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I know
I know and now
When all is done, there
is nothing to say
And if you're done with
embarrassing me
On your own, you can go ahead,
tell them
Tell them all I know now

• Impossible - James Arthur •
___________________________________

Frase do Capítulo:
-Viver todos estes anos em uma mentira!

António Torres, 2025

💄💋⚽️
• Final de Outubro •

Autora Narrando
08:55h - do CT á casa de Núria

Após passados vários meses todos nós nos conseguimos nos estabilizar. Emma e Matheus já estavam agora com os seus dois anos de vida completados e sem dúvida era uma magia só, eles não paravam um só segundo, era impossível descansar durante as horas em que eles estavam acordados.

Semana passada também tinham todos regressado definitivamente a casa e Natasha estava melhor, sempre ficava com Rebecca ainda mais pela gravidez das trigémeas.

Só agora pude vir para o CT, após um longo período de tempo de adaptação em tudo finalmente resolvi resolver os assuntos fora de casa. Era disso que eu definidamente precisava!

Eu havia chegado primeiro que todos devo confessar, apenas o segurança cá estava. Ajeitei tudo em meu escritório e logo ouço a voz de Patrícia fora da porta. Eu e ela ultimamente não nos falávamos, digamos que eu estava chateado com ela. A morena conseguiu-me tirar do sério....algo que nunca havia acontecido.

— Vais me ouvir agora?! — a morena abriu a porta com força. —Algum momento vais ter que ouvir a minha versão!

— Não tenho que o fazer.

— Vais! Vais sim. — atirou sua bolsa para o sofá. —Nós nos afastamos naquele ano......tem sempre um motivo para as coisas acontecerem não tem? Bom esse motivo foi a pessoa com quem casaste naquela altura.

— Não sei do que falas! — revirei os olhos para ela.

— Sabes muito bem do que eu falo, Núria.....foi ela....foi ela que me pediu para me afastar de ti. Eu era uma garota ingénua sim, podia ser, mas não me digas que eu não tentei ao máximo estar contigo novamente.

— Eu e ela é outra história. Já tu desapareceste na minha vida quando.....

Ele se lembrou! António se lembrou da época quando Patrícia pediu demissão da empresa, ele não estava a entender nada na altura, porém quando Núria se aproximava ele sentia Patrícia estranha. Tudo estava tentando fazer sentido na cabeça dele.

— Quando? Pois é. Quando ela apareceu. Ela me obrigou....ela tinha medo que te apaixonasses por mim, ela tinha medo de te perder já que tu eras o neto de Matheus. Foi por ela que o teu luto de um ano não foi concretizado.

Olhou para a sua secretária e mais momentos vinham ao de cima. Pegou em seu telemóvel e na sua carteira e logo saiu da porta. Entrou na garagem, abriu a porta do carro e o ligou dirigindo assim o mais depressa para casa de Núria.

Ele poderia muito bem perder a cabeça. Ele poderia perfeitamente fazer uma enorme idiotice. O semáforo parou......viu S/n e Matheus a atravessar a rua. A chamou!

— Está tudo bem? — o questionou após entrar no carro. —Pai?!

— Tua mãe! Vamos a a casa dela.

— O que ela fez desta vez?

— Algo terrível.

— Droga! — a morena beijou a testa de Matheus.

A PACIÊNCIA estava a ser testada e neste ano António aguentou-se ao máximo para não a perder. Acho que todos tem um limite, e este era o momento do moreno.

Não demorou muito e logo se encontravam em frente à casa da loira, tocaram á campainha e logo S/n pediu para que a assessora de Núria ficasse com Matheus um pouco.

Os LIMITES iriam ser ultrapassados.

Patrícia já se encontrava com eles, Lopez, Miguel Ryan e Nuno estavam perto da porta de entrada para intervir quando precisasse. A espera era incessante, Núria ainda estava no andar de cima se arrumando. António estava tenso e irritado. S/n tentava controlá-lo a todos os segundos.....neste momento era a pior coisa que podia fazer.

