Capítulo XXII - Das cinzas

N/A: play na música.



"Não caia em uma fenda quântica. Não seja absorvida por nenhuma bactéria. Não deixe a nave se desfazer no caminho. Não se suicide. Por favor... Volte viva, Megs".

Todos os pedidos de Bucky ainda ecoavam em minha cabeça enquanto eu dava os saltos necessários para me aproximar do Reino Quântico. Sentia a nave tremer muito, acabando com o resto de autoconfiança que eu tinha em guiá-la.  Meu medo de voar não é recente.

Acionei a alavanca para frente, colocando ainda mais força nos saltos de realidade.

E, então, eu cheguei. 

O indicador de saltos que faltavam para eu chegar ao meu destino zerou. Eu cheguei. Os propulsores pararam e eu apenas vagava. Oh, céus...

O Reino Quântico era uma fenda, um tipo de local em que as realidades se encontravam e coexistiam de uma maneira caótica. Minha missão era encontrar qualquer vestígio de meus cinco Vingadores por ali. 

A nave estava equipada com localizadores, aparelhos que captavam sons e movimentação ao meu redor. Mas... Não seria fácil encontrá-los.

Continuei vagando, desafiando a minha fobia de naves e viagens pelo tempo.

Eu poderia dizer que aquele lugar era lindo, uma mistura de diversas cores brilhantes. Haviam algumas superfícies, provavelmente moléculas ou intersecções de planetas, que realmente pareciam habitáveis. Porém, a armadura quântica que envolvia meu corpo e evitava que ele explodisse durante a viagem me lembrava muito bem que aquele lugar passava longe de ser habitável. O que me dava ainda mais medo era não saber se todos os cinco permaneciam vivos.

Eu os fiz esperar por anos. Eu poderia tê-los matado.

E, depois de algum tempo - realmente indeterminado, já que o tempo ali era algo totalmente variável - eu a ouvi.

Uma voz.

A voz que eu tanto sentia falta.

Inicialmente não passaram de alguns chiados, tomando forma real apenas quando eu sintonizei o captor de ruídos.

— Soldados foram ensinados a não se arrependerem de suas ações. Meu coronel dizia que o passado não pode ser alterado e são as nossas ações durante uma batalha que podem moldar o futuro. 

Comecei a seguir a voz de Steve. Eu o encontrei.

— Mas, já que a coisa do tempo não poder ser mudado é uma grande mentira, acho que tenho o direito de me arrepender. Eu me arrependo de não ter morrido no gelo, ou na guerra, ou nos braços de Megan. Foram tantas chances de ter minha vida encerrada, mas nunca pensei que seria mais doloroso estar vivo. Na verdade... A minha maior dor é estar sozinho.

Com meu coração em estilhaços por ouvir o pedido de morte de Steve, eu pousei a nave.

Pude vê-lo ajoelhado no chão, desabado. O rosto caído, em uma pose que eu realmente nunca pensei que encontraria meu Steve Rogers. 

Saí da nave, tirando o capacete que envolvia minha cabeça. Eu já não ligava se não era seguro, só queria estar com ele.

—  Você pode se arrepender de suas ações, Steve. Mas você não está mais sozinho. E nunca estará.

Assim que minha voz ecoou, ainda de uma maneira um tanto tremida e longínqua, ele se virou.

Olhou em meu rosto, parte por parte, tentando assimilar se eu era apenas uma projeção de sua mente. Olhou para cada pedaço de mim, esperando que meu corpo chiasse e se esvaísse a qualquer momento.

Entretanto, isso não aconteceu. Eu sorri.

Assim que ele entendeu que eu realmente estava ali, Steve se levantou. Ficou parado, ainda me analisando. Eu não tive outra reação senão correr em sua direção, afobada, como se ele fosse fugir de mim.

Steve apenas abriu os braços, esperando ansiosamente por nosso contato. Eu pulei sobre ele, os braços ao redor de seu pescoço e minhas pernas envolvendo sua cintura.

—  Maggie? Você... É você! Eu consigo te sentir! —ele me abraçava com força, passando as mãos por meus cabelos.

Eu o apertava, descontando toda a minha saudade enquanto sentia seu corpo no meu. Levou uma pequena eternidade até nos acostumarmos com aquilo e podermos nos separar minimamente.

Desci do colo de Steve enquanto ele segurava meu rosto entre suas mãos. Fazia um carinho leve em minhas bochechas, encarando o fundo dos meus olhos.

Só entendi a falta que sentia daquelas íris azuladas com pequenos traços de verde quando elas estavam próximas novamente.

E, é claro, eu não consegui esperar mais nem um segundo. Puxei seu rosto para mim, colando nossos lábios como imaginei em meus sonhos tantas vezes. Ele correspondeu, me beijando da maneira delicada e apaixonada de sempre.

Steve era meu novamente.

—  Achou mesmo que ia se livrar de sua namorada tão cedo, Steve Rogers? Você é meu fugitivo, mas fugir de mim não é uma opção. —ele sorriu, nossos rostos tão próximos que eu podia ver cada dobrinha em volta de seus olhos.

—  Você demorou, Megan Carter. Da próxima vez, quero um resgate em menos de três anos. —seu tom divertido não foi exatamente divertido para mim. Assumi uma feição brava, já vendo Steve fechar os olhos para o sermão.

—  Nunca, nunca mais diga isso. Você nunca mais vai me despedaçar, você nunca mais vai se despedaçar, Steven, não em minha vigília. Você vai se casar comigo, ter filhos comigo e viver até o fim dos seus dias ao meu lado em uma casa de repouso para idosos. Às quintas vamos ter aulas de salsa, às  sextas nossos filhos sairão da faculdade e irão nos visitar. Peter será nosso filho adotado e rebelde, Tony o tio mimado que enche nossas crianças de presentes, Bucks o tio assustado que você obrigará a trocar fraldas enquanto ri dele num canto. Você será o pai babão e nós brigaremos muito por isso, porque você não os dá limites. Tanto para os filhos quanto para os tios. E, quando brigarmos feio, você vai me abraçar e dizer que só faz tudo que eles querem porque os ama muito. E porque é extremamente grato pela família que nós formamos. Eu vou me apaixonar de novo por você todos os dias e te fazer o homem mais feliz do mundo, exatamente como você merece. Essa é sua única opção.

—  Nunca pensei que você fosse do estilo ditadora, Maggie. Mas, se quer saber, você pode enfiar esse futuro na minha goela o quanto quiser. Qualquer futuro com você me fará o homem mais feliz do mundo. —ele sorria, meu rosto ainda entre suas mãos. Se aproximou lentamente, deixando um leve beijo em minha boca e se afastando novamente com os olhos brilhantes como nunca. — Eu te amo. Profundamente, plenamente. Você é a melhor parte da minha vida, Megan Carter.




You're the light, you're the night / Você é a luz, você é a escuridão

You're the color of my blood / Você é a cor do meu sangue

You're the cure, you're the pain / Você é a cura, você é a dor

You're the only thing I wanna touch / Você é a única coisa que eu quero tocar

Never knew that it could mean so much, so much / Nunca pensei que pudesse significar tanto

Love me like you do, love me like you do / Me ame da maneira que você ama

Touch me like you do, touch me like you do / Me toque da maneira que você toca

What are you waiting for? / O que está esperando?




N/A: OI!!!!!! 

Sei que o Team Stegan estava ansioso por um reencontro, então que hora melhor que essa para ele acontecer?

Mas... É verídico? É um sonho da Maggie? Como isso aconteceu?

Calma, leitorx. O próximo capítulo vai te mostrar algumas coisinhas rs 

Até lá <3

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