e p i l o g u e
Bem-vindos a Verdade.
Iniciamos com algo básico: o que é a vida?
Acredito que ninguém nunca consiga explicar de uma maneira sucinta e rápida essa questão, até porque, sejamos sinceros, não existe algo mais misterioso e imprevisível que a vida. Podem se sentir ultrajados, não há nada de básico naquela questão, mas a resposta dela pode parecer a mais simples possível: a vida é tudo.
Tudo o que você vê, toca, sente, percebe, memoriza, pensa, cria, conta, multiplica.
Tudo o que existe, tudo o que É.
A vida é tudo o que você consegue pensar e o impensável. É aquilo que você toca e aquilo que é impossível de tocar, aquilo que você sente ou sente a incapacidade de sentir. Aquilo que é inteligível e ininteligível.
Sinta-se privilegiado, você tem acesso a mais vidas do que qualquer outro ser que exista. Sinta o privilégio de ao menos ter acesso a uma única vida. Quanto mais você dedica o seu tempo — que pasmem, também é uma vida — para apreciar a vida, mais você está vivendo. Isso pode parecer vago, mas quem disse que a vida também não é feita de vazios? Vazios esses que nunca estão realmente vazios. Só porque você não vê, não significa que não exista.
Tudo tem um motivo, tudo acontece porque tem que acontecer, uns chamam de destino, eu chamo de vivência. Muitas pessoas passam suas vidas tentando vivê-las de uma forma mais leve, não as julgo, é uma motivação, procurar por paz de espírito é uma virtude que poucos têm acesso. Alguns outros mais ousados passam suas vidas tentando entender o sentido da própria, afinal, por que estamos vivendo? Qual o propósito disso aqui?
Vou contar-lhes a história de Sócrates, mais precisamente de sua indignação quando soube ser o mais sábio dos homens. O Oráculo de Delfos era um templo construído para o deus Apolo, onde uma sacerdotisa, banhada pela luz de Apolo, dava conselhos sobre diversos assuntos aos quais era perguntada. Na entrada desse Oráculo, havia uma frase: "Conhece-te a ti mesmo". Sócrates recebe da sacerdotisa a afirmação de que o mesmo era o mais sábio dentre os homens, deixando o mesmo estupefato, afinal, aquilo ia contra o que o mesmo pregava em sua filosofia "Só sei que nada sei."
Parecia claro: Sócrates era o homem mais sábio pois ele, ao contrário dos outros, tinha consciência de sua própria ignorância. O "Conhece-te a ti mesmo" tem o intuito de induzir as pessoas a conhecerem-se para que entendam o mundo a sua volta, é um chamado da humanidade para que sua ignorância seja reconhecida.
A sua vida é o que você é, é o que você tem, são suas escolhas transformadas em consequências, é aquilo que você reflete para o outro. Seu passado, seu presente e seu futuro. Seus erros e seus acertos também fazem parte de você, aceite-os com a mesma devoção.
E eu escolhi voltar para a sociedade, acalmar todos aqueles que estavam em apuros, explicá-los o que era aquilo tudo, todas aquelas memórias, todas aquelas cores, aqueles sentimentos, aquelas lágrimas. Fiz de tudo para que cada uma daquelas pessoas entendessem o que havia acontecido e o motivo pelo qual havia acontecido.
Ao contrário do que acham, a sociedade não fora erguida com um intuito ruim, ela se ergueu sim das ruínas do antigo mundo, mas funcionou de maneira errada. Regras não disciplinam ninguém, apenas oprimem, e opressão leva a quebra dessas regras, ou seja, regras sempre serão quebradas. Quando há uma educação, tudo passa a ser mais fácil, porque o valor moral é quem rege suas ações, você sabe o que está errado porque há um senso comum onde é explícito o erro. Qualquer coisa que afete negativamente outras pessoas e que não tenha o intuito de uma correção moderada é considerado errado, e isso deveria ser uma opinião unânime.
Como Moon havia dito, a líder Sook era uma vítima, alguém cuja cabeça foi manipulada, fazendo-a agir de formas ruins. Até mesmo ela entendeu o que houve, estando em uma posição de se culpar por tudo aquilo e pedir desculpas publicamente. Não a culpo, realmente não a culpo, ela foi a pessoa que teve uma lavagem cerebral brutal, também merece outras chances, também aprendeu com o erro.
Senhor Bonhwa não se coube de alegria quando soube sobre Moon, e pela primeira vez, o vi chorar de felicidade, reencontrar a filha que ele achou ter perdido deve ter sido a coisa mais gratificante de sua vida, sua culpa se esvaiu e ele pôde ser sentir melhor consigo mesmo, tão bem que escolheu ir viver com a filha, um fazendo companhia ao outro. Além da líder Sook, minha mãe também quis se redimir, entendendo o que suas ações causaram, claro que eu não deixei a mesma se culpar, ela não tinha noção de nada daquilo, não havia como responder por si mesma.
Taehyung se sentiu orgulhoso por confiar em mim, disse que havia ficado com medo de estar louco, de realmente acabar me perdendo, mas que uma voz dentro de si dizia que era para confiar em mim, que eu sabia o que estava fazendo. E bom, eu realmente sabia.
