ARIEL - Capitulo 31


O que eu estou fazendo aqui? Já são mais de nove horas e ela ainda não apareceu. Eu tinha tanto em jogo e decidi me arriscar entregando para ela aquele estupido caderno. Como eu sou idiota! Melissa deve estar rindo da minha cara nesse exato momento. Eu deveria ter dito tudo o que sentia quando tive a oportunidade, mas não... eu tinha que ser um tremendo covarde!

Observo a fonte de água no centro do parque. Me distraio com a mulher dançando enquanto despeja agua por um cantil envelhecido. Ela me lembra vagamente a Mel. Eu estou ficando doido. Passo as mãos no meu rosto e depois as levo até a minha nuca. No que diabos eu estava pensando? Merda! Solto um rugido de frustação enquanto tomo coragem para esquecer dessa história enquanto minha dignidade ainda está intacta ou pelo menos inteira.

Respiro fundo uma última vez, deixando o que sobra de esperança para trás e me despeço mentalmente da fonte que me acompanhou por quase uma hora. Sim eu cheguei aqui às oito em ponto porque sou um tremendo babaca.

É isso, terei que aprender a viver sem Mel ao meu lado, ela obviamente já fez a escolha dela...

-Ao contrário do que você pensa, você vale muito a pena.

Escuto e tenho medo de me virar e tudo não passar de um fruto da minha imaginação. Mas.... Essa voz é inconfundível. Me viro lentamente e a vejo parada a centímetros de distância de mim. Levanto minha mão e toco o seu rosto sentindo a textura aveludada da sua pele. Melissa fecha os olhos e toma uma respiração profunda antes de abrir os olhos novamente. Começo a dizer o quanto a amo e senti saudades dela, mas ela coloca o dedo na minha boca me impedindo de continuar.

-Princesa... –um pequeno sorriso escapa da minha boca ao escutar o apelido que ela me deu desde os primeiros dias que nos conhecemos. – Eu tenho muitas coisas para te dizer, mas eu preciso que você me faça um favor.

-Tudo bem. –Sussurro. Nessa altura do campeonato eu concordaria com qualquer coisa que ela me pedisse, com tal de não a afastar de mim novamente.

-Eu preciso que você não me interrompa enquanto eu não terminar de falar. Você pode fazer isso por mim? –Apenas balanço a cabeça concordando e ela puxa o ar e solta várias vezes, como se precisasse do máximo de fôlego para dizer o que necessita.

-Ariel, primeiro de tudo, eu tenho que te dizer que eu sinto muito, muito mesmo pelo que você passou, aquela mulher, ela não tinha o direito de te tratar daquele jeito. Eu não a conheço, mas você não sabe a vontade que tenho de afoga-la nessa fonte agora mesmo. Ela era sua mãe pelo amor de Deus! Isso não justifica o jeito que você encontrou para lidar com a sua dor, minha mãe sempre diz que nós somos donos das nossas escolhas, mas eu não sei como reagiria se isso tivesse acontecido comigo. Durante muito tempo eu me culpei por você ter tido a overdose, -começo a balançar a cabeça para dizer que ela não teve nada a ver com isso, mas ela coloca a mão no meu rosto e eu me calo imediatamente – mas eu sei que você já estava perturbado muito antes de me conhecer, aquilo foi só o detonante da situação. Eu te odiei durante três meses porque pensei que você simplesmente havia desistido de mim e isso me fez sofrer tanto, porque eu... Deus... eu te amo com toda a minha alma Ariel. Nós somos como duas engrenagens, nós não funcionamos separados. Simples assim.

Eu cansei de lutar contra o inevitável, cansei de ficar brava com você porque eu pensava que você iria me fazer sofrer novamente, mas depois de ver o que tem nesse caderno, -ela mostra o caderno preto para mim, eu nem tinha percebido que estava nas suas mãos, até agora –eu te entendo. Eu entendo sua raiva, você foi maltratado e depois abandonado, a única pessoa que te dava amor do jeito dele era o seu pai, mas você estava muito ocupado o culpando por tudo para perceber isso. Eu quero te ensinar o que é o amor de verdade, quero que você conheça todas as fases, não só as boas, mas as ruins também, porque é disso que se trata um relacionamento, de apoio e reciprocidade e minha meta é me certificar de que você tenha isso todos os dias. Eu te amo muito Ariel, e te perdoo por tudo o que aconteceu pois sei que isso não foi cem por cento sua culpa. E preciso que você saiba que Jonah me disse que tudo iria ficar bem, ele falou comigo, obrigada.

