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'Cause every night
I'm talking to the moon
Still tryna get to you
In hopes you're on the other side
talking to me too
Or am I a fool who sits alone
talking to the moon?
Oh

• Talking To The Moon - Bruno Mars •
___________________________________

Frase do Capítulo:
-Nunca subestimes quem realmente nós somos.

António Torres

💄💋⚽️

Natasha Torres
08:10h - da esquadra a casa

Hoje era um dia importante. Dean ontem avisou-me que iria para casa hoje, eu estava animada, porém teria que cumprir algumas regras até á data do meu julgamento.....eu pedi para que meu irmão não avisasse ninguém, eu queria fazer uma surpresa a todos. Eu sentia imanes falta deles.

Ontem António e Duarte vieram aqui, mas nada. Foram impedidos de me verem.....eu chorei, digamos que Valverde fazia simplesmente de tudo para que eu não pudesse ver ninguém. Era apenas eu sozinha neste pequeno cómodo. Meu irmão já tinha ido para o corredor.

— Pronta Natasha? — Dean veio ter comigo. —Iremos ter que levá-la a casa como lhe dissemos. Sabe que é as regras.

— Eu não irei fugir Dean pois se eu o fizesse declaria-me culpada.

— Vamos indo. Terás que ir buscar os teus pertences. Samuel também está cá já a assinar uns papéis.

— Claro.

Eu estava tão feliz por finalmente puder sair daqui que nem parecia que isto era mesmo real. Eu estava tão animada e feliz por os ver a todos novamente que eu nem sabia quem iria abraçar primeiro, bom.....eu sentia imensa falta da Emma. Era era um doce de bebé.

Meu irmão me encontrou e logo me deu a minha bolsa e o meu casaco. Digamos que eu estava com bastante frio devo admitir, na zona das celas não dava luz do sol em nenhum momento.

— Já vais Natasha? — Valverde falou ironicamente. —Se eu fosse a lei manter-te-ia aqui até ao julgamento.

— Não és pois não? Que ótimo!!!! — meu irmão se colocou na minha frente. —Agora vem hermanita, vamos embora estou farto de ouvir certas pessoas.

— Obrigada pelo que está a fazer Samuel.

— Sempre me disponho a ajudar a vossa família! Esse é o meu trabalho.

Comecei a caminhar junto de todos, Dean e Hector iam na frente enquanto dois outros agentes vinham atrás. Eles tinham medo de represálias e acima de tudo de Paparazzis. Neste momento até eu tinha em todos os segundos que passavam era dolorosos.

Entramos no carro e logo fomos até casa. Eu não queria falar com absolutamente com ninguém, mas mesmo assim meu irmão não parava de contar histórias de não só dois a Hector e ao Dean. Bom....eles estavam a amar! Meu irmão era ótimo interagindo com pessoas, porém sua agressividade em certos momentos era o colapso.

Entramos no condomínio e mais um caminho teria que ser feito. A casa ficava afastada de todas as outras, era a que tinha o maior terreno.

— Bom dia senhora. — os seguranças nos receberam. —Ainda estão todos em casa!!

— Que bom.

Cada vez mais chegava a hora, cada vez que os segundos passavam meu coração acelerava cada vez mais. Vitor abriu a porta de entrada gentilmente e todos os olhares foram retornados para nós....neste momento ninguém estava a acreditar eu que realmente estava cá.

— Olá! — sorri.

Todos os jovens me abraçaram. Eles estavam tão felizes por me ter de volta que nem quiseram saber de absolutamente mais nada, Emma vinha caminhando em direção a mim após Rebecca a colocar no chão. Eu finalmente estava me sentindo VIVA novamente.

— Ela foi inocentada Dean? — António falou.

— Não! Nós só a podemos ter presa no máximo 48horas, agora em 28 dias ela será contactada para comparecer em tribunal.

— Trouxemos dois agentes para ficar de guarda! São as regras! — Hector completou.

— Quem é a minha princesa bem! — Emma riu após acariciar a sua barriga. —Ah bebé eu senti tanto a tua falta. — beijei sua bochecha.

— Obrigada pelo aviso. Nós ficaremos de olho nela e garantimos que ela não sairá daqui!!! — S/n falou com uma voz bastante baixa.

— Bom nós já iremos! O trabalho tem que ser realizado.

— Claro! Eu os acompanho. — Rute falou.

