𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟓 • Me libertar

SKY ESTAVA NO CÍRCULO DE PEDRAS com Bloom, ela contando sua história, e agora era a vez dele. Mas por que ele estava fazendo isso? Talvez fosse sua forma de se libertar dela, ou não, mas ele precisava tentar.

    — Morei em Alfea a minha vida toda. Silva me criou — começou.

    — Eu vi o que fizeram em Aster Dell, Sky — alegou Bloom, tentando ser razoável.

    — Ele nunca teria ajudado a massacrar uma vila inteira!

    — Nem mesmo se ele pensasse que estava matando queimados?

    Sky abriu e fechou a boca, sem saber o que dizer. Ele sabia que Silva sempre lutaria pela segurança de todos, isso incluía matar queimados até a extinção.

    — Olha, não acho que eles sejam maus — disse Bloom, alcançando a mão de Sky sobre as pedras. — Mas acredito que eles estão protegendo este lugar e se protegendo. Então, seja qual for a verdade, não importa o que aconteceu naquele dia?

    A voz de Bloom evidenciava seu desespero. A mão dela sob a sua queimava, como se ele estivesse cometendo uma traição.

    Ele se contorceu, retirando a mão dela e se afastando. O ato não passou em branco para Bloom. Sky esticou a mão, pegando a garrafa de água perto da bolsa dela e dando um longo gole. De repente, estava tudo muito quente e ele suando.

    — Sky — chamou-o Bloom, andando até ele e pegando em seu braço.

    Agora sim, quando Sky se afastou do toque dela, foi um ato duro e frio. Ficou claro para ela que ele não queria ser tocado — não por ela.

    — Não dá! — exclamou ele, surtando. — Não sou quem você quer, Bloom. Não posso ser quem você quer.

    — E o que nos tivemos? — perguntou ela, sem entender.

    — Bloom, você é uma garota incrível — alegou ele, os olhos lacrimejando em pânico. — Mas eu não posso...

    Bloom o cortou, entendo o que estava acontecendo:

    — É por causa de Viperine, não é? Ouvi os rumores pela escola, de que vocês dois tiveram algo.

    — Eu já conheço a Viperine há anos. Temos uma história juntos, mas eu fiz merda, tá legal? — revelou Sky, tentando se explicar. — Olha, eu machuquei a Viperine, machuquei muito. E com ela agora...

    — Você acha que ela voltou para Alfea por vingança? — sugeriu.

    — Em parte — concordou. — Viperine é imprevisível, Bloom, ninguém sabe o que ela está tramando.

    Sky respirou fundo, seu corpo mais quente do que nunca — não era normal. Estava ficando difícil de respirar.

    — Eu preciso de um tempo — disse Sky, por fim. — Isso entre eu e você... Eu preciso resolver as coisas com a Viperine primeiro.

    Eu preciso me libertar, Bloom, por favor, entenda isso, pediu ele silenciosamente. Mas então, o disco que Dane dera a Bloom iluminou. Sky olhou para ela, se perguntando o que diabos era aquilo.

    — O que é isso? — perguntou ele, sem entender.

    — Se eu te contar, você vai me impedir — disse ela, culpada. — Me desculpe também.

    Sky parecia pronto para discutir, mas algo aconteceu antes. Ele cambaleou, os olhos desfocados, e agarrou-se ao banco de pedras enquanto caía para o chão. O coração apaixonado de Bloom se partiu ao vê-lo ter o próprio corpo traído — ela o traiu.

    — O que está acontecendo? — ele perguntou, desesperado e cansado. — Me drogou?

    Mas enquanto ele estava caído sem conseguir se levantar ou me mexer, Bloom pegou o disco e o colocou de volta na bolsa, ao lado o saquinho de pó que Dane tinha lhe dado.

    — Dane disse que não duraria muito — disse ela ao corpo incociente. — Sinto muito.

    Bloom apagou as chamas dançantes que os cercavam. Com os assuntos mal resolvidos de Sky e Viperine, e agora a traição de Bloom, ela sabia que o fogo entre ela e Sky já estava perdido.