Pedir CALMA.

— Tinha visitas e não me lembrava? — falou enquanto descia as escadas. —Patrícia?! — a olhou com raiva e desprezo.

— O que fizeste mãe? — era S/n. —Papai está furioso.

— Eu não sei, já Patrícia não posso dizer o mesmo.

A morena lhe deu um estalo. S/n a segurou e logo António se levantou novamente e ficou em frente a Núria mais uma vez em toda a sua vida. Ele tinha garantido a si mesmo que nunca mais a via, não foi possível. Todos os instantes tinha ele que se levantar e resolver problemas que a loira estava sempre a criar.

— Além de mentirosa és encrenqueira Patrícia?

— Me conta! O porquê! O porquê de tudo aquilo quando começamos a falar normalmente?!

— Já foste encher a cabeça foi?

— FALA SOMENTE COMIGO! ME RESPONDE CARAMBA!!!

— Fiz aquilo porque era o destino, fiz aquilo porque eu te queria, fiz aquilo porque eu sabia que estavas a criar sentimentos por ela.

— E se tivesse? Aquilo era problema meu e dela.....................não teu. Foi totalmente um erro ter ficado contigo.

— Eu fiz tudo porque te amava...fiz para te mostrar que era eu que tu querias não ela! Tu olhavas para ela, sempre ela, não para mim. Tive que partir para outros meios.

— E os outros meios foi me afastar da minha melhor amiga?! Colocar-me contra ela estes últimos meses para quê? Para te sentires melhor contigo mesma?

— ...

— Mãe!! — S/n estava acabada.

Sua tristeza estava estampada em seu olhar.

— Foi a melhor coisa que eu fiz! Eu dei-te os filhos dos teus sonhos agora vais me acusar de eu fazer as coisas certas? O destino nos queria juntos!

— Tu querias. — Patrícia mais uma vez. —Eras tu! Não o destino e muito menos António.

— Tu aproveitaste a fragilidade pela minha parte e geraste tudo isto. Fizeste com que eu me apaixonasse e te tornasse a senhora do mundo para maltratar as pessoas......não negues com a cabeça.....sabes muito bem de quem eu falo quando levei lá para casa. Lopez foi uma das tuas vítimas. Eu devia ter estado mais atento!! Droga como eu fui burro.

— Só fizeste o que o teu coração sentia.

— Meu coração estava confuso! Minha mente não...

— Mas isso não te impediu de namorar e casar comigo.

...

— Porque fizeste isto comigo?

— Porque eu te amava!!

— Aqui não foi amar.

Retornou o seu olhar para ela e quanto mais olhava fundo em seus olhos mais amargura e desgosto António gerava em si. Saber que todos estes anos foram vivos numa mentira com toda a certeza magoaram o seu coração.

S/n lhe deu um copo de água e tentou o tranquilizar enquanto Núria andava de um lado para o outro tentando conter a sua fúria....era uma enorme catástrofe o que estava aqui dentro destas enormes quatro paredes.

. . .

— Desculpa!

— ...

— António! — seu choro finalmente foi liberado.

— Aqui não tem António! Aqui tem uma pessoa que foi enganada, uma pessoa que deu tudo de si, uma pessoa que com o tempo te amou. Bem...pensando bem que acho que nunca me amaste!

— Para! Não digas isso.

— Chega desse teatro Núria.

— Cala a boca Patrícia! — a loira falou furiosa. —Tu sempre estragaste tudo.

— Chega! Agora vais ouvir pela minha boca também. ......nunca foste uma boa mãe, nunca quiseste ser para ser sincera. Só cuidaste de nós quando te convinha e nos largastes para que meu pai me criasse a mim e ao meu irmão. Só nos querias por mais fama, foi para isso que engravidaste!

— Me desculpa!!!!!!!!!

— Guarda as tuas lágrimas para outro dia. — António respondeu com raiva.

