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'Cause there is no guarantee
That this life is easy
Yeah, when my world
is falling apart
When there's no light
to break up the dark
That's when I, I look at you
• When I Look at You - Miley Cyrus •
___________________________________
Frase do Capítulo:
-E voltamos mais uma vez á estaca zero
do começo de tudo!
António Torres, 2025
💄💋⚽️
• 1 dia depois •
Autora Narrando
14:00h - na trilha da montanha
Dias atrás Natasha recebeu um telefonema, era Clara. Ela parecia desesperada e pediu para que a morena a encontrasse com ela hoje para a ajudar. Bom.....Natasha nunca foi com a cara dela, ela nunca foi boa pessoa com ela, todavia a mesma iria arrepender-me se não a ajudasse ela parecia imensamente assustada ao telemóvel aquela noite.
No meio desta história toda algo não estava bem.
Natasha já havia informado Enrique e Franco onde ela iria, não gostaram, mas consecutivamente eles não tinham escolhas e tinham que obedecer a tal ordem. A morena pediu-lhes que ficassem no carro quando ela estivesse a falar com Clara, ela de alguma forma não queria prejudicar a loira.
Natasha desceu do carro e logo foi ao encontro dos morenos que estavam no carro atrás do dela.
— Certeza que não quer que estejamos consigo? — Franco falou em um tom de voz preocupado. —Nem nos irá pressentir senhora.
— Eu ficarei bem fiquem tranquilos.
— Senhora! — Enrique tirou uma arma do porta luvas. —Pegue! Fique com ela pelo menos.
— Rapazes! Tudo bem....eu volto já.
— Qualquer coisa nos chame.
— Claro obrigada por virem.
— É o nosso trabalho! — ambos sorriram.
Natasha estava apreensiva, ela queria sair dali o mais depressa possível ela tinha em mente um milhão de coisas que podiam acontecer ali, sequestro, morte e até mesmo a incriminar. Todas essas probabilidades estavam agora 100% ATIVAS.
Andou mais um pouco para a frente do seu carro e logo viu o jipe da loira chegar. Depois que casou com James ele havia-lhe presenteado com inúmeros momentos prazerosos e com os presentes mais caros consequentemente.
Uma palpitação foi lançada no coração de Natasha naquele momento.
— Obrigada por teres vindo. Eu não sei mais o que fazer......eu....eu descobri tudo!
— Descobriste o quê exatamente? — perguntei indignada. —Clara se isto for uma embosca eu vou embora agora.
— Não! Eu prometo, eu não sou mais a mesma pessoa que era antes. Eu juro, não depois do que descobri á dias atrás! Eu tenho medo que James, que ele faça mal ao Salvador.
— Salvador? Quem é o Salvador?! — questionei discretamente.
— Meu filho! Bom nosso filho, James é pai dele.
— Porque ele haveria de fazer mal a um filho?!
— Ele insistiu que Salvador não é seu filho só porque viu uma mensagem do meu irmão no meu telemóvel e ele irritou-se. Ele não sabe que Vicente é meu irmão.
Natasha não estava a compreender onde a loira queria chegar, ou ela simplesmente estava fazendo tempo para que alguém fizesse mal à morena ou tudo isto era a mais PURA VERDADE.
— Queres ajuda para quê?
— Salva o meu filho por favor! Natasha.
— Eu não posso.
Talvez isto fosse apenas um pretexto para Clara se redimir depois de tudo ou apenas ela queria mesmo a ajuda dela.
— Natasha, sei que deves odiar-me e tudo mais....mas por favor eu peço. Não por mim por ele.
— Ele está ali no jipe?
Perguntou descruzando os braços.
Assentiu com a cabeça e logo se dirigiram para o carro, a loira abriu as portas e logo Natasha viu que tudo isto era realmente verdade, o desespero de Clara quando tentava se esconder com seus pensamentos perto do pequeno era simplesmente a pior sensação do mundo.
— Clara!
