Capítulo VI- Vinganças


Megan estava com a boca escancarada, olhando para o pequeno corpo que decorava o chão do restaurante. Seus olhos estavam desfocados, suas mãos começaram a tremer.

O bandido a olhava de um modo tão sádico, satisfeito e orgulhoso que ela quase sentiu vontade de explodir. E irritá-la era realmente sua missão ali.

Ela resolveu que se concentraria apenas em dar tanta dor àquele desgraçado que ele se arrependeria de machucar Peter por toda a eternidade.

— Diga adeus ao seu amiguinho por mim, garota. —o sorriso do bandido se alargou com a feição assassina que ela assumiu.

— Duas coisas para você, garoto. Primeira: eu sou Megan Carter Stark. —ela cuspiu as palavras, enchendo o seu ego ao pronunciar seu nome e ver o maldito estremecer diante de seus olhos. — Segunda... Você não devia ter mexido com o meu garoto. —um sorriso largo e convencido estava nos lábios dela, causando um arrepio no bandido à sua frente.

E ela nem esperou algum tipo de resposta.

Apenas começou a atirar freneticamente.

Ela sabia, sim, que o senhor Adams seria atingido. Ela sabia que ele seria machucado. Ela sabia que poderia matá-lo para poder atingir o bandido apenas para seu prazer.

Ainda assim, ela o fez.

O primeiro tiro acertou o ombro do idoso, o qual estremeceu e se movimentou. Esse movimento acabou expondo totalmente o bandido, agora sem a proteção do velho em sua frente. Isso deu passe livre para Megan realmente acabar com ele e descontar toda a frustração presente em si.

Ela poderia, sim, ter mirado no coração do desgraçado e acabado com aquilo de uma vez.

Mas acertou em seu tórax, depois em seu braço, depois em seu pescoço. Deixou o homem paralisado de dor, que caía no chão aos poucos.

Ela poderia, sim, ter corrido para socorrer Peter. Ou até para saber se ele estava vivo.

Mas Megan estava envolta em uma bolha negra de vingança.

Ela se aproximou do bandido, encarando incisivamente seus olhos e o vendo engasgar com seu próprio sangue. Ainda assim, não sentiu nenhuma pontada de dó ou misericórdia. Ela queria vê-lo sofrendo, queria sorrir com a sensação de causar uma dor imensurável até que a vida dele se esgotasse.

— Lembre-se bem de meu rosto e me espere no inferno, maldito. Quando eu chegar lá, você não vai ter um segundo de paz. —suas palavras saíram duras, mas calmas. Ela mirou no centro da testa dele, dando um último tiro sem o menor arrependimento.

Megan continuou encarando o buraco no crânio do homem esbanjando sangue até alguém esbarrar em seu corpo para socorrer o senhor Adams, que também estava no chão.

Só então sua mente se desvencilhou de toda a sua aura carregada por trevas e ela pôde correr até o corpo envolto por uma roupa vermelha.

Várias pessoas estavam ao redor dele, desesperadas ou até tumultuando por estarem vendo o Homem-Aranha.

—SAIAM! —todos viraram seus rostos para ela, afastando-se do corpo dele o mais rápido possível com uma feição amedrontada.

Megan se jogou no chão ao lado dele, levantando sua máscara até que livrasse o nariz dele do tecido para que ele pudesse ter mais ar disponível. Seus dedos indicador e médio foram diretamente até o pescoço de Peter, procurando qualquer sinal de seu coração batendo.

Ela podia sentir movimentos sob seus dedos, mas eles estavam lentos. Fracos.

O desespero começou a tomar seu corpo.

Ela havia deixado Peter Parker para morrer.

Ela havia deixado Peter Parker para morrer para matar outra pessoa.

Uma vadia sem coração.


- Não é momento para surtar, Megan. Cuide dele.


A voz na sua cabeça ecoou, pausando o quase ataque de pânico dela e relembrando que ele ainda estava vivo. Ela ainda podia salvá-lo.

Suas mãos foram rapidamente ao lugar que jorrava sangue em seu peitoral. Ela cobriu o furo da bala com ambas as mãos, aplicando uma pressão para tentar conter o sangramento.

— A ambulância chegou! —um homem gritou após um tempo indeterminado no qual ela via tudo como um borrão turvo. Quanto mais Megan olhava para ele, mais imagens retrocediam em sua cabeça. Um Peter sorrindo, um Peter a abraçando, um Peter chorando... Imagens que ele jurava não ter visto, mas que ecoavam de um modo tão vívido. Tão... Real.

Uma equipe de vários paramédicos adentrou o restaurante, indo diretamente a Peter com uma maca. Eles iniciaram os socorros, dispensando as mãos de Megan dali e a tirando do casulo de sua mente para empurrá-la para longe.

— Não retirem a máscara. —ela falou em um tom baixo, ainda em choque. O médico a olhou, assentindo. —Salvem o meu filho.

Ela apertou a mão de Peter antes de ele ser levado dali.

Viu seu corpo sendo colocado dentro da ambulância, que saiu fazendo um barulho infernal com a sirene ligada.

Quando o veículo sumiu de sua vista, Megan retornou de mais um transe. Disparou na direção de seu apartamento, correndo como nunca antes.

Chegou em questão de dois minutos, subindo as escadas como um furacão.

Adentrou seu apartamento, indo diretamente para o banheiro na intenção de tirar o sangue de seu corpo. Quando passou pelo espelho, Megan olhou para si mesma. Seu reflexo era de uma mulher perturbada, como uma foragida de um manicômio judiciário. Seu rosto possuía gotas de sangue, o sangue do bandido que ela amaldiçoou e fez furos como se fosse um pedaço de papel. Ela não se reconhecia, não sentia que era ela mesma naquele espelho.


— Está tudo bem, Megan. Você fez o que tinha que ser feito. Vá ao hospital e fique com ele.


—NÃO! EU MATEI UM HOMEM! EU... EU... NÃO POSSO!  —ela respondeu para a voz em sua cabeça, caindo no chão de joelhos e sentindo lágrimas finalmente escorrerem por seu rosto enquanto a ficha caía. Ela matou um homem.


— Ele ameaçou a vida de pessoas. Você as salvou, assim como salvou Peter. Isso é o que você faz, Megan, nunca se esqueça disso.


Megan acenou a cabeça para a voz que falava com ela, agora se levantando do chão e tentando conter as lágrimas. Voltou aos movimentos rápidos e desesperados, se lançando para dentro do box do banheiro e limpando a sua pele com toda a raiva possível. Logo, sua pressa já a fazia vestir qualquer roupa e pegar seus documentos, saindo de seu apartamento sem nem mesmo trancá-lo.

Quando passava desesperada pelo saguão, seu corpo se chocou com algo.

Ela parou no mesmo instante, olhando para a causa de sua parada abrupta. Seus olhos estavam desfocados, sua mente acelerada e nada fazia sentido além de sua necessidade de ir até o hospital em que Peter se encontrava.

— Megs! —Bucky a chacoalhou pela terceira vez, olhando com total preocupação seu estado de psicose.

Ela continuava não respondendo, alheia a tudo que acontecia ao seu redor.

— Shuri. —sussurrou para si mesma. Bucky se aproximou ainda mais de seu rosto, segurando-o entre suas mãos.

— Megan, você está me assustando. O que aconteceu? —seu tom era claro e direto, tentando trazer qualquer tipo de ação sã da parte dela.

Megan finalmente dirigiu seus olhos para os olhos dele.

— Shuri. —apenas repetiu o que disse, ainda num sussurro.

Se desvencilhou da proximidade de Bucky, correndo novamente e chamando um táxi que passava pela rua. Ela se enfiou dentro dele, sendo impedida de fechar a porta do automóvel.

A mão de Bucky segurava aquele pedaço de metal, adentrando o táxi com ela.

— Para onde? —o motorista a encarava com estranheza, também notando a situação dela.

— O hospital mais próximo.



N/A: OLHA QUEM VOLTOU!!!!! (a Megan)

Quero saber: o que acharam dessa doidera que ela fez? E o "SALVEM O MEU FILHO"?

Assustada com ela conversando com as vozes...

Tá bem difícil escrever a continuação, estou perdida entre várias possibilidades. Mas em breve tem mais SIM SENHORAS!

E quero compartilhar que vou conhecer e tirar foto com o Sebastian na próxima sexta, na CCXP! TO MUITO FELIZZZZZZ MEU BUCKYZINHO

BEIJOS, ATÉ MAIS!

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