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Daqueles olhos, aqueles olhos
(inconfundíveis olhos)
aqueles olhos, que refletem luz
no meu coração
aqueles olhos, aqueles olhos

• Aqueles Olhos - Dom M •
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Frase do Capítulo:
-A verdade sempre conseguiu restaurar nossas vidas novamente!

António Torres 

💄💋⚽️
• 12 dias depois •

António Torres
10:10h - em casa

Como a nossa vida pode mudar tanto do dia para a noite!

Talvez todas as coisas ruins que aconteceram nas nossas vidas foram uma prova para nos mostrar o quão fortes nós podíamos ser juntos. Nunca é fácil lidar com luto, perder entes queridos, chorar por não conseguir o que queremos, brigas, julgamentos e acima de tudo curar as feridas passadas.

Ninguém nasce ensinado a lidar com nada, porém a sociedade está sempre a  provar a sua própria existência. Lutar todos os dias por nossas vidas era o que mais todos fazíamos.

Depois de onze dias tentando contacto com Ernesto só ontem pela noite consegui contacto com ele e marquei de ele aparecer cá com Luka....avisei que Sebastian é Veronika também aqui estariam para a verdade enfim ser restaurada. Eu nunca estive tão FELIZ na minha vida como agora. Era um enorme PESO tiro de cima de mim.

Ferran também já tinha-se aberto comigo com o que ele tinha e eu prometi-lhe que não diria a mais ninguém. Eu de certo modo tinha que ser paciente com ele, meu filho merecia todo o amor que o nós o podíamos dar.

— Preparado? — Natasha me abraçou por trás enquanto ajeitava a camisola. —Fica tranquilo, tudo vai sair bem.

— Eu sei que sim! — virei-me para ela e logo a beijei.

— Mamã! Mamã!! — Emma cambaleava até nos.

— Oi princesa, papais te amam sabias?!

— Oh graxa! Logo à uma hora destas Torres?

— Ah amorzinho, tu amas. — beijei seu pescoço. —Bom....ja irei para baixo também.

— Até já!!

Eu estava feliz!
Natasha estava feliz!!
Meus filhos estavam felizes!!!
Meu pai estava feliz!!!!
Todos estavam felizes!!!!!

Eu amava demais este ambiente harmonioso, mas por mais que eu quisesse tentar ter este ambiente harmonioso tinha que pensar em como Ernesto estava.......Luka ficaria destronado e Sebastian triste. Todos estes anos foram uma completa mentira que agora iria ser enfim revelada.

Coloquei meu perfume, coloquei creme nas minha mãos e logo desci pelas escadas......todos se encontravam lá. Sebastian e Veronika já haviam chegado e apenas faltava Ernesto e Luka, com tanto atraso eu podia jurar que eles não viriam. Isto estava de certa forma sendo impossível de ser suportado pelo moreno.

Ethan também cá estava, ele estava ao telemóvel e pela reação dele algo me dizia que era com Ernesto. Talvez, apenas um talvez Ernesto não o atendeu. Ele era bastante insistente em um assunto.

— Eles vão chegar logo? Não consigo olhar para ele nem mais um segundo! — Ferran veio ter comigo. —Pai!!

— Eu não sei Ferran. Sinceramente eu não sei.

— Olha eles aí! — Ethan olhou pela janela. —Chegaram.

— Porque nos chamaram cá? Vão fazer uma confraternização? — Sebastian falou ironicamente. —Aí, pessoal parem de ser assim comigo eu só me quero ser vosso amigo.

Ferran se sentou chateado entre sua irmã e Natasha. Ele tinha que acalmar, todos os instantes neste tempo de recuperação eram de certa forma cruciais para ele. Tudo dependia de um bom ambiente.

— Ernesto! — o abracei. —Bem...sentem-se.

Luka estranhou tudo isto, ele nunca foi de estar no meio te tantas pessoas e digamos que era até de certa forma natural. Ele sempre foi muito introvertido.

— O que temos que falar não é algo bom. Ernesto, Veronika querem vir para cá?

Se olharam e um longo período depois se levantaram.

— O que se passa aqui? — indaguei-o, Luka com uma voz grave. —Meu pai está estranho e quando eu pergunto se Sebastian pode passar lá em casa ele se recusa, antes isso não acontecia.

