Capítulo 12
Quando sua boca cola na minha, entendo porque tenho aquela famosa sensação de explosão. Ariel é fogo e eu sou pólvora e quando nos juntamos, é como uma maldita dinamite prestes a detonar.
Seus beijos são tão insanos que por um momento penso que estou em outra dimensão. Sua língua dança dentro da minha boca, explorando, procurando algo que ele nem mesmo deve saber o que é, provando o meu sabor. Sinto algo frio tocar minha língua e me reteso assustada.
-Calma gata, é só um piercing. –Diz como se adivinhasse meu pensamento.
-Quando você colocou? Quando nos beijamos antes eu não senti nada!
-Eu já tinha a anos, mas tirei esses dias para passar no detector de metais do aeroporto e acabei esquecendo de colocar de volta, agora esquece isso, ok? –Ele responde beijando meu pescoço me arrancando um suspiro.
Subitamente Ariel me levanta do chão e automaticamente coloco minhas pernas na sua cintura para não cair, o que faz com que ele dê uma risadinha safada.
Caminhamos pela sala e ele me deita no enorme sofá. O couro frio contrastando com o calor do meu corpo nesse momento.
Sinto como se estivesse pegando fogo, e seus toques quentes não ajudam em nada. Suas mãos passam cautelosas pelas minhas pernas, cintura, costas, descem novamente para minha cintura e finalmente vão até os meus seios. Ele belisca meu mamilo por cima do sutiã de renda e eu quase vou à loucura.
Sua boca vai novamente para o meu pescoço e me beija com um pouco mais de força do que o necessário.
-Se me deixar outro chupão, te bato, princesa. –Ofego e ele ri.
-Tranquila, esse é fácil de cobrir.
-O que? Ariel!
Tento me levantar, mas suas enormes mãos me empurram de volta para baixo e ele se posiciona bem em cima de mim. Ok, eu posso ser quase da sua altura, mas caramba, nessa posição ele parece enorme.
Mesmo com toda a nossa roupa, posso sentir sua ereção e um sentimento de medo começa a surgir. Será que vamos.... Será que ele vai querer? Eu não sei se estou preparada para isso. Decido deixar de me preocupar tanto, e curtir um pouco. De qualquer jeito, sempre posso dizer não a qualquer momento.
Depois de alguns minutos, minhas mãos já não conseguem ficar paradas e começo a explorar seu corpo sarado. Arranho um pouco suas costas e Ariel geme, um som tão sensual, que sinto mais calor ainda. Passo os dedos pelo seu peitoral, depois pelo abdômen e acabo indo parar na sua bunda durinha. Dou um pequeno apertão e ele ri novamente.
-Então você gosta de bundas em gata?
-Na verdade, sim, gosto. Será que dá para parar de me chamar gata? –Mudo de assunto. Eu realmente não gosto de ser chamada assim. Ele deve chamar a todas desse jeito.
-Então do que quer que eu te chame, Melissa?
Caramba porque meu nome soa tão sexy quando ele pronuncia?
-Pelo meu nome. –Digo, levantando os ombros.
-Eu sei que você adora quando o digo, não é? –Merda.
-Não. Só não gosto de ser chamada por um apelido que você provavelmente usa com todas as que transa. –Droga, Melissa, não dá para fechar essa boca grande uma vez na sua vida?
-E quem te disse que vamos transar, gata? –Pergunta com a sobrancelha levantada e eu sinto uma leve pontada de decepção. Como assim, por acaso não sou boa o suficiente para ele?
De repente parece que todo o clima foi embora em um segundo e novamente por culpa da minha maldita boca.
Me desvencilho do seu corpo pesado e me sento no sofá arrumando minha blusa e colocando os sapatos que por acaso nem lembro quando foi que os tirei.