    SILVA HAVIA ENVIADO uma mensagem para os grupo dos especialistas dizendo para se aprontarem. Riven não tinha ideia do que ele queria agora, mas escalou morosamente em sua armadura. Provavelmente era outro exercício.

    Se fosse o caso, talvez bater em alguém o acalmasse um pouco. Depois da prisão injusta de Viperine, onde nenhuma dos adultos dava alguma informação, ele não ficara bem. Ele queria ir até ela, ser seu herói que fosse libertá-la. Talvez decepar a cabeça de Dane em um acidente infeliz de treinamento fosse realmente relaxá-lo.

    Ele saiu de seu quarto, afivelando a espada e tentando se recompor, mas Terra o impediu, agarrando seu braço.

    — Preciso da sua ajuda — disse ela. — Bloom está prestes a fazer algo absolutamente insano, então tenho que encontrar Sky.

    — Que tal: foda-se? — sibilou ele, sacando a espada.

    — Você tem que encontrar Sky e fazê-lo nos ajudar — implorou. — E a Stella...

    — Cegue-a — sugeriu.

    — Cegar alguém é muito preocupante! — Tinham pedaços de videiras no cabeço dela. — Mas o problema é outro: Dane é um traidor. Ele é um patife com cara de patife. Percebeu isso.

    — E você é uma vaca desgraçada — disse Riven, nervoso. — Ou já esqueceu que a minha namorada for presa por sua causa?

    Terra engoliu em seco.

    — Viperine sabia o que a aguardava.

    — Ninguém tem provas contra ela — defendeu.

    — Ela é uma Medusa! — exclamou Terra. — Meu pai testou a cobra dela, e ela sentiu tudo.

    Riven tentou passar por ela antes que fosse expulso por esfaquear uma fada.

    — Amarrei Dane numa cadeira com vinha e ameacei mantê-lo amarrado ali para sempre — disse ela, rápido demais. — Não para sempre, mas não o deixei fazer xixi. Eu tinha que extrair informações dele de alguma forma, você deveria ter visto isso!

    — Não é problema meu.

    Terra suspirou, pensando em como fazer Riven cooperar. Tudo bem que Viperine fora presa por sua culpa, mas ela era culpada pelos assassinatos. Ela só estava fazendo o que era correto.

    — Bloom e Dane estão planejando um resgate de presos a louca e assassina Beatrix — anunciou Terra. — Dane deu a Bloom algum tipo de chave mágica. E eu também acho que, em seguida, eles vão atrás da sua psicótica e assassina namorada.

    — Você tem amigas, não? Ou elas já viram como você é inútil?

    Terra segurou as lágrimas, ela não choraria na frente dele.

    — Riven, por favor, eu preciso desesperadamente de sua ajuda e preciso encontrar o Sky! — explicou. — Eu pensei que ele poderia ter colocado bom senso nela e foi procurá-la, mas até agora ele não apareceu... Ela pode tê-lo eliminado?

    — Não acho que Bloom mataria Sky — Riven decidiu. — Ela é quente demais para colocá-lo no gelo permanentemente dessa forma.

    — Mas Viperine, se saísse, mataria Sky.

    Riven não respondeu, Terra saiu de seu campo de vista antes que Silva o encontrasse no caminho para o pátio. O diretor especialista o analisou de cima a baixo, parecia decepcionado com o mundo.

    — Bom que você se paramentou. Onde está Sky?

    Ele revirou os olhos. Por que nunca poderia, pelo menos, fingir que se importavam com ele?

    Algo profundamente militar estava para acontecer.

    — Vamos direto ao assunto, pessoal! — Silva chamou a todos. — Há pelo menos seus queimados massacrando pessoas do outro lado da Barreira. A equipe de Marco já caiu. É nosso trabalho detê-los.

