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Let us die young or let us live forever
We don't have the power but
we never say never
Sitting in a sandpit, life is a short trip
The music's for the sad men
Forever young
I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever, and ever

• Forever Young - Alphaville •
__________________________________

Frase do Capítulo:
-Momentos que não fazem ver o quão fortes não somos.

António Torres, 2025

💄💋⚽️
• 1 semana antes das
férias acabarem •

Pedri Gonzalez
19:45h - na feira // Algarve

— Droga!

Levi estava melhor, à dois dias atrás tinha ido novamente ao hospital e confirmado que ele havia recuperado a enorme cirurgia que teve no cérebro. Ele sempre foi uma criança bastante forte, nas primeiras semanas sem Sophia nem Zeus saíram de perto dele. Eles de alguma forma sabiam que ele precisava de carinho e apoio.

Thomas e Glória já o haviam liberado para finalmente estar novamente connosco, porém com algumas precauções. A sua audição de certa forma ficou fragilizada, ele tinha que usar tampões para os ouvidos.....ainda mais hoje.

Já estávamos á dez minutos aqui na feira. Eu e os rapazes junto a Levi estavam à procura das meninas por todo o canto para jogar os jogos que aqui tinham da época mediavam. Era impossível.....ou elas foram levadas por extra-terrestres ou estavam a jogar às escondidas connosco.

— Titio Pedri os aliens existem? — Levi me parou. —Eu vejo filmes de aliens!

— Não são não pequeno, é só uma expressão aos quando não encontramos as pessoas que estamos encontrando.

— Vais ver! Elas vão aparecer. — Mason tentou tranquilizar-me.

— Não são elas ali? — Marc apontou para a nossa direita. — Com Sebastian?!

— O quê? Vamos! Rápido.

Não gostávamos nem um pouco que Sebastian tivesse perto delas, porém elas não ligavam nem um pouco para isso, a desobediência levava a castigo, mas acho que elas amavam de certa forma testar a nossa paciência ao limite mais alto.

Levi fez cara feia perto de sua irmã.....a morena assim que o viu o abraçou, depois de tudo ela tem andado com bastante atenção a ele.
Hoje tirou essa exceção!

— Que bonita barraca de comidas não é senhoras?

— Que foi Pedri?! — S/n me olhou chateada. —Já comemos, agora viemos falar com ele.....ele está sozinho!

— Tem um monte de pessoas com quem conversar...porque razão tem que ser vocês? — Mason me ajudou.

— Mason! Querido, somos damas e damas ajudam cavalheiros tristes.

— Ele? — Gavi arqueou as sobrancelhas. —Só podem estar a brincar connosco.

— Tem um monte de jogos divertidos e vocês vão ficar aí? — Charles cruzou os braços. —Está uma noite bonita. Venham lá!

— Sabem de uma coisa? Adeus! Já nos cansamos. — Sira falou olhando para todos nos revoltada. —Vamos indo meninas.

— Sira? Sira Martinez Torres vem aqui! SIRA!!! — Ferran gritou, nada.

Elas não voltaram.

Estávamos revoltados. Elas queriam guerra assim a teriam, isto não ficaria assim e agora elas veriam quem tinha razão ou não quando o assunto era ciúmes. Elas nos provocam e nos revidamos a mais.......era o nosso ÚNICO trunfo na manga.

— Vocês estão bem? — Sebastian falou após um tempo.

— Não não estamos seu cabeça de vento! Não vês que não estamos! Tu és o motivo disso.

Tiramos Ferran da beira dele. Não queríamos criar uma confusão no meio da festa, ela estava a ser maravilhosa.....nunca tinha vindo cá e muito menos a festas da terra. Era algo de outro mundo, algo mágico estava acontecendo......pelo que soube esta festa ocorreria até ao final do mês.

Só agora podemos vir por causa de Levi. Não iríamos nos divertir sem ele, ele merecia esta alegria.

Nos sentamos na maior mesa de pedra que tinha e Ferran estava absolutamente com raiva dele, eu também o estava, todavia o nosso plano ainda tinha que se manter em pé. Se queríamos descobrir a verdade era o mínimo que podíamos fazer.

