Capítulo XVI - Interrogações


JAMES BUCHANAN "BUCKY" BARNES' POINT OF VIEW


O beco sujo do Queens para o encontro com a agente que liderou nosso último plano estava completamente vazio.

— Peter, você tem certeza que é aqui? —disse, o tom já nervoso pelos trinta minutos de espera. Se Megan voltasse do mercado logo e não encontrasse pelo menos um de nós no apartamento, as explicações seriam difíceis de dar. Megan é muito esperta.

— Sim, Bucky. Foi exatamente aqui que ela me encontrou na primeira vez!

Peter também estava nervoso, eu podia notar. Desde que mostrei que estava, com certeza, com o pé atrás em relação àquela mulher, ele também começou a se sentir desconfiado. Isso era bom, assim poderíamos agir caso ela fizesse algo ruim.

— Tudo bem, garoto. Vamos começar a ensaiar nossas mentiras para a Megan. Você é péssimo nisso. —soltei um pequeno sorriso ao me lembrar de quando começamos a pensar no plano, Peter levou cerca de três horas para conseguir dizer "eu gosto de sushi" de um modo convincente. Ele odeia sushi. Mas mentir para a Megan envolve mais consequências e exige mais táticas.

Eu quase tive um ataque cardíaco quando ela mirou o cano daquela arma para si mesma.

Eu realmente pifei quando ela disparou aquele tiro.

Eu quis dar para trás no plano quando ela disse que me ama.

Nada dessas coisas estavam previstas, e é exatamente sobre isso que precisávamos conversar.

Não posso arriscar a vida de Megan novamente por algum plano idiota de recuperar a memória dela. Não posso imaginar a dor e a culpa em minhas costas se ela se machucar. Não posso.

Nosso silêncio foi interrompido por um carro negro tampando a entrada do beco. Poucos segundos depois, uma figura loira desceu, dirigindo-se de maneira decidida até as latas de lixo nas quais estávamos nos encobrindo.

— Sharon! 

Peter a encarava, uma ansiedade feliz no rosto. Ela apenas acenou com a cabeça, dirigindo seu olhar para mim no mesmo instante e já mostrando uma certa confusão com a minha cara fechada.

— Então... Conseguimos, certo? —a pergunta não fora retórica. Sharon me olhava, esperando pela minha resposta.

— Não. —eu me afastei da parede na qual estava escorado, dando dois passos na direção dela. Podia ver, pelo canto do olho, Peter totalmente alerta. - Megan quase furou o próprio crânio. Ela chorou, sofreu. Ela disse que nós -apontei para mim e Peter- somos o motivo de ela voltar. A única parte da qual você foi responsável é a de quase mandá-la para uma cova. Eu realmente não sei no que estava pensando... 

Meu olhar estava fixado no chão, na terra e nas latas de refrigerante jogadas. Mas, quando ouvi aquele clique, instantaneamente estava pronto para derrubar um tanque de guerra.

—  Você não sabe o que diz, sargento Barnes. —o cano da arma dela mirava para meu rosto, um olhar decidido e nem um pouco receoso me fitando. — Se eu não tivesse encontrado com Scott Lang, Megan ainda estaria congelada em algum recipiente em Wakanda. Você pode achar que essa relaçãozinha que vocês têm faz algum efeito na mente dela, mas está muito errado. Uma foto dos olhos de Steve tem mais impacto sobre ela do que você dizer um "eu te amo, Megan". E, sargento, acho que seus sentimentos para com ela já estão bem claros. 

Sharon arqueou uma sobrancelha enquanto dava um sorriso de canto, deixando por pouco a vontade que eu tinha de dar os passos que faltavam para quebrar a cara dela.

— O que você quer dizer, Sharon? Que Bucky está arruinando o plano de propósito? —Peter soou do lado, claramente confuso. 

Eu ainda nem mesmo havia pensado nessa versão das coisas, e tinha certeza que Sharon também não. Entretanto, a simples pergunta do garoto fez uma ideia tilintar na cabeça dela.

— Sim, Peter! Não é óbvio? —o tom dela era tão falso e forçado que não pude evitar revirar os olhos. — Bucky está com ciúmes de Steve. Ele sabe que o Capitão é e sempre será o verdadeiro amor e a única prioridade de Megan. Ele pensou que, com esse tempo que passou com ela, algo poderia acontecer entre os dois. Entretanto, mesmo depois de todo esse caminho... Nada. Ele está desesperado! 

Peter me olhou com uma feição chocada, como se realmente estivesse considerando cada palavra. Não o julgo, na verdade. Aquela loira maldita podia ser bem persuasiva.

— Peter, você sabe muito bem que Steve é e sempre foi meu melhor amigo. Eu nunca faria isso com nenhum deles. 

O garoto me olhava profundamente, analisando cada expressão ao pronunciar cada palavra. Pensei que estaria seguro, até ele voltar a olhar para Sharon.

— Mate-o. —a voz de Peter foi clara, direta. A ordem dele de encerrar minha vida foi tão rápida que não pareceu verdade.

Meus olhos se arregalaram no mesmo instante, minha atenção completamente nele.

Como podia fazer isso? Como Peter podia acreditar em uma ex-agente fracassada que sempre teve raiva da Megan e que tentou ter algo com Steve? 