— Calma Luka. Vá!! — S/n falou com Matheus ao colo. —Tem paciência, o que eles tem para falar não é algo assim para falar rapidamente.

— Daqui a pouco vou embora!!

— Sebastian! Me perdoa.... — Veronika olhou para ele. — Me perdoa pelo que te fiz passar por favor. Em sempre te dizer que não tinhas pai e que ele havia morrido.

— Eu sei quem é meu pai! É o António.

— Não!

Ernesto tirou seu olhar do chão e logo olhou para ele já com os braços cruzados. Seu olhar era vazio, seu corpo transmitia sinais intensos de frustração e angústia. Confesso, eu me senti como ele quando o moreno apareceu nas nossas vidas novamente.

— Como assim?

— Filho. António não é teu pai....eu fui obrigada a dizer que era, mas ele não é entendes.

— Senhora! — Luka interrompeu. —Está a querer dizer o quê com isso? Que meu pai é o pai dele e Sebastian é meu meio irmão?

Ele sempre foi educado.

Gavi bateu palmas. Outro sarcástico na turma. Ele sempre foi assim, não era possível que ele conseguia esse grande feito todos os dias.

— Não! Isso não é verdade. Para mãe, não digas isso....

— Eu sinto muito.

— E o senhor não diz nada? Fica aí deixando a minha mãe, MINHA MÃE dizer que no passado quando pelo que estou a ver o senhor também cometeu erros?

— Eu....

— Vocês todos são uma idiotas.

Sebastian saiu da porta alterado consigo mesmo e logo ouvimos uma travagem de pneus. Corremos e logo o vimos no chão a poucos metros do carro, ele estava consciente e Thomas e minha irmã o examinaram antes da ambulância.

— Ele vai ficar bem não vai? — Ernesto esbravejou.

— Agora preocupa-se? Nunca se preocupou comigo!!

— Ele só fraturou a clavícula, ele ficará bem.

— Sebastian tem asma? — Glória olhou para todos nós. —Veronika!

— Tem, tem sim. Desde pequeno.

— Melhor dar a bomba dele agora.

— Já vou buscar!!!! — Hannah falou.

Todos estávamos apreensivos, não sabíamos como tinha sido o acidente de carro, porém, contudo, todavia eles podiam até ser bem piores e se não estivesse nada agora a ser revelado mais tarde Sebastian podia desmontar isso tudo.

— Me desculpa! Apareceste de repente.

Ethan segurou Ernesto junto aos seguranças. Eu acho que neste momento o moreno estava à demão três amor paterno pelo moreno, depois de tantos dias para pensar era exatamente isso que estava acontecendo.

...

12:08h - do hospital ao Aeroporto

Já estávamos há algumas horas aqui dentro e sem nenhuma notícia mais sobre Sebastian, eu acho que desta forma ele não iria querer sair do consultório até irmos embora.

Eu de algo forma entendia a dor que ele estava a sentir neste momento, ser enganado toda a vida acreditando que seu pai havia largado sua mãe e depois de anos o reencontra, mas na verdade não era essa pessoa e sim outra....era DOLOROSO para ele.

Doloroso para todos devo admitir, mentira sempre me disseram que tinha perna curta.....mas com tanto a acontecer essa mentira durou anos, VINTE e DOIS anos foram terríveis.

— Ele vai querer olhar na minha cara? — Ernesto falou após um longo tempo. Ele estava encostado na parede. —Eu mereço desculpas dele, se eu soubesse que ele era meu filho eu teria ido atrás.

— Nós sabemos! Ei......não te culpes vai.

— Que droga!!!!

.

..

...

A demora era incessante! Ela era a nossa pior inimiga devo confessar.

Os meninos já tinham ido para o CT buscar as malas para a viajem até a Roma para jogar pela Champions. Thomas se ofereceu para ir com eles já que ele acompanhava Ferran a todos os sítios longe que ele ia. Eu iria hoje, o jogo era daqui a dois dias.

— Vão ficar aí? — Sebastian soou a sua voz amargurada. —Ah deixem lá, ninguém quer saber de mim mesmo.

Ele estava com o ombro enfaixado.

O acompanhamos até ao balcão, mas em nenhum momento ele queria olhar para nenhuma e nós. Talvez Veronika já o tivesse acalmado quando estavam na sala de enfermagem o tratando. Talvez até lhe explicou tudo.