Sinto meus olhos picarem com as lagrimas que insistem em cair. Mas qual é, não era eu que estava com medo do garoto querer algo mais comigo? Agora que ele disse que não quer nada, fico desse jeito? Eu gostaria de saber qual é o meu problema, porque tem horas que nem eu me entendo.
Esfrego as duas mãos no rosto e procuro pela minha bolsa. Preciso sair daqui urgente. Começo a acreditar que deveria ter pedido desculpas pelo telefone, teria evitado toda essa situação.
Enquanto procuro minha bolsa e termino de calçar o sapato, Ariel me olha com uma expressão estranha. Na verdade, já o peguei me olhando assim várias vezes, mas ainda não descobri o que esses olhos semifechados e essa boca franzida querem dizer.
Vou até a porta e coloco a mão na maçaneta para abrir, mas alguns segundos depois, ela coberta por dedos enormes e quentes.
-Nós não vamos transar Melissa...
-Sim, eu percebi, e na verdade não me importo, eu nem queria fazer nada com você....
-Você quer calar essa boca e me escutar, caramba! –Rosna com o rosto a centímetros do meu. –Nós não vamos transar ainda, nem agora e nem aqui. Mas pode acreditar que não vai demorar muito para que nenhum dos dois resista, e quando chegar a hora, vou me certificar de que você esteja pronta, assim como eu.
Dá um beijo na minha testa e sai da sala me deixando confundida. O que diabos ele quis dizer com isso? E merda, eu não vou transar com Ariel, não mesmo.
Balanço a cabeça e deixo o lugar rapidamente sem sequer me despedir de Marcus. Todo o caminho até o apartamento, penso em como o garoto é tão bipolar. Uma hora me trata de um jeito, no segundo depois me trata diferente. Eu gostaria de saber o que passa por sua cabeça loira. Ele é uma pessoa instável e não sei até que ponto será conveniente seguir com essa.... Relação. Se é que se pode chamar assim. Somos dois polos totalmente opostos e sei que ele não tem amor próprio, muito menos pelos demais, o que me deixa realmente triste.
Sei que Becca tinha razão no que disse, que todos temos uma batalha interna que lutar, mas ser idiota não é inato, é uma decisão. E Ariel decidiu ser assim com todo mundo, incluindo a mim.
Quando faltam apenas duas quadras para chegar no edifício onde moro, sinto que não quero ir para casa. Não ainda.
Em um movimento perigoso, giro o volante e mudo de rota. Quero andar pela cidade sem rumo até decidir que posso voltar.
Estou pela quarta volta em uma rotatória, quando meu celular começa a tocar insistentemente.
Procuro um lugar para estacionar e depois de desligar o carro, pego o aparelho sem nem olhar quem está me ligando.
-Alô?
-Melissa... –A voz de Ariel parece pesada e mais rouca, como mais cedo quando liguei para ele.
-Sim? Aconteceu alguma coisa princesa?
-Melissa....
-Diz logo o que você quer Ariel! –Digo já perdendo a paciência.
-Me desculpa.
E desliga. Qual é o maldito problema desse garoto? Isso não ficar assim. Aperto o botão ligar e ele não atende. Ligo outras três vezes e nada. Decido ligar pela última vez e no quarto toque escuto sua voz.
-O que você quer? –Sua voz agora está mais estranha, com raiva.
-Eu quero saber porque você me liga do nada, me pede desculpas e desliga o telefone na minha cara! Por que você faz isso, Ariel? Por que é assim?
Ele suspira do outro lado e não diz nada por alguns minutos. Até olho na tela do celular para ver se ele não desligou na minha cara novamente, mas os minutos continuam contando e posso escutar sua respiração bem baixinha.
-Olha, Melissa, eu estou muito ocupado no momento ok? Não posso conversar com você, não agora. Amanhã você me xinga no colégio se quiser! –E novamente desliga na minha cara.
Olho igual uma boba para a tela do celular até que ela fica escura e uma lágrima escapa pela minha bochecha.