O choro era persistente pela parte de Núria. António segurou sua filha pelo braço e logo saíram de casa. Matheus já estava no colo de Patrícia. S/n foi tranquilizada e logo entrou no carro.....sentou-se no banco de trás enquanto António começa a a criar lembranças do passado, lembravas essas que agora magoavam profundamente.

(...)

01 de julho 1997

António Torres

Hoje havia acordado um pouco mais cedo. Hoje era o primeiro dia de trabalho na empresa depois de quatro meses de luto mais profundo.....eu tinha que seguir a minha vida. Já estava na mesa até que minha irmã chega.....ela amava me irritar a cabeça logo cedo e foi diretamente para o meu lado.

— Como vai a vida? Já gostas de alguém? — riu para mim. —Não me enganas irmãozinho! Eu sei como olha para ela.

— Não sei do que falas! — bebi o sumo.

— Não? O nome Patrícia não te diz nada?

— O quê? — gargalhei. —Nós apenas somos amigos.

— Amigos? Aham! Me engana que eu gosto sim. Já o mesmo não digo de Núria que não gosta nada de vos ver.

— E? Glória menos eu não gosto de ninguém. Pelo menos não por agora!

— Hum hum.

Continuei a comer até que Núria chega com seu irmão para comer o belo pequeno almoço que minha mãe tinha preparado para nós. Meu pai ainda estava no andar de cima....Jonnas estava em viajem e Patrícia estava também na cozinha.

— Partindo corações irmãozinho.

— Espero que ela não tenha ouvido nada da tua conversa. — sussurrei para minha irmã.

— Aham! Olha só, Patrícia! Bom dia.

Glória me cutucou....como disse, minha irmã sempre arranjava um tempinho e um momento para me colocar entre a espada e a parede era magnífico, mas eu amava ela.

— Tem morangos também. Querem?! — a voz de Patrícia se fez presente. —Estão docinhos. 

— Eu quero obrigada.

Minha irmã riu.
Droga!!

(...)

António começou a dirigir novamente. S/n estava tentando adormecer Matheus na cadeirinha. Era algo complicado, todos estavam tensos, ninguém a li conseguia perceber o intuito e a razão ainda por trás do que Núria havia feito. O DESESPERO total se fez tomar conta dentro daquelas quatro rodas.

— Tudo bem mesmo papai?

— Claro! Porque não estaria. — olhou para o espelho.

— Tudo bem então. Vá filho dorme aí um pouquinho vá.

— Coloca ruído branco para ele. Ele já já acalma!

— Obrigada.

(...)

06 de julho de 1997

António Torres

Estava na empresa já há vinte minutos e quando cá cheguei a mesa de Patrícia estava vazia e como eu estava cheio de documentos para assinar ainda não tive o tempo necessário para perguntar a meu pai o que havia acontecido. Eu necessitava saber....eu precisava disso urgentemente.

Deixei o trabalho de lado e logo interrompi a chamada que ele estava a fazer neste momento. Esperei por mais um pouco e logo me aproximei da mesa após ele me autorizar. Eu estava com um mau pressentimento com tudo isto.

— O que se passa? Tua cara está preocupada.

— Patrícia!

— O que tem ela? Não entendo.

— Onde ela está? Quando cá cheguei a mesa dela estava vazia, não tinha nada que ela usava lá. O que se passa?

— Ela pediu demissão.

DEMISSÃO?

Não, ela não era assim e tinha definitivamente algo que me estava a escapar no meio disto tudo. Eu estava incrédulo, ela sempre amou estar aqui e mesmo após a morte de meu avô ela vinha cá quando podia....ainda era doloroso para ela lidar todos os dias estar cá. Talvez ela precisasse de um tempo.

— Mas porque razão?

— Ela não me falou, só apresentou os papéis.

— Onde ela foi?

— Ela precisava de um tempo com a mãe em Lisboa!

— Um tempo?! — me assustei.