— Eu pago! — era Ernesto.

— Não preciso.

— Sebastian.....querido vá.  — sua mãe ajeitou o seu cabelo.

— Ah tudo bem.

Ernesto queria fazer as coisas certas. Luka tinha ido com os meninos para o CT e as meninas haviam ficado em casa a cuidar de Rebecca, nós nos ajudávamos a todos mutuamente.....era algo maravilhoso.

— Vamos ter que ir indo! Ficam bem agora?

— Claro! Obrigada....aliás, António. Se encontrares o Luka diz para ele ir para casa por favor.

— Digo sim! Até então.

Um! Dois!! Três!!! A tranquilidade tinha que estar presente. Todos tínhamos que estar bem.

— Estou pronto tio. — Thomas já estava arrumado. —Podemos ir!!

— Ótimo, bom até mais. Fica bem Sebastian.

— Obrigado!!

Natasha tinha ido com meu pai para casa e eu e Thomas estávamos no carro dirigindo até ao aeroporto.....faltava menos de quarenta minutos para lá chegar e como hoje o trânsito estava mais calmo chegaríamos ao aeroporto em menos de dez minutos.

Já disse que detesto trânsito? Pois é eu detesto!!

Thomas estava no seu tablet, não o queria incomodar e enquanto o sinal não dava permissão para passar fiquei debatendo meus dedos no volante.....era uma forma de relaxar. Ainda mais com uma enorme quantidade de pessoas a passar pela passadeira.

— Vais mesmo deixar a Isabella e o Theo sozinhos? — tentei fazer conversa.

— Não estão sozinhos.....além do mais ela disse que iria visitar os pais a Madrid. Estes três dias ela ficará bem.

— Sei que sim...me informaram que ela vai levar seguranças.

— É! Eu falei com o Lopez, espero que isso não se incomode tio!

— Eu de forma alguma. Fizeste bem!!

O sinal ficou verde....e lá vamos nós de novo a caminho do aeroporto. Não era muito normal eu ir a aeroportos já que eu tinha o meu próprio andar afastado da cidade, era uma tranquilidade absurda. Sem constrangimentos e sem pessoas a nos incomodar por tudo e por nada.

Era de facto a segunda vez que eu vinha ao aeroporto, as duas tinha sido o último ano e agora este ano. Sempre tínhamos que experimentar algo novo.

Estacionamos os carros e logo um frio absurdo se fez abater sobre nós. Aqui gerava uma enorme corrente de ar, era até absurdo. Entramos e digamos que Thomas estava bastante contente com isso, acompanhar a equipa era extremamente um enorme INCENTIVO pela sua parte.

Lopez havia-me informado que todos eles estavam no portão 10C......ainda ficava longe. Nada como uma boa caminhada, já dizia meu sobrinho, faz bem para o coração.

— Hola! Hola!! — Gavi falou alto ao longe quando não viu. —Saudades nossas Thomas?

— Deixa de ser chato Gavira. Vim acompanhar a equipa....agora não me incomodes no meu trabalho.

— Sai para lá seu chato, o primo e o pai são meus! — Ferran nos abraçou. —Obrigada por vires Thomas.

— Sempre. Sempre estarei contigo!

— Ah que bonitinho, se não fossem primos eu diria que vocês formam um belo casal. — Gavi riu.

— Deixa eles Gavi, para de ser chato. — Ansu os ajudou. —Falta pouco para embarcar.

— Estou a ver que sim. — ri. — O treinador onde ele está?

— Foi buscar um café. — Marc respondeu. —São caros, mas este café daqui é maravilhoso.

— Mão de vaca Marc! — Pedri falou sentado. —Estamos todos contentes sogrinho. Vai ser um jogo perfeito.

— Conto com vocês.

Eles eram a alegria de todos devo admitir, cada um era especial do seu jeitinho e isso era importante para a sua saúde mental....Ferran estava a trabalhar arduamente para se tornar novamente a pessoa que era atentivamente quando criança. Uma pessoa alegre e feliz. Ele merecia!

Me afastei de todos e logo fui ao encontro de Flick que estava a voltar do pequeno restaurante.  Ele fazia extremamente bem para a equipa, todos os treinadores fizeram e agora ele estava a continuar o legado deixado.

