Capítulo XIII- Refúgios
Megan aterrissou no telhado do prédio que brilhou em sua mente quando pensou em se esconder após a explosão. O lugar era simples, demasiadamente pequeno, mas parecia abrigar muitas famílias. Deu o comando para a armadura se desfazer, voltando a ser um pequeno broche em suas costas, logo caminhando na direção da porta que dava para o interior do edifício. Quando passou por um pequeno canteiro de flores, agarrou algumas, formando um pequeno e desajeitado buquê.
Andou pelos corredores estreitos, buscando o apartamento que queria.
Bateu na porta duas vezes, ouvindo uma movimentação no lado de dentro logo depois. A porta foi aberta, revelando uma mulher de uns quarenta anos extremamente bonita e bem conservada.
— Oi! Posso ajudar? —a voz dela era simpática, mas não deixava de analisar Megan de cima a baixo com estranheza, como se tentasse a reconhecer de algum lugar.
— Oi, May! Sou a... Sharon. Uma amiga de Peter da época do estágio na Stark. —ela deu um sorriso falso, tentando ao máximo fazê-la engolir sua mentira.
— Hmm... Sim, Sharon. Veio visitá-lo? —Megan acenou com a cabeça, vendo a mulher se afastar para dar espaço enquanto encarava as flores em suas mãos. —Entre, por favor.
As duas andavam pelo pequeno apartamento, chegando a porta de madeira branca do que deveria ser o quarto de Peter.
— Ele está um pouco sonolento ultimamente, então não se preocupe se ele não acordar. Acho que é por causa dos remédios de dor. Você sabe, a bala estava em um local complicado, ele não conseguia mover o braço...
— Obrigada, May. Vai ser uma visita rápida.
Megan adentrou o quarto, encostando a porta atrás de si e bufando quando viu um amontoado na cama. Se aproximou, dando um soco no volume por debaixo das cobertas e confirmando que não passava de muitos travesseiros. Jogou o buquê no lixo, andando de um lado a outro por pelo menos cinco minutos.
Sentou-se na cama, pensando no que faria se seu único aliado no momento não estava ali para aceitar seus pedidos de desculpas e uma tentativa de reconciliação. Megan sabia muito bem que aquela explosão fora proposital, como uma morte encomendada. Poderia muito bem ter sido a sua. Ela viu com clareza o maldito bandido a buscando em seu quarto e jogando a bomba na sala quando a viu escondida ali.
Megan Carter Stark estava sendo jurada de morte?
Antes mesmo que pudesse confirmar seus pensamentos, notou um pedaço de papel jogado embaixo de uma escrivaninha do outro lado do quarto. Estava muito bem posicionado para exibir apenas uma leve pontinha, como se estivesse escondido ali propositalmente para ser encontrado.
Aquilo aguçou a curiosidade de Megan, logo a fazendo ir até lá e pegar, cuidadosamente, o papel entre suas mãos. Olhou ao redor do quarto antes de abrir o que parecia um bilhete dobrado, certificando-se que não havia alguma outra bomba ou bandido escondido por ali, apenas esperando sua distração.
Abriu o bilhete, analisando, antes de tudo, as marcas presentes ali e a caligrafia. Pôde notar que aquilo fora escrito em um momento de correria. A letra era desleixada, vários riscos se faziam presentes, como se a caneta tivesse escorregado da mão do escritor.
Só então começou a ler, tendo a certeza que não era de Peter.
"Eu tinha uma única certeza: você correria aos braços de Peter Parker ou Bucky Barnes.
Por via das dúvidas, sequestrei os dois.
Se quiser vê-los de novo, ainda mais vivos, vá ao endereço indicado e busque as pistas necessárias.
Sempre li que Megan Carter Stark gosta de um bom jogo de caça.
Mas, aqui, você é a minha presa.
Vá ao endereço indicado no verso o mais rápido possível.
Com amor,
alguém que gosta de tiros e explosões"
Megan teve que segurar seu surto psicótico para mais tarde, já que não podia preocupar May. Apenas fechou a mão, tremendo de raiva e amassando o papel como se pudesse transformá-lo em pó.
Saiu do apartamento, apenas murmurando um "obrigada pela hospitalidade" para a mulher que lia um livro na sala, saindo do prédio do modo convencional, não pelos ares em uma armadura preta.
Ela decidiu que não usaria aquela peça.
Se ela é, realmente, a maior agente de inteligência da história, então usaria suas habilidades para acabar com qualquer maldito que encostasse em seus garotos.
Aquele bandido mau caráter pode estar certo sobre ela ter pensado em recorrer a Peter ou Bucky, mas tem mais alguém ao lado dela que ninguém poderia lhe tirar.
— Steve? —o beco no qual havia parado estava vazio, demasiadamente escuro e perfeito para uma conversa com o espírito que a acompanha.
Não demorou muito até que ele se manifestasse. Mas não da maneira que ela esperava.
— Sim, Megan? Você está bem? —a voz dele saiu falha, chiada e fraca. Ela olhou à sua volta, buscando por qualquer sinal dos olhos azuis de Steve.
— E você, está? —Megan deixou de se importar com seu plano de pedir ajuda dele, percebendo que ele estaria ainda mais necessitado.
— Fraco. Eu estou fraco. A vida no reino quântico não é tão fácil quanto parece.
Megan olhou para baixo, como se analisasse a frase dita em ruídos baixos de Steve.
Reino Quântico.
— Então... Você... Realmente existe. Você existe, Steve!
Steve ainda existia. No Reino Quântico. Ele não era um fantasma, um espírito, uma voz de sua cabeça. Ele realmente estava lá, esperando para que alguém o encontrasse. Todas as histórias, teorias e planos de Scott Lang eram verdade. Era tinha uma conexão estrita com eles, ela poderia salvá-los. Imediatamente sentiu seu coração apertando, pensando no quanto Steve a ajudara nesse tempo em que voltou. E ela apenas virou as costas, deixou que ele apodrecesse. E, agora, ele deveria estar muito machucado.
— Sim, Megan. Eu te disse que estou aqui.
E se ele morresse? Seria sua culpa. Ela não quis salvar a pessoa que, mesmo estando fraca, perdida, nunca a abandonou.
Então é isso. Megan queria salvá-lo. Queria saber como eram seus olhos azuis de verdade, sem parecerem uma projeção de PowerPoint. Queria ouvir a voz dele sem ruídos e lhe dar um abraço de agradecimento por tudo.
— Eu vou te trazer de volta. —o tom dela nunca fora tão decidido e confiante.
Logo depois de falar, à sua frente, um espectro apareceu. Foi em como uma explosão de emoções, ele realmente surgiu com um sorriso e os olhos brilhando na direção dela. Steve, o rosto machucado, claramente abatido e fraco.
Ele deu dois passos na direção de Megan, "falhando" enquanto se movia. Ela entrou em um estado de alerta total, tamanha a proximidade com aqueles olhos. Notou os tons de verde no meio do azul, ficando totalmente absorta no olhar que ele lhe dirigia.
— Eu sei que vai, Maggie.
Assim que acabou de falar, Steve levantou sua mão direita, como se buscasse tocar o rosto de Megan. Entretanto, quanto mais se aproximava, mais se desfazia no ar. Em poucos segundos ela já estava sozinha novamente naquele beco, espalmando a mão no ar em busca da mãe de alguém que não existia mais ali.
Megan demorou alguns segundos para digerir um momento tão lúcido e íntimo com a projeção que, até outro dia, não passava de uma voz em sua cabeça. Ela mesma sabia que era uma teimosa sem noção e que, se colocou na cabeça que o traria de volta, ela o traria. Entretanto, no momento tinha coisas mais urgentes para lidar.
O táxi demorou a ser encontrado. E, quando Megan disse para onde queria ir, foi olhada de um modo um tanto esquisito. O taxista era um velhinho simpático, mas um tanto invasivo.
— Você é turista? —ele lhe perguntou, analisando-a como se buscasse uma câmera fotográfica em seu pescoço e algum tipo de camiseta com o escrito "I love New York" como os típicos turistas bobocas que eram comuns na cidade.
— Não, eu sempre morei aqui. Eu acho.
— Você gostava dos Vingadores, então?
Megan franziu as sobrancelhas, tentando entender o porquê de uma pergunta aleatória e que não tinha nada a ver com a conversa.
— Sim. Eu trabalhava com eles. —sua resposta foi seca, como se não quisesse estender aquele assunto.
— Uma visita, então. Sinto muito. —o homem respondeu, fazendo uma afirmação como se fosse uma constatação óbvia.
Megan apenas acenou com a cabeça, ainda confusa, mas ignorando tudo para que pudesse continuar sua viagem em silêncio.
Entendeu o "sinto muito" quando chegou ao seu destino: um cemitério.
N/A: quero pedir desculpas por duas coisas: 1. estava viajando e não tinha net para postar!!!; 2. os próximos capítulos vão ser bem heartbreaking e chororô :(
Se você é Peter Parker protection squad, se prepare. Se você é Bucky Barnes potection squad, já compra uma caixa de lenços.
OBRIGADA POR TUDO, ATÉ A PRÓXIMA!!!!!! (vai ser em breve, juro)
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