— Irás ajudar-nos?! Por favor Natasha! Não faças isso por mim, faz pro ele ele é apenas uma criança de dois anos.
— Mamãe! Quero ir para casa. — Salvador brincava com seus super heróis favoritos.
— Já vamos filho! Calma.
— Posso pensar e logo marcamos de nos encontrar na empresa?! — tentou se tranquilizar. —Vá!
— Tá! Tudo bem. Obrigada sério. — limpou suas lágrimas. —Obrigada mesmo Natasha.
Sempre havia uma segunda chance para as pessoas, sempre havia desculpas em qualquer momento. Se despediram e logo Natasha foi ter com seus seguranças novamente entregando a arma após a loira entrar no carro.
Deu partida em seu carro e andou pela estrada em frente. Natasha tinha o coração nas mãos nesta hora, ela sentia-se encurralada e sem saber realmente o que fazer.
— Está tudo bem senhora?
— Sim Enrique tudo bem. — respondeu com voz fraca. —Vamos embora! Chega por hoje de loucuras.
Entrou em seu carro e começou a relembrar tudo o que a loira lhe havia feito ao longo de todos estes anos e especialmente do momento de á pouco.
Ela também era mãe e sabia que os filhos sempre vinham em primeiro lugar, ela sabia que Clara apenas queria proteger o seu filho do pai da criança e conhecendo James ele iria até ao fim do mundo para os achar. Ela tinha a certeza disso!
Os pensamentos eram matadores. Contou até dez e logo ligou o carro novamente, dando assim início a um longo percurso até á cidade. Ela tinha imenso trabalho na empresa para ser feito e com tanto na cabeça deixou tudo de lado para que neste momento estivesse aqui.
— Rapazes?! — Natasha ligou para Enrique que estavam no carro atrás. —Não digam nada a ninguém do que aqui houve entendidos?
— Tudo bem senhora!
— Mas se isto piorar? — Franco sempre com seus pensamentos ruins. —Senhora não podemos descartar todas essas possibilidades ainda mais quando o assunto é a Clara.
— Eu sei! Eu sei!!!
— Tudo bem, vamos ver no que isto vai dar e depois logo veremos o que fazer tudo bem para si? — Enrique desta vez.
— Ok! Obrigada rapazes.
Isto era uma situação em MILHÕES, isto estava mais para uma emboscada do que para uma ajuda verdadeira e se Clara não aparecesse na empresa mais ao fim da tarde Natasha consideraria tudo isto uma perda de tempo.
Terrível era a sua mente tentando processar o que havia acontecido, terrível era ver que seu coração queria ajudar a loira mesmo já tendo feito coisas horríveis para ele. Natasha suspirou fundo e tentou se tranquilizar, neste momento era o mais indicado a fazer.
S/n Torres
14:50h - no hospital privado
Já estava cá há quinze minutos e tornaram-se a partir deste momento os quinze minutos mais demorados da minha vida. Eu estava ANIMADA e FELIZ pois hoje seria a primeira vez vendo o meu segundo filho pelo ultra-som. Era uma SENSAÇÃO mágica devo admitir, ainda me lembro como se fosse a primeira vez com Matheus.
Só tinha vindo eu, eu queria fazer uma surpresa ao Pedri. Matheus iria ficar na casa dos pais do moreno durante todo o dia e a noite e assim teria apenas um tempinho para mim, mas conhecendo Marie e Cyrius eles sentiriam a falta dele durante a noite.
Ryan e Nuno eram as únicas pessoas presentes aqui comigo, eles eram os meus seguranças e para todos os lugares que eu iria eles iriam juntos. Eu amava eles, ele sempre me apoiaram e me ajudaram quando tudo estava desabando. Eles eram os melhores seguranças.
A espera foi logo interrompida quando ouvi a médica chamando o meu nome. A minha ansiedade estava mais calma e minha alegria havia aumentado em dobro. Me sentei e logo a médica fez as todas as perguntas para que de seguida fizéssemos o ultra-som em conjunto.
