Capítulo 16 - Halloween


Na sexta-feira, a escola programou uma festa de Halloween no próprio colégio a noite, já que durante o dia nós tivemos aula normal.

- Não se fala em outra coisa por aqui que não seja essa festa de hoje! – O Diego comentou se sentando ao lado da Fabiana na hora do lanche.

- Ainda não entendi pra quê isso! – O Luís Felipe sacudiu a cabeça.

- Ah, eu gosto de Halloween! – Eu disse e a Fabiana balançou a cabeça concordando. – Eu gostaria que por aqui a gente também saísse fantasiado pela vizinhança, perguntando "doces ou travessuras"! – Sorri.

- Tá... Pode até ser legal. Mas pra quê fazer uma festa de Halloween na escola? – O Luís Felipe continuou insistindo.

- Porque se não for na escola não vai ter em outro lugar. – A Fabiana respondeu na mesma hora.

- Eu só acho desnecessário. Não tô a fim...

- Você não é obrigado. Se não tá a fim, você não precisa vir! – Ele me encarou sorrindo, como se a opção que eu tivesse dado não existisse.

- Você vai vir? – Ele me perguntou, mesmo já sabendo a minha resposta.

- Vou. Você já sabe disso.

- Então! – Ele usou uma entonação como se estivesse falando algo óbvio.

- Então o quê? – Perguntei.

- Eu vou vir também. – Ele desviou os olhos de mim e voltou a comer o salgado.

- Eu vou ver como vai estar... Se estiver animada eu fico, se não volto na mesma hora pra casa pra dormir! – O Diego falou, arrancando uma risada dos três.

- Eu não venho. – A Fabiana disse com a voz baixa.

- Claro que vem! – Eu a encarei com as sobrancelhas franzidas.

- Na verdade, não. – Ela repetiu.

- Mas você disse que os seus pais deixaram você vir! – Eu disse indignada.

- Eles deixaram... Eu que não quero vir.

- Mas você vem e ponto final! – Eu nunca fui mandona e não estava sendo naquele momento. Eu sabia que o motivo pelo qual ela não queria ir era pelo bullying que sofria, mas eu não ia deixar que a minha amiga não aproveitasse a adolescência, ainda mais por causa de outras pessoas. – Com quem eu vou me arrumar se você não for?

- A gente pode ficar juntas do mesmo jeito.. E eu ainda vou poder te dar mais atenção! – Ela tentou argumentar.

- Nem tenta! – Eu logo a cortei. – Você também vem! Pelo menos um pouco... Se não gostar você vai embora mais cedo!

- Eu posso te levar pra casa. – O Diego disse. – Duvido muito que eu vá gostar dessa festa de Halloween...

- Aí! Viu só? Já tem até companhia pra voltar pra casa mais cedo!

- Ok! – Fabiana se deu por vencida. – Eu venho, mas só um pouco!

- Ok! – A abracei concordando.

- Que horas eu passo na sua casa? – O Luís Felipe me perguntou.

- Eu não vou me arrumar em casa. Vou lá na Fabi!

- Que horas eu passo lá, então?

- Não precisa. Pode vir direto. O pai dela vai trazer a gente. – Disse e ela concordou com a cabeça.

- Tem certeza? – Ele parecia incomodado.

- Tenho! Qual é o problema?

- Não tem problema nenhum... É só que eu achei que a gente ia ficar juntos na festa.

- Mas a gente vai ficar juntos! Eu te aviso quando a gente sair de lá e quando a gente chegar eu te ligo pra gente se encontrar!

- Ok. – Ele não estava satisfeito.

- Lu! – Me aproximei dele e falei baixo. – Eu quero muito que a Fabi se divirta e se eu não me arrumar lá, ela vai dar um jeito de não vir! E os pais dela estão super empolgados por ela vir à festa, então vai ser uma força a mais o pai dela trazer a gente!

- Tudo bem.

- Prometo que a gente vai se falando e que você vai ser o primeiro a ver a minha fantasia! – Pisquei o olho pra ele.

- Falando nisso, você ainda não me disse qual vai ser a sua fantasia.

- Vou fazer surpresa...

- Se você me contasse a gente podia vir combinando... – Ele me encarou e, por um momento, esqueci que eu estava dentro do colégio falando com o meu melhor amigo.

- Você tem um terno? – Perguntei baixo mordendo o lábio inferior.

- Terno?! – Ele estava surpreso e com as sobrancelhas erguidas. – Tenho.

- Então vem assim.

- Você quer que eu venha de terno pra uma festa de Halloween?! – Ele parecia não acreditar no que eu estava dizendo.

- Esquece! – Eu balancei a cabeça e levantei do banco, indo em direção a sala.

- Lu! Espera! - Ele me alcançou pegando a minha mão. Nós dois olhamos para as nossas mãos juntas e nos encaramos. – É só que eu nunca vi terno como uma fantasia de Halloween, mas – ele fez uma pausa e voltou a olhar para as nossas mãos que continuavam unidas – se eu vier de terno vai combinar com a sua fantasia?

