Capítulo XXVIII - Realidade


Att. +16. Descrição de cenas com mortes e mutilação.




Megan Carter Stark's point of view.


Sua hora chegou, desgraçado. Se Thor não pôde enfiar a Rompe Tormentas na sua cabeça e partir seu crânio fodido em dois, eu com certeza serei essa pessoa. 

Nada pode me parar.

Eu estava decidida, o plano de rachar o crânio de Thanos era a única coisa em minha cabeça desde quando senti o cabo daquele machado na minha mão. 

Até que vi algo brilhando à minha direita, o que atraiu minha atenção no mesmo momento pelo medo de ser Thanos manipulando alguma joia. 

Mas... Não era. Infelizmente não era.

Um portal estava aberto, fazendo a conexão entre Titã, o planeta que estávamos, e a Terra, no laboratório Pym. 

De cara, pude ver Buck. Ele estava parado, estático, carregando um sorriso no rosto enquanto olhava para mim. Para mim e a Rompe Tormentas em minha mão. É claro que o bobo alegre estaria feliz ou orgulhoso por eu ser uma arma mortal de boa índole para conseguir carregar a arma de Thor.

E, então, tudo ruiu. Algo surgiu no meio do abdômen de Barnes. E um líquido vermelho começou a jorrar. Seu sorriso sumiu, enquanto seus olhos procuravam o que estava diferente. Em poucos segundo, olhou para mim novamente, dessa vez de maneira desesperada. E, então, ele caiu. 

Caiu com uma lâmina em seu ventre, cuspindo sangue pela boca enquanto outras faces desesperadas o olhavam no chão.

O que eu estava pensando anteriormente? Não sei. Não me lembro.

Onde eu estava? Não sei. Não me lembro.

O que é aquela coisa na minha mão? Não sei. Não me lembro.

A única coisa que sei é que larguei tudo e comecei a correr na direção de James Buchanan Barnes. 

E, então, algo me derrubou. Algo me pegou pelo pé e me puxou para trás, para longe de meu destino, enquanto podia acompanhar com os olhos um Sam em passos afobados até o corpo caído no chão.

E eu coloquei as unhas no chão enquanto era puxada, tentando a todo custo parar. 

Senti uma mão gigante envolvendo meu crânio, puxando-me para cima apenas segurando minha cabeça. O aperto era forte, não deixando meus pés encostarem no chão. Eu apenas levitava, sendo envolvida pela mão de Thanos que poderia esmagar meu crânio à qualquer segundo, julgando meu estado catatônico que não fazia o mínimo de esforço para me soltar.

Ele me deixou olhando para Bucky.

—  Isso te afetou, Megan? Um humano, um mero assassino americano sem nenhuma relevância que você acabou de conhecer? Nem imagino quão doce será seu desespero quando eu fizer pior com seu irmão, seus Vingadores...

Um riso soou próximo ao meu ouvido. O aperto intensificou. Mas nada me fez sair do transtorno paralítico. 

Ele jogou meu corpo para longe, e eu só capotava no chão, dando voltas e mais voltas até a força do atrito me fazer parar. Estava deitada de bruços, apoiando-me em meus cotovelos para erguer a cabeça e buscar novamente a imagem de Sam socorrendo Bucky. Quando os localizei, pude ver Sam fazendo um sinal de negação com a cabeça enquanto Peter o puxava pelo braço, afastando-o de Barnes com seu claro descontentamento e desespero. 

Não. Não. Não. Não...

Lágrimas saíam de meus olhos enquanto estava com a visão colada naquela cena.

E Thanos se aproximou novamente. 

—  Tão descontrolada. Tão frágil... Eu poderia te esmagar agora mesmo. —e, quando proferiu a última palavra, colocou seu pé sobre minha cabeça, forçando-a para baixo até encontrar o chão. — Talvez eu o faça.

—  Ou... —uma voz conhecida soou, surpreendentemente mais perto de mim do que eu esperava. — Nós acabaremos com você em uma junção de instintos psicopatas carregados de ódio e nojo.

Danvers estava à frente de Thanos, provavelmente em uma pose tão heroica quanto soava.

—  Você e essa palhaça sem reação? Vocês acabarão comigo? —Thanos perguntou, em um tom de voz carregado por deboche. 