— Não sei se é por mim doutora, mas eu estou mais ansiosa do que na minha primeira vez em 2023!
— Acredito que sim, na altura não estava a contar com a chegada do seu filho pois não?
— Não, mas desta vez nem em admirou quando eu fiz o teste!!
— Claro! Bom....vamos para a maca.
Abaixei um pouco as minhas calças e levantei um pouco minha camisola, agora que a magia começasse. A médica sentou-se perto de mim e logo sorriu, colocou gel em minha barriga e logo colocou a imagem em ambos os monitores.
Eu estava tão entusiasma e feliz ao mesmo tempo que eu só queria neste momento chegar em casa e telefonar ao Pedri a contar a novidade que eu tinha vindo fazer o ultra-som sem ele. Tanto eu como Pedri éramos bastante ansiosos neste tipo de situações.
O olhar de alegria da médica havia desaparecido de um momento para o outro, eu não sabia o que estava a acontecer e a cada momento eu só rezava para que não fosse nada com meu filho. Isso seria doloroso para mim.
— Aconteceu algo de grave doutora?
— Então..........é assim!
— O quê? Não estou a a entender passa-se alguma coisa com o bebé?
— Não existe bebé S/n! Eu sinto muito.
Meu mundo inteiro DESABOU. Eu não estava a acreditar em nada do que ela estava a dizer, era simplesmente avassalador o que estava a acontecer. Eu não queria crer que tudo isto tinha passado de um falso positivo, o que era raro, mas eu nunca pensei que calhasse logo a mim isso.
Eu me senti IMPUTENTE, INÚTIL, AMARGURADA, uma MÁ mãe, uma MÁ mulher, uma MÁ filha e uma MÁ irmã. Eu me tornei um peso novamente na vida das pessoas. Eu não conseguia chorar e por mais que eu quisesse elas simplesmente não vinham.
— Não doutora! Tem alguma coisa mal, a máquina não funciona, é alguma coisa. Eu fiz o teste! Ele deu positivo doutora. Não! Não diga isso.
— Eu sinto muito mesmo. Isso acontecesse, sim é raro, mas acontecesse!
— Porquê comigo? — me sentei após limpar a barriga. —Droga! Eu sou uma inútil mesmo.
— Ei! Senhorita Torres não se sinta assim, não faça isso consigo mesma. As coisas acontecem e simplesmente não era o momento.
— O que aconteceu de facto?
Eu queria uma resposta, eu estava á espera dela. Eu queria que lá no fundo essa resposta me reconfortasse de alguma forma. Eu necessitava disso.
— Bom como irei explicar da forma mais simples! O seu óvulo fecundou, porém o embrião não conseguiu chegar ao útero e nesse caso o seu corpo começou a produzir o hormónio a que chamamos de HCG. e que foi possível ser detectado no teste de urina e de sangue na altura. Como o embrião ficou no útero poderá ocorrer um aborto espontâneo mesmo que isso ainda não tenha acontecido até agora. Seu corpo irá expulsá-lo.
— Quando?!
— No seu tempo, o que terá que fazer agora é se tranquilizar eu sei que muitas mães chegam aqui com bastante esperança, mas tudo de um momento para o outro pode dar errado temos que aprender com isso. Como disse, se este não era o momento, mais tarde será.....confie em mim.
— Obrigada doutora.
Dei mais uma palavrinhas á mesma e logo sai da sala novamente, vi Thomas de longe na recepção. Eu não queria que ele me visse, todavia acabaria por acontecer mais cedo ou mais tarde, bom....isso ACONTECEU.
— Priminha! Tudo bem?! O que vieste aqui fazer está tudo bem?
O abracei e ele abraçou-me de volta. Ele estranhou, ele não sabia o que estava a acontecer, mas mais cedo ou mais tarde ele iria saber. Eu teria que contar-lhe.
— Podemos falar a sós?