Decidi apenas fixar minha atenção no cano da arma, fechando meus olhos e aceitando qualquer que fosse meu destino. Já estava cansado da minha vida, estava cansado de carregar todo o peso destrutivo e autodestrutivo dentro de mim mesmo. Se minha vida tivesse que acabar ali, naquele beco sujo, tudo bem. Eu já não temia a morte. Eu havia passado a ansiar por ela.

Já esperava pelo som da bala rachando o ar por alguns segundos, quando um barulho mais anormal soou por ali.

Quando abri os olhos, a loira estava jogada no chão. Atrás de onde ela estava, um pequeno aparelho planava, fazendo o barulho de hélices que eu havia ouvido.

O Asa Vermelha.

Sam Wilson.

Peter chamou ajuda.

Olhei para o garoto, vendo-o com um pequeno sorriso.

— Eu queria ser um pouco melodramático. Desculpe pelo susto, Bucky.

— Eu sabia que você não era tão burro, Parker. —apertei o ombro dele, em um gesto contido de agradecimento.

—  Obrigado. Eu acho... Isso foi um elogio? —ele olhava para Sam, apontando para mim com uma expressão confusa.

— Até mais do que você merece, bugiganga. —Sam o provocou, coisa que era comum de ele fazer. — Vamos, amnésia ambulante. Vocês tem muito a explicar. —Sam olhava para a mulher jogada no chão, a expressão de extrema desconfiança para mim e Peter.





— O Asa Vermelha disparou uma quantidade de calmante que poderia deixá-la num estado vegetativo por um dia inteiro, cara. Estou dizendo: tem algo errado aqui. —Sam cochichou, olhando diretamente para mim.

— Você quer dizer mais errado que mentir para a Megan, se associando à prima invejosa e distante dela? Não consigo nem imaginar algo mais errado que isso. —Wanda deu um sorriso sarcástico, reafirmando o tamanho da besteira que eu e Peter fizemos.

— Não aja como se não tivesse feito algo assim, Maximoff. Até onde me lembro, foi você quem manipulou a cabeça do velho do restaurante para ele contratar Megan. E, no fim das contas, Peter quase morreu com um tiro, certo? 

Dei um passo na direção dela, perdendo o controle da minha raiva e culpa por um momento. Peter interveio, ficando entre nós dois.

— Caras, temos que nos concentrar nos problemas atuais. Talvez Sharon seja uma Umbra também, talvez seja algo genético... —Peter falou calmamente, como se analisasse matematicamente as opções.

Todos pareciam pensar na alternativa. Até que fazia sentido. Mas estávamos enganados.

— Megan e Sharon não tem vínculos sanguíneos. A mãe de Megan era adotada. 

O homem que geralmente vestia sobretudos negros e um tapa-olho surgiu na porta, em uma entrada triunfal digna de um "prêmio Stark para entradas triunfais". Todos arregalaram os olhos, já que Nick Fury era como uma lenda. Apenas Wilson sabia que ele ainda estava vivo, provavelmente sendo o próprio que o chamou ali.

— Se-senhor... Senhor Fury. —Peter acenou com a cabeça, só faltando se ajoelhar e pedir a benção do homem. — Quem é Sharon, então?

— Uma pergunta melhor, Nick. O que é Sharon, então? —Sam soou, atraindo um clima tenso e de ansiedade por toda a sala.

— Algo que ainda não conhecemos, senhor Wilson. Vamos precisar de ajuda nisso. Por acaso conhecemos alguma pessoa analítica, que lê comportamentos e sabe lidar muito bem com anormalidades? 

Fury levantou as sobrancelhas, como se a resposta fosse extremamente óbvia. Na verdade, era. Só não era aceitável para mim naquele momento.

Peter engoliu em seco, a respiração um tanto descompassada. Fechei os olhos, ainda não aceitando a resposta para aquilo.

— Mentir para um bem maior é um ato de coragem, rapazes. Mas... Mentir para Megan é um ato de burrice. —Fury nos encarou, tirando os óculos escuros e revelando seu olho que carregava uma cicatriz acinzentada. — Comecem a implorar para Wanda protegê-los. Um bracinho de metal e uma gosma grudenta não vão impedir Megan de matá-los. 

Ao fim de sua fala, Fury já carregava um sorriso nos lábios.

E, no caminho de volta ao apartamento, eu realmente me preparava para uma morte. 

A morte de todos os bons sentimentos que Megan tinha por mim.





N/A: POR QUE É SHARON, ENTÃO? (referências)..... VOCÊS TINHAM ISSO EM MENTE? O QUE É SHARON? ESTÃO PREPARADXS PARA A MORTE DOS SENTIMENTOS DE MEGAN CARTER E O ÓDIO DELA PARA COM OS SEUS "GAROTOS" TRAIDORES?????? são tantas perguntas


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[POLÊMICA PT 2] Estou pensando seriamente em iniciar uma obra com imagines e one-shots de atores e personagens da Marvel, atendendo a pedidos e sugestões de vocês sobre histórias e universos paralelos. A ideia é incluir..... MEGAN E BUCKY! Vocês leriam ou gostariam de algo assim? aguardo retorno rsss

 *confesso ter muitos one-shots do Sebastian prontos mas nunca tive coragem de realmente postar, é isso*


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