- Vai.

- Então é assim que eu venho. – Ele voltou a me olhar e sorriu.

O restante das aulas passou depressa. Os alunos estavam cada vez mais empolgados com a festa a noite e os professores já tinham desistido de tentar conseguir a nossa concentração. Voltei para casa com o Luís Felipe e ele só tocou no assunto da festa quando se despediu de mim dizendo que esperava as minhas mensagens e que estaria de terno, como combinado. Eu almocei, vi um pouco de televisão, tomei banho, já arrumando o meu cabelo em um coque bem bonito e falei com a minha mãe antes de ir para a casa da Fabiana.

- Cheguei! – Falei já na porta do quarto da Fabiana.

- Oi. – Ela me encarou nervosa. Ela estava sentada na cama, olhando para a fantasia de fantasma que ela tinha escolhido.

- Não fica assim! – Me sentei ao lado dela. – Vai dar tudo certo! – Olhei na direção da fantasia. – Vai de fantasma mesmo?

- Vou. – Ela sacudiu os ombros. – Foi a que ficou melhor... E não ficou ruim. Vestida ela até que ficou bonita de verdade.

- Eu imagino! Gostei da escolha. – Me virei para olhá-la de novo. – As duas meninas do grupo vestindo fantasias brancas!

- Você também escolheu fantasma? – Ela perguntou surpresa.

- Não.

- Não acredito! – Ela franziu as sobrancelhas. – Você vai de múmia?!

- Que tal a gente começar a se arrumar pra você descobrir logo a minha fantasia?

- Você não negou...

- Mas também não confirmei! – Pisquei o olho e peguei a maleta de maquiagens da minha mãe. – Vamos à maquiagem!

Ligamos uma música e tentamos nos maquiar, mas não estava dando muito certo, mesmo assistindo a vários tutoriais na internet. Para a nossa sorte a mãe dela chegou em casa e nos ajudou, ou melhor, salvou, fazendo duas maquiagens lindas em nós. Enquanto ela tomava banho, fiquei sentada na poltrona do quarto dela trocando mensagens com o Luís Felipe, que tentou mais uma vez descobrir a minha fantasia. O Diego tinha ido para a casa dele para os dois irem juntos à festa e o Luís Felipe reclamou comigo que o amigo estava pegando no pé dele desde que ele vestiu o terno. Eu gargalhei na mesma hora que a Fabi saiu do banheiro, já fantasiada. A fantasia realmente tinha ficado bem legal quando ela vestiu e, o mais importante, é que ela estava se sentindo bem.

- Do que você tá gargalhando?

- O Diego tá pegando no pé do Luís por causa do terno! – Respondi ainda rindo.

- Não entendi porque você pediu isso! Ele vai ser o único de terno nessa festa!

- Ele não queria que a nossa fantasia combinasse? – Ergui uma sobrancelha.

- Terno não combina com múmia. – Ela constatou.

- E quem disse que eu vou de múmia? – Dei o meu sorriso travesso.

- Luciana! Que fantasia branca é essa que você arrumou? – Ela colocou as mãos na cintura me encarando. Eu mandei uma mensagem me despedindo do Luís e avisando que sairíamos em dez minutos, guardei o celular na minha bolsa e a encarei. Ela me olhava curiosa.

- Você vai saber agora antes de todo mundo! – Peguei o cabide de roupa que estava envelopado desde que a minha mãe tinha levado à lavanderia e entrei no banheiro.

Quinze minutos depois eu me encarava no espelho sem coragem de sair do banheiro. A Fabiana bateu na porta pela quinta vez.

- Amiga, tá tudo bem mesmo? Eu tô ficando preocupada!

- Tá.

- Você já tá falando isso há mais de cinco minutos! O Diego já me mandou mensagem avisando que já chegaram... E o seu celular não para de apitar! Aposto que é o Luís Felipe!

Respirei fundo mais uma vez, criando coragem. Na hora que a minha mãe me deu a ideia da fantasia, eu achei demais! Mas assim que eu me vi no espelho, me senti nervosa de uma forma que eu não conseguia explicar. Abri a porta e saí, permitindo que a Fabiana fosse a primeira pessoa, além da minha mãe, a me ver com a roupa escolhida.

- AI MEU ... – A voz da Fabiana morreu e ela me encarava de olhos arregalados e boca aberta. Ela levou as mãos a boca, mas precisou fazer umas três tentativas até conseguir falar uma frase. – Luciana, alguém vai morrer nessa festa! E quando eu digo alguém, é totalmente o Luís Felipe! Eu amei! – Ela deu um gritinho. – É perfeita! Vamos logo que eu preciso ver a cara dele!

Alguma sugestão de qual é a fantasia da Luciana? Se alguém acertar qual é a fantasia dela eu publico o próximo capítulo ainda hoje!

O que vocês acham que vai acontecer nessa festa de Halloween?

Aguardo seus comentários e estrelinhas!

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