— Preciso falar-te sobre um jogador sem entrar em muito detalhes. — o dirigi para um canto mais reservado.

— Está tudo bem presidente?

— Sobre meu filho, sabes como ele tem andado meio apagado pro vezes.....ele está a passar por uma fase menos boa na vida. Pega leve com ele por favor!!

— Claro. Como desejar senhor.

— Ah!!!! Já ia me esquecendo, meu sobrinho Thomas irá com vocês. Ella e Gabriela viram comigo amanhã tudo bem para si?

— Claro. Thomas fará bastante bem e não tem problema enquanto a elas senhor, compreendo.

— Ótimo! Obrigado mesmo!!!

Retornamos para perto de todos e faltava menos de dois minutos para embarcar. O tempo passava a VOAR, quando sempre estávamos entretidos ele passava como um foguete. Sempre foi assim e não poderemos mudar isso. Era terrível.  

— Prontos? — falei. —Viajarei amanhã por isso se comportem na minha ausência....nao quero ouvir a equipa técnica a reclamar de nenhum de vocês na minha ausência.

— Quem mais faz asneiras é aqui o meu querido amigo Pablo Gavi.

— Tens muita piada mesmo Torres! E tu?

— Sou um santo meu caro.

— As senhoras ficaram fofocando ou irão se ajeitar para ir? — Pedri os cutucou. —Vocês não aprendem mesmo!!

— Chatos!!!

— Tenham amor uns pelos outros vá Gavi, comporte-se. 

— Vish!! — Ansu falou.

Todos riram.

Irritar Gavi da maneira mais tranquila era o que eu mais amava fazer e ele sabia a maioria das palavras que eu usava para o colocar a sorrir. Ele sempre foi como um filho para mim.....todos que entravam no clube eu os tratava como filho.

Sempre foi assim e não irá ser agora eu mudará!

— Até amanhã pai! — Ferran me abraçou. —Eu cuidarei de mim fique desancado.

— Por favor Ferran!!

— Eu prometo, Thomas ficará a dividir o mesmo quarto que eu eu prometo que não faço nenhuma maluquice.

— Tudo bem! Até mais pessoal.

— Até presidente!!!

Eles eram uns amores de pessoas sempre o foram e não podiam deixar ninguém abalar o brilho que eles possuíam em si. Todos trabalhavam arduamente para que pudessem se manter felizes.

💄💋⚽️

Natasha Torres
19:19h - em casa da Ella

Estar na casa de Ella era como uma memória maravilhosa. Foi esta a casa de meu irmão quando tudo o que aconteceu à morena no ano de 2018 e 2019. Não foi desse jeito que planeamos fazer as coisas, mas sempre tem pessoas para estragar tudo e mais um pouco.

Levi já estava dormindo e depois do passeio a Sevilha com a sua turma da escola o moreno simplesmente foi para o quarto e adormeceu. Pedi para que Franco fosse com ele e António não colocou objeção a isso. O pequeno gostava dele e isso fazia senti-lo seguro ainda mais por ele ainda não puder andar muito tempo ao sol.

— Obrigada anjinho!

— Nada. Não fiz nada para comer também.....Levi adormeceu e acho que ele só acordará amanhã de manhã.

— Isso é uma verdade, além do mais amarei ter a companhia boa dele e da Lexus nos próximos três dias. Vai ser bastante bem para ele e para ela.

— A professora avisou-me que se ele quisesse ficar em casa ele podia para recuperar mais que os outros.

— Conhecendo o Levi ele quererá ir para a escola! — soltei uma risada nasal. —Ele ficará bem.

— Ficará mesmo.

Lexus a chamou e logo a morena se levantou do sofá e foi em direção ao quarto......aquele quarto que agora era que Lexus antigamente foi de Vitor. Aquele cómodo tinha uma energia imensa devo confessar. Rebecca já por outro lado tinha saído agora da casa de banho com Arthur, o pequeno simplesmente sujou-se todo comendo.

— Já está tudo bem por aí? — olhei para ela. —Arthur sempre arrumando asneiras né pequeno?

— Nem diga nada Natasha, cada dia está a ficar pior. Sai ao pai mesmo.

— Verdade.

Relembrar Vitor era a melhor maneira de lidar com o meu luto. Acho que para muitas pessoas isso era até essencial, cada pessoas tinha a sua maneira de o fazer e sem dúvida lembrar tudo ao longo dos anos era algo muito bom.