    Riven olhou para Silva com a boca aberta. Não era apenas um exercício. Ele não queria apontar o óbvio, mas se toda a equipe de especialistas adultos treinados foi abatida, os estagiários em Alfea simplesmente seriam massacrados.

    — Qual a minha motivação para ser massacrado? — sibilou Riven.

    — Sem perguntas — mandou Silva. — Encontre Sky.

    Que merda, por que todo mundo queria Sky? E por que Riven que tinha que ir?

    Ele respirou fundo, colocando-se a caminhar. Já que o queimados iriam matar todos eles, era melhor se apressar e desamarrar Dane também.











    ERA TEDIOSO NAQUELA cela vazia e solitária e empoeirada.

Não era como se Viperine fosse claustrofóbica, mas ela não conseguia aguentar a simples ideia de ficar presa em um cômodo relativamente menor sendo que ela não podia sair. Chegava a ser enlouquecedor.

    Ela tinha uma ideia do que poderia ter sido que a levou até ali. Mas não era como se os adultos tivessem provas... Aquela vadia da Terra deveria tomar cuidado assim que Viperine conseguisse se libertar, porque ela viria por ela, para matá-la.

    As portas da sala esquecida da Ala Leste foram abertas. O som dos passos ecoou pelo lugar. Viperine, antes deitada na maca dura e gelada, quase dormindo, levantou e se apoiou na grades com certa urgência.

    — Eles não tinham provas! — alegou, enfurecida. — Por que me prenderam?

    — A sua dor foi a prova.

    Nas mãos de Verena, Anakin estava enrolado, tranquilo. O que era aquilo? Deram calmante para sua cobra também?

    — Descobriram que sou uma Medusa, é isso? E daí? Estou presa por qual acusação?

    — Os alunos acham que é só porque você petrificou algumas pessoas, mas para Dowling você é um monstrinho que ela achou não existir mais — respondeu Verena. — E também o fato de você estar com a Beatrix. Mas agora vamos esquecer essa parte e focar em outra coisa que, no momento, é mais interessante para mim.

    — Que coisa?

    — Eu não fiquei muito feliz em descobrir que soltar a Rosalind não era a sua maior preocupação aqui em Alfea.

    Viperine cruzou os braços, bufando.

    — Soltar Rosalind é coisa sua — disse ela. — Posso ter falado que ajudaria, mas ela nunca foi minha prioridade.

    Verena sibilou um uhum, os cílios batendo como se debochasse de Viperine.

    — As coisas que descobri só afirmou ainda mais o quão infantil e imatura você é — sibilou Verena. — E cega também. Sinceramente, achei que fosse mais esperta, mas claramente você não é já que não percebeu ou simplesmente ignorou.

    — Já tentei me provar o contrário? — provocou.

    — Você pode continuar fingindo o quanto quiser, mas sabe que eu consigo ver o que você está sentindo de verdade — disse de volta, pegando Viperine despreparada. — Você está se remoendo por dentro. Você fica rindo da Bloom e chamando ela de iludida, quando, na verdade, a iludida é você.

    — Para eu estar me remoendo, eu tinha que primeiro me importar.

    Verena jogou a cabeça para trás, soltando uma risada alta e aguda.

    — E quanto a Bloom? Tá, pode ser que nós duas sejamos iludidas, mas eu estou me iludindo por vingança, Verena, não por uma paixonite de ensino médio.

    — A cada palavra que sai de você só me deixa com mais pena ainda. Eu entre nessa sua cabecinha. Eu vi tudo o que está aí — avisou ela, soando má. — Se eu não posso ter o Sky, ninguém pode... Patético.

    — Como falei: vingança — repetiu Viperine.

    — Você falou isso tantas vezes para você mesma que agora acredita. Isso é... deprimente — disse, negando algo para si mesma. — Que tal a gente fingir que você é adulta só um segundo e abrir o jogo? Só dessa vez.

    Viperine engoliu em seco, respirando fundo.

    — Tá, o que você quer de mim? O que quer que eu fale?

    — A verdade — respondeu Verena. — Por que está atrás do Sky? Eu quero ouvir você dizer..