Caminhamos até á mesa de jantar e logo as minhas puxaram todas as suas cadeiras para a minha beira. Eu tinha uma enorme conexão com todas elas, nós nos entendíamos perfeitamente bem, eu as fazia feliz e era isso que mais importava neste mundo.

O tempo podia passar, mas o meu amor por elas permanecia sempre aqui.

— Soso olha quem voltou. — Sira falou. —Mamãe Natasha voltou das férias.

— Mamãe Natasha!!!! — ela abraçou minha perna. —Senti a sua falta. Comprou presentes.

Gavi tosse deliberadamente.

—Pequena! Mamãe Natasha teve imenso trabalho ela não conseguiu parar e fazer compras, todavia para a próxima ela comprará algo bem divertido para ti tudo bem? — Sira a colocou no colo.

— Eu tenho uma pergunta. Vocês passaram noite aqui?

— Divertimos-nos imenso amorzinho! Eu cuidei deles e coloquei juízo na cabeça de cada um.

— Aham! E a guerra das almofadas entre o senhor e os meninos também estava inclusa? — S/n o desafiou. —Não vi isso na agenda!!!

— Que bela educação não é? Não posso passar dois dias fora que já é esta selva toda.

— Foi o Gavira que começou tia! Não fomos nós.

— Que mentira Mason, eu hem!

— Titio Gavi começou!!! — Matheus solta uma gargalhada. —Titio Gavi enclenquelo.

— Isso mesmo filho! Titio Gavi só dá maus exemplos.

— Comam o resto. Eu vou tomar um banho bem refrescante! Fiquem bem!!

— Mamãe! Preciso falar com a senhora.

— Daqui a pouco tudo bem princesa?

— Claro que sim.

Talvez, apenas um talvez a morena ainda não tenha contado nada ao Pedri pois quando eu cá cheguei ela nem estava perto dele, ela sempre foi bastante pegada ao moreno. Eles eram carinhosos um com o outro......o que agora não estava a acontecer.

Esta situação em que ela foi colocada não era nada bom para a sua saúde mental. Ninguém, nenhuma mulher merecia passar pelo que ela passo... era doloroso.

Entrei na casa de banho e Kero ficou com Thor no quarto. Ambos amavam ficar juntos e para qualquer lado que um ia o outro iria. Eles eram o CASCA DE BALA um do outro, disso eu tenho a certeza.

Um banho de água quente para tirar todo o peso que caiu em cima de mim dentro da esquadra e para finalizar um banho com água gelada para refrescar a minha mente. Eu necessitava isso. Me sequei, vesti uma roupa confortável e logo vi S/n entrando no quarto.

A sua face era de uma autêntica mulher triste.

S/n Torres
09:35h - em casa do pai

Eu estava apreensiva. Eu queria libertar-me o mais depressa desta dolorosa sensação, mas por mais que eu tentasse querer falar com o Pedri meu coração de certa forma não estava preparado para tal mudança, tudo mudaria em seu mundo a partir do momento em que eu disse-de que não esperávamos um filho.

Me acerquei da morena que estava penteando o seu cabelo e logo me coloquei inclinada sobre a cómoda do seu lado. A olhei novamente e um ar de preocupação surgiu nela, talvez ela tivesse a pensar em dizer-me para eu contar mesmo que a verdade por mais dolorosa que seja fosse na verdade a mais dura do mundo.

— Ainda não lhe contaste pois não? Já passaram dois dias princesa, ele não pode viver assim.

— Eu contei ao papai e eu perguntei-lhe se Pedri não iria falar sobre isso.....ele ainda não falou. Todos estávamos mais preocupados contigo que nem quiséssemos saber de mais nada.

— E vais contar-lhe agora? — terminou e logo sentou-se na cama calçando-se. —Ele precisa saber! Ele é obrigada a saber isso....quanto marido e quanto pai do Matheus!

— Eu tenho medo que ele reaja mal e me culpe por não conseguir.

— Conseguir o quê?

Pedri abriu a porta junto a Matheus. Eu realmente me assustei quando ele apareceu, eu não queria que ele soubesse isto desta forma, mas em todos os assuntos tinha que ser assim......saber das notícias nas piores ocasiões.

— O que não me estão a contar?

— Senta-te é melhor.

— Tu consegues pequena. Vou com Matheus aqui organizar o closet! — peguei nele. —Vem amorzinho, vamos organizar ali a bagunça.