Eu sabia muito bem quando alguém "precisava de um tempo" e não falasse de forma temporária. Não era isso que estava a acontecer. Droga! Eu precisava ir atrás dela.

Sai da sala de meu pai e nenhum justificativa dei, peguei nas minhas coisas e talvez ainda fosse a tempo para o aeroporto, provavelmente ela ainda não tinha partido. O tempo era escasso, tentei ir o mais rápido que podia, mas quanto mais o fazia mais o caminho ficava mais afastado.

Tentei me lembrar o real motivo, ela sempre amou a minha companhia e eu precisava dela. Merda! Eu não acredito, eu estava a criar sentimentos por ela.

Enfim cheguei ao aeroporto. Entrei correndo e logo olhei para todos os lados tentando a encontrar. Era a pior coisa, eram muitas pessoas. Olhei para os painéis e meu coração aliviou quando sentiu que o avião para Lisboa ainda não tinha decolado.

Pedi informações à moça e logo me informou o portões de embarque. Era a minha última chance, era a chance que eu tinha para dizer os meus sentimentos a ela.

A avistei de longe!

— Patrícia! — gritei em plenos pulmões.

Seu corpo estremeceu quando ouviu minha voz, olhou para mim e me viu correndo para a abraçar. Ela era minha amiga, eu precisava saber os reais motivos.

— O que vieste aqui fazer?

— Perceber a razão pela qual me abandonas! Preciso saber.

— Preciso de um tempo só isso.

— Patrícia não me mintas! Me fala a verdade eu....

— Minha mãe precisa de mim.

Ela me OCULTAVA algo que eu definitivamente não podia saber era algo bastante complexo o que ela estava a demonstrar pelos seus olhos. Seu corpo tremia cada vez que pedia uma resposta. 

— Me fala a verdade eu preciso eu te....

— António! — a voz de Núria se fez presente e logo vi minha mãe chegar. —Tudo bem?!

Patrícia se afastou e logo entrou no portão após ser chamada. Eu a via a se afastar e não podia dizer que eu me estava a criar sentimentos por ela. Era um sentimento autodestruitivo.

— Patrícia foi embora porquê? — minha mãe me questionou.

— Eu não sei! Eu não sei! Merda!

Sai dali o mais depressa possível. Neste momento o que eu mais queria era chorar e chorar, eu perdi totalmente a chance de lhe dizer que a amava por seu um idiota e esperar pelo momento errado.

Me aproximei do carro e logo me frustrei por completo dando morros no capô do mesmo. Eu estava totalmente irritado.

— Filho! Ei....

— Me deixa mãe.

Me afastei. O que que queria neste momento era relaxar. Eu o que eu mais precisava.

(...)

Já estávamos em casa. Eu me lembrava e cada vez mais via a minha vida a fazer uma total confusão.eu tinha percebido que S/n já tinha saído da garagem com Matheus....ela retornou para mim.

— Papai! Não fique assim vá.

— ...

— Não o consigo ver assim! Por favor. Tente relaxar.

Eu simplesmente não conseguia.

Por mais que meu coração quisesse era a pior coisa que eu podia fazer.

💄💋⚽️

António Torres
11:20h - em casa

Sai do carro e deixei que minha filha o trancasse. Abri a porta da cozinha e logo subi para o quarto sem falar com ninguém.......eu estava totalmente destruído. Eu nunca imaginei que a mulher com quem convivi treze anos.....TREZE ANOS da minha vida tive a coragem de tal coisa.

Natasha vinha com Emma para a sala. Me questionou e eu não dei uma única palavra. O que eu queria era PAZ! Tranquei o quarto e logo me deitei na cama tentando prender os meus pensamentos ali. Eu queria gritar......eu queria explodir......eu queria partir tudo o que visse pela frente.

Que MERDA!!!

Meus pensamentos estavam a matar-te. Primeiramente o dia em que comecei a falar com Núria normalmente, em segundo quando passamos férias juntos......ah que droga!

