Capítulo V- Assaltos
— Maggie... Por favor... Não nos esqueça!
Megan pulou da cama mais uma vez. As malditas vozes em sua cabeça enquanto dormia eram tão reais e tão profundas que a enchiam de arrepios sinistros pelo resto do dia.
Ela olhou para o relógio no criado-mudo ao lado de sua cama, constatando que nove da manhã era seu recorde de horas de sono. Levantou-se, um pouco mais animada que o normal.
Sua ducha matinal e seu café da manhã levantaram ainda mais seu ânimo, preparando-a para seu turno como garçonete em algumas horas.
Ela resolveu fazer uma limpeza simples em seu apartamento, apenas para gastar as horas que faltavam até realmente ter um compromisso. Odiava ficar ociosa.
Quando o relógio finalmente apontava meio dia, ela saiu de seu apartamento. Trancou sua porta, tendo sua atenção chamada por uma voz que ecoava ao longe. E essa ela realmente conhecia e podia atestar que existia.
Começou a descer as escadas, podendo ouvir palavras cada vez mais discerníveis.
—... ela é uma fofoqueira! —Bucky estava com o rosto escondido em suas mãos, mas era muito claro que estava sorrindo.
Uma mulher estava ao seu lado, gargalhando enquanto depositava uma mão no braço dele.
Megan sentiu uma pequena... Pontada em seu estômago ao ver aquela cena.
A mulher desconhecida então a viu ali, parada e encarando os dois, logo assumindo uma pose mais retraída e séria.
— Oi! —ela fez uma cara simpática, mas não foi tão bem vista por Megan.
Bucky automaticamente olhou para a mulher que conversava com ele, confuso, depois dirigindo seus olhos para o ponto que ela encarava até encontrar uma Megan estática.
— Megs!
O cumprimento dele foi acompanhado de um sorriso radiante, mas também um tanto contido.
— Oi, James. —Megan não soou nada simpática, mas sabia que não tinha obrigação de agradar nenhuma possível namorada de Bucky.
— Essa é a Wanda, nossa vizinha do andar debaixo.—ele apontou para a mulher, que logo lhe sorriu de modo tranquilo novamente.
Megan não conseguiu evitar a expressão surpresa e, principalmente, aliviada. Automaticamente, uma onda de simpatia começou a surgir dentro de si.
— Prazer em conhecê-la, Wanda. Sou a Megan. —ela se aproximou, esticando o braço e deixando sua mão no ar para um cumprimento.
A mulher a apertou, agora sendo observada atentamente por Megan. Ela era linda como todos os outros habitantes daquele prédio que ela conhecera. Seus olhos verdes claros, o cabelo puxado a um tom ruivo e o sorriso perfeito a faziam uma deusa moderna.
Megan se sentiu um saco de batatas naquele momento.
— Igualmente, Megan. Está gostando daqui?
— Claro que ela está, Wanda. Onde mais ela arranjaria vizinhos tão incríveis? —Bucky se intrometeu na conversa, arrancando risos sarcásticos de ambas.
— Você não o acha prepotente e irritante? —Wanda a perguntara como se Bucky nem estivesse ali.
— É só não fazer muito contato visual. Não pode dar corda para esse tipo de gente, sabe? —Megan seguiu com a brincadeira, vendo-o escancarar a boca.
— Unidas contra Bucky? É um complô? —ele encarava de uma a outra, ambas sorrindo.
— O nome é feminismo, JayJay.
Megan respondeu em alto e bom tom, saindo do prédio, mas ainda podendo ouvir a risada alta de Wanda e alguns comentários sobre o apelido que ela criara para Bucky.
Fez uma caminhada demasiadamente tranquila, esbarrando em alguns ombros na rua do restaurante pelo animado trânsito de pessoas.
Foi diretamente colocar seu avental, recebendo algumas saudações de seus companheiros de trabalho.
Logo estava desempenhando sua função de anotar pedidos e servi-los para clientes mal humorados e, em certos níveis, mal educados.
A tarde havia passado até que rápido, principalmente por conta de todo o trabalho ter ocupado a cabeça da mulher.
Eram umas nove da noite quando ela decidiu encerrar seu turno e suas horas extras, dirigindo-se ao fundo do restaurante para se arrumar e ir embora.
Entretanto... Ouviu gritos vindos da frente do restaurante.
Pensou que algum cliente ou garçonete havia quebrado algum prato, mas logo suas suspeitas foram erradicadas.
— ... PASSA TUDO ANTES QUE EU MATE O VELHOTE! —uma voz masculina e desesperada ecoou ao longe, fazendo Megan se esconder atrás de um armário.
— Todos ajoelhados de cabeça baixa! —outra voz se manifestou, mas dessa vez mais perto de onde ela estava.
Ela arriscou espiar, vendo todos os cozinheiros e ajudantes na cozinha rendidos por um homem encapuzado que empunhava uma arma gigantesca.
Os instintos dela, obviamente, entraram em alerta total. Sua audição, sua visão, seus músculos... Tudo estava enlouquecido em seu corpo.