Ella retornou para a sala e colocou Lexus junto a Emma que começaram a brincar juntas. Olhar para elas juntas era como uma memória larga e afastada da infância que já tivemos. Os anos estavam passando a voar.

— Vamos ver um filme ou querer fazer outra coisa?

— Mana?! — uma voz suave se fez sentir. —Mana!!! — Levi esfregou seus olhos. —Está tudo bem?

— Tudo claro, olha quem recebemos aqui em casa.

— Mamãe Natasha! Titia Rebecca. — o pequeno correu para nos abraçar. —Ficarei com as senhoras sabiam? Tomarei conta de vocês direitinho!!

— Sabemos claro e vamos amar.

— Isso Rebecca, a tua companhia será maravilhosa pequeno.

— Estou com fome!! — retornou seu olhar para a irmã. —Tem meus cereais?

— Tem sim! Vamos fazer todos juntos que tal?

— Eu amei da ideia.

— Ebaaa!

Correu para a cozinha e no mesmo instante Emma e Lexus saíram atrás dele andando com ajuda de Ella. Elas eram especiais, já Arthur estava dormindo, o banho fazia-lhe muito bem.

O pequeno já estava adiantando tudo, abriu o frigorífico sozinho e havia tirado o leite sozinho. Ele era muito independente devo admitir, desde bebé ele demonstrou ser uma criança com dotes extremos.

— Meus cereais?

— Vem eu te pego no colo. Aqui na segunda prateleira vai.

Ele já estava pesado, mas isso não me impedia de o pegar ao colo. Ele era uma criança maravilhosa e só queria dar todo o amor que tinha para colocar todas as pessoas a sorrir, eu jamais queria que a sua alegria fosse embora.

— Vês não foi tão difícil. Ella até já colocou a aquecer o teu leite.

— Obrigada!!! — foi até ela. —Te amo sim.

Ele sorriu. Colocou suas mãos na cara da morena e logo a abraçou com todas as forças, eu amava esse momento amoroso deles os dois.....eles eram o meu motivo para ter continuado naquela época. Digamos que não foi nada, nada fácil gerir tudo aquilo.

— Eu também te amo meu jogador favorito. Eu também te amo!!!

— Olha Levi, já toca. Vou tirar para não te pelares. Senta aí na cadeira vai.

— Tá bom titia.

Ele era obediente.

Ele era perfeito, continuamos a falar mais afastado do pequeno enquanto ele via os seus vídeos no seu tablet e logo retornamos para a sala assim que colocamos tudo em ordem.

Levi se deitou no colo de Ella, mesmo cansado ele ainda tinha forças para continuar a falar e colocar vivência em nosso corpo. A sua saúde era a mais importante para todos nós, sempre o foi e não será agora que isso mudará.

— Que filme querem ver? — questionei pegando no controle. —Animação que tal?

— Carros!

— De novo pequeno?

Olhou para Ella com olhinhos de gatinho abandonado, ele era uma peça só. Ele conseguia tudo o que queria sem nem pedir muito, ele era bastante ágil nesse tipo e eu nem sabia de onde ele tinha tirado isso.

— Por favor.

— Tudo bem então, qual deles?

— Primeiro né mamãe.

— Claro! Nem sei porque perguntei.

Ele riu.

Seu sorriso era mágico! Coloquei o filme a dar e Emma já estava a querer dormir por isso a ajeitei em cima do meu colo e dei leves batidas nas suas costas. Digamos que ela tinha formas estranhas de adormecer e era até bastante parecido a António, o moreno sempre adormeceu em diversas posições.

...

00:10h - de volta casa

As horas passavam voando! Estava dirigindo pela estrada fora enquanto todos simplesmente dormiam. A gravidez estava ser demais para a morena desta vez e faltava apenas quatro meses para elas nascerem, mas com gravidez de trigémeas tudo mudava.

Rebecca havia conhecido um novo mundo depois que veio para a nossa vida, ela estava numa casa de acolhimento antes de virar babá de Emma. Eu a havia conhecido num supermercado e foi aí que eu vi..........ela faria parte da nossa vida. Ela era importante e foi bastante importante também para Vitor.