Eu estava pensando um MILHÃO de coisas neste momento, eu estava sentindo diversas emoções e de certa forma a única forma que meu corpo tinha para apresentar o medo era tremendo.

— O que se passa? Aconteceu algo contigo ou com o bebé?

Sua questão fez-me lágrimas nos olhos.

— O que estás a ocultar-me S/n? Já estou perdendo a paciência.

Ele nunca tinha me tratado pelo meu nome, não depois de que começarmos a namorar. Eu queria dizer-lhe porém era totalmente impossível, esta sensação e a culpa estava a partir-me de diversas formas.

— Mamãe! Vem aqui por favor. — captei a sua atenção.

Colocou Matheus na cama brincando com os seus carrinhos e logo se colocou perto de mim segurando meu ombro numa tentativa de me aclamar a todos os instantes. Eu realmente precisava disso, e por mais que eu quisesse as palavras não saiam da minha boca.

— Não tem bebé Pedri!! — falei rapidamente. —Me perdoa. Eu tinha marcado uma consulta com a obestreta e eu queria fazer-te uma surpresa nesse dia para que quando chegasses de avião aos Países Baixos eu te contasse, mas quanto mais o exame continuava a expressão da médica mudava, a questionei com o que se passava e ela disse que não tinha bebé. Não estávamos grávidos Pedri. Me perdoa.

— O que ela está a querer dizer Pedri é que o óvulo fertilizou, porém o embrião não chegou lá por isso nos exames tanto de sangue e no teste deram positivos.

— Droga!!! — saiu de perto de mim.

Ele precisava processar tudo o que ouviu. Eu realmente fui uma idiota em pensar que ele talvez reagisse de uma forma mais tranquila, todavia eu também não o culpava por ter esta reação após a notícia. Ele merecia com o seu jeitinho processar cada segundo que ouviu isso da minha boca, mas também da de Natasha.

O moreno olhou novamente para mim e Natasha já estava perto de Matheus novamente. Veio ter comigo e me beijou, um.....duas....três vezes, seus beijos eram como remédios CALMANTES no meio da tempestade dentro do meu corpo, mas também em meu redor.

— Nós temos um ao outro e sempre será assim! Não te culpo por te sentires insegura e não me teres contado, eu entendo, eu entendo que isso de alguma forma te afetou....a mim também. Nós tínhamos imensos planos, mas quem sabe daqui a mais alguns anos não se tornará realidade anjinho!

— Eu sou uma inútil!!

— Não és! Pode acontecer a todas as mulheres, aconteceu-te a ti, mas na verdade isso foi para te provar que conseguias ultrapassar isso......tu és sem dúvida a mulher mais extraordinária, a mulher mais forte que eu já vi na minha vida! Tu carregaste o nosso filho os nove meses na barriga, tu passaste por diversas coisas durante a tua vida..........isso mostrou-te o quão forte tu realmente és! Eu confio em ti! Eu confio em mim!! Eu confio em nós!!!

Enxugou minhas lágrimas e logo colocou meu cabelo atrás da orelha, beijou-me mais uma vez e logo Matheus veio ter connosco. Nós já éramos uma família e digamos que a melhor nova família que eu podia ter. Eles eram TUDO para mim.

— Perdoas-me?

— Não tenho que o fazer! Eu entendo, mas agora vem perguntaram por ti á cinco minutos atrás e ainda estamos aqui.

— Vamos fazer um bolo princesa. Vem vamos mostrar para os homens desta casa quem são as verdadeiras cozinheiras.

— Nós também somos bons cozinheiros sogrinha!

— Aham confia nessa Pedri.

— Mamã. — Matheus pediu meu colo. —Ti amo.

— Eu também fofinho!!

Saindo do quarto, logo descemos as escadas todos em conjuntos. Eles estavam todos preparados para uma enorme foto em família, eu amava que eles estivessem felizes e neste últimos dois dias isso foi realmente impossível de ser realizado.

— Venham logo! Thor já não aguenta mais a barulheira toda. — vovô falou.

— Já vamos! Já vamos.

Nos ajeitamos e logo apareceram a tia Glória e o tio Jonnas para que finalmente a foto saísse, finalmente tínhamos uma foto com toda a família e amigos. Era algo maravilhoso e conhecendo meu pai ele revelaria umas trinta fotos para espalhar na casa e dar a todos nós também. Ele era fascinado por fotos impressas, era uma maneira de guardar os belos momentos.

