𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐 • Sparring
O EGO DE RIVEN quase estava ferido ao perceber que Sky ganhava dele naquela sessão de sparring. Ele não deveria estar surpreso, não quando seu melhor amigo loiro sempre se destacou em treinos como aquele.
Pelo menos, ele estava grato por não estarem em cima de uma das plataformas, afinal ele não estava afim de se molhar na água gelada e cheia de algas do lado.
Ele sorriu maliciosamente e brandiu sua espada, errando um golpe que deveria ter sido certeiro.
— Você ficou lento neste verão — riu Sky.
— Correção: fiquei chapado neste verão — brandiu Riven, mostrando os dentes.
Nem fazia diferença Riven continuar lutando contra o garoto que todos consideravam o melhor — principalmente depois que Riven fora dado como o pior dali. Então, ele olhou ao redor, procurando pelo diretor Especialista Silva que conversava com Verena. Riven não fazia ideia do porquê daquela mulher estar ali, também não fazia diferença.
Eles eram a autoridade naquele lugar, e Riven tinha um grande problemas com autoridades.
— Tá, chega. Você ganhou — decretou Riven, revirando os olhos. — Distraiu as suas figuras paterna e materna? Enquanto vou para a floresta ficar chapado.
Antes que Sky pudesse respondeu, Riven já havia largado os bastões de treinamento no chão e corrido em direção à floresta. Mas enquanto fugia, ele viu um dos especialistas júniors. Don? Não, Dane. Ele considerou mandá-lo se foder, mas antes que fizesse isso, ele já havia cruzado a Barreira azul cintilante e entrado mais a fundo da mata escura e profunda.
Enquanto subiu um grande pedra, ele quase conseguiu ouvir a voz de Silva no fundo de sua mente, alertando-o sobre o queimados e como eram monstros impiedosos com sua força e velocidade desumanas.
Ele se sentou, mas foi no mesmo instante em que ouviu um som profundo e baixo, algo parecidos com ossos batendo contra ossos. Vinha das árvores. Entretanto, esse mesmo som fez os pelos no corpo de Riven se arrepiaram, calafrios correndo sob sua pele.
Nada poderia ter lhe preparado para aquela visão.
Era o cadáver mutilado de um idoso. Mal tinha a cabeça inteira, a pele nua rasgada como uma folha de papel. Parece que aquele corpo havia sido arrastado até ali, mas não fazia sentido os pedaços de carne carbonizada. Não tinha fogo ao redor, nem uma brasa.
Riven tentou engolir o medo como um bom soldado. Mas aquela fachada de garoto mau e problemático era mentira. Então, ele girtou por Sky. Gritou por Silva. Até mesmo gritou por Verena, porque ele sabia que precisava de ajuda.
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TINHAM LUZES PENDURADAS pelo pátio e uma música animada tocava. Ao lado da mesa de ponche, Viperine tinha um copo vermelho da bebida doce em mãos. Ela observava ao redor, sem coragem de beber aquele líquido rosado sem um pouco do álcool que carregava num recipiente escondido em seu casaco.
Ela não havia socializado até então, no máximo trocou algumas palavras com suas duas colegas de quarto que só foram para que elas parassem de gritar ao verem Anakin. Tudo bem, ela havia trocado mais de três palavras com Terra no corredor — além do idiota com quem esbarrou assim que chegou.
Se aquele era o estereótipo de pessoas que estudavam ali, então ela não faria muita questão de conhecer mais gente. Mas enquanto não se decidia entre socializar ou arrumar um canto escuro e colocar o álcool naquele ponche, ela ouviu a conversa entre Terra e mais três garotas:
— Talvez ele fosse só velho — disse Terra. — As pessoas morrem de velhice.
— Bom, mas ele foi decapitado — comentou uma garota negra que empilhava alguns bolinhos num guardanapo. — Quem achou o corpo, aliás?
— O Riven — respondeu. — É um garoto egocêntrico hoje em dia, mas ele já foi legal.
— Gostava dele? — perguntou outra garota com fone de ouvido entorno do pescoço.
— Eu? Não! Claro que não! — exclamou, os olhos arregalados. — Por quê? Parece que eu gosto?
Viperine revirou os olhos, pensando o quão ridículo algumas garotas se faziam por garotos. Ela não entendia realmente o que as levavam a gostar dos mais problemáticos... Quem era Viperine para falar sobre aquilo? Ela mesma apenas tivera casos com os piores tipos de garotos, aqueles que quebravam seu coração em mil pedaços que nunca mais poderiam ser colados.
Pelo menos, nunca fora ela a sair machucada dessas relações.
Ela cruzou os braços, tomando cuidado para não derrubar o ponche. Viperine saiu do lado da mesa, decidida a pegar o álcool que tanto lhe chamava. Quando ela cruzou a mesa onde aquelas gartoas estavam, mesmo que falassem baixo, ela ouviu a ruiva perguntar:
— Quem é aquela? A garota loira que passou.
— O nome dela é Viperine — respondeu Terra, rapidamente. — Caloura. Está no quarto 169. Tem uma cobra chamada Anakin. Já discutiu com o Riven cinco minutos depois que chegou.
— Como sabe de tudo isso? — perguntou a de cabelos escuros. — Estamos no primeiro dia aqui em Alfea.
— Eu conheci ela — defendeu. — Somos quase amigas, nem tanto.
Amigas. Viperine conteve a vontade de revirar os olhos, caminhando em passos mais pesados para o corredor vazio e pouco iluminado no canto inferior do pátio. Ela caminhou até o final dele, virando ao se deparar um um lugar sem saída e sem salas por perto, apenas alguns armários de alunos no canto.
Ela tirou o pequeno recipiente metálico de dentro do casaco, abrindo-o com agilidade. O barulho do líquido caíndo dentro do ponche foi como música para seus ouvidos, uma distração do mundo real que ela tanto precisava—
— Não pode beber aqui — disse um garoto, tímido demais. — É proibido.
— É meu remédio — mentiu ela, torcendo o nariz.
— Isso não parece com remédio — alegou ele. — A diretora Dowling...
Viperine revirou os olhos, ignorando-o e dando um longo gole da bebida finalmente tomável. Ela analisou o garoto, percebendo o quão tímido ele realmente era, tanto que mal conseguia encará-la nos olhos. Esperto.
— Você parece bobo demais para ser um especialista, mas quanto uma fada...
— Seu tipo não é bem vindo aqui — exclamou ele, após perceber algo.
— Fada da mente, eu deveria ter percebido — suspirou ela, logo cansada. — Você não me deixa outra escolha, senão...
Seus olhos se arregalaram em pânico. Viperine sorriu com isso.
Sem socializar, com um ponche agora alcoólico, ela tinha que admitir que seu primeiro dia em Alfea não tinha sido lá tão ruim.
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03.09.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Obrigada por todas as visualizações, comentários e votos no primeiro capítulo! Vocês não tem ideia do quanto nos deixaram felizes e emocionadas.
Novamente, não esqueçam de nos contar o que estão achando e quis sua teorias futuras para MEDUSA e Mind Soldier.
E se alguém ainda ficou com dúvida: Anakin é a cobra de estimação da Viperine. Não é exatamente uma cobra convencional, mas vocês vão descobrir isso em breve.
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VOTEM e COMENTEM
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