Capítulo 2
Numa tentativa de se defender Melissa, pulou para trás com a sua guarda ainda alta, assim que ela pulou, passou a flutuar não muito alguns míseros centímetros do chão, uma enorme bola de fogo saiu de suas mãos.
Ela nem havia se dado conta de que estava flutuando, mas se apavorou tanto quanto aquela enorme bola de fogo saiu de suas mãos que acabou caindo. Esqueceu-se completamente do Drácula, ficou ali paralisada olhando para suas mãos ainda em choque com o que havia acontecido.
''O que foi isso? Como isso aconteceu?'' Eram muitas perguntas que se passavam pela cabeça de Melissa.
— Finalmente, eu te encontrei!—O Drácula, pela primeira vez, se pronunciou a Melissa.
— Quem é você e o que quer?—Melissa indaga para ele sem o menor medo!
— Vejo que tem os olhos de sua mãe e a astúcia de seu pai —Diz enquanto sai das sombras, com o sorriso de canto.
— Quem é você, afinal?
— Perdoe-me se a assustei, mileide! Essa não foi a minha intenção.
— Claro, imagina! Você só ficou me observando cegamente e após me perseguiu. Isso é muito normal, não existe motivo algum para ter me assustado! — Com tom de deboche, Melissa tinha disparado.
'' Eu me achava louca por escutar os esquilos, por responder os ratinhos, porém definitivamente esse homem, consegue me superar. Como ele acha que não iria me assustar dessa forma? Sem falar na reverência enquanto me chamava de mileide''
Enquanto Melissa estava perdida em seus pensamentos, aquele homem ainda estava curvado perante ela.
—Seu Drácula, pode se levantar! Não entendo o porquê disso.
—Drácula?
—Sim, suas roupas lembram a drácula. Vai me dizer que nunca assistiu esse filme?
—Perdoe-me, mileide. Não sei o que é filme e nem esse tal de drácula. Mas se a minha senhora quer me chamar assim, que assim seja.
—Mileide para lá, Mileide para cá... e eu continuo sem entender nada! Como eu tenho os olhos da minha mãe? Eu nem conheço ela! Fui abandonada!
—Deixe-me lhe explicar. Mas não pode ser aqui e nem agora. Na hora certa saberás.
Fazendo um círculo com as mãos, o Drácula abriu uma espécie de portal mágico e deste portal, tirou dois pergaminhos e entregou a Melissa.
Assim que Melissa pegou o pergaminho ele entrou no portal e sumiu dizendo:
—Lhe vejo em breve, mileide!
Ele saiu sem mais nem menos e Melissa ficou ainda mais confusa, um daqueles pergaminhos era um mapa mostrando que, cruzando o oceano, levava até um determinado portal, porém as letras eram muito diferentes da grafia que ela conhecia. Ela mal conseguiu decifrar. Ficou encarando por um tempo até conseguir finalmente ler o que estava escrito, parecia ser uma espécie de enigma.
Pegou os pergaminhos colocou, em uma bolsinha lateral que estava com ela e seguiu para sua casa, chegando lá, se dirigiu ao seu quarto.
Não era um quarto grande, mas sim um daqueles bem pequenos para os empregados.
— Sua imprestável! Posso saber onde você estava o dia todo?
— Estava na biblioteca, mãe.— Melissa responde imediatamente abaixando a cabeça.
— Na biblioteca? Você esqueceu que amanhã é aniversário de seu pai? Vamos dar uma festa grande! Você nem fez a faxina na mansão ainda!
— Desculpe.
— Desculpas? Sério isso? Não quero nem saber! Que você passe a noite limpando. E quando eu acordar quero ver o meu reflexo no piso, entendido?
— Sim senhora.
Melissa passou o resto da noite limpando.
Já não aguentava mais ser tratada de tal forma. Limpe, faça, pegue.
Houve um tempo em que ela era tratada de maneira diferente, com amor e carinho, recebendo atenção e afeto de verdade.
Seria esse o motivo dela ter desenvolvido ansiedade? Provavelmente sim. Mas ela não tinha com quem conversar, era sozinha.
Melissa começa a fazer a faxina do segundo andar e depois desce para o primeiro. São muitos móveis, sofás, poltronas etc.
Ela termina a faxina exatamente às quatro da madrugada. Sem banho, sem nada ela se joga na sua cama e apaga. Para acordar exatamente às cinco, para fazer a decoração, preparar as bandejas e outras coisas. Mas, ela perdeu o horário, não ouviu o seu despertador tocar.
Acordada com água sendo jogada em seu rosto.
— Acorde! Eu quero que essa casa não esteja pronta até às quatro, para você ver!
— Mais uma coisa, limpe o meu quarto e lave as roupas!
Exatamente às quatro da tarde, estava tudo arrumado, os doces nas bandejas, os salgados também, a decoração poderia ser considerada impecável. Sua mãe aprovou.
Após tudo preparado, Melissa subiu para o sótão, pois sua mãe havia solicitado que ela colocasse alguns candelabros no canto da mesa.
Lá no sótão ela achou um velho retrato dela e seu falecido avô. Lágrimas escorreram pelo seu rosto, ao recordar de como tudo era diferente com ele por perto.
Abaixo do retrato ela encontrou a documentação da herança, dizendo que a mansão ficou para a sua mãe e também encontrou algumas cartas antigas e uma fita cassete, ela abriu as cartas.
As cartas eram conversas entre sua mãe e seu avô, sobre a herança da mansão e algumas com foto de Melissa pequena e seus pais adotivos, rapidamente ela botou a fita cassete para reproduzir. O conteúdo não foi agradável.
— Você é incapaz de amar e cuidar de alguém! Não lhe darei a mansão, deixarei tudo para seu irmão! — Meu avô dizia furioso.
A fita se resumiu a uma discussão. Assim que terminou de ler as cartas e assistir a fita, Melissa se pôs a chorar.
A adoção e a criação dela foram apenas para conseguir a parte da herança, tudo passou a fazer sentido. Até a morte de seu avô que mesmo sendo adotivo lhe tratava com todo amor e carinho. Tudo mudou. Foi tudo pela herança e apenas por ela.
Ela descobriu que quem a havia encontrado foi o seu avô e sua mãe só tinha a criado pela mansão e o dinheiro.
Ela pegou os dois candelabros, dourados e desceu, com seu rosto ainda encharcado.
Os colocou na mesa e foi beber um copo d'água, suas mãos estavam trêmulas.
E derrubou um dos copos de cristal, sua mãe veio furiosa, parecendo que o cão a havia incorporado.
—Você vai pagar!—Ela bradou e Melissa apenas assentiu com a cabeça. Se dirigiu ao seu quarto, pegou o seu dinheiro e deu na mão de sua mãe e voltou para o seu quarto.
Sempre foi assim, ela já estava cansada, pegou o colar que havia achado no cesto e colocou com orgulho. Havia ali uma possibilidade de aquilo ser real!
Afinal, não é normal as pessoas entenderem os animais, muito menos aquela bola de fogo que saiu de suas mãos. Pegou os pergaminhos para terminar de decifrá-los.
Os dois ratinhos entraram no quarto.
—Olá, tudo bem?—Disse aquela fofa e estridente voz. Melissa imediatamente reconheceu.
—Eu...estou ...bem.—Ela respondeu com um pouco de insegurança. Não tinha se acostumado a aquele dom de falar com os animais.
—Nós podemos subir?—O outro perguntou.
—Sim. Não, esperem. Só depois de um banho!
Eles se entreolharam e aceitaram. Após o banho eles subiram na cama.
—Por que você não usa aquele negócio grande de ouro?
—Que negócio grande de ouro?
—Esse aqui!— O ratinho diz tirando a bússola da bolsa.
Por incrível que pareça, a bússola realmente ajudou Melissa a decifrar alguns dos enigmas, ela tinha um espelho que quando refletia no papel facilitava o enigma.
“ Para encontrar o portão do reino, o oceano deve cruzar, na ilha entre o sul e o norte a montanha deve escalar e o ritual deverá realizar.”
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