— Claro vem, vamos para a minha sala! — limpou minhas lágrimas.
A minha ficha havia caído neste exato momento. Todos os meus sonhos já estavam programados e agora tudo foi deitado para o lixo.
Subimos de elevador para o andar em que Thomas dava consultas e logo entramos na sala, era um peso enorme que eu estava carregando dentro de mim e toda esta angústia podia muito bem vir a virar mais tarde DEPRESSÃO. Eu não queria isso, Matheus não merecia isso, Pedri não merecia isso....ninguém de facto merecia isso.
— O que aconteceu? Ei! Podes falar priminha.
— Eu achava que estava grávida.
— Como assim? Ei! Me fala.
— Eu fiz o teste de gravidez e ele disse que estava grávida de duas semanas eu estava tão feliz, Pedri estava feliz meus pais estavam felizes e agora.....
— O que aconteceu hem?! Oh princesa não fiques assim vem aqui. — Thomas me abraçou sentado na maca. —Ei! Priminho está aqui não está?! Ei! Confia em mim, me diz o que se passa.
— Eu marquei uma consulta para hoje! Era a primeira eu estava tão entusiasmada e quanto mais o exame avançava a expressão facial de médica mudava. — respondi ofegante. —Não havia gravidez, não existia bebé e muito menos existiam sonhos! Eu sou uma fracassada mesmo.
— Não digas isso. Ei! Tu és especial. — se agachou perante mim após me dar a sua garrafa de água. —Tens o Matheus, tens o filho que tanto pediste a Deus não tens? Então....o segundo virá quando tiver que vir e se não for este ano será no próximo. Confia em mim priminha! Vai tudo correr bem.
— Como! Como correr bem Thomas. E agora como irei contar ao Pedri tudo isto?! Como eu vou contar que todos os nossos sonhos desabaram.
— Ele vai entender. Eu sei que sim! Ele estará contigo e o conhecendo bem ele cantará para ti todos os dias, tranquilizar-te-á, irá tirar um tempo para viajar somente contigo. Vá! Relaxa estás a colocar imensa carga em ti onde não tem. Por favor.
— Posso ficar aqui até ires embora?! — limpei minhas lágrimas. —Por favor, o que eu menos quero neste momento é alguém me chateando a cabeça. Já desliguei o telemóvel e tudo.
— Tudo bem! Fica, todavia promete-me que te acalmarás tudo bem?
— Ok ok senhor doutor. — brinquei com ele. —Matheus hoje também não precisará de mim, ele tinha saudades dos pais do Pedri. Ficará com ele até amanhã!
— Fizeste bem. Agora relaxa aí.
Ele era um amor de pessoa. Thomas para mim era o melhor médico homem deste hospital, ele fazia tudo e mais alguma coisa, neste momento ele estava a tirar mestrado de Ortopedista e de Pediatria. Ele já tinha recebido 3 diplomas e ia apenas com vinte e quatro anos nas costas.
Ele era um FENÓMENO.
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Natasha Torres
19:00h - na empresa
Estava simplesmente incomodada com tudo o que estava acontecendo hoje. Era S/n não me atendendo aos telefonemas, era Clara que ainda não havia chegado e mais e mais problemas na empresa.
Eu queria de alguma forma ter uma resposta para dar a todos, mas isso era algo que eu não podia fazer neste exato momento.
Liguei a Thomas e ele informou-me que sua prima estava com ele, eu aliviei-me muito quando ouvi isso pois a morena tinha dito que iria fazer o seu primeiro ultrassom e não tardaria em dar noticias. Ela não as deu e quando vi que seu telemóvel estava desligado entrei mais em pânico.
Estava assinando vários documentos quando meu irmão entra na sala, ele era aquele tipo de pessoa que não se importava minimamente em fazer o que lhe vinha na cabeça, ele fazia tudo e mais alguma coisa e depois disso éramos nós que sofreríamos com as consequências.
— Oque foi desta vez Vitor? Estou cheia de trabalho diz logo!!
