Capítulo XX- Infiltrados
Megan Carter Stark's point of view
Sangue.
O líquido que grudava no meu rosto era, definitivamente, sangue.
Jogada no asfalto da rua, entre os muitos carros parados por conta da agitação, estava o meu corpo. Meu corpo envolto em mais sangue, depois de rolar pelo concreto inúmeras vezes. E, também, depois de ter a pele continuamente acertada por um alienígena que tomava minha forma.
Eu podia ver Buck, Pete, Wanda... Todos chocados, ao longe, não tendo a menor ideia do que fazer ou como processar o que acontecia. Eram duas Megans lutando da mesma maneira, vestindo a mesma roupa, gritando com a mesma voz. Eu entendia que eles precisavam de um momento de descanso até o choque poder sumir e eles conseguirem, finalmente, fazer algo. Mas eu não tinha o privilégio do tempo. Já estava cansada, exausta. Antigamente, não ganhava no corpo a corpo nem de agentes recém entradas na SHIELD. Hoje em dia, mesmo estando mais forte, não era exatamente possível ganhar no soco de um alienígena transmorfo.
Por isso, só fiquei lá. No chão, jogada. Os olhos inchados, mal vendo a luz do dia, enquanto o skrull se aproximava mais uma vez.
Steve estava na minha mente. O sorriso, a gargalhada alta e espalhafatosa. O corar de seu rosto quando eu dizia algo atravessado ou levemente tomado por segundas intenções. A maneira como ele cerra os olhos quando quer me convencer a fazer - ou deixar de fazer - alguma loucura. Tudo. Ele só voltaria à vida se eu existisse, mas eu estava deixando de existir ali, naquele chão.
O sorriso maléfico do alien estava na minha frente. Suas mãos se fechando em punho, o olhar assassino de quem está prestes a dar o bote final em sua presa.
Enquanto meus olhos se fechavam, apenas aceitando o fim iminente, um brilho intenso e anormal se manifestou.
E, então, não havia mais skrull.
— Você está bem? —um toque no meu rosto, depois buscando o ponto específico no meu pescoço que diria se meu coração ainda batia. A voz? Eu nunca a tinha ouvido. Era feminina, sim, mas nada de Wanda, ou Natasha, ou Hill.
Uma novata.
— Levem-na daqui. Eu resolvo isso.
E, então, mais toques. Algo me segurando por detrás do pescoço e embaixo dos joelhos.
Carregada... Acho que eu estava sendo carregada.
Não era agora que eu ia descobrir, já que minha mente se desligava cada vez mais.
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— Eu pensei que eles estavam do nosso lado! Nós os ajudamos! —a voz estridente e caótica de Fury soava. No começo, de uma maneira longiqua. Aos poucos, ficava mais e mais discernível.
Eu estava acordando.
Sentei na cama em um pulo, olhando atentamente ao meu redor até pousar meus olhos em mim mesma. A roupa ainda tinha sangue, meus braços e mãos extremamente ralados.
Levantei-me, indo na direção das vozes. Assim que adentrei a sala, diversos olhares preocupados me atingiram.
— Megs? Você está bem? —Bucky surgiu em minha frente, não tendo nada de minha atenção.
Meus olhos estavam em um único ponto: um monstrengo verde amarrado no meio da sala. O skrull, em sua forma natural. Instintivamente, dei dois passo em sua direção. As mãos cerradas, a cara de bote final. Eu só pensava em acabar com aquele filho da-
— Ainda não, Megan.
A voz. A voz feminina e desconhecida e um toque no braço, segurando-me para ficar onde estava. Virei-me para a pessoa, encontrando uma mulher loira, aparentemente humana, mas que nunca vi na vida. E ela, estranhamente, estava muito confortável com aquela situação nada normal.
— Quem é você? —meus olhos foram do rosto dela para sua mão que segurava meu braço, sugerindo que me soltasse. Ela não se importou.