(...)

14 de julho de 1997

António Torres
15:00h - no parque

Estava a relaxar, pelo menos era a única coisa que eu podia fazer depois de Patrícia sair da minha vida como um furacão. Eu não sabia o motivo e isso matava-me por dentro, eu estava ainda tentando especular o que gerou isso pela sua parte.

— Irmãozinho! — Glória me assustou.

Eu estava vendo o lago. Ela amava mesmo a todos os instantes me incomodar era impressionante.

— Que fazes aqui? — a questionei. —Não devias estar a estudar a esta hora?

— Férias irmãozinho! Começaram ontem não te lembras?

— Esquecimento! Vieste com Lopez..... — sorri. —E com Núria? Agora viraram amigas foi?!

— Só precisas de a conhecer, ela é boa pessoa confia em mim.

— Hum!

Eu amava ser sarcástico com ela. Isso a deixava nervosa e irritada.

— Boa tarde cunhado! — Jonnas falou e logo fizemos o nosso passe secreto.

— Tudo bem?

— Claro!

— Boa tarde António.

Sorriu para mim. Caramba! Seu sorriso era lindo, meu coração disparou na mesma hora e meus olhos brilharam.......minha irmã riu e nos deixou sozinhos após puxar Jonnas para fora dali.

— O lago é lindo não é?

— Eu amo vir aqui......descontrair da vida.

— Eu amo paisagem. Eu consegui fazer o casting para um filme.....serei a atriz secundária ainda. Meu sonho um dia é tornar-me a principal.

— Fazes bem conquistar os teus sonhos. — a mirei nos olhos. —Já eu.....tenho tantos!

— Quais são? — aproximou-se de mim.

— Ser presidente do Barcelona, mas ainda não tenho maturidade......quem sabe mais tarde isso não venha a acontecer.

— Vai sim.

Nossos corpos cada vez mais ficavam mais juntos. Nossas peles queriam a todo o instante se tocar, os olhares, os sorrisos as paletas delicadas......eu finalmente estava a abrir o meu coração para ela.

— Tem uma filme muito bom que vai estrear aceitas o convite? Tua irmã amou!!

— Talvez em outro dia!

— Sério? Ele é imperdível. Confia em mim vai.

— Hum! Tudo bem.

— Que ótima notícia.

(...)

A partir de agora, não será mais pelo que eu sinto, mas sim pelo que eu mereço.

Eu estava simplesmente acabado. Meu coração estava frágil e. A cada momento que revivia tudo a angústia se mostrava ainda mais poderosa.

(...)

30 de agosto de 1997

Glória Torres
11:00h - em Punta Cana

Eu amava Punta Cana e agora que Jonnas teve um tempo para férias decidirmos todos sair. Nós os quatro....eu, Jonnas, meu irmão e Núria. Ambos estavam a. Conhecer-se e digamos que eles estavam a amar estar juntos.

— Enfim chegamos! Ah que ar fresco.

— Quartos de casal? — Jonnas riu perguntando. —Ei estou falando com vocês os dois.

— Duas camas de solteiro né! Nós homens num quarto e vocês mulheres em outro.

— Aham! Confia que vai ser assim.

— Nem tentes sua chata! Eu prendo-te no quarto. — meu irmão desarrumou meu cabelo. —Dois quartos de solteiro por favor.

— Um de solteiro e um de casal moça. — intervi. —Tu e Jonnas tem que ter momentos românticos também. — murmurou.

— Casal ou separados?

— Separados....por favor. — Núria intervio.

Depois de mais de uns longos dez minutos discutindo sobre a disposição do quarto meu irmão resolveu pagar os quartos do última andar inteiro. Nós queríamos privacidade, porém eu nunca pensei que ele fosse agir de tal forma.

Não demorou muito para o elevador enfim parar. Meu irmão era um cavalheiro mesmo, a levar as minhas malas....bom.....eu o obrigava.