Não havia muitos carros na rua a esta hora e António e Duarte também já deviam estar em casa a esta hora. Eram meia noite e conhecendo o moreno ele já dormia desde as 23horas, teríamos que fazer pouco barulho quando chegássemos.

— Becca! Ei, Rebecca. — cutuquei ao de leve a morena. —Chegamos querida.

— Já? Passou tão rápido.

— É! Vem vamos eu ajudo.

Carregar tantas coisas para o andar de cima já não era para mim por isso requisitei a assistência de Franco já que Enrique tinha tirado folga hoje para estar com a mãe. Franco era um excelente segurança.

— Vamos levar este pequeno para o quarto não é? — o moreno pegou gentilmente no bebé conforto. —Vamos dormir agora. — acariciou sua mão.

— Vamos tentar não fazer barulho, para não acordar ninguém.

— António não está em casa Natasha! Nem ele nem Duarte.

— Ah! Verdade eles tinham dito que ficariam no clube até tarde. Bom....vamos indo para cima.

Subindo degrau por degrau com Emma ao colo era algo que daqui a alguns anos já não mais aconteceria. Ela estava a crescer muito rápido, ela já não era mais a minha bebé indefesa de antigamente.

Abri a porta do quarto dela quando ouvi um barulho fundo do seu banheiro, eu não havia acendido as luzes......eu sempre me esquecia disso.

— Mamãe!

— Oi princesa, mamãe está aqui dorme vai princesa.

Minha espinha gelou e meu coração disparou na mesma hora em que a coloquei no berço. A tirei antes de a pousar......estava com um pressentimento ruim. Fui até á porta de seu quarto e logo vi Franco vindo retornando para  baixo.

— Está tudo bem senhora? — me questionou.

— Acho que tem alguém dentro do quarto dela!

— Alguém? Não tem nada imo senhora, as janelas tem sensores e nós os ligamos antes de sair de casa.

— Por favor Franco....não ficarei descansada!

— Tudo bem aguarde aqui.

O moreno avisou a Enzo que estava no andar de baixo e logo veio em passo apressado aqui para cima, o avisou e logo o moreno ficou na porta junto comigo  enquanto Franco vasculhava cada canto do quarto. Retornou o meu olhar para o meu e me informou que não tinha nada.

Eu não estava segura disso!

— Vá descansar senhora, ficarei aqui até seu marido chegar tudo bem para si? 

— Obrigada.

— Nada!!!

Peguei no pijama de Emma e logo entrei no quarto fechando instantaneamente a porta. Eu tinha medo, eu não sabia o que estava acontecendo.....mas desde que coloquei os pés naquele quarto eu senti uma coisa estranha.

A vesti gentilmente, a coloquei no meio da cama entre as travesseias e logo fui me arrumar para dormir também......seria uma coisa complicada a se fazer já que minha mente estava em outro lugar.

Regressei para a cama, apaguei todas as luzes e logo me deitei com o minha mão sobre o seu pequeno braço. Ela era tudo para mim e um medo de abatia sobre mim em pensar em perdê-la também.

Um!

Dois!!

Três!!!

Ouvi vozes no corredor, não estava a entender quem era. Fiquei com meus olhos fechados e logo à porta foi aberta fazendo com que a luz se fizesse sentir sobre o quarto. Tossiu deliberadamente e cada vez mais pressentia ele se aproximar da cama. Droga! Tinha que fazer alguma coisa e minha única ração foi lhe acertar com um soco....foi meu único instinto.

— Merda! — ouvi ele cair no chão.

Ah não, acendi a luz e vi que era António. Eu havia feito asneiras, Emma ainda dormia.....ela não tinha acordado.

— Estás bem? — sai correndo desesperada da cama. —Me desculpa, eu pensei que fosses outra pessoas!!

— Essa pessoa deve merecer bem um soco. Ai meu nariz!

— Vais ficar bem não vais?

— Se fosse pelos teus socos todos os dias eu já não estaria aqui. O que deu em ti afinal?

— Pensei que fosses outra pessoa. — tentei estancar o sangue. —Me perdoa sério!

— Agora terei que ir buscar gelo.

— Eu irei, fica aí.

Desci as escadas e logo vi Franco falando com Duarte na sala de estar, eles me pressentiram e nem deu tempo para que ambos me questionassem o que estava acontecendo.....apenas me seguiram após ver o saco de gelo que tinha na mão.

— Cheguei!