— Eu ouvi que você gosta de capitães. Estava na hora de você conhecer mais um. Uma, na verdade. —seu olhar descontraído e sua cabeça pendendo me disseram que ela era problema. Não exatamente um problema, como o finado Loki, mas que nossos egos inflados não caberiam na mesma sala sem ocasionar uma guerra mundial.
— Você é Capitã de onde, exatamente? -meu tom de desdém foi combinado com o puxão do meu braço, soltando-me dos dedos da mulher.
— Do Universo? —seu tom de pergunta correu aos olhos de Fury, que carregava uma feição de "tanto faz". — Sim, do Universo. Meu lema costuma ser —ela passou seu braço por detrás de meus ombros, acenando para um ponto aleatório no ar como se me mostrasse um outdoor. — "protetora dos céus".
Afastei-me dela, já odiando sua personalidade (por ser tão parecida com a minha própria). Ao redor, todos estavam apreensivos, mas de uma maneira divertida. Fury com certeza segurava um sorriso.
— Chega de furdúncio, garotas. Vamos ao que interessa. —Sam puxou-nos para o real problema, apontando o skrull desacordado no centro do recinto.
— Acorde-o, Carol. Vamos fazer algumas perguntas. —Fury a encarou como se confiasse sua vida àquela desconhecida.
A loira se aproximou. Observei cada um de seus passos como se ela estivesse indo para a forca, encontrando apenas um leve brilhar em sua mão. Com um toque, o skrull acordou em um pulo. Ela dava choques ou o quê?
— Por que está fazendo isso? —a pergunta de Carol fora bem pontual e direta. Sua mão brilhante estava parada bem à frente do skrull, ameaçando-o silenciosamente.
— Vingança. —uma única palavra de resposta.
— Vingança do quê? Por quem? —Fury se aproximou também, os braços cruzados e o olhar inquisidor de sempre.
— Thanos.
Incrível como uma palavra pode fazer com que cinco pessoas congelassem, olhando de um aos outros da maneira mais assustada e traumatizada possível. É claro que aquele nome despertou meu total interesse - e preocupação - obrigando-me a me aproximar.
— Ele está morto. Que diferença faz?
O skrull riu da maneira mais debochada possível.
— Seus amiguinhos também estão mortos, que diferença faz?
Fiquei em silêncio. O interrogatório continuava, mas a luz que se acendeu em minha cabeça me fez paralisar por instantes indefinidos.
— Você... Você quer trazer Thanos de volta? —todos olharam para mim. As mesmas expressões confusas e aterrorizadas. — Não é possível. Eu enfiei a espada no peito dele. Você acha que não conferimos a morte?
— Do mesmo jeito que o Reino Quântico não opera sob as leis do tempo e espaço para seus amiguinhos, ele não opera para Thanos, Carter. Uma simples viagem e... Bum. Tudo pode ser recuperado. O equilíbrio perfeito... Ainda pode ser alcançado.
Conforme minha expressão ficava mais aterrorizada, mais largo era o sorriso daquele desgraçado. Só senti uma mão gelada pegando em minha mão, puxando-me para trás.
Conforme eu me afastava, provavelmente escorada no corpo de Bucky, a mão de Carol se acendia mais.
— EU NÃO ESTOU SOZINHO!
E essas foram as últimas palavras de um skrull, antes que seu sangue verde explodisse pelo chão e pingasse em meu próprio rosto.
Há mais desses.
Ele não é o único skrull infiltrado.
Quem será o próximo?
N/A: CHEGOU A MULHER QUE NÃO TEM QUE PROVAR NADA A NINGUÉM AAAAAAA
Já peço desculpas desde aqui pelo sumiço! Esse foi o pior mês possível no meu trabalho, mas semana que vem já estarei com atualizações semanais <3
Adianto aqui que a saga pela recuperação dos Vingadores começará. mais cedo. do que pensam. rs
Sugestões? Dúvidas? Anseios? Medos? Saudades? Falem comigo <3
E BORA ATUALIZAR A OBRA DE ONESHOTS RSRSR (já pensou em vc conhecendo o Chris Evans? SÓ VEM)
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