— Bom que quarto vão ficar? Tem vários?!?!

— Nem tentes Glória!

— Nem falei nada. — ri da cara dele. —Além do mais eu vou ter uma noite maravilhosa. Já tu!!!!

— Sua!

Começou a correr atrás de mim e logo me agarrou, começou a me abraçar e logo fez cócegas no sítio de lei dele. Eu tinha um enorme problema quando ele me fazia cócegas nas costas.

— Podemos ficar em quartos separados se quiserem.

— Eu e Glória vamos dormir juntos!!! Né amor?

— Exato...já vocês se decidam! Adeus.

(...)

Enfim me levantei, entrei na casa de banho e jogo tomei um banho.....vesti a minha roupa mais confortável e logo deitei na cama novamente após destravar a porta antes.

Eu simplesmente não queria magoar mais ninguém, prejudicar e muito menos preocupar quem não tinha nada haver com isto. Este assunto matava-me por dentro.......imensas pessoas mereciam desculpas.

Natasha Torres
13:00h - em Barcelona

Eu queria lavar a minha BOCA com sabão!!!

Depois de acabar de ouvir o que ouvi da boca de S/n foi algo bastante complexo e difícil de digerir. Ferran também tinha aparecido a meio da história.....eu pensei que por vezes era má discutindo com António, mas ouvir o que ouvi de Núria foi até uma FACADA enorme no peito.

Isto era complicado.

— Vamos ficar aqui? — Ferran se encontrava impaciente. —Ela tem que ouvir........agora de mim.

— Eu acho que ela já entendeu e depois da última vez que vocês se viram ela não vai querer olhar para a tua cara e muito menos para alguma das nossas por um bom tempo!

— Tua irmã tem razão querido, Núria errou e agora descobriu-se vamos tentar acalmar tudo bem?

— Não me peçam isso!

— Nós compreendemos.

— Nosso pai....NOSSO PAI está a sofrer por causa dela. Isto é terrível não achas?

— É! Claro que é, eu também me sinto enganada....mas sempre soubemos como a nossa mãe era.

Nunca tive muito contacto com Núria, mas ultimamente as suas atitudes tem demonstrado o contrário em todos os aspectos. Isto era até de certa forma algo bastante horrível. Como um ser humano por ser tão mal ao ponte de passar por cima de tudo e de todos para se satisfazer.

Ferran levantou-se.....ele estava imensamente tenso, ele não se continha com a raiva que tinha de sua mãe dentro de si. Era até capaz de nos apanhar desprevenidas e sair para ir tirar satisfações.....ele sempre foi esse tipo de pessoa.

— Onde vais? — questionei discretamente.

— Resolver assuntos inacabados!!

— Droga Ferran! Nunca ouves mesmo o que dizemos.

Ferran conseguia o impossível. O moreno já estava na estrada e nós ainda a ligar o carro para ir atrás dele, seu segurança foi atrás dele no mesmo momento, mas nós sabíamos exatamente onde ele iria. A casa de sua mãe! Ele estava irritado contudo, foi sempre o seu pai que cuidou dele e de sua irmã quando podia.....era seu pai que sempre um ombro amigo quando algo corria mal.

Desde que voltei do hospital eu raramente sai de casa e foi praticamente para o aniversário de Matheus e de Levi....apenas isso e mais nada. Eu estava sem cabeça para tal coisa, mas o moreno fazia de tudo para esse enorme feito ser quebrado.

Não demorou muito para chegar. A casa que Núria comprou aqui não ficava muito longe do condomínio em que vivíamos. Ferran saiu a todo vapor disparado do carro, deixou a sua porta aberta e logo entrou na casa gritando mais que tudo. Isto iria dar um enorme dano.....que a CONFUSÃO se gera-se.

— ONDE TU ESTÁS? NÃO QUERES APARECER AGORA!!!!! — ele estava irritadíssimo.