— O que vamos fazer? — Gavi falou com as mãos na cabeça. —Temos que fazer algo! Ele não pode roubar-nos delas! Ele vai ver só se chegar perto da Hannah novamente.

— Posso? — Luka veio ter connosco com um copo de cerveja na mão. —Passou-se algo?! Estão tensos.

— Nós estamos Luka! — respondi.

Digamos que eu já estava melhor depois do meu ataque de ciúmes de meses atrás, e a melhor coisa que eu podia fazer era manter a calma. Eu só bem à pouco tempo havia percebido que ele não queria nada com S/n. Eles eram apenas amigos.

— Sebastian presumo? O que ele fez?

— Elas não param de falar com ele e isso já está a ficar chato! — Marc falou. —Agora estão chateadas connosco.

— Vocês também não facilitam não é? 

Olhamos todos para ele.

— É! Verdade, tem que ser mais calmos, adido só arranjam discórdia e até que elas sintam que estão a ser possessivos demais, isso é mau para um relacionamento.

— Tens razão, mas é difícil!

— Difícil é vocês não serem benevolentes com elas e ficarem aí lamentando as vossas derrotas? 

— E o que fazemos?! — Perguntei pegando o resto de cerveja dele. —Precisamos de algo! Urgente. — eu estava frustrado.

— Soube que ele vai cantar! Ele propôs animar um pouco o palco antes do cantor principal cantar.

— Ele canta? — Charles e Marc se surpreenderam.

Já o tinha ouvido cantar, não constava mal, mas saber que provavelmente ele colocaria as meninas mais perto dele dava uma raiva tremenda.

— Canta! — Gavi falou. —Já sei! — se levantou animado. —Vamos arruinar o show dele.

— Tu és doido Pablo?! Queres que não expulsem da festa?!

— Eu só dei uma opinião. Adeus! Vou ver minha filha.

Gavi tinha razão mas fazer isto só mostrava o quão inseguros nós estávamos em relação a ele. Não podíamos demonstrar isso, teríamos que ser fortes.....talvez nossos coração saísse fora da caixa torácica na hora em que ele cantasse e tocasse com medo dele as roubar de nós. Nós não queríamos isso.

— Tiro Gavi! Me espere! Titio Gavi. — Levi saiu correndo.

Logo parou.

— Levi, ei! — Thomas se levantou preocupado. —PABLO GAVI! Olha o Levi quer ir contigo! — chamou a atenção do moreno.

Saímos de perto da mesa e fomos jogar jogos, jogamos imenso para ser sincero........arco e flecha, jogo das latas, jogo da macaca, saltar à corda longa, jogo dos sacos e jogo do burro. Nós nos divertimos imenso.

Tivemos que de alguma forma não distrair.

— Talvez as meninas já estavam perto de todos para quando o concerto começar. Vamos? — Thomas abraçou Ferran de lado.

— Já tenho saudades!

Todos tínhamos, mesmo que elas estivessem chegadas connosco, nós tínhamos imensas saudades delas....elas eram tudo para nós.

António Torres
22:30h - na feira

O ambiente estava harmonioso. O concerto estava prestes a começar e digamos que eu amava demais estes grande momentos com todos eles, a família estava unida e isso é que era o mais importante. Levi estava melhor e estava no colo de Natasha desde que chegou.....ele havia adormecido. O pequeno cansava-se bastante rápido agora.

Não via Ernesto à dez minutos, ele tinha saído para ir buscar bebidas com Jonnas.....porém, meu cunhado já havia regressado, Ernesto não. Meu amigo tinha seguranças com ele e com o filho, mas nada me tirava o facto que ele podia estar correndo perigo.

— Vocês souberam? — Pedri falou após um tempo. —Sebastian vai cantar antes do cantor principal! Que máximo não é?

Pedri tentou ser irónico ao nível máximo ou apenas tinha sido impressão minha? Bom.....não queria me enervar, ainda mais hoje.

