𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟖 • Amigos

RIVEN REPRIMIU O PÂNICO quando o grito dos queimados ecoaram pela estufa. Ele estava feliz por não ser o único com medo, já que Dane estava a beira de um colapso ao seu lado.

Entretanto, ele não entendia como Viperine conseguia estar tão calma. Ela estava sentada em cima da mesa, mas já parecia bem melhor depois de ter comido uma barra de cereais alguns minutos atrás. Anakin estava enrolado ao redor do seu pescoço, dormindo.

Mesmo se tremendo até a base, Dane ainda tentava moer aquelas ervas, mas estava falhando miseravelmente.

— Não entendo como você é tão bom nisso — disse ao ver o monte de ervas picados por Riven.

— Você não sabe porque não conhece o verdadeiro Riven.

Verena. Ela entrou na estufa, fechando e trancando as portas atrás de si. De cima da mesa, Viperine tentou entender o que ela estava fazendo ali.

— Terra e eu costumávamos ficar um monte por aqui — disse Riven, ligeiramente ruborizado.

Viperine jogou a cabeça para trás.

— Nunca imaginei que você era do tipo nerd — zombou. — Terra também era sua namorada, Riven?

— Está louca? — exclamou ele, enojado. — É claro que não!

Aquilo inquietou os dois.

— Riven não é como o Sky, Viperine — disse Verena. — E diferente de você, pelo menos, ele tenta fazer as coisas bem feitas.

Viperine cruzou os braços, revirando os olhos.

— Fizeram essa poção direito? — perguntou, ignorando o comentário de Verena. — Ela não está demorando demais para acordar?

— Se vai ficar julgando, faz melhor — mandou Verena.

— A poção não era sua? — exclamou Dane para Viperine, os olhos arregalados em pânico.

Mas antes que a discussão entre eles se estendesse, Riven olhou preocupado para Verena e perguntou:

— Verena, tá tudo bem?

— Que droga tá acontecendo com você? — exclamou Viperine, ligeiramente bem assustada ao reparar na aparência péssima dela.

Verena abriu a boca para responder, mas murmurou um merda quando sentiu sangue escorrer pelo seu nariz.

— Eu também quero saber — disse Verena. — E estou perdendo o controle dos meus poderes.

— Mas você não era a fada indestrutível que não morria? — perguntou Viperine, dramática.

Mesmo com dor, Verena deu uma risada, junto dando de ombros.

— Descobrindo mais sobre a Bloom, eu descubro o meu problema — sibilou.

— Fada? — repetiu Dane. — Você não é especialista?

— Tá na cara que vocês se conhecem — declarou Riven. — Se importam de explicar?

Viperine olhou para Verena, algo como "conta ou não?". Viperine deu de ombros, dando chance para Verena explicar:

— Beatrix e eu fomos criadas juntas — explicou. Ela é minha irmã. Agora com Viperine, o caso é um pouco mais complicado.

— Mais complicado e uma história para outro dia — cortou Viperine.

Verena se apoiou na mesa com dor e meio zonza. Ainda parecendo meio fraca, ela se reclinou sobre o corpo de Beatrix, dando um beijo em sua testa. Logo, ela se levantou, voltando-se para os três:

— Não saiam daqui, entenderam?

Sem dar-lhes chance para responder, ela saiu da estufa. Nenhum deles — Viperine, Riven e Dane — fez questão se segui-la. Mal sabiam o que estava acontecendo, afinal.

Viperine se levantou, caminhando até o corpo de Beatrix e cutucando-a nas costelas com a ponta da unha afiada.

— Aí, meninas raio — chamou. — Ela já foi. Pode parar com o teatro.

Riven e Dane quase enfartaram de susto.

E Beatrix abriu os olhos.











NESSES TEMPOS DE ASSASSINATOS E problemas sem fim, Riven tinha encontrado consolo em brincar com a mente de Dane. Não só ele, mas Viperine também. O casal não se importava realmente se ele estava sendo prejudicado, ela legal demais para se importarem.

— "Lutando como uma garota!", "jogando como uma garota" e "correndo como uma garota"? — exclamou Viperine. — Isso é machista.

— Tudo problemático — Dane informou.

De sua voz preguiçosamente divertida, Beatrix revirou os olhos.

— Eles estão brincando com você, Dane — disse ela. — Viperine entende linguagem contemporânea de gênero muito melhor do que deixa transparecer. É até fofo para os padrões dela.

Viperine a lançou um sorriso lendo e convencido. Beatrix a conhecia bem, cresceram parte da vida juntas afinal. Por mais que parecessem se odiar em vários momentos, as duas tinham um carinho enorme uma pela outra.

— Me conhece tão bem — murmurou, rindo.

— Melhor do que você mesma — retrucou Beatrix.

A Medusa soltou um riso convencido. Quando Beatrix falou, seu tom era mais caloroso do que o normal:

— Esse termo... não foi uma merda. Obrigada por isso.

As luzes piscaram e a conversa silenciou. Riven olhou para Dane, agora como um especialista.

— precisamos voltar — disse ele.

— Nós deveríamos — concordou.

Ninguém se mexeu. Sabiam que se os dois partissem, estaria acabado. Tecnicamente, Beatrix e Viperine eram prisioneiras que nem deveriam ter sido retiradas das celas de tão perigodas que foram classificadas.

— Rosalind estará aqui em breve — disse Beatrix. — Ouçam-na. Ela, o meu pai e a tia de Viperine tem uma plano.

— Ela não é exatamente a minha tia — resmungou Viperine, mas se deu motivo para falar: — Vocês dois podem ser uma parte do plano. Isso não tem que acabar, sabem?

Viperine estava falando a verdade, não encenando. Ela sabia que poderia colocá-los dentro do "time" deles, só precisava pedir para a pessoa certa.

— Foi seu pai que te mandou aqui? — perguntou Dane para Beatrix.

— Tecnicamente , ele não é meu pai, mas ele saberá que...

Então, a porta se abriu. Uma mulher loira mais velha estava os encarando da entrada principal da estufa. Exibia um sorriso inquietante. E aquela atitude... Riven sabia que ela era militar — estava no comando.

— Rosalind — Beatrix sussurrou.

A mulher assentiu, sorrindo.

— Você se lembra de mim — disse a mentora. — Bom.

Ela olhou para Viperine com um sorriso leve. Ela poderia estar no controle do plano, mas sabia que Viperine não era uma força que qualquer um pudesse controlar. O olhar que dirigiu para Dane e Riven era hostil, como se estivesse se perguntando quem eram eles.

Riven não precisava ser uma fada da mente para sentir as vibrações intensamente desequilibradas. Tipo, se ela fosse cinquenta anos mais jovens, Sky com certeza tentaria namorá-la.

— São amigos — garantiu Beatrix. — Os dois.

Isso soou bem. Os olhos de Rosalind brilharam e Riven sentiu sua magia como uma tocha brilhando em todos os cantos mais escuros de sua alma. Por fim, Rosalind acenou com a cabeça, como se ele tivesse passado numa prova difícil e que a fizera pensando que tiraria zero.

— É sempre bom ter amigos — concordou. — Aposto que eles querem saber o que acontece a seguir.

Rosalind sorriu, um sorriso lento que parecia quente como o sol e frio como uma cobra... Ah, deveria ser daí que Viperine aprendera a sorrir.]

— Sem querer atrapalhar nem nada do tipo — sibilou Viperine, chamando a atenção de Rosalind. — Mas, assim, eu queria te pediu um pequeno favorzinho. Tem um pouco a ver com a Verena, na verdade.


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28.02.2022

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Demoramos um pouco para voltar com os capítulos, mas finalmente eles estão saindo. Já deixo adiantado que logo logo eu vou voltar aqui com o spin-off de Medusa!

E para quem está curioso: minhas aulas já começaram, está sendo uma adaptação bem intensa estando em outro país, mas eu já estou chegando na metade do semestre! O rifada por todos os comentários na Carta de Agradecimento! Ler o que vocês escreveram foi tudo para mim e também o que me dá forças para voltar a escrever em breve!

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