Mel para de falar e eu pego o seu rosto com as duas mãos e colo minha testa na dela. Dou um beijo bem ali e depois a abraço apertado. Sinto como se tivesse um caroço na minha garganta. Tento me segurar, mas quando percebo, estou derramando lágrima após lágrima, mas dessa vez, é de felicidade pura. Melissa fez muito mais que simplesmente me perdoar, agora estou em paz comigo mesmo. Ficamos assim abraçados por um bom tempo, matando a saudade que tínhamos um do outro.

-Mel.... –Digo para a garota ainda presa nos meus braços. –Eu te amo mais que a mim mesmo, você sabe disso não sabe? Nunca foi minha intenção te fazer sofrer, eu preciso que você entenda que se depender de mim, você nunca mais vai chorar, não de tristeza pelo menos.

Ela balança a cabeça e se desvencilha de mim com certa dificuldade, pois não quero que ela se afaste.

-Eu sei meu amor, e eu não garanto que não vou mais te encher o saco, mas prometo que meu amor por você nunca vai diminuir.

Começo a dar risada e ela me olha com uma sobrancelha levantada.

-O que? –Pergunta contrariada.

-Você sabe o que eu mais gosto em você?

-Não...

-Eu amo o seu jeito implicante e sua personalidade marcante, o dia que você deixar de encher o meu saco, pode ter certeza que eu vou achar muito estranho.

-Você é tão romântico, princesa... –Zomba, mas eu permaneço sério. Me aproximo ainda mais do seu corpo e seguro novamente o seu rosto com ambas mãos. Melissa olha bem nos meus olhos e posso ver o reflexo do meu amor nos seus orbes caramelo.

-Eu posso te beijar agora? –Pergunto com medo de estar adiantando muito as coisas.

-Pensei que fosse mais esperto princesa! –Solta e cola a minha boca na dela. Eu definitivamente amo a essa garota!

Nosso beijo começa com um simples selinho e depois passa a algo mais sério. É um beijo de perdão, de redenção e demonstração do amor mais puro que eu já conheci.

Eu amei Melissa desde o primeiro dia que a vi. Eu lutei contra esse sentimento, pensei que isso iria me deixar mais fraco, mas no final das contas, só me fez mais forte. Por ela eu lutei contra o meu vício, voltei a ter uma relação de pai e filho e perdoei minha mãe por tudo o que ela fez comigo. Por Melissa eu me tornei uma pessoa melhor, eu me tornei alguém que vale a pena, por ela eu aprendi a amar e a ser amado.

Eu não estava brincando quando disse que iria provar para ela todos os dias como eu mudei, porque Melissa merece isso e muito mais! Ela merece ser feliz ao meu lado e darei tudo de mim para que isso aconteça, até o meu último suspiro.

-O que você acha de irmos para a sua casa? –Mel pergunta depois de algum tempo, me pegando de surpresa.

-Eu mal voltei e você já quer se aproveitar de mim, garota! –Brinco e recebo um tapa no braço.

-Bom... se você não quer, acho melhor eu ir embora...

-Não saia daqui! Já volto! –Grito enquanto corro para pegar minhas coisas na moto. Eu a deixei em um estacionamento bem perto da praça, porque sinceramente não queria ser roubado.

Pego algumas coisas que deixei no compartimento e combino de busca-la amanhã com o dono do estacionamento. Pago tudo e volto correndo para encontrar a minha garota parada exatamente do mesmo jeito que a deixei.

-Vamos? –Pergunto ansioso.

-Vamos. –Ela pega na minha mão e cruzamos os nossos dedos. Essa é uma das melhores sensações que já experimentei, a de pertencer a alguém.

Melissa dirige como uma louca e tenho quase certeza de vai ganhar algumas multas por excesso de velocidade e por passar o sinal vermelho, mas estou mais que disposto a pagar tudo apenas porque tenho tanta pressa quanto ela para chegar em casa.