Ernesto já havia regressado......ele trazia o restante das bebidas. Sentou-se perto de mim e de Luka e logo começou a mexer em seu telemóvel, ele estava ansioso..........algo o preocupava.

— Tudo bem meu amigo? — sussurrei.

— Apenas a minha ex-mulher! Ela não aceita o facto que não terá nada do que é meu após o divórcio, afirma termos casado em comunhão de bens! As coisas não são bem assim comigo.....porém com tantos anos parece que ela nunca quis saber disso.

— Luka sabe?

— Foi ele que pediu para que eu me divorciasse dela no final do outubro do ano passado!

— Sério? O Luka?! Mas ele não amava a mãe?

— Sim.....amava, no passado! Não quero falar disso agora, depois falamos nisso.

— Claro!

Ele estava preocupado. Pelo que sei Joana nunca trabalhou desde que se casou com ele, ela sempre vivia do que Ernesto lhe dava.......era até de certa forma algo absurdo.

— Vocês divertiram-se? — meu pai questionou animado.

— Sim! Jogamos vários jogos vovô.

— E vocês meninas? — perguntei discretamente.

— Contamos fofocas quanto comprávamos coroas de flores.

— Trouxeram uma para o Levi não foi? — Natasha falou um pouco baixo.

— Claro! Ali no carrinho do Matheus.....ela vai ficar imaculada até ele acordar.

— Acho bom mesmo. Não queremos enfurecer um mini pequeno jogador após acordar. — tentei quebrar o gelo que existia no ar.

— Tem razão! — Any falou.

O padre chamou a atenção da todos em direção ao palco. Nós estávamos numa região privilegiada do palco, nós conseguirmos ver perfeitamente tudo. Agradeceu por todas as pessoas aqui presentes e logo vimos Sebastian entrar no palco....eu me senti de certa forma desconfortável, Lopez havia-se apercebido disso.

— Vamos ouvi-lo cantar! Vai ser divertido.

— O que vocês fizeram? — S/n olhou para todos eles.

— Nada! Nós juramos, desta vez nada fizemos! Sério! Confiem em nós.

— Aham sei.

Os meninos adoravam irritar as suas mulheres a todos os instantes e horas. Era até algo que já estava am habituado, porém isso talvez não fizesse sempre bem para a saúde do casal.

Sebastian se sentou na cadeira no cimo do palco, pegou em sua guitarra.....ajeitou o microfone e as luzes ficaram a seu favor. Por cores claras e suaves a música era delicada, pelo que soube ele amava esse género de música, sentimental, mas de certa forma com um pouco de delicadeza.

A melodia se fez ouvir e num momento via Ernesto interagindo com Luka e no outro olhando para o palco perplexo com o que via e ouvia à sua frente. Coloquei minha mão sobre seu braço e logo o moreno se levanta do seu lugar.......tive que ir atrás dele. Era a única solução.

— O babado é forte! — Ferran falou ainda enquanto me levantava. —Vão ver. Ainda teremos razão!!!

Procurei Ernesto por toda a festa, nada, meu coração começou a ficar apreensivo. Uma luz se fez presente na minha mente.....talvez ele estivesse no estacionamento, ficava a poucos metros de onde estávamos. Poderiam sim ter sido a minha primeira opção.

O lugar era enorme, havia vários veículos de diversos tamanhos e feitios, procurei onde deixamos as Vans e os carros dos seguranças e logo o vi perto da carrinha. Ele estava encostado nela, suas mãos estavam em sua cabeça.......ele esteve a chorar, nunca vi o moreno assim. Foi a primeira vez!

— Ernesto! O que se passou? — tentei de alguma forma o acalmar. —Ernesto!!!

— Aquela melodia, aquela música.......

— O que tem? O que ela tem? 

— Era a música que eu cantava para Luka quando ele era pequeno. Eu não sei, eu não sei onde ele a arranjou. Aquela melodia, aqueles letra foi a minha mãe que a criou.....minha mãe tinha o sonho de virar compositora, ela não o conseguiu.

E de repente uma luz enxerguei ao fim do túnel,  não podia supor nada neste momento.....todavia eu sempre soube que Sebastian, aquele miúdo que estava hora a cantar não era de facto meu filho.