E o Jimin... Bem, o Jimin foi o pilar para que eu me mantivesse em pé, antes daquilo tudo e depois também. Eu entendi que o amava antes mesmo de cogitar ser um doador, desde a infância, desde que, pela primeira vez, eu vi aqueles olhos brilhando em direção a mim quando ele chegou na sala de aula, aos três anos de idade, se sentando ao meu lado e dizendo 'oi', e mesmo sem poder ver sua cor avelã ou seus fios escarlate naquela época, eu sabia que aqueles detalhes eram meus favoritos, porque todos os detalhes de Jimin são as minhas coisas favoritas de todo o universo. E nem o pôr-do-sol que passamos a ver todos os dias como um ritual sagrado enquanto juramos amar e proteger um ao outro por todos os dias de nossas vidas conseguia suprir sua beleza. Seu rosto banhado pela luz laranja era a cena que eu gostaria de ver até o fim do mundo, porque se o céu tinha seu astro luminoso chamado Sol que movia todo o Sistema Solar, eu tinha Jimin, que movia toda a minha vida, todas as estruturas do meu corpo. Era tudo com ele, para ele, por ele.
Depois de tudo, Jimin voltou para o Centro Maternal, ainda ajudando meu pai com os bebês. Young passou a ser um membro oficial da minha família, se mantendo sob os meus cuidados e, depois de um tempo, indo morar comigo na casa da colina. Eu passei a frequentar as escolas da Sociedade, ensinando as crianças e jovens sobre os deveres morais, sem regras, sem proibições e sim ensinando o que é certo, o que realmente era necessário para que a sociedade ainda se mantivesse de pé, porém livre e respeitosa, tolerante e bondosa.
— O que está fazendo? — ouvi atrás de mim e, logo depois, senti braços se envolvendo em meu ombro.
Seu cheiro continuava o mesmo depois de todos aqueles anos — sim, haviam se passado anos —, inebriante e sedutor, e eu nunca conseguia segurar o sorriso ao senti-lo. Apoiei minhas mãos em seus braços enquanto sentia um beijo ser instalado em minha bochecha.
— Estou escrevendo. — falei simples, me levantando da cadeira e me virando de frente para Jimin enquanto abraçava-o pela cintura. — O que faz acordado a essa hora?
— Colocando Young para dormir. A cada dia que passa ela fica mais falante, ficou muito tempo me contando sobre o dia dele, dormiu enquanto me contava sobre sua aula de Geografia. — Jimin contou enquanto fazia um leve carinho na lateral da minha cabeça, me fazendo bocejar enquanto inclinava para o seu toque.
— Nosso menino está crescendo rápido. — falei enquanto chegava mais perto, roçando meu nariz em sua bochecha, sentindo a mesma tensionar devido o sorriso que o avermelhado abriu.
— Ele é tão inteligente, igual a você. — sussurrou, recebendo uma mordida na cartilagem de sua orelha.
— Você aumenta muito o meu ego. — falei rindo, começando a me balançar vagarosamente, levando o corpo de Jimin em uma dança lenta e silenciosa. — Você precisa descansar amor, já trabalha muito na maternidade.
— Eu estava indo dormir agora, vim te chamar. — Jimin pronunciou, raspando seu nariz no meu, sua voz tão leve que parecia uma canção aos meus ouvidos.
— Eu já estou indo, só vou terminar e já chego lá. — falei dando um selinho em seus lábios, chamando o mesmo para que outros selinhos fossem trocados.
— Não demora, eu quero cuidar de você. — o mais baixo provocou enquanto seus dedos se perdiam em meu cabelo, me fazendo rir soprado.
— Vai cuidar de mim, é? Como? — perguntei, já começando a apertar seu corpo com minhas mãos.
— Venha e descubra. — finalizou, dando-me um último selinho e se afastando, saindo do cômodo. Ri abobalhado e balancei a cabeça em negação, me sentando novamente.
As coisas parecem estar melhores agora, e por incrível que pareça, não temo que piore, estamos andando por um caminho bom, certo, evoluindo, sendo um exemplo para todos aqueles que ouvem falar de nós, todos aqueles que se inspiram em nós.
Conhece-te a ti mesmo e perceberá que a sua vida também faz parte da vida de outras pessoas, que vocês são semelhantes e que o respeito deve ser mútuo. Conhece-te a ti mesmo e perceba que conhecendo o mundo, você conhecerá a vida, que ela não precisa ser árdua, que a gratidão é a essência do Bem. Conhece-te a ti mesmo e entenda que a natureza também é você, então preserve-a, preserve aquilo que te rodeia, seja a um metro de distância, seja a mil quilômetros.
Aceite a vida, aceite viver, aceite amar.
Aceite a Verdade.
——— Fim. ———
olá (:
então gente, é este o fim! gostaria de agradecer a todo mundo que acompanhou até aqui, realmente estou feliz de tê-la finalizado, cogitei colocá-la em hiatus, mas preferi me esforçar um pouco mais e finalmente consegui finalizar.
obrigada por quem teve paciência tanto com o decorrer da história quanto com todos os momentos que precisei pular alguns dias por motivos variados, eu também sou leitora, também sei como é ter aquela ansiedade de uma att daquela fic que gostamos, então MUITO obrigada por acompanharem todo o desenvolvimento e não esquecerem de mim.
de qualquer das formas, eu estou orgulhosa de como conduzi tudo e de como foi finalizado, espero que vocês estejam satisfeites, mas se não tiverem, ta tudo bem, eu realmente entendo que nem tudo que farei agradará a todo mundo, então qualquer crítica construtiva sobre a história, os personagens ou sobre alguma cena em específico me chamem, mandem direct ou vão lá no meu twitter (feelingguk), eu respondo todo mundo, juro.
eu havia comentado sobre uma nova fic no cap passado, e eu não quero dar muitos detalhes, só direi que ela é algo diferente do que costumo fazer, é um pouco mais leve, mais clichê, um clichê bem gostosinho e que eu to amando escrever. podem deixar que quando eu postar (o que não vai demorar), farei uma nota aqui pra divulgar direitinho.
é isso gente, novamente, agradeço a todo mundo que chegou até aqui, vocês são incríveis <3
até a próxima fic.
beijos *:
lola.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top