— Ai meu coração hermanita! Bom.....eu queria saber se por algum acaso eu posso viajar com a Rebecca e o Arthur?
— E necessitas da minha autorização para? Já não és bem crescidinho?
— Sabes como é! És a minha hermanita mais velha e a única que coloca juízo na minha cabeça.
— Para onde vão?
— Talvez á França ou até à Grécia! As passagens de avião estão baratas.
Meu irmão amaria conhecer o mundo, ele amaria fazer inúmeras coisas, porem ele era muito "mão de vaca" ele detestava gastar o dinheiro desnecessariamente, mas sempre estava disposto a viajar..............existia uma enorme lista de países e de coisas que ele amaria conhecer e fazer.
— Em questão a passagens de avião sabes muito bem que o teu cunhado favorito empresta-te um dos jatos.
— E se Arthur estragar tudo?
— Meu Deus Vitor!!!! — ri da cara dele. —Ele ainda nem gatinha, para de ser assim divirtam-se e quem sabe Becca já não apareça até casada. — em pisquei para ele.
— Porque todos estão a chatear-me com esse assunto? Já disse que no meu tempo e se não for este ano será no próximo ou até em dois! Tanto eu como Rebecca queremos ter o nosso segundo filho após o casamento.
— Acredita nisso vai. Ah irmãozinho eu conheço-te tão bem!
— É tu conheces-me. SOU O TEU IRMÃO FAVORITO!!!!!!!!! — empolgou-se demais.
O tranquilizei e logo fomos fazer uma pausa antes de irmos finalmente embora. Ele amava chá e eu detestava, nos sentamos na mesa e continuamos conversando até que Abigail aparece na sala um pouco tensa, perguntei o que estava acontecendo até que vi um distintivo da policia de relance.
Agradeci e logo me deparei com Dean, Hector e mais dois agentes da polícia. Isto estava a piorar e eu sentia isso, meu coração sentia que algo de ruim estava prestes a acontecer.
Eu não sabia realmente o que estava acontecendo e muito menos onde tudo isto iria ser levado e conhecendo o meu irmão ele faria algo para ir preso......ele era aquele tipo de pessoa que AMAVA demais proteger quem ama até ao limite. Era até de certa forma INTERESSANTE a forma que ele agia.
Os conduzi até á sala e logo Vitor colocou-se ao meu lado imitando a minha pose de séria e até com os braços cruzados ele estava. Ele fazia de tudo para que eu risse até em momentos sérios ele não parava um só instante.
— O que se passa de facto Dean? Não entendo?!
— Então é o seguinte....
— Dean fala. — dei um tapa no pescoço de meu irmão. —Não se fala assim criatura! Eles são agentes da autoridade.
— Valverde queria mandar outros agentes e como nós conhecemos-te decidimos vir nós, depois de muito insistir ele acabou aceitando!
— Mandar para nos ver? Não entendo?
Isto estava sendo algo que eu não estava a entender. Se toda aquela conversa foi realmente uma EMBOSCADA para me incriminar, bom..........parabéns, quem a fez realmente conseguiria o seu GRANDE troféu.
— Eu sinto muito Natasha! Estas detida pelo sequestro de Clara Simmons. — falou com uma voz rouca e autoritária.
— O quê? Não isso é impossível.
— Teve com Clara hoje mais cedo? — Hector me questionou.
PESADELO!
— Sim! Estive sim, mas.....
Dean mandou um dos agentes pegar suas algemas e me prender. Eu não queria parecer uma CRIMINOSA que SUPOSTAMENTE sequestrou alguém sem o ter feito. Eu não queria ninguém novamente preocupado comigo, porém era exatamente isso que iria acontecer.
—Não! Parem! Ela não. Minha irmã não fez nada, por favor Dean solta ela.
Eu apenas queria chorar, ver meu irmão triste por minha causa era um colapso tremendo. Eu estava tremendo por o deixar, eu estava tremendo por pensar que talvez não pudesse mais ver minha filha.