Passamos pela porta entre beijos e amassos e subimos do mesmo jeito até o meu quarto.

Me certifico de trancar a porta e a deito lentamente na minha cama.

Tiro sua blusa e seu sutiã e me deleito com a imagem do seu corpo nu da metade para cima. Começo beijando o seu rosto e depois vou passando para o seu pescoço, seios e descendo cada vez mais por sua barriga. Ela respira rápido e eu a entendo muito bem. Estou tão nervoso quanto ela.

Tiro sua calça e seus sapatos e puxo sua calcinha a deixando totalmente nua agora. Beijo suas pernas até chegar ao seu tornozelo e volto fazendo o mesmo percurso.

-Vamos princesa, você vai me deixar louca aqui...

-Calma meu bem, esperei três meses por isso, não quero estragar tudo...ei o que é isso? –Pergunto enquanto vejo uma mancha colorida no seu ombro.

Mel fica vermelha de repente o que me faz ficar ainda mais curioso. Ela se levanta rápido e se tampa com o lençol da cama.

-O que você está me escondendo hein? –Pergunto novamente e vou subindo em cima dela para garantir que ela não escape a lugar nenhum. –Me deixa ver? –Ela balança a cabeça e se tampa ainda mais com o lençol.

-Você vai rir de mim... –Sua voz sai abafada debaixo do tecido branco.

-Prometo que não vou.... agora me mostra o que você tem aí meu amor? –Digo e ela tira só um pedacinho da cabeça para fora do lençol.

-Tudo bem, mas se você rir, eu juro que te mato. –Abaixa lentamente o tecido e se vira tirando o cabelo do ombro e revelando o que escondia. Minha boca fica tão aberta quando vejo o que é que se alguém me visse agora, diria que estou tendo algum tipo de ataque.

-O que isso significa? –Passo os dedos por cima da tatuagem e sinto sua pele se arrepiar com o meu toque.

-É a princesa Ariel, lembra? A pequena sereia...

-É linda... –Realmente é muito linda, uma sereia sentada em uma pedra com os cabelos ao vento e o mar abaixo dela. Só que essa sereia não tem aparência de um desenho, é quase como se fosse uma sereia "real", e os seus olhos são azuis, muito parecidos aos meus.

-Obrigada... –posso sentir a vergonha na sua voz.

-É sério Mel, ficou perfeita! Quando você fez? –Não consigo parar de tocar o desenho e até dou um beijo bem ali, arrancando um suspiro dela.

-Foi a uns dois meses atrás. Eu estava tão chateada que fui até o The Pub porque pensei que te encontraria lá. Marcos me serviu algumas bebidas e eu acabei ficando meio... você sabe... bêbada. Dirigi sem rumo pela cidade até que encontrei um estúdio de tatuagens aberto. Quando entrei, a primeira coisa que vi foi ela e eu me apaixonei... eu a fiz porque era uma forma de me lembrar de você... mesmo que dissesse para todos que eu não estava nem ai, no fundo eu sentia muito a sua falta...

Beijo sua boca e sinto toda a emoção fluir pelo meu corpo. Essa garota não é desse mundo.

-Eu amei Mel, eu amo tudo de você. –Digo entre suspiros e volto a beijá-la no instante seguinte. Tiro minha roupa o mais rápido que consigo e coloco uma camisinha no meu membro que está mais do que preparado e a penetro de uma só vez. Melissa geme com a sensação de preenchimento e eu respiro fundo. Espero ela se adaptar a mim e logo começo a entrar e sair lentamente do seu corpo.

De repente tudo começa a ficar mais intenso e quando percebo ambos estamos nos movendo como loucos. Coloco um dos seus mamilos na minha boca e chupo como se minha vida dependesse disso. Melissa geme e respira acelerado me fazendo saber que ela está bem próxima do orgasmo. Acelero ainda mais a nossa dança desenfreada e alguns segundos depois sinto uma explosão no meu interior e libero tudo o que tendo dentro dela enquanto sinto pequenos espasmos da sua vagina, ordenhando o que ainda resta de mim.

Praticamente caio em cima dela e beijo sua boca demoradamente.

-Eu sou completamente seu, Melissa. –Digo enquanto me movo para o lado e a abraço.

-E eu sou irrevogavelmente sua, Ariel. 

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