Capítulo IV- Decepções


Megan estava sentada no balcão do restaurante, vendo o casal de uns cinquenta anos a avaliando. A senhora com cara de poucos amigos cochichava algo no ouvido do marido, o qual ajeitou o avental e se aproximou novamente da moça que aguardava o resultado ansiosamente.

— Escute, querida... Seria ótimo ter uma ajudante como você aqui, mas não podemos pagar muito. —o senhor fez uma cara um tanto tristonha, derretendo um pouquinho do coração de pedra de Megan.

— Tudo bem, senhor Adams. Eu só preciso de um emprego temporário para pagar minha comida, o que puder me oferecer está mais que bem vindo!

O senhor sorriu gentilmente com a proposta de Megan, estendendo sua mão para ela.

— Está contratada, senhorita! Vou te apresentar o restaurante e te ensinar algumas coisas.

Megan sorriu de volta para ele, mas ficou um pouco desconfortável por ter que iniciar seu primeiro dia de trabalho às dez da noite de uma sexta-feira.



O senhor deu um pequeno tour para ela no restaurante de esquina, o qual nem era muito grande, mas bem movimentado. Megan mesma adorava os ovos mexidos dali, frequentando o local todas as manhãs depois de sua corrida matinal nos últimos cinco dias.

Ela seria uma espécie de faz tudo, cobrindo qualquer setor que estivesse em apuros. Poderia ser limpeza, na cozinha, como garçonete... Não era algo exatamente dos sonhos, mas poderia trazer uma certa autonomia financeira para que ela já devolvesse o cartão emprestado de T'Challa.

Não que uns duzentos dólares fizessem alguma diferença na fortuna de um rei que possui o monopólio do metal mais forte do mundo, mas ela era orgulhosa demais para aceitar isso.

Megan fez alguns serviços mais simples na cozinha, como cortar vegetais e fritar hambúrgueres. O relógio marcava uma da manhã quando o senhor Adams finalmente encerrou o expediente.

— É ótimo tê-la aqui, Megan! Minha esposa e eu esperamos que você goste do emprego. —o senhor deu um pequeno aperto no ombro dela, carregando um olhar orgulhoso.

Ela se sentiu minimamente confortável naquele momento, o que era melhor que toda a coisa de "você tem que ser Megan Carter Stark, a grande agente e babá de heróis de duzentos anos".

Tirou o avental, pendurando-o em um cabideiro de madeira ao lado da porta dos fundos da cozinha. Colocou sua jaqueta, dirigindo-se para fora.

— Tchau, Megan! Foi legal te conhecer! —um dos cozinheiros acenou, despedindo-se dela e caminhando para o lado contrário do qual ela iria.

— Tchau, Bryan! Igualmente! —ela forçou uma simpatia, já que nem havia gostado muito do rapaz.

Apertou o casaco contra o corpo, sentindo o vento gelado de Nova York batendo contra si. Começou a andar pelo beco escuro de trás do restaurante, aliviada por ser apenas há umas cinco quadras de seu prédio.

Seus passos ecoavam no lugar, o qual parecia uma cena de filme de terror. Até um pouco de neblina podia ser vista.

A espinha de Megan gelou quando sentiu uma presença atrás de si. Seus passos aceleraram enquanto sua audição parecia se intensificar dez vezes.

O som de passos abafados começou a ecoar em sua cabeça. Ela realmente não estava louca.

Megan estava em um embate interno, pensando se se virava para trás e encarava o maldito que a estava perseguindo ou se apenas corria o mais rápido possível para o aconchego de seu lar.

Escolheu um meio termo, apressando mais ainda seus passos, mas tentando encarar de antemão a presença que a atormentava.

Os passos cessaram, agora se fazendo presente o som de movimento nas escadas de incêndio do prédio à sua esquerda. Como alguém escalou aquela droga tão rápido e sem fazer barulho?

Megan desistiu de inibir sua curiosidade, acatando todos os sentidos assassinos de seu corpo e se preparando para qualquer tipo de combate.

— Quem está aí? —a voz dela saiu alta, firme. Ela se sentiu um pouco mais protegida sabendo que não era uma dessas garotinhas indefesas que paralisavam diante do perigo.

Então, tudo aconteceu em um piscar de olhos.

Uma figura mascarada aterrissou em sua frente, apenas a alguns palmos de distância de seu corpo. Seus reflexos se ativaram no mesmo milissegundo, seu punho se fechando e atravessando o ar na direção do rosto da figura envolta pelas sombras. Entretanto, uma mão parou seu punho antes que ela fizesse contato com o maxilar dele, estragando seu plano de autodefesa.

Ainda assim, Megan foi mais rápida para um contra ataque. Fechou a outra mão em punho, desferindo um bom soco nas costelas daquela pessoa, acertando em cheio.

—AI! —uma voz masculina mas um tanto fina soou.

Aquele grito de dor estava abafado pela máscara, mas Megan pôde reconhecer o timbre.

Ela apenas congelou, não tentando mais nenhum golpe.

O ser humano que a assustou de modo imbecil abraçava suas costelas com a mão direita, tirando a máscara com a outra mão e indo na direção da luz enfraquecida presente ali.

Megan sentiu pena ao ver Peter se contorcendo em dor.

— Droga, Parker! Por que você apareceu assim? —ela correu até ele, olhando fixamente para o local em que acertou o soco.

— Tinham uns bandidos nas redondezas dias atrás, eu estava apenas te escoltando! —a voz dele estava sofrida, seu rosto ficando vermelho.

— E quem disse que eu preciso de sua escolta, garoto? —Megan assumiu uma pose ofendida, odiando aquela coisa de donzela em apuros.

— Eu sei que não precisa, mas... Mas... —Peter ajeitou sua postura, ficando cara a cara com ela e suspirando antes de voltar a falar. –Eu sinto sua falta.

Megan também respirou fundo, sentindo-se atacada pela doçura de Peter.

— Peter, você sabe que eu não me lembro de você, não é? Quer dizer, eu não sou a Megan que você conheceu, certo? —o garoto assentiu, relutante, já com um semblante tristonho. —E você estava presente quando eu disse, com todas as letras, que não quero saber de nada da minha antiga vida, certo? —lá estava ele, assentindo novamente, os olhos decepcionados sendo destacados pela luz fraca e as lágrimas que se acumulavam. —Então por que diabos você ainda insiste? Quer dizer, você realmente gosta de me fazer sentir uma monstra sem sentimentos?

Ele abaixou a cabeça, segurando as lágrimas ao fechar os olhos com força.

— Eu... Eu... —ele respirou fundo antes de conseguir falar. —Eu pensei que você poderia se lembrar de algo se eu ficasse perto...

— Eu não quero você perto, Peter. Eu acabei de conseguir um trabalho para começar minha vida normal. Você sabe muito bem que não conseguirá fazer parte dela, então vá embora para que eu pare de te machucar. Eu realmente não quero fazer isso, garoto... —ela colocou a mão direita no rosto dele, limpando uma das lágrimas que inundavam o rosto já vermelho de Peter. — Mas não posso aceitar uma condição de submissão por vocês estarem me superestimando.

Megan tirou sua mão do rosto dele, passeando pelo braço esquerdo do garoto para tentar trazer uma sensação mínima de conforto, mesmo sabendo que o estaria destruindo neste momento.

Mas Megan realmente não iria se colocar ao bel prazer de nenhum dos integrantes de sua vida antiga, não iria ignorar seus desejos e sua independência porque, um dia, já foi uma grande amiga de qualquer um deles.

Ela queria liberdade.




N/A: OI OI OIIIIIIIII

Hoje minhas notas serão um pouco grandes:

1- ENTREGUEM-SE PARA ESSA FIC!!!!!!! Não odeiem a Megan, tentem entender e entrar na pele dela! E saibam que ela é uma pessoa diferente, a Megan hard core!

2- EU QUERO (MUITO) SABER: tem algo que vocês curtiriam muito ver? Tipo: interação Megan e x personagem; Megan no espaço;  Megan usando armadura..... QUALQUER COISA! Quero um dedinho de vocês nessa fic <3

3- EU TO MUITO FELIZ COM TODAS AS INTERAÇÕES DE VCS! Amo saber o que estão pensando, se estão sofrendo, se estão odiando esses flertes Megan x Buck.... RSRSRSSR 

4- SAIBAM QUE VAI TER MUUUUUITO ACONTECIMENTO DOIDO! Já que agora é por minha conta, sem dever fidelidade para qualquer filme, quero botar fogo nessa fic  

Espero que gostem mais a cada capítulo!

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