Jogo o aparelho de qualquer jeito no banco do carro e volto para casa.
[*****]
Depois de evitar os olhares estranhos dos meus pais durante todo o jantar, vou para o meu quarto, deito na cama e faço algo que não tinha pensado durante toda essa semana: procuro o Ariel no Facebook.
Estranhamente, não obtenho nenhum resultado. Não existe nenhum Ariel Albuquerque na rede social. Uma sensação estranha se apodera de mim e fico pensando naquilo até dormir.
"-Não desiste dele maninha. "
Acordo assustada. O que foi isso? Será que sonhei com Jonah novamente? Eu sonho com ele praticamente desde que me lembro. Contei uma vez para mamãe e ela começou a chorar do nada. Naquele momento eu pensei que era por causa da dor pela perda, mas tempos depois ela me disse que ela também sonhava com ele, então percebi que nos compartilhávamos aquela conexão com Jonah e eu rezava todos os dias para não a perder.
Vou até a cozinha, bebo um copo de água e volto para o quarto.
Deito novamente na minha cama, mas demoro quase duas horas para pegar no sono novamente e quando acordo no outro dia, é como se não tivesse dormido nada.
Estou totalmente cansada e devo ter umas olheiras enormes.
Me arrumo sem vontade e tomo o café da manhã só para não ficar com fome mais tarde.
-Mel, você está bem? –Papai pergunta do outro lado da mesa.
-Sim, é que não dormi quase nada...Bom, já vou indo nessa, não quero chegar tarde de novo na escola.
Beijo os dois, faço um carinho na cabeça de Max e escapo do apartamento antes que comecem a fazer mais perguntas.
Dirijo até a escola sem realmente ver o caminho e nem ligo quando a moto de Ariel está no meu lugar. Procuro outro espaço vazio e estaciono de qualquer jeito.
Caminho como um zumbi até a sala onde passamos a primeira aula e a imagem que vejo quando entro é de arrepiar. Ariel está igual ou pior que eu e suas olheiras são tão profundas, que quase não posso ver seus olhos azuis.
O encaro por alguns segundos até que ele percebe que está sendo observado e seu olhar cai sobre mim. Sinto meu estomago embrulhar ao ver seu rosto sombrio. É como se fosse outra pessoa ali. Na verdade, é como se Ariel tivesse ganhado uma versão malvada, diabólica. Ele não esboça nenhuma reação quando me vê, apenas volta a olhar para o maldito caderno e continua desenhando.
Nego com a cabeça e me sento ao lado de Becca.
Não demora muito até ela me encher de perguntas.
-E aí, como foi? Pediu desculpas? Vocês ficaram? E porque você parece não ter dormido nada?
Tampo meus ouvidos, uma dor de cabeça começa a aparecer repentinamente, mas pelo visto minha amiga não entendeu a indireta porque continua me perguntando mil coisas até que realmente não aguento mais escutar sua voz.
-Dá para fechar essa boca, Becca? Por favor!
Seus olhos se arregalam e sua boca fica ironicamente aberta. Olho para os lados e percebo que disse isso alto demais. Merda.
-Becca, desculpa. Eu realmente não dormi nada, e minha cabeça está doendo muito, será que podemos conversar no intervalo? Prometo te contar tudo, ok? –Suavizo minha voz e minha amiga apenas balança a cabeça ainda em choque. Eu nunca a tratei desse jeito. Na verdade, eu nunca tratei ninguém desse jeito, além de Ariel é claro, mas ele mereceu todas as vezes. O que está acontecendo comigo?
Durante toda a aula, Becca me olha estranho. Acho que ela ficou chateada. Eu mesma fiquei chateada comigo.
Quando chega na hora do intervalo, a puxo para um lugar longe de ouvidos fofoqueiros e conto tudo o que aconteceu no dia anterior, incluindo a parte de transar e tudo mais. Becca arregala cada vez mais os olhos conforme vou contando os acontecimentos e tenho medo de que seus olhos acabem saltando das órbitas.
Quando termino de falar, paro para respirar e minha amiga solta um grito nada discreto.
-Ah! Eu não acredito que ele te disse isso! Ele quer transar com você! Oh por Deus, Mel!
Becca dá pulinhos enquanto bate palmas com as mãos, como se isso fosse a melhor coisa que pudesse estar acontecendo comigo.
-Eu não vou transar com ele, Becca. Não quero correr o risco de pegar uma clamídia ou qualquer outra DST. O garoto deve ser o maior galinha. Escutei algumas garotas comentando que ficaram com ele e que ele é muito bom no que faz.
-Serio? Eu não acredito nisso! Você não está brava?
-Porque eu estaria? Não somos namorados nem nada. Somente nos beijamos algumas vezes....
Minha amiga me olha como se estivesse com pena. Eu realmente não fiquei chateada por escutar aquilo daquelas garotas. Eu só fiquei, decepcionada.
-Se você diz, acredito em você, Mel. –Becca me abraça.
-Tem que acreditar mesmo, porque é a verdade! –Escutamos o sinal para voltar para as aulas. –Bom, temos que voltar para a sala.
Puxo sua mão e nos guio para a sala da próxima aula.
-O que vai fazer depois da escola, Mel? –Becca pergunta ao lado da porta antes de entramos.
-Infelizmente tenho que continuar os trabalhos com Ariel. Só temos até quinta-feira para terminar tudo e até agora só fizemos o stand e os cartazes, ainda faltam mais coisas para arrumar.
-Oh.... Ia perguntar se não quer ir no cinema comigo.
-Porque não vai com Jonathan? –Pergunto e noto que seu olhar entristece um pouquinho. –O que aconteceu, Becca?
Seus olhos de repente se enchem de lágrimas e sei que algo anda muito mal. A levo para o banheiro e tranco a porta quando entramos.
-Nós brigamos. –Ela solta de repente. –Ele disse que não queria mais me ver nem pintada de ouro.
-O que? Porquê? –Se eu encontrar esse babaca dou uma surra nele por ter magoado minha amiga.
-Eu.... Prefiro não falar mais nisso. Desculpa.
-Pode contar comigo Becca. Assim como conto com você.
Minha amiga respira fundo e começa a contar o que aconteceu. Ao que parece, ela estava passeando com um amigo de infância que veio visitar a cidade e Jonathan viu os dois juntos, interpretou tudo errado e decidiu terminar com ela sem ao menos escutar o que ela tinha a dizer.
-Mas que babaca! –Grito e escuto o eco da minha voz no banheiro. –Você tinha o direito de se explicar! Quem esse idiota pensa que é?
Eu estou com muita raiva. Como Jonathan fez isso com Becca? Ele nem a deixou se defender.
-Está tudo bem, Mel. Não é o fim do mundo também. –Becca seca os olhos e eu a abraço. Ela pode até dizer isso, mas sei que ela gostava bastante de Jonathan. Espero do fundo do meu coração que o idiota se arrependa amargamente dessa decisão.
-Vai ficar tudo bem, meu anjo. Não se preocupe.
Saímos abraçadas do banheiro e nos separamos quando entramos na sala.
As aulas passam rapidamente e quando percebo, o sinal que indica o fim do último período toca. Me despeço da minha amiga com outro abraço e com palavras de conforto e a promessa de que vou ligar para ela quando acabar o trabalho com Ariel.
Decido não esperar pelo garoto, vou direto para a sala onde estão todos os materiais e quando chego perto, a imagem que vejo me deixa sem chão.
Ariel está aos beijos com uma garota qualquer e eu sinto meu coração quebrando pedaço por pedaço.
NOTA DO AUTOR
Amores, não me matem por favor! Tudo tem uma razão de acontecer! ;)
Bjsssss BF
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