O tentei acalmar, todavia para ele isso não servia em nada. Ele estava com o diabo em seus olhos, ele poderia muito bem perder a cabeça a qualquer momento quando a visse.

Logo Núria entrou em casa com uma enorme quantidade de sacolas de compras....e o moreno sarcástico como sempre bateu palmas.

— Bonito senhora Núria Fonseca! Muitos parabéns!! Sim senhor, que belo ser humano que eu tenho aqui na minha frente.

— Não sei do que falas!

— Para de ser cínica. — S/n a encarou e logo segurou seu irmão. —Para de agir dessa forma totalmente absurda.

— Absurda? Eu....façam-me rir. O vosso pai já vos colocou coisas na cabeça foi?

— Não fales dele! — Ferran se colocou na frente dela. —Não tens o direito ainda mais depois de tudo, ele sempre deu tudo de si porque ele te amou....porque ele deu uma chance ao seu coração para te amar. Ele se abriu contigo quando estava triste e tu na primeira oportunidade fizeste com ele o que ele nunca faria contigo!!!!

— Hum! Só isso.

S/n o segurou. Ferran ia bater nela....eu não podia deixar isso acontecer ainda mais agora, seu pai estava com o coração partido com tudo isto e mais um problema para resolver era o que ele não queria neste momento.

— Como tiveste coragem? — rebati, minha voz saiu mais grosseira do que previ.

— Não fiz nada do que eu não queria! Além do mais diz-me uma coisa sua empregada....como foi a sensação quando ele falou contigo pela primeira vez? Foi maravilhoso não foi?! — riu me provocando.

— Olha só.

Nuno e Ryan tiraram Ferran dali. Era o máximo que eles podiam fazer neste terrível momento.

— Vais parar com esse teu ego? — era S/n. —Quando pensei que fosses uma mãe para todo o sempre eu me enganei.....sinceramente eu tenho uma enorme pena que Sophia tenha estado contigo no seu primeiro ano de vida.

— Vocês a tiraram de mim. Vocês tiraram algo que me pertencia....para quê? Para a colocarem numa escola sem condições, numa escola sem segurança nenhuma, com crianças com piolhos e onde ela todos os dias convive com um órfão.

Lhe dei um estalo. Não aguentei, eu simplesmente não consegui conter o meu coração quando ela se referiu a Levi como uma órfão. Ele não o era. Ele tinha uma mãe e um pai que sempre o amaram e mesmo que não seja de sangue ele sabe que poderá contar sempre com eles.

Levi era a CRIANÇA mais SENSACIONAL do mundo.

— Não fales mais dele assim! — S/n me segurou. —Não metas outras pessoas nos teus problemas. Eu não tenho culpa que não tenhas tido o amor devido dos teus pais, não tenho culpa que tenhas vivido amargurada toda a tua vida.

— Olha parem com isso. Eu só fiz o que me foi indicado. S/n e Ferran nasceram porque era assim que teria que ser. Agora se não gostas da ideia de ter mais duas pessoas para dividir a herança com Emma. Vá vai em frente, diz que António que ela é filha de outra pessoa.

— Tu deves estar maluca.

— Ela sempre o foi!!!! — Ferran estava perto das sacolas de roupa.

Ele havia entrado novamente. Estava com um balde e todas as roupas que a loira tinha comprado estavam agora a pegar fogo. O moreno tinha perdido totalmente a noção do perigo e do que ela podia fazer-lhe.

— Mas tu és maluco!

— Sou! Vivi tantos anos contigo que tive que o ser.....sabes porquê? Eu agora sei o que é a palavra pai da boca da minha filha e da Sophia. Sei agora o que a palavra mãe para minha irmã significa quando olha para elas e para Sira. Tu nunca foste uma mãe, só engravidaste para satisfazer os teus caprichos.

Núria ficou furiosa e a todo o momento lhe alertava os braços. Ela estava mal, ela definitivamente precisava de ajuda.......agora. Os seguranças tiraram o moreno dali e logo saímos também. Retornei o olhar para Núria e a via apagando o fogo com o que podia.