— Finalmente o meu gelo. — sorriu ironicamente. —Da próxima vez falo antes de aparecer para beijar nossa filha.

— O que se passou aqui? Porquê de todo este sangue? — era Duarte. —O que aconteceu ano nariz!

— Ue caí e bati contra a mesa da cabeceira.

Ele mentiu para me deixe é mais tranquila, pois se ele dissesse a verdade todos iriam começar a olhar para mim com outra cara. Era simplesmente terrível.

Franco o avaliou e logo afirmou que era apenas um corte simples e demoraria poucos dias a sarar. Ficamos mais um pouco acordados e logo nos deitamos e nem dez minutos deu par quer eu adormecesse.

...

09:10h - no angar ao parque

Despedidas sem dúvida não eram para mim, António após tomar o banho me pediu para fazer um pequeno curativo em seu corte no nariz, ele estava bonito devo ressaltar.

Levi por sua vez estava dentro do jato já a despedir-se de sua irmã e de Gabriela. A falta que elas fariam seria sem dúvida alguma surreal.

— Vais ficar bem mesmo? — António emoldurou suas mãos na minha cara. —Ei!

— Vou....vou sim.

— O que realmente aconteceu ontem? O que te assustou tanto?

— Eu pensei......

— Mamãe! Estou pronto. Lexus e eu estamos prontos. — Levi veio correndo para nós. —Vamos?

— Depois quando voltar falamos!

— Claro......até Torres.

— Até amorzinho. — beijou meus lábios.

Seu beijo nunca perdoa o seu principal FOCO e DOÇURA, ele era como uma fantasia, a melhor fantasia da minha vida  é um sonho já completo.

— Vamos brincar muito né mamãe?

— É! Nós vamos sim amorzinho.

Os vimos a despedirem-se. Nunca foi para mim isto é ficar longe das pessoas que amava era sem dúvida catastrófico, eu detestava ver ele em outro país que não o que eu estava. As meninas também haviam cá ficado ainda mais quando o jogo era com a equipa da Roma. iria lá estar Paulo.

Não demorou muito e em menos de trinta minutos já nos encontrávamos no parque. Existia uma sombra perfeita e Levi empurrando o carrinho da sua sobrinha era algo muito, mas muito bom.  Já eu estava com Emma pela mão. A pequena ultimamente detesta a ficar no carrinho.

— Posso comer algodão doce?

— Thomas autorizou isso?! Não achas cedo comer demasiados doces ainda mais diss seguidos?

— Estou bem mamãe, se quiser telefonar ao Thomas me deixe falar com ele. Ele vai dizer que sim também.

Em piscou para mim.

— Por favor!

— O que eu faria sem ti mesmo.

— Sou o seu pequeno jogador favorito.

— És mesmo, eu mesmo pequeno!!!

Me agachei perante ele e ajeitei o seu curto cabelo, digamos que cresceu bastante rápido devo admitir é isso era bom. A sua auto-estima havia voltado.

Voltando a andar e logo olhei para as árvores mais adiante. Me assustei ou era apenas minha mente pregando-me partidas por dormir tão mal todas as noites. Fiquei estática por uma leve fração de segundos e logo Levi em questionou se tudo estava bem. Tinha que o tranquila e e dizer que sim!

— A senhora está bem mesmo?  Ficou estranha.

— Tudo está bem, apenas me lembrei que tinhas eu fazer uma coisa que tinha me esquecido!

— Tudo bem então.

Retornei meu olhar para Franco que logo percebeu minha aflição e pediu para que regressássemos a casa. Era algo que devíamos fazer devo admitir ainda mais por estar sol, o pequeno não podia estar em contato e mesmo tendo chapéu era um risco que ele corria a todos os momentos.

— Vamos ver muito filmes né mamãe?

— Vamos sim Levi!

— Vamos fazer pipocas....podemos chamar as meninas. — deu um sorriso de orelha a orelha. —Vai ser divertido, já tenho tudo programado na minha mente!

Eu simplesmente não conseguia enxergar outro lado sem ele. Ele era tudo para mim, aquilo que lhe aconteceu em julho foi uma prova de que nem todos estão livres de uma doença até mesmo uma essas jovem como ele era. Levi era a VIDA, Levi era a ALEGRIA.

Corrigia seus erros! Não se aproveite da fraqueza do próximo.

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