— Eu realmente sinto muito Vitor! Estou apenas cumprindo ordens.
— Calma hermanita! Vou ligar para todos, vou ligar ao Samuel, ao António, ao Duarte, á S/n ao Ferran, a todos! Fica tranquila, vais sair desta eu prometo.
Dei um leve sorriso.
— Queremos provas! — a voz de meu irmão fez-se autoritária. —DEAN!!
— Vitor não comeces se não teremos que o prender também. — o moreno fez frente a meu irmão.
— Chega vocês os dois! Vitor por favor faz o que prometes-te eu tenho a certeza que tudo isto passará por um engano.
— Hermanita!!!!!!! — ele abraçou-me. —Eu te amo sim...iremos todos resolver isto não é Dean?
— ...
— Fica tranquilo sim. A tua hermanita voltará em breve. — respondi antes de entrar no elevador.
Neste exato momento eu queria que tudo isto foi um engano e que fosse resolvido o mais breve possível, mas inacreditavelmente sabendo que era Clara tudo podia ser verdade.
A loira podia ter tramado para mim para que depois tudo caísse sobre mim. Eu queria acreditar que isto não fosse verdade, mas conhecendo-a tudo de alguma forma estava seu favor neste momento.
O sequestro podia ser mais um pretexto para ela querer chamar a atenção para si, apenas podia estar fazendo tudo isto por diversão para que ela saísse impune de metade dos problemas que ela HAVIA causado em sua vida.
O caminho até á esquadra de Barcelona foi curto, eu não queria que jornalistas estivessem á porta esperando por mim, todavia foi o que acabou de acontecer.
Dean e Hector tiraram-me do carro e logo levaram-me para dentro o mais depressa possível. Nem Enrique, nem Franco podiam estar comigo neste momento..............................eles sabiam disso, eles ficaram com meu irmão na empresa.
— Para onde vamos agora! — parei a meio do caminho. —Dean.
— Para a sala de interrogatórios.
— Eu não vou falar sem o meu advogado presente....eu tenho os meus direitos sabes disso.
— Isso é o que veremos. — Valverde passou por nós falando. —Vamos! Não tenho o tempo todo do mundo Natasha!
— EU JÁ FALEI! Não irei falar sem o advogado presente. — rebati entre dentes. —Dean, ajuda-me.
— Natasha não me faças perder a paciência contigo...entra na sala agora.....
— Dean quero que encontres a minha mulher entendidos? Que os culpados paguem. — era James, sua voz se fez ouvir no fundo do corredor.
Olhei para trás.
— TU?! Sua.....se a acontecer algo há minha mulher eu juro que tu pagarás bem caro!!
Começou a insultar-me e o único meio que Dean e Hector tiveram foi colocar-me dentro da sala de interrogatórios para que nada de pior acontecesse. Eu estava transtornada com tudo isto, eu queria imaginar que tudo isto era um pesadelo e que já, já iria acordar. Isso não seria POSSÍVEL!
Valverde entrou na sala um minuto depois.
— Temos imagens da câmara de vigilância do local onde tu e Clara se encontraram. Enrique e Franco mais tarde também serão interrogados!!!! Ninguém vai escapar nesta situação.— Valverde mostrou-me as imagens. —Tens algo a dizer-nos?
— ...
Eu NÃO iria falar. Não iria.
— Natasha não dificultes mais a tua situação, fala antes que o juiz o faça e no mínimo por sequestro são uns vinte a vinte e cinco anos? Mas isso tu já sabes não é! Queres realmente passar esses anos da tua vida longe da tua filha? Não a vendo crescer, não a vendo aprender a andar de bicicleta, ou queres ver a tua filha Emma sempre triste por sua mãe estar presa?
— RETIRA A MINHA FILHA DA TUA BOCA IMUNDA!!!
— NATASHA! — bateu com seus punhos na mesa. —Não me testes.