    — Estou atrás do SKy por causa do que ele fez comigo, Verena — revelou, sendo sincera. — Porque isso me quebrou por dentro e eu não sei como me concertar.

    — Ele fez e está fazendo bem mais do que isso.

    Verena levantou o olhar, encarando Viperine nos olhos.

    — É, você decidiu ignorar. E o preço dessa ilusão que você e o Sky estão tendo são duas pessoas saindo magoadas.

    — Magoadas? Quem? Ele e o Riven? — riu Viperine. — Por favor, até parece que não sabe que todos, para nós, são que nem marionetes que manipulados e controlamos. Afinal, Verena, não fez o mesmo com o Silva?

    Verena serrou o punho, os olhos ficando pretos.

    — Deixa o Silva fora disso — alertou.

    — Ah, ficou irritadinha? Mas eu não estou mentindo, ou estou?

    — Minha situação com o Silva vai muito além do que você pensa. Mas voltando ao foco, estou falando do Riven e da Bloom. Você se importa com ele? Nem que seja só um pouco.

    — Vai fazer diferença seu eu falar que não sei o que sinto, mas ao mesmo tempo sei que tenho alguma coisa por ele? — ela arriscou.

    — Quer que eu te de uma luz? Para ver se você consegue achar um caminho?

    — Por favor, me ilumine — pediu, gesticulando com as mãos.

    Verena deu um passo para frente, chegando mais perto dela.

    — Você gosta do Riven, principalmente porque ele te aceitou mesmo com a dpuvida de você ser uma Medusa e não contou para ninguém — iluminou. — Agora sobre Sky... Quer ajuda nisso também?

    Viperine suspirou, assentindo minimamente, uma ato que não passou despercebido por Verena.

    — Ele foi o primeiro garoto que te deu atenção. Com quem você teve a sua primeira vez. E por isso você é apegada a ele — continuou. — Você ficou machucada com o jeito que ele terminou com você e não sabe como deixar para trás.

    — Ele não teve a decência de terminar comigo, Verena! — gritou. — Isso que me deixou furiosa.

    — E você não sabe como seguir em frente — concordou. — Eu tenho que te contar uma coisa sobre o Sky.

    — O quê?

    — Na verdade, só tirar a sua dúvida.

    Viperine travou a respiração, ar não passava pelos pulmões. Viperine se apoio nas barras da cela, centímetros as separava.

    — Para você, ele era o único, mas para ele você não era. Porque enquanto vocês dois brincavam do lado de fora da Barreira, aqui dentro ele era o namorado da Stella. O casa de ouro da escola.

    Uma coisa estranha subiu pela garganta de Viperine. Ela queria chorar? Queria, mas algo a impedia de deixar as lágrimas caírem. Essa sempre fora a grande dúvida dela, depois da mudança de comportamento de Sky no último verão... Ela sempre soube que acontecera algo, mas nunca tivera resposta.

    Agora, ela sabia.

    — Você estava tão preocupada com a sua situação com o Sky que magoou o único garoto que realmente gostou de você — disse Verena, encarando Anakin em sua mão. — E gora, você perdeu ele.

    Sem conseguir palavra, Viperine balançou a cabeça, negando. Não, ela não perdeu Riven. Não tinha como tê-lo perdido.

    Verena estendeu a mão por entre as barras, passando Anakin para Viperine. A cobra foi rápida em se enrolar pelo corpo de sua dona, enroscando-o em seu pescoço, buscando por calor.

    Verena não disse nada enquanto saía da sala esquecida, a porta batendo com um estrondo metálico. Então, as primeiras lágrimas de dor e traição rolaram pelo rosto de Viperine.

    No verão passado, repetiu ela, mentalmente. Sky me traiu no verão passado.


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04.12.21

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

O que acharam do capítulo de hoje?

Íamos liberar as sinopses das obras que estamos planejando, mas tivemos uns contratempos, mas aqui estão as capas para vocês terem um gostinho do que está por vir:

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