Ela abriu uma gaveta do armário ao seu lado delicadamente, não fazendo barulho nenhum. Agarrou um garfo, mirando um ponto qualquer do outro lado da cozinha e o jogando.
O barulho do garfo atingindo o chão atraiu a total atenção do bandido, o qual foi correndo verificar o que havia acontecido.
Megan aproveitou o exato momento em que ele estava de costas para si examinando o local de origem do barulho, aproximando-se rapidamente e passando uma rasteira nas pernas do homem. Ele se desestabilizou, caindo no chão. Ela agarrou a arma da mão dele, tirando-a enquanto ele ainda estava perdido sobre o que havia acontecido.
— LEVANTE-SE! —a voz dela foi firme como nunca enquanto ela apontava a arma para o homem. —EU NÃO VOU REPETIR, PORRA! —ela encostou a arma violentamente na cabeça do homem, o qual logo espalmou as mãos no ar em rendição.
Ela foi empurrando o corpo do bandido na direção da frente do restaurante, onde podia ver de relance mais dois encapuzados. Havia famílias, crianças sendo rendidas ali. Ela não poderia simplesmente aparecer mirando em um dos comparsas porque havia muito mais em risco do que a cabeça de um maldito.
Felizmente, pôde ouvir uma voz conhecida soar.
— E aí, caras?
Em poucos segundos, um corpo envolto por uma roupa vermelha estava dentro do restaurante, disparando teias contra o cara que fazia de refém as mulheres e crianças do local.
Megan se sentiu melhor, empurrando o cara para frente.
Entretanto, o bandido que assaltava o caixa havia pego o senhor Adams. O cano de sua arma mirava na têmpora do senhor, que possuía uma feição aterrorizada.
Megan se desconcertou um pouquinho com a situação.
— Largue-o ou eu mato o seu amiguinho aqui! —ela forçou a arma na cabeça do bandido em sua posse mais uma vez, ameaçando o outro desgraçado.
— Você que o largue, ou eu mato o vovô aqui! Vai mesmo arriscar um bandido fodido por um idoso de bem, senhorita? –o bandido soou incisivamente, mostrando que Megan realmente estava em uma situação de barganha pior.
Peter também estava com receio de fazer algo que custasse a vida do senhor.
Tudo ficou estagnado por um tempo, até que Megan abaixou a arma que empunhava.
— Boa garota! Agora passe a arma para o meu querido comparsa e coloque as mãozinhas na cabeça!
Megan demorou para fazer o que lhe foi indicado, mas o fez. Ela estava extremamente contrariada, calculando qualquer ação para reverter a situação. Entretanto, a arma do outro continuava devidamente posicionada na cabeça de seu chefe. Qualquer movimento teimoso dela poderia encerrar a vida dele.
O homem que antes estava na mira de Megan a encarava de uma maneira nojenta. Logo que pegou a arma da mão dela, ele se aproximou, colocando a mão no pescoço da mulher.
— Eu realmente gosto das mais afrontosas! —ele aproximou seu corpo do dela, apertando ainda mais a mão ao redor do pescoço de Megan.
— SAI DE PERTO DELA!
A voz de Peter foi a última coisa que ecoou no ambiente antes de um tiro ser ouvido.
O homem que a assediava virou o rosto para o local de origem do som, assustado. Entretanto, Megan era uma agente nata. Estava em seu sangue lidar com situações como aquela sem se distrair.
Ela não perdeu tempo, logo acertando uma cotovelada na cabeça do homem, derrubando-o e tirando a arma de suas mãos. O corpo desacordado dele repousava no chão.
Ela dirigiu a mira de sua arma diretamente para o outro bandido, pensando que, já que ele matou a pessoa que estava servindo como sua proteção, ela poderia atirar sem dó. Pobre senhor Adams.
Seu coração parou por alguns milissegundos quando percebeu que o senhor Adams continuava em perfeito estado físico.
O tiro fora desferido contra outra pessoa que ocupava a sala.
Peter Parker.
N/A: OOOOOOOOOOOI!!!
Mais um dia de notas longas e emotivas:
Hoje é dia 20, meu aniversário de 20 anos. Quis muito postar esse especialmente hoje porque escrever esse capítulo e o próximo (que vai ser a continuação dessa cena) me deram uma sensação muito intensa. Eu espero que vocês possam sentir isso com a Megan.
O que acham que vai rolar? Peter foi atingido? Megan vai ligar pra isso?
Podem continuar deixando muitos comentários que é uma enorme motivação para continuar essa história que tanto amo! Tô aqui por vocês!
Beijos e nos vemos quando meu semestre na faculdade acabar (falta pouco!) <3
*UMA DISCUSSÃO PARA ALÉM DA FANFIC: vocês sabiam que a Ashley (minha inspiração de Megan) já fez filme como par romântico do Sebastian (nosso Buckyzinho)? Eu olho os gifs dos dois juntos e fico tipo AIAI MEU SHIPP INJUSTIÇADO...... brinks STEGAN NA VEIA
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