—  Elas têm ajuda. 

Mais uma voz conhecida soou à esquerda de Carol. Eu senti o aperto de Thanos começando a se soltar, possibilitando que eu erguesse a cabeça e encarasse a cena que me cercava aos poucos.

Carol, Wanda, Okoye, Vespa. Todas reunidas, unidas ao meu redor para me proteger.

E, então, a luta se iniciou. Mesmo com a sensação de falta - a falta de Nat naquela cena abarrotada de poder feminino - eu me senti acolhida. Senti satisfação ao ver Wanda, a jovem que apoiei, defendi e treinei, dando uma surra de vingança no vilão que lhe tirou tudo. Satisfação ao ver Carol, a mulher mais poderosa que já conheci, dominando a luta ao mesmo tempo que dava proteção e suporte para as outras. Satisfação em ver Okoye não protelando por nem um segundo, mesmo estando cercada por poderes que ela nem mesmo sabia explicar, e liderando as outras com seu instinto de guerreira. Satisfação em ver Hope dando uma surra de inteligência e astúcia no titã mais poderoso do Universo.

Eu me levantei. Levantei-me com a inspiração das mulheres que me cercavam; com o ódio e o rancor de ver meu melhor amigo abatido; com a raiva latente pelos Vingadores caídos; com a falta dos que já haviam partido. Levantei-me relembrando de todos meu planos iniciais: partir Thanos ao meio.

Senti a Rompe Tormentas voltando a mim. Enquanto eu me preparava para encerrar aquilo, o céu fechava novamente. Comecei a levitar sem perceber, meus pés envolvidos e sustentados por brilhos azulados de raios que perambulavam por todo o meu corpo. As mulheres ao meu redor me olhavam, assim como Thanos em uma feição de desespero. Carol se aproveitou da distração, golpeando o rosto do titã e logo acertando seu joelho. Ele caiu ao chão, como se estivesse se curvando para mim.

E eu sorri com a vista.

—  Nem posso crer que, um dia, já temi o seu nome. —eu disse, vendo-o estremecer. 

E o meu erro foi esse: não ir direto ao ponto.

Ele retirou a joia do poder da manopla, já que os raios que ainda emanavam de Wanda enfraqueciam e desarmavam a armadura do titã, impossibilitando que ele usasse todas as joias com um estalo de dedos. Agarrou a joia, que já emanava um brilho perigoso arroxeado e queimava sua pele, atingindo o chão com a mão em um único golpe. No mesmo momento, sentimos tudo tremer.

Aquele solo formado por ruínas avermelhadas começou a se desestabilizar, abrindo rachaduras aos poucos. Tudo continuava tremendo, fazendo Wanda se desestabilizar e cair ao chão. Eu também perdi minha base, caindo com a Rompe Tormentas ao meu lado.

O titã se aproveitou da situação, voltando com a joia à manopla e logo estalando seus dedos.

Ondas vermelhas começaram a se manifestar no ambiente, tomando a minha visão. Como na vez em que Wanda tomou minha mente e manipulou meus pensamentos.

Droga. Droga. Drogas múltiplas.

Logo, começou. 

Eu podia ver corpos jogados no chão. De um lado, Steve. Seus olhos abertos, o rosto ensanguentado e uma lança posicionada no meio de seu crânio. 

Do outro, Tony. Seu corpo envolvido pela armadura, mas separado de sua cabeça. Era possível ver os músculos de seu pescoço rígidos, repartidos ao meio. 

Entre os dois, uma pilha de corpos mutilados, despedaçados. Bucky, Sam, Peter. Nat, Sharon, Peggy, minha mãe.

E, em poucos segundos, minha vontade de apontar uma arma para minha própria cabeça surgiu. Como da outra vez.




N/A: ESTOU DE FÉRIAS, AMÉM IRMÃOS????????

A joia da realidade sempre foi a que me deu mais medo. Será que o Thanos vai usar ela direito e ferrar com todo mundo? Como a Megan vai sair dessa situação?

O spoiler é: ela vai sair dessa situação. Com novos poderes. 

Pensem aí enquanto eu enlouqueço querendo escrever o fim mais perfeito e épico que já escrevi.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top