Ferran tinha um feitio que nem mesmo eu sabia que ele tinha. Era algo até curioso quando dou por mim e em menos de um minuto ele ateou fogo nas roupas de Núria.

— Mas tu és maluco seu idiota? — S/n lhe deu um tabefe. —Queres ir preso é?

— Não me importa. — entrou no carro. —Além do mais ela já as tava a pedir á imenso tempo.  Vou para casa.

— Nós também já te esqueceste?!

— Me esquece por dez minutos S/n! Vai só peço isso.

Todos estavam totalmente fora do controlo, bem....no sentido literário e para que nenhum acidente acontecesse S/n se meteu na frente do carro do irmão até ele sair. Ela não tinha a coragem e muito menos eu de o deixar dirigir ainda mais neste estado. O moreno após um longo tempo saiu e lado Nuno pegou no volante. Nós fomos no carro atrás.

...

A chegada a casa foi bem tranquila para ser sincera. S/n estava do meu lado e telefonava para todos que podia neste momento, talvez para estar lá em casa antes que seu pai soubesse por outras pessoas o que havia acontecido.

Estacionamos os carros na garagem e logo António veio e me beijou. Seu corpo estava totalmente parado e cheio de problemas dentro dele....sua mente devia estar a matá-lo. Não demorou muito para Ferran e S/n o abraçarem.

— Vocês estão bem? — olhou para ambos.

— Tudo!

— Porque não estaria?!

— Tive um pressentimento mau apenas isso......Ainda bem que estão bem, não queria que nada vos acontecesse.

— Nada vai acontecer papai. — S/n acariciou a sua cara e logo Ferran o abraçou mais uma vez.

Eles eram o verdadeiro significado de amor para ele. Ele eram tudo para o moreno. Pegou em suas mãos e logo os levou para a sala, Ella, Levi, Mason e Lexus já estavam cá. Parece que pressentiam!

— O que é isso em seus braços titio Ferran? — Levi o questionou. —A sua saúde está bem? Thomas me ensinou algumas coisas! Também tive isso quando tive cancro.

António olhou para Ferran esperando uma resposta. O moreno abaixou as mangas e logo se sentou....S/n na mesma hora mudou de assunto, talvez esperassem mais algumas dias para contar o que aconteceu.

— Mamãe Natasha!!!! — a pequena Sophia me abraçou pela perna.

Sira estava vindo com Safira e Branquinha.

Ferran na mesma hora se aliviou e a pegou no colo e beijou sua pequena irmã  na cara o máximo que podia.....ela finalmente o abraçou e acariciou suas costas. Eles foram feitos um para o outro.

— O que se está a passar aqui? Alguém me pode dizer?

— Nada Torres! Tudo bem...Ferran caiu e se magoou eu e sua irmã fomos socorre-lo. Nada demais.

— Hum! Tudo bem então...não quero falar.

— Tudo bem. Pequeno Levi o que estás a fazer com a Baby Emma hem?

— Pintar mamãe. — a pequena falou. —Mamãe.

— É pequena mamãe!! Mamãe te ama muitão.

Acariciei o seu suave e delicado cabelo. Ela era sem dúvida a bebé mais extraordinária do mundo, ela era a minha e relembrar olhando para ela do que Núria disse está a ser de certa forma desolador para a minha alma.

— Os rapazes onde eles foram? — S/n questionou Mason. —Não digas que foram sequestrados!!

— Eles tinham dito que iriam ver um filme.

— Está explicado, por isso Pedri não me retorna às chamadas. Bem.....iremos preparar algo doce, quem quer vir connosco?

— Eu!!

Ninguém se opôs. Nos levantamos e como hoje Rute tinha pedido folga foi até meio caminho andado para que preparássemos o maravilhoso comer até todos finalmente chegarem.

Nunca julgue um livro pela capa. Sim pelo conteúdo!

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