— Chega chefe! Ela tem o direito de esperar pelo advogado pare com isso.
— Também tu Portland?!
Ele não tinha o direito e Valverde fazia absolutamente tudo para me irritar cada vez mais, era simplesmente terrível a situação em que me encontrava.
— Espero que não tenha dito nada enquanto eu não cheguei senhor Valverde! — Samuel entrou na sala. —Natasha não fale nada ao que ele lhe perguntar.
— Ela já respondeu e consoante a sua resposta a declaro culpada.
— Eu só disse para ele retirar a minha filha da sua boca. Samuel o que eu faço!!!
— Não tenha medo senhora eu irei resolver este mal entendido. — acrescentou olhando para eles furioso. —Podemos os quatro falar a sós na sua sala Valverde?
— Natasha irá para a cela e ficará lá durante a noite.
— O quê? Não! Samuel!
— É as normas senhora não posso fazer nada.
Eu queria chorar! Eu desejava fazê-lo, porém estava tão indiferente diante de toda a situação que não conseguia reagir. Tudo ali era um COMPLETO caos. Ao sair da sala, os dois agentes que nos acompanhavam de início conduziram-me até a área das celas, meu MUNDO DESABOU ao ver todos chegando ao mesmo tempo.
A EXPRESSÃO de cada um naquele instante refletia perfeitamente o que estavam sentindo. Parei para tentar compreender e logo continuei a andar, desejando intensamente que fosse apenas uma mentira e que aquilo tudo não estivesse acontecendo, mas de forma IRREVERSÍVEL era exatamente o que estava diante dos meus olhos, meu CORAÇÃO QUEIMAVA nesse momento.
— Mamãe! — S/n abraçou-me. —Diga que é mentira.
— Amorzinho, nós vamos fazer de tudo para te tirar daqui esta noite, confia em mim.
— Ela terá que ficar cá uma noite! — Dean nos interrompeu. —Eu sinto muito.
—Eu também ouvi isso na empresa e o que tu fizeste para a tirar daqui? — Vitor estava bastante irritado. —Nada! Vocês realmente não se importam com ninguém.
— Terei que o prender também?
Os ÂNIMOS estavam extremamente exaltados e se continuassem assim tudo isto poderia ser ainda pior não só voara eles como também para mim, eu não queria que isto acontecesse, mas inevitavelmente Vitor nem queria saber disso neste exato momento............tanto ele como todos presentes queriam que eu fosse libertada.
— Vai! Não vou ficar sem a minha irmã. Imagine chegarmos a casa e ter que contar á filha dela que ela não vai voltar? Gostaria que seu filho também passa-se por isso Dean?
— Vitor cala a boca um instante, vais ser preso. — Thomas o parou junto a Franco.
— Queremos falar contigo e com o Hector na vossa sala!
— Perda de tempo isso. — James se fez ouvir atrás deles e todos viraram.
S/n nem se limitou a fazer isso, seu corpo estremeceu na mesma hora que a voz do moreno foi liberada e em nenhum momento parou de olhar para mim, ela não podia estressar-se. Ela estava grávida.
— Foste tu não foi seu covarde! — António estava furioso e foi até o moreno junto a Vitor.
Ambos foram parados pelos seus SEGURANÇAS.
— CHEGA! TODOS FORA DA MINHA ESQUADRA, DETESTO ESCÂNDALOS E O QUE VOCÊS MAIS AMAM FAZER É ISSO. — falou com o tom de voz mais firme. —AGORA!!!!!!!
— Terá que me prender também. — Hannah respondeu a Valverde. —Que foi priminha! Vamos juntas.
— Dean vamos logo. Deixe-os ai. Queiroz e Miquel, a coloquem na cela vá.
— Cela? O quê?
Eu não queria nada disto, eu não os queria ver neste estado, mas pensando por outro LADO eu de facto merecia de alguma forma estar assim por ser tão INGÊNUA e ter acreditado por breves instantes que a loira de facto mudaria.
Todos estavam transