Capítulo 10

Balanço a cabeça e fecho a porta da sala. Esse garoto vai me deixar louca, isso se já não estiver.

Me aproximo do loiro de olhos gelados e tiro dois pedaços de madeira da sua mão e os coloco em cima de uma mesa retangular enorme.

Seguimos nesse ritmo, até que tudo está em cima da mesa.

Eu vi na internet várias maneiras "fáceis" de construir um stand, mas na pratica, a coisa é totalmente diferente. Desenho um modelo e mostro a Ariel que nega com a cabeça.

-Se fizermos desse jeito, o stand vai se desarmar com um estalar de dedos. Não tem nenhum apoio aqui –ele aponta para uma parte do desenho – e aqui.

Argh. Agora ele virou marceneiro ou o que?

-Então o que você tem em mente, oh gênio da construção? –Debocho e ele arranca o papel das minhas mãos, pega sua mochila e procura alguma coisa lá dentro.

-Ah, achei! –Ele tira um lápis grosso de qualquer bolso, e eu reconheço aquela peça. Ele usa para fazer seus desenhos na sala.

Imediatamente começa a desenhar um stand mil vezes melhor que o meu. Mas ele nunca vai saber que eu acho isso. Caramba, eu pensava que ele desenhava mal, mas cara, se ele desenha assim um simples stand de madeira, o que mais ele sabe fazer?

Uma curiosidade me ataca e quero saber o que ele tanto desenha naquele seu caderno durante as aulas.

-E aí? O que achou? –Pergunta, chamando minha atenção.

-Hum... até que não está tão mal. –Minto descaradamente, esse é o melhor desenho que já vi.

-Certo. –Nega com a cabeça enquanto dá uma risadinha. –Bom, comecemos pelas partes inferiores, eu vou martelar e você fica encarregada de lixar e pintar.

-Hã? E se eu quiser martelar? Ou você é outro daqueles machistas que não acham que uma garota pode fazer o trabalho de um homem?

-Tudo bem, garota! Eu nem queria estar aqui fazendo isso, cruzes, faça o que quiser fazer! –Ariel solta o martelo no chão fazendo um barulho metálico e vai para o outro lado da sala pegar as lixas e as tintas.

Mostro a língua para suas costas musculosas e começo a pregar as madeiras seguindo o desenho que ele fez. Eu sempre gostei de fazer esse tipo de trabalhos e ficava muito irritada quando alguém dizia que esse não era uma tarefa para "garotas". Machistas!

Coloco meus fones de ouvido para proteger do barulho das marteladas e mexo meu corpo no ritmo da música que toca no meu celular dentro do sutiã. Fiquei com medo de colocá-lo no bolso, e acabar sentando em cima e quebrando sua tela, então, usei o sutiã para algo útil.

Depois de quase duas horas, a primeira parte está construída e eu estou com as mãos cheias de calos. Droga, poderia ter sido menos orgulhosa e ter deixado esse trabalho para Ariel.

Tento levantar a base do stand, mas uma farpa finca profundo no meu dedo me fazendo soltar um urro de dor, seguido de alguns palavrões que fariam os motoqueiros tamparem os ouvidos.

Balanço minha mão para cima e para baixo e continuo urrando, até que sinto meus fones de ouvido serem puxados bruscamente das minhas orelhas.

-Melissa! Você se machucou? –Ariel segura meu rosto, e examina meu corpo com um olhar preocupado. Suas mãos percorrem minha cintura, minhas pernas, meus braços, buscando algum ferimento grave e ao mesmo tempo me fazendo esquecer da dor na minha mão.

-N-não. Está tudo bem, Ariel. Foi só uma farpa que entrou no meu dedo. –Consigo achar as palavras em meio ao seu toque e mostro o dedo com o pedaço de madeira fincado profundamente. Algumas gotas de sangue começam a cair e eu procuro minha bolsa para ver se tenho algum lenço humedecido, mas lembro que a deixei no carro antes de vir para cá. Droga. –Deixei minha bolsa no carro, tinha alguns lenços humedecidos lá dentro, será que você pode traze-la para mim?

Pergunto, já preparada para uma resposta do tipo "por acaso sou seu empregado agora? ", mas Ariel simplesmente balança a cabeça e pega a chave do carro no bolso traseiro da minha calça, não perdendo a oportunidade de dar um apertão na minha bunda, o que me arranca um arquejo e sai correndo trazer minha bolsa.

Sento em uma cadeira vazia para espera-lo, e sua mochila jogada no canto da sala chama minha atenção. Quero olhar seu caderno, sei que isso é uma total falta de respeito, mas, argh.... O que aquele garoto tanto desenha?

Debato internamente se devo ou não mexer nas suas coisas, até que decido ver de uma vez seu caderno. Ele nunca vai saber mesmo!

Me levanto e caminho lentamente até a sua mochila, como se fosse sair uma cobra venenosa de lá de dentro, até chego a dar um pequeno chute só para garantir. Me abaixo e pego a mochila nas mãos. Estou a ponto de abrir o zíper para finalmente ver o conteúdo, quando Ariel passa pela porta correndo e freia quase derrapando quando me vê com suas coisas na mão.

-O que você pensa que está fazendo, Melissa? –Sua voz sai extremamente nervosa e enraivecida, o que chama minha atenção.

-Nada, só estava tirando sua mochila do chão, acho que vi uma barata andando por aqui perto, não queria que ela entrasse nas suas coisas...

Realmente, os atores ficariam com inveja dessa minha encenação.

-Hum... okay. –Ele puxa a mochila das minhas mãos subitamente e a coloca bem longe de mim. O que será que esse garoto desenha? Pornografia? –Aqui está sua bolsa. –Joga minha bolsa em cima da mesa e eu corro para abrir o zíper e pegar logo os lenços. Odeio fazer sujeira.

Depois de limpar o sangue que já tinha até secado na minha mão, pego um alicate de cutícula que sempre levo comigo, e puxo a enorme farpa sem dó nem piedade, me segurando para não dar outro grito de dor.

Quando olho para Ariel, sua expressão assustada me faz dar uma enorme gargalhada. O garoto parece que acaba de ver uma assombração.

-O que foi, princesa? Nunca viu uma farpa sendo retirada de um dedo? –Tiro sarro da sua cara.

-Sim, mas nunca a própria pessoa tirou a farpa desse jeito. –Ele aponta para mim com suas mãos grandes. –Eu até ia me oferecer para tirar para você, mas não sabia que você nem precisaria de mim....

-Há muitas coisas que você não conhece a respeito da minha pessoa, princesa, uma delas, é que não preciso de homem para viver. –Pisco um olho para ele enquanto enrolo um band-aid que também carrego comigo sempre, no dedo machucado. –Bom, temos que continuar com o trabalho, agora você prega o resto das madeiras, enquanto eu lixo e pinto o que já está terminado.

Ariel assente com a cabeça e começa a trabalhar. Depois de alguns minutos, a sala começa a ficar realmente abafada com todo o trabalho e o calor da tarde. Sinto vontade de me jogar em uma piscina nesse exato momento, e pelo visto, ele também.

Escuto um praguejar e quando dou a volta para saber do que se trata, a cena que vejo, me quase me tira a respiração: Ariel está tirando sua blusa e colocando um short que provavelmente tinha dentro da mochila, das aulas de educação física.

Eu já o tinha visto de shorts, mas sem camisa, Jesus. Esse garoto é uma tentação ambulante.

De repente a sala ficou mais quente? Abano meu rosto com a lixa que estava usando e quase desmaio quando ele começa a martelar novamente com aqueles braços musculosos. Demônios, o garoto sabe ser lindo.

As gotas de suor descem pelo seu abdômen e se perdem no cós da cueca que aparece quando ele se abaixa. Quem dera eu tivesse minha máquina fotográfica para registrar esse momento, isso é uma obra de arte!

Ariel levanta o rosto de repente, e sou pega em flagrante observando seu corpo seminu.

-Está gostando do que vê, gata? –Ele diz a mesma frase de quando nos vimos pela primeira vez, e eu faço exatamente a mesma coisa que fiz naquele dia. O olho de cima a baixo e respondo:

-Na verdade, não.

Ele apenas sorri, e se levanta vindo na minha direção.

-Bom, já terminei de fazer a minha parte, agora só falta lixar e pintar.

Passa seu braço através de mim, e pega uma garrafa de agua que eu nem tinha reparado que estava atrás de mim. Ele abre a tampa e engole praticamente quase todo o conteúdo do recipiente de plástico e quando já saciou toda a sua sede, o entrega nas minhas mãos.

Será que ele percebeu que minha boca ficou seca de repente?

Levo a garrafa até os meus lábios na pressa de saciar minha sede repentina, deixo escorrer um pouco de agua pelo canto da minha boca.

Levanto minha mão para secar o meu rosto, mas Ariel segura meus braços impedindo o ato.

-Tsc, tsc. –Ele nega com a cabeça e quando vejo, está beijando bem onde a agua escorria a poucos segundos.

É oficial, morri e fui para o céu!

Respiro fundo, tentando me controlar o máximo possível, mas fica muito difícil com a boca desse garoto tão perto da minha. Como se quisesse me torturar, ele começa a beijar o meu pescoço e desce até o decote da minha blusa.

-Ariel, por favor! –Suplico, sem saber ao certo o que realmente quero.

Posso sentir sua risada na minha pele, garoto idiota.

Ele começa a subir novamente, depositando beijos pelo caminho até finalmente chegar na minha boca. Nesse momento, aquela explosão que começo a reconhecer muito bem, aparece me levando às alturas.

De repente minha blusa é puxada para cima e fico somente de sutiã, praticamente colada ao corpo suado do garoto. Sua pele macia em contato com a minha, me causa sensações que nunca pensei sentir.

Suas mãos vão parar atrás das minhas costas e ele abre o fecho do meu sutiã, liberando meus seios bem ali naquela sala no meio da escola.

-Alguém pode entrar a qualquer momento! –Reclamo, mas ele não está nem aí para o que digo e coloca um dos mamilos na boca. Imediatamente esqueço que estou dentro da escola, correndo o risco de ser encontrada pela diretora nessa situação. Ariel chupa, lambe e faz tudo o que tem direito, me deixando mole como uma gelatina. Droga! Porque não consigo resistir a esse garoto e a essa sua boca magnífica?

Aquela sensação no meu estômago começa a crescer quando ele dá uma pequena mordida no meu mamilo e chupa mais intensamente, beliscando o outro mamilo esquecido, e de repente sinto como se o mundo fosse desabar bem ali aos meus pés. Minhas pernas começam a tremer e não fosse Ariel me segurar pela cintura, eu acho que teria me estatelado no chão. Me sinto como se estivesse voando. O que diabos foi isso?

-Você acaba de ter um orgasmo, querida. –Ele responde como se lesse os meus pensamentos. Ou será que disse algo em voz alta? A essa altura não consigo nem lembrar quem eu sou....

Recebo outro beijo na boca e observo embasbacada enquanto ele coloca novamente meu sutiã no lugar e depois minha blusa.

Como se nada tivesse acontecido, ele pega a lixa que eu nem lembrava de estar ainda na minha mão e caminha tranquilamente até o outro lado da sala, para acabar o trabalho que tinha começado.

Como ele pode estar tão calmo depois do que acaba de acontecer? E porque eu permiti que ele fizesse isso? Aonde diabos está o meu juízo? E se alguém entrasse e nos visse?

Me sento lentamente e sinto que minha cabeça começa a doer com os "e se" que começam a surgir. Eu nunca fui uma pessoa imprudente, nunca me arrisquei tanto como hoje. Sinto que vou surtar a qualquer momento.

Se alguém chega a saber disso, estamos ferrados, os dois!

Sinto uma mão no meu ombro, e quase pulo com o susto que levo.

-Tranquila gata, ninguém viu o que aconteceu, a porta estava trancada, lembra?

-Você! –Grito e levanto em um salto. –Onde diabos estava sua cabeça, hein? Como se atreve a me desrespeitar desse jeito!

Coloco meu dedo no seu peito duro e ele me olha com diversão.

-Que eu me lembre, você estava adorando... se não queria era só ter dito não e eu teria parado.

-Ah claro que sim, como se você obedecesse a alguém, seu... seu.... Idiota!

-Melissa, será que você pode se acalmar e deixar de gritar! –Segura minhas mãos apertado. –Ou você quer que alguém escute essa sua ladainha e venha ver o que está acontecendo?

Bom, é um bom ponto. Abaixo minha voz, mas continuo o repreendendo em um sussurro.

-E se alguém tivesse entrado e me visto assim.... Pelada? Quem você acha que ficaria com a fama de vagabunda, hein?

-Primeiro, ninguém viu nada, e segundo, porque você ficaria com fama de vagabunda, se eu também estava sem blusa?

-Oh, vamos princesa, você sabe que sempre é a mulher que sai perdendo. –Fico de costas para ele.

Respiro agitada e sinto seus braços contornando minha cintura e suas enormes mãos se juntam bem em cima do meu umbigo.

-Você é estressada assim sempre? –Sussurra na minha orelha me arrancando arrepios.

-Só quando estou com você. –Respondo ofegante.

-Bom, contra isso não tenho argumentos, mas uma coisa tenho que te dizer, você fica muito gata quando está com raiva. –Lambe minha orelha e rodo meus olhos me desvencilhando do seu aperto.

-Você nunca pensa nas consequências dos seus atos, garoto? Ou acha que todos devem fazer o que você disser e pronto? Será que sua mãe não te castigou o suficiente quando era criança?

Explodo com raiva. Será que ele sempre foi assim? Louco?

Ele fica calado e eu me viro para saber o porquê. Ariel vai até onde está sua mochila e sua blusa, pega os dois em um puxão e sai disparado pela porta.

-Qual é o seu maldito problema? –Grito ficando ainda mais furiosa.

-VOCÊ! –Ele responde me deixando sozinha e totalmente espantada. 


NOTA DO AUTOR

Bom amores, como eu já tinha dito, vou subir caps de segunda a sexta, então nos vemos segunda feira!!

Se eu estiver muito inspirada e realmente nao aguentar para postar, posso subir antes, mas caso contrario, até semana que vem!

Espero que gostem do cap assim como gostei de escrever! Bjsssss BF

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top