento, você o sentiu predominante, não sentiu?
– Sim.
– E qual foi?
– Alegria. – falei hesitante. Estava totalmente confuso.
– E então você me pergunta por que Jimin estava nessa memória, correto?
– Correto.
– É porque, de alguma forma, sua mente associa a alegria ao Jimin. – senhor Bonwha falou baixo e profundo.
– Mas por que os detalhes dele pareciam tão... – olhei para um lugar fixo na estante atrás da poltrona do senhor Bonhwa, queria retirar da minha cabeça a palavra, mas não conseguia.
– Visíveis? Destacados? Hipnotizantes? – senhor Bonhwa completou minha fala.
– Isso.
– É por que os detalhes dele te trazem alegria.
Refleti sobre isso. Tudo estava se clareando em minha mente como a luz do sol nascendo por entre as nuvens no fim da colina.
Olhei para minhas mãos me lembrando de quando toquei nas dele, na memória. Mesmo tendo sido apenas algo que aconteceu em minha cabeça, parecia tão real. Ainda sentia o calor do seu toque em minha pele.
Jimin me trazia alegria.
Sim, ele trazia.
Sorri ao lembrar do seu rosto.
– Por que ele parece ser tão diferente das outras pessoas? – perguntei ainda sorrindo. Meus olhos ainda focalizados em minhas mãos.
– Ele não parece ser, ele é diferente.
– Diferente como?
– Ah, menino Jungkook, você ainda tem muito o que aprender. – senhor Bonhwa finalizou, se levantando de sua poltrona e pegando a mesma xícara em cima de uma das mesas redondas e caminhando até uma porta.
– Senhor Bonhwa! – minha voz saiu alta, quase como um grito. – Não se vá, me explique.
– Você vai aprender com o tempo, Jungkook. – e com essa fala, ele sumiu da sala.
xxx
olá (:
inicialmente, quero pedir desculpas por ter ficado um tempo sem postar, aconteceram algumas coisas aqui em casa e eu acabei ficando sem internet, mas acontece, né? há males que vem para o bem, assim espero.
nosso jungkook agora vê todas as coisas!!!! e sim, o senhor bonhwa tem olhos azuis, bem coroa bonitão, porém rabujento.
e então, o que estão achando da história até aqui? vocês estão gostando da construção dela? e sobre os personagens? queria muito saber a opinião de vocês, então comentem aqui!
qualquer coisa, já sabem, me chamem no twitter (feelingguk), e comentem muito sobre memoriae por lá porque sempre que lembro, procuro no search e dou rt nos tweets, alguns eu até comento.
beijos *:
lola.
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