— Elas se perderam há vinte e três anos atrás!

—  Vinte e três anos? — fiquei surpreso. —Um segundo aqui!

Me afastei e começou a fazer contas, eu não era bom nisso, ainda mais de férias. Quando eu entrava em modo de férias e liberdade essas coisas simplesmente desapareciam. Lopez olhava para mim confuso, bem eu também o estava. Cansei de fazer contas e voltei para perto do moreno.

O abracei e o tranquilizei......ele não podia ficar assim, ele não podia ficar a pensar numa coisa que não era para ser. Após um pouco de tempo no estacionamento voltamos novamente para perto de todos, Sebastian já tinha regressado.

Ernesto parou, parou no mesmo momento em que viu Luka e Sebastian conversando. Merda! A parecença agora fez mais sentido.

— Vocês estão bem?

— Estamos sim! Fomos só buscar algo na Van! Tínhamos esquecido.

— E onde está titio Ernesto? — falou Levi, o pequeno já tinha novamente acordado.

— Pois é. Nós nos esquecemos.

Tentei inventar algo. Os meninos começaram a olhar estranho para nós, estavam tentando descodificar os nossos olhares e nossas expressões faciais.....não seria fácil.

Bebi minha cerveja e logo olhei para Natasha. Meu olhar precisava de ajuda, eles não paravam de olhar......eu não iria dizer absolutamente nada, eles de alguma forma sabiam que sim. Tinha que manter a minha boca imaculada sobre este assunto.

— A festa acabou!

— Já?! Mas mamãe.

— Temso crianças aqui.....elas já estão todas cansadas e digamos que eu também! — Natasha se colocou em pé. —Vá mexam-se.

— Tudo bem.

Natasha nos salvou. Em fim tranquilos arrumaram tudo no cimo da mesa e logo foram para o estacionamento. Eu e meu pai tínhamos que agradecer ao Padre pela maravilhosa festa desta noite.....era o mínimo.

— Muito obrigada por esta noite!! — Meu pai o cumprimentou. —A festa estava maravilhosa, porém agora teremos que ir embora.

— De nada senhores! Foi um enorme prazer ter-vos por aqui.....para o próximo ano espero encontrar-vos.

Eu fiquei ENCANTADO de o conhecer.

Meu bisavô sempre amou a igreja.....desde pequeno ele ia com seus pais todos os domingos, sempre tinha bíblia com ele e depois que ele ficou rico não deixou de lá ir. Talvez esta tradição começasse novamente. Eu amava demais o meu bisavô, meu avô, minha mãe......eles estariam na memória.

— A casa do seu avô está à venda! — o padre olhou para meu pai. —Eu tenho a chave, digamos que ela virou algo histórico para a região.

— Que bom ouvir isso senhor padre. Todos irão gostar de a ver pela primeira vez! — respondi. —Bem....amanha encontramos novamente para a visitar.

— Claro! Todos os móveis ainda lá estão.

— Que bom! Bom....não empataremos mais o seu tempo, até amanhã.

— Até amanhã senhores!

A melhor notícia que eu ouvi em um mês. Finalmente iria conhecer a casa onde meu bisavô nasceu e cresceu......aquela casa tem história, imensa.

💄💋⚽️

Natasha Torres
00:00h - em casa

Todos estávamos cansados. As crianças já dormiam e mesmo sendo levadas para os quartos elas não acordavam, Levi era um deles, depois da cirurgia ele fica ainda mais cansado.....será assim nos primeiros três meses pelo menos. Levei Emma para o quarto enquanto António ainda falava com seu pai e Jonnas no andar de baixo.

Abri a porta gentilmente, liguei as luzes indiretas e logo a coloquei no berço.......ela se remexeu, porém logo dormiu novamente. Ela era uma bebé fácil de adormecer.

— Hermanita! — Vitor bateu na porta. —Posso entrar?

— Claro então. — falei baixo. —Passou-se algo?

— Queria falar contigo sobre uma coisa......é mais uma promessa!

— O que foi? Senta-te.