— Vamos viajar este verão? — Ferran falou. —Ah desculpem esqueci-me.

— Não tem mal, tudo vai passar querido!

— Bom eu, a mamãe e as meninas vamos fazer um bolinho!

— Adeus seus encrenqueiros!!! — Hannah riu. —Se divirtam na piscina enquanto podem.

— Amore! — Pedri me puxou para perto dos arbustos. —Não vamos contar correto? Nós prometemos isso inicialmente.

— Eles não precisam saber Pepi! Fica bem, se divirtam. Cuidado com a parte funda e o Matheus tudo bem?

— Claro! Até princesa.

Ele era a minha alma gémea favorita. Ele era aquele tipo de pessoa carinhosa e gentil que sempre falava comigo mesmo não estando nos seus dias menos felizes, ele acarinhava-me quando algo corria mal, eu o apoiava quando o mundo estava contra ele. É assim que MARIDO E MULHER tem que ser, combater como um contra o MUNDO.

Entramos na cozinha e o cheiro era simplesmente maravilhoso. Rute abraçava a responsabilidade de tratar da casa e de cozinha muito bem, ela era excelente em tudo o que fazia!

— Que sabor iremos fazer? — Ella nos questiona.

— Que tal cenoura! Todo mundo ama bolo de cenoura, Pedri e Charles são dois deles. — Mónica falou.

— Eu amei a ideia amiga. E tu Any o que vais fazer para o Marc hem?!

— Cuidar destes bebés é o melhor que eu faço. Estou enjoada demais hoje.

— Eu entendo-te amiga, ontem também estive assim. —Duda a abraçou. —Bom podes dizer como fazer que tal?

— Ótima ideia meninas, vamos separar as tarefas. — minha mãe falou pegando nas cenouras. —Vá! Vamos lá, Rute daqui a pouco precisa da cozinha para cozinhar.

— Verdade mamãe.

Estes eram os momentos que mais me alegravam devo admitir, eram estes os momentos mais prazerosos de todo o sempre.

💄💋⚽️
• 10 dias depois •

António Torres
16:10h - no tribunal

Hoje era o tão temido dia!

O dia no qual ninguém aqui quereria estar a viver. Logo pela manhã Natasha teve que ir para a esquadra antes do julgamento para que nada mudasse e que nós não fizemos nada para ela não ir, isso não iria acontecer pois a morena tinha a noção que estava INOCENTE, ela estava, todos nós sabíamos disso.

Estar em um tribunal fazia parte de toda a rotina da família era um local que por muitos deviam achar que nós gostávamos, mas definitivamente isso não acontecia nem um pouco.

Abracei minha irmã pelo ombro e eles conversavam entre si, eu não dava a mínima. Natasha estava separada de todos nós, era auto destruitivo, vê-la longe de nós era algo bastante raro. Todos NÓS necessitávamos dela neste momento de aflição.

— Mamãe vai ser inocentada papai! Fica calmo!!

— Como Ferran. Quem está a fazer isto está a fazê-lo muito bem feito.

— Nós sabemos.

Me ausentei de todos eles e meu intuito era ir ter Natasha, porém os agentes colocaram-se na sua frente. Era CATASTRÓFICO, eu apenas queria acabar com isto, eu queria chorar. A olhei nos olhos e uma imensa vontade de gritar estava presente.

— Senhor venha! — Lopez veio ter comigo. —Senhor!

— Eu não a quero perder.

— Não irá. Confie em mim, vá!!!

— Como tu mesmo não encontraste nada.

— Eu sinto muito senhor, eu pensei que conseguiria.

— Não te sintas culpado. Fizeste o teu melhor. Obrigada por tudo meu grande amigo. — o abracei.

Era a primeira vez em anos o abraçava, era a primeira vez que em lembre que estava a sentir uma dor tremenda.

Não demorou muito para que entrássemos na sala de julgamentos, James não tinha vindo, algo que até me admirou para ser sincero.....pois era a mulher dele que estava desaparecida. Algo muito ESTRANHO estava a acontecer, algo nesta história não batia bem.

— Fizeram-te bem as férias filha! — quebrei o clima. —Pedri programou tudo mesmo bastante bem.

— Nem diga nada papai, acho que nunca me sentia tão bem na minha vida. Pedri tinha medo de andar de helicóptero, mas para me fazer feliz ele andou. Bom.....depois disto eu nunca mais largo este homem. Andamos também de montanha-russa, comemos em um restaurante, apanhamos conchas do mar e vimos o pôr do sol. Viajamos de carro até ás montanhas, acampamos por uma noite e ele programou fogos de artifício no último dia antes de voltar. Apareceu o meu nome lá papai. Eu chorei isso sim.

— Essa viajem daria um filme isso sim! Eu amei demais ver que voltaste outra pessoa ainda mais depois de tudo.

— Tem razão.

Pedri era aquele homem que na vida dela a muda completamente, Pedri abraçou a mais árdua tarefa de a cuidar e de a proteger e era exatamente isso que ele tinha feito. Ele era o MAR e ela a TEMPESTADE, sempre andavam em concordância.

You and me together
Through the days and nights
I don't worry 'cause
Everything's gonna be alright
People keep talking, they can say what they like
But all I know is everything's gonna be alright
No one, no one, no one
Can get in the way of what I'm feeling
...

Era esta a música que soava na minha cabeça quando ela me falou o que vivenciou esta última semana, ambos eram feitos um para o outro e quem discordasse estava errado. Ambos eram AMANTES um do outro.

— Sogrinho! Vamos também pagar-lhe uma viagem romântica com Natasha quando tudo acabar. —Sira virou para trás. —Né Pedri? Tu programas tudo como fizeste com S/n!!!

— Com tudo acho que a minha mulher não sairá de perto da Emma um só segundo.

— Nos cá veremos isso. — Gavi riu. —Fique tranquilo, Emma está connosco está com Deus!

Todos rimos.

— Vai sonhando Gavira, como vocês homens são saram mais exemplos.

— Que calúnia S/n, não somos assim. — era Mason.

Ver a alegria dela já me fazia o dia pro completo. Meus filhos eram tudo para mim e se um estava feliz e o outro triste o outro ficava triste também, tanto Ferran como S/n não gostavam de se ver chorando.

Logo o juiz entrou, meu coração disparou, olhei para Natasha e digamos que a morena estava a ser a mais calma dentro desta sala de audiências. Eu nunca pensei que ela encarasse tão bem a realidade que ela podia estar sujeita.

Ninguém a queria ver presa.
Samuel está a todos os instantes com ela.

O juiz já havia começado o julgamento á três minutos e a primeira testemunha foi chamada, aquela cara não me era estranha.....e a reconhecer era um pouco difícil neste momento.

— Eu a vi baleando a senhorita Clara! Ela implorou para ela não acabar com a vida do seu filho, mas Natasha não teve piedade e atirou nele. Eu vi tudo, ela tinha uma arma....não iria sujeitar a minha vida.

— Protesto meritíssimo! — Samuel respondeu rapidamente.

— Protesto aceito.

— Senhor Bernardo certo? Bom.....como o senhor sabe que era a minha cliente quando as imagens estavam só a mostrar a cara de Clara em toda a conversa que elas tiveram?

— ...

— Queremos uma resposta!

— Elas falaram sim, mas quando cada uma foi para um lado Natasha foi por outra estrada alternativa e a alcançou.....foi aí que a vi. Foi aí que tudo aconteceu. — engoliu em seco. —Eu juro!

— Sem mais questões meritíssimo.

Isto estava DESABANDO novamente, eu realmente não queria que Natasha saísse como culpada daqui de dentro e se isso acontecesse eu tinha a certeza que as meninas fariam algo para ir presas junto a ela. Elas a amavam demais.

Meu corpo tremia, S/n colocou sua mão em minha perna e logo a acariciou, olhou para mim e com um sorriso no seu rosto acalmou meu coração acelerado e minha mente irritada com tudo isto.

— Senhora Torres tem algo a dizer?

— Eu estou inocente senhor meritíssimo! Eu sei disso.

Ela sabia! Nós sabíamos, mas para o juiz a sua palavra não valia absolutamente nada. Ele tinha todas as provas e eram as palavras de Natasha contra as provas mais convincentes do mundo e quem as tinha implantado tinha feito um excelente trabalho devo admitir.

Dean Portland
16:55h - da esquadra ao tribunal

O julgamento já havia começado, iria no máximo durar umas duas horas e eram essas duas horas que eu tinha para encontrar algo que inocentasse Natasha de qualquer forma. Eu precisava disso, esta história estava mal contada e de alguma forma alguém a tinha culpado por algo que ela de facto não fez.

Isso era o que realmente eu mais detestava ver, pessoas INOCENTES serem presas por algo que elas não cometeram enquanto as CULPADAS estavam fora rindo da desgraça dos outros. Era terrível.

Decidi ver novamente as imagens da câmara de vigilância do local em que Natasha e Clara estavam.

A primeira rodagem nada vi, por isso passei para a próxima quando o carro de Natasha aparece novamente cortando o da loira, prestei atenção mais atentamente e logo vi que algo não estava bem, o andar de Natasha não era assim, a imagem tinha sido edita e como na primeira filmagem Natasha estava de costas conseguirem fazer com que a segunda parecesse de certa forma verdadeira.

Corri para a sala de Valverde e logo o moreno se assustou, eu tinha a certeza que não tinha sido Natasha e eu iria provar isso ao moreno.

— O que se passa desta vez Dean? Já nem se pode lanchar em paz?

— Olhe isto mais uma vez!

Coloquei as imagens na televisão e mostrei ambas as gravações e agora comparando uma com a outra dava mais para perceber que tinha sido feito montagem. O moreno não estava a entender onde eu queria chegar, ele realmente estava bastante confuso.

— Não entendo. O que isso tem haver?! Natasha já está a ser julgado nesta hora.

— Observe atentamente ambas as gravações. Observe Natasha nas duas gravações por favor!!!

Inclinou a cabeça e percebi que ele estava a ver o que eu também estava a ver. Se aproximou de mim e analisou mais detalhadamente cada freme e cada detalhe das gravações. Ainda havia tempo para salvar Natasha.

— Natasha está inocente chefe! Acredite em mim....por favor.

— O que queres que eu faça? Que interrompa um julgamento só porque sim?! Eu não posso fazer isso Dean!

— Chefe por favor.

— Não Dean! Eu posso perder o meu cargo por causa disso. Saia daqui.

— Prefere ver uma pessoa inocente ser presa do que dizer a verdade?! Eu realmente não o entendo!!

Fechei a porta com força e totalmente FRUSTADO caminhei até a minha sala, fechei a porta com violência e logo me sentei na minha cadeira....peguei no café que estava perto do computador e logo tomei um pouco tentando me tranquilizar.

Hector estava no julgamento, talvez ele pudesse me ajudar neste aspeto. Droga! Eu não podia fazer isso, eu não o queria prejudicar......era apenas eu contra o mundo judicial neste mundo, era eu o único que me podia prejudicar neste momento.

— Dean! — uma moça loira apareceu na minha sala ofegante, um homem veio atrás.....era Eric Garcia. —Preciso falar consigo. Não aguento mais este peso.

— Eduarda Rodriguês? Não devia estar no tribunal?!

— Devia, mas.....

— Sente-se vá! Relaxe um pouco.

— Eu posso ser cúmplice de ocultar o verdadeiro sequestrador.

— O quê?

Sua frase me surpreendeu demasiado, eu não sabia o intuito em que isto iria ser levado.....todavia ela estava bastante aflita, ela estava grávida e ficar assim era terrível.

— Meu pai.

— Seu pai? Não entendo! O que tem seu pai.

(...)

Eduarda // na noite anterior

Eric tinha vindo cá ficar uma noite em casa. Meu pai queria conhece-lo melhor já que ele seria o pai dos netos dele. Ele nunca gostou de homens perto de mim, ainda por cima jogadores.....porém o destino sempre nos prega partidas.

Eric e eu estava na sala assistindo o nosso filme favorito enquanto meu pai estava no escritório falando ao telemóvel á uma meia hora. Comecei a fica preocupada.

— Eu venho já!

— Onde vais? Está tudo bem contigo e com o bebé?

— Esta sim, só irei ver como meu pai está.

— Ah claro! Volta rápido sim. Colocarei o filme em pausa.

— Obrigada.

Eu tinha um mau pressentimento sobre meu pai já há várias semanas, nunca fui de ter isso, mas depois de que me arrependei de todas as coisas más que causei na minha vida e também na vida das pessoas, eu mudei.

Cheguei perto da porta do escritório e antes de abrir fiquei atenta à conversa por algum tempo.

— Quero acabar com este peso! Amanhã é o julgamento da Natasha. Ela tem que ser considerada culpada estamos entendidos?!

— O quê? — sussurrei para mim mesma.

— Fui eu que sequestrei a Clara! — falou irritado. —Fui eu seu idiotia, ela já estava a enervar-me.

— Não.....pai.

Eric apareceu no corredor e logo voltei para a beira dele e pedi para ele me levasse para a sua casa. Depois do que eu ouvi eu realmente não sei o que faria, eu não queria ver o meu próprio pai preso, porém eu não podia deixar alguém inocente ser preso. Essa decisão era delicada demais.

— Esta tudo bem mesmo? — falou antes de dar partida do carro.

— Só vai Eric por favor...

— Tudo bem!

(...)

Ela estava tensa.

— Foi o meu pai que sequestrou a Clara. — a sua voz era de extrema dor.

Nunca duvidei nessa hipótese pois nestes casos sempre vamos aos companheiros, porém nada dava ao moreno, esta notícia havia-me pegado de surpresa, esta notícia a destruiu por completo.

— O que fazemos agora?

— Gravaste algo?!

— Ela gravou sim Dean. — Eric falou. —Ela tem gravado, eles estão no tribunal agora! Chegaremos a tempo?

— Se nos apressarmos sim.

Peguei nas minhas coisas e logo fomos em meu carro em direção ao tribunal. Ele ficava extremamente longe da esquadra, tive que colocar as sirenes para lá chegarmos a tempo. O TRÂNSITO estava um caos total.

— Não vamos chegar a tempo Dean!

— Vamos sim.

Apitei várias vezes e os carros na minha frente começaram a se desviar para os lados dando passagem para nós e para a ambulância que vinha a poucos metros de nós.

Acelerei o mais depressa possível. Tentei telefonar a Hector, e nada......o moreno sempre recusava as minhas chamadas, ele não as podia atender, mas isto era realmente um caso de vida ou de morte.

Enfim chegamos! Depois de sete minutos acabamos por chegar. Saindo a correr do carro entramos no tribunal, cada vez que cá vinha uma sensação ESTRANHA caía sobre mim.

— Onde era a decorrer o julgamento de Natasha Torres? — falei com o segurança.

— Não o posso autorizar a entrar senhor! Está proibida a entrada de pessoas no julgamento.

— Queres mesmo dizer isso ao meu amigo distintivo aqui? Vá! Não temos o tempo todo o tempo do mundo.

— Eles iram com o senhor?

Eu já estava começando a perder a paciência.

— Sim! Vá homem. Me diga onde é.

— Segundo andar, segunda porta á direita. Sala 9B!

— Obrigada.

Corremos contra o tempo. Bonito o dia para o elevador não funcionar, estava tudo correndo bastante bem, chegamos ao segundo andar.....FINALMENTE.

Eles tinham que vir atrás de mim, procuramos a sala e logo abri as portas fazendo todos olharem para nós. Hector queria rir, mas se conteve.

— O que vem a ser isto? Como ousa invadir a minha sala de audiências senhor agente.

— Está sessão não poderá continuar senhor meritíssimo. — andei até á barreira de segurança. —Tenho duas provas que mudaram o caso por completo.

— Provas? Quais provas?

— Eduarda! Vem aqui.

Eduarda estava com receio que algo lhe acontecesse por ela ocultar o verdadeiro sequestrador, mas eu iria garantir-lhe que ela não iria ser julgada. Eu mesmo iria protergê-la.

A loira mostrou a gravação onde deixou todos surpresos com o que acabaram de ouvir. Viram também a primeira e a segunda gravação em que apareciam Natasha e comprovou-se que foi feita uma montagem para que a morena fosse culpada.

O juiz estava indeciso, olhou para Natasha e mais uma vez para mim....interrompeu o julgamento por trinta minutos.

— Tu sabias? — Ferran a questionou.

— Me desculpem! Eu tinha medo.

— Está tudo bem amiga. Fizeste o certo, quase que enfartávamos aqui, mas fizeste o certo! Tenho orgulho em ti.

— E agora o que irá acontecer? — António falou.

— De certa forma Natasha poderá ser inocentada de tudo e assim ser libertada e voltar à sua vida normalmente.

— Que ótima notícia mamãe. — S/n e Ferran a abraçaram.

[...]

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