Nos sentamos em frente da cama.........pegou minhas mãos e as acariciou, quando ele fazia isto era porque algo estava mal ou ele tinha feito algo errado. A segunda opção era a mais válida no momento.

— Bom......eu quero falar-te sobre algo que fiz! Puxa-me as orelhas faz o que quiseres, mas por favor não digas que eu não tentei mudar.

— Vitor Vieira Costa o que tu andas a fazer?

— Bem....sabes no ano de 2022 e 2023 quando estava a tirar mais um curso de Marketing Digital em Madrid?!

— Sim! O que tem?!

— Bem num dia eu conheci umas pessoas e digamos que com o passar do tempo eles obrigaram-me a fazer coisas.

— Coisas? Que coisas Vitor?

— ....

— Vitor!!!

— Eu prometo nunca te abandonar! Eu prometo hermanita.

Ele me abraçou........ele estava tenso, seu corpo estava numa espécie de negação. Seu coração não queria dizer de facto o que ele tinha feito já sua mente era delicadamente o contrário. Era difícil quando ambos estavam em guerra.

Antonio entrou no quarto e estranhou tudo aquilo.....ficou parado e logo Vitor saiu sem me dizer o que de verdade tinha feito, mas pensando bem e de como eu sei como o meu irmão é, ele não diria nunca, nem mesmo que eu insistisse.

— Está tudo bem amorzinho?

— Meu irmão, veio com uma conversa estranha!

— Conversa estranha?

— Sim de ter feito algo que não devia. Ele falou contigo?

Engoliu em seco! É pois é, meu irmão confia mais em falar com outras pessoas sobre seus erros do que comigo, sempre foi assim e acho que isso também nunca vai mudar.

— Falou, mas não disse pois Levi nos interrompeu.

— Hum! E agora foste tu.

— Pois é, mas eu não sabia desculpa. — me abraçou. —Agora vem, vamos dormir amanhã de manhã tem um dia maravilhoso para todos nós.

— Que boa notícia onde vamos? — perguntei colocando meu pijama.

— Casa do meu bisavô! Vai ser perfeito. Nunca fui lá.

— Vais amar......todos nós iremos.

— Todos nós. Tens razão! — me beijou. —Agora vem vamos dormir estou cansada.

— Claro amorzinho. Até amanhã.

Finalmente me havia deitado. Era difícil dormir, a pensar no que meu irmão disse era sem dúvida das coisas mais difíceis de se fazer neste momento.....dormir estava de certa forma complicado.

Virei para o lado do berço de Emma e logo coloquei meu braço sobre a pequena. Ela agarrou meu dedo e gentilmente meu coração foi se tranquilizando. Só bastava um toque pela parte dela para me aliviar de todos os problemas.

...

07:20h - de casa à aldeia // Algarve

Novo dia! Novos sorrisos, novas metas, novas conquistas. Todos sem exceção já estavam acordados. Zeus e Thor ainda bocejavam, acho que de certa forma eles ainda não estavam habituados a acordar tão cedo como agora. Daqui a uma semana tudo isso mudaria. Eles descansariam!

A mesa de jantar nunca ficou tão cheia como agora, era uma alegria só. Levi por sua vez ainda estava com sono.....ele ainda tinha que tomar bastante frutas e medicamentos. Nada de doces por enquanto, já a pequena Sophia por outro lado estava comendo exatamente o que Levi comia para que o pequeno não se sentisse triste.

Estava a resultar.

— Peço a atenção de todos! — António estava alegre. —Tenho uma notícia que a metade de vocês vai amar.

— Notícia? Não diga, ganhamos mais uma vez no Euromilhões! — S/n sorriu.

— Deixa falar sua chata! — Ferran a irritou.

— Bem....é muito melhor, eu e meu pai falamos com o Padre antes de virmos embora. Ele informou que a casa do meu bisavô está disponível para nós a visitarmos.

— Mentira isso irmãozinho.

Glória sorriu, seus olhos brilharam. Ela sempre quis saber de onde foram as suas raízes, era perfeitamente normal......enquanto António e seu avô Matheus eram mais apegados um ao outro, ela por sua vez era ao seu bisavô Humberto. Era umas alegria só que estava nesta mesa neste momento.

— Se querem ver o quanto antes comam rápido.....menos as crianças claro! Elas podem comer pelo caminho.

— Ai meu coração tio! Não aguenta assim tanta emoção não. — Hannah estava animada. —Finalmente vamos conhecer a casa do tetra-avô Humberto.

— Exatamente Hannah! Vamos nos lembrar de várias coisas e soubemos também que ainda tem os móveis. — Duarte falou terminando seu pequeno-almoço.

— Vamos ver então a cama onde o tetra-avô Humberto foi concebido? — Levi colocou todos a rir. —Onde ele provavelmente nasceu. Ahhh que lindo.

E enfim a alegria havia voltado ao pequeno, todos de facto sentimos saudades disso. A casa não era a mesma sem as suas pequenas, grandes piadas e boa disposição.

Terminamos tudo, limpamos a louça e logo partimos em direção à aldeia onde estivemos ontem. O sol estava presente.....porém o vento presente era algo majestoso. Os pássaros cantavam e ninguém estava triste dentro da Van. Visitar o lugar onde tudo começou era sem dúvida um dos melhores presentes que alguém podia receber.

António estava animado e não parava um só segundo de brincar com Emma. Levi estava a meu lado e lia o seu livro preferido, as meninas falavam entre si. Depois de tudo ontem, elas obrigaram só meninos a ir na Van atrás. As conhecendo elas ficariam chateadas com eles por mais tempo.

Logo chegamos. Estacionamos as Vans e os carros na rua acima e logo o Padre estava à nossa espera, com um sorriso em seu rosto nos cumprimentou e logo disse que a casa ficava logo abaixo.....uma sensação nova surgiu.

Um arrepio amoroso se fez sentir e o vento logo havia cessado, o tempo ficou mais calmo e apenas víamos cães e gatos nas ruas com algumas pessoas.

Todas as pessoas eram bastante EDUCADAS.

— É a casa número 210, é onde tem granjas nas janelas.....todas as semanas as pessoas colocam as flores e as regam assim que podem!

— Que bom! — António falou.

Começamos a andar porém o padre não veio connosco. Talvez ele nos deixa-se mais à vontade já que era a casa da nossa família, uma casa onde tudo tinha saído. A casa do maior empresário que o país já pôde ter, Humberto Torres foi a pessoa mais influente e bastante importante no século 20. Nos dias de hoje as pessoas ainda o lembram com uma enorme FELICIDADE no rosto.

Todos o amavam.

— Preparados? — Duarte fez as honras e abriu as portas. —Tenham calma, talvez não tenha luz por isso termos que abrir as janelas para a claridade.

— Estou ansiosa vovô. Nos deixe ver....

— Tudo bem.

Começamos a entrar um de cada vez e logo todos saíram observando a casa toda, era simples e aconchegante, talvez par a época isto já era de pessoas com posses, existia um pequeno quintal atrás, todas as flores estavam nascendo novamente, estava mais verde do que as da quinta devo admitir.

Todos abriram as janelas. A cozinha estava intacta, as panelas, as loiças, os panos.....tudo estava aqui. A sala ainda tinha os sofás, a mesa de centro, a televisão.....a primeira televisão, o antigo rádio, uma pequena lareira e um tapete florido. Tudo era bastante perfeito e mesa de jantar estava logo ao lado.

Os quartos por sua vez ficavam na parte mais afastada da casa, entramos no primeiro quarto e sem dúvida era o maior.......talvez fosse o quarto dos pais de Humberto, o quarto onde ele nasceu. Antigamente os partos eram em casa, talvez até meados dos séculos 40 e 60.

Toda a casa tinha um cheiro bastante bom.

— Foi aqui!!!! Foi aqui!! Eu sabia. Soso! — Levi falou alegre após entrar no quarto. —Os adultos acharam. Pessoal.

— Foi aqui afinal onde tudo começou! — Thomas riu. —Vês Levi que máximo.

— Ai que notícia maravilhosa. Vocês por acaso viram o quarto ao lado? — S/n apareceu na porta. —Tem algo bastante interessante lá.

— Só tem dois quartos pelo que pôde ver. Deve ser do bisavô! — António saiu.

A casa era pequena por isso o caminho foi o mais curto possível. Entramos no antigo quarto onde Humberto cresceu e sinceramente foi a melhor coisa que havíamos feito hoje. Existia uma enorme quantidade de brinquedos, e registos espalhados pelas paredes......as fotos dele também permaneciam. Ele era lindo.

— Humberto era lindo! — Falei perto de Glória.

— Hum.

— Que foi Torres não posso falar agora?!

— Quero levar este carrinho! É um Impala 67....amo ele.

— Não sabemos se podemos pequeno. — Ella apareceu pro trás dele. —Eu compro um sim?

— Querem algo deste quarto? — o padre se fez presente novamente. —Fiquem à vontade, tudo isto aqui foi usado por ele. E sim, esse carro de brinquedo foi um presente dele quando veio visitar os seus pais com o seu filho e o seu neto. 

— E estas fotos? Elas ficaram ou colocaram outras?

— Essas são as cópias, tenho as originais comigo! Quando os pais do senhor Humberto morreram eu juntei tudo que pudesse estragar com o tempo......assim que sairmos daqui posso entregar-vos.

— Por favor senhor padre! Ficaríamos extremamente gratos. — Jonnas respondeu. —Muito obrigada por nos deixar visitar a casa.

— Nada! Mas já viram o jardim?

— Só o observamos de dentro da casa.

— É um jardim bonito!!! Meu bisavô era um enorme amigo dos pais de Humberto e eu cresci admirando tudo o que seu avô fez senhor Duarte!

— Tanto eu como todos aqui ficamos tão contentes por ouvir isso.

Ver isto era como sem dúvida alguma voltar no tempo, eu tentava recriar certas memórias enquanto andávamos pela casa e pelo quintal. Devia ter sido perfeito a época enquanto Humberto viveu nesta casa, era até algo bastante interessante de se lembrar.

Os bebés, Levi e Sophia corriam pelo pequeno quintal. As flores tinham sido regadas bem a pouquíssimo tempo, elas estavam perfeitas.....havia decorações de jardim da época e duas casas de pássaros na enorme árvore que existia na casa.

— Esta casa está á venda?

— Teve por um tempo.....mas eu não tinha coragem de a vender! Acho que seria até errado, ela ficará como uma relíquia para a aldeia.

— Que bom ouvir isso. Ficamos eternamente gratos pelo que está a fazer pela casa.

A energia neste local era diferente dos demais lugares que já passamos por esta aldeia. Andamos mais um pouco pela casa e logo saímos.....por fim Duarte fechou novamente a porta e entregou a chave ao padre. O mesmo a devolveu, acho que ele iria saber que viríamos cá mais vezes.

— Não precisa senhor! Fique, tenho uma reserva.

— Ah bom....muito obrigada então senhor padre.

— Vou só buscar os álbuns à paróquia! Se quiserem comer e beber algo tem um café ao descer esta rua. É o melhor!

— Obrigada pela recomendação senhor! — sorri para ele. —Vamos! Vamos todos relaxar um pouco.

Levi estava contente. Colocou o seu boné novamente e logo saiu para um pouco à frente com Sophia, eles amavam interagir......isso era saudável para eles e mesmo a diferença de idades sendo totalmente desproporcional Levi tinha paciência.

Nos sentamos nas mesas vazias fora do estabelecimento e logo metade de nós pediu algo para beber e comer. O dono nos ofereceu, não precisávamos parar. Todos estavam a ser bastante atenciosos connosco.

— Mamãe Natasha! — Levi veio ter comigo comendo o seu bolo. —Podemos ir na igreja?

— Igreja? Claro....ah claro que sim. Vá vamos lá.

Ele sempre foi um menino se sempre acreditou em Deus e Jesus, fui eu que desde pequeno lhe ensinei isso......foi de certa forma que o salvou. Nós pedimos isso.

Ella veio connosco junto a Sophia. A morena sempre foi muito devota e agora a estávamos também ensinando a pequena Sophia a ser.....só viemos nós, o restante acho que nem tinha sabido. 

Não havia ninguém na igreja neste horário. Assim que Levi tocou os pés no enorme edifício tirou o chapéu, eu o havia ensinado a fazer isso.....era de certa forma para demonstrar respeito. Ele desde pequeno estava sendo ensinado como as coisas funcionavam.

O deixamos aproximar do altar com Sophia.....ele precisava desse momento e depois de tudo o que ele passou era de certa forma o mínimo que lhe podíamos proporcionar. Ele agora de certa forma agradeceu por estar com saúde novamente.

— Depois de tudo o que aconteceu na minha vida o que eu mais peço é que nem mesmo meu irmão e minha filha passem pelo menos que passei.

— Não vão.....se for por mim..........por ele isso jamais irá acontecer eu prometo-te isso!

— Naquela época, quando tudo me aconteceu eu me senti de certa forma fracassada. A senhora desde o primeiro dia que estive naquele hospital me deu um terço e uma uma estátua da Virgem Maria benzida por um padre. Na altura eu estava magoada demais, só passado algum tempo percebi a força que eles me deram.

— Tu sempre foste uma menina corajosa.

— É! Eu o fui. — sorriu ligeiramente para mim.

Ela se libertar era uma das formas para colocar toda a sua ANGÚSTIA e peso passado para trás. Aquilo foi uma enorme tragédia o que lhe aconteceu, porém também lhe mostrou o quão forte uma menina, uma mulher pode ser naquela situação. Ela evoluiu imenso, ela encarou os seus problemas com um sorriso no rosto e se aguentou firme sempre que pôde.

Todos apareceram atrás de nós. O silêncio não mais se fez ouvir, ainda mais por parte dos bebés, este era um local sagrado e silêncio, porém com os bebés essa exceção estava aberta. E passados dois minutos o padre veio ter connosco e nós entrou todos os álbuns de fotos.....eles estavam lacrados com plásticos para não estragar.

— Muito obrigado senhor padre! Muito obrigado por tudo, por ter cuidado da casa dele, por ter feito de tudo para que essa lembrança nas pessoas jamais morresse. — António falou. —Estaremos eternamente gratos ao que o senhor já fez.

— Não tem que agradecer.....sempre faço de coração. É isso que o senhor nosso Deus assim ordena. Agora ele lá em cima está a cuidar dele.

— Tem razão. — falei após vir ter com eles. —Agora ele está num lugar melhor com pessoas que também ama.

— Verdade. Bem....deixar-vos-ei a sós! Fiquem à vontade.

— Obrigado. — respondi por final.

O vimos afastando-se de nós e logo António colocou todos os álbuns no banco e me abraçou dele lado. Admiramos o belo altar até S/n e Ferran pararem bem na nossa frente com Emma. Eles riam, era o sorriso mais genuíno que eles estavam a demonstrar em imenso tempo.

— Vocês são tão perfeitos juntos!

— Maninha tem razão papai. Vocês sem dúvida foram feitos um para o outro.

— Mamãe! Papai!!!

— Ah meninos. — falou António com o seu coração frágil. —Não façam isso, por favor.

— Com toda a certeza o céu deve ter ficado contente quando vocês se encontraram pela primeira vez...... — S/n falou.

— Quando vocês começaram a demonstrar carinho um pelo o outro, quando vocês namoraram..... — Ferran a ajudou

— Quando vocês noivaram e no final.....

— O enorme evento, o majestoso, o épico.......o vosso casamento!!!! Ah Deus, muito obrigada por nos dar a mãe dos sonhos.

— Agora são vocês que me faram chorar.

Eles nos abraçaram. Eles eram os melhores filhos adotivos que eu podia pedir, Ferran era sempre cuidadoso, S/n a amadora e Emma, ah a pequena Emma ela era vida.....sem dúvida alguma, ela era vida.

Uma nova sensação estava finalmente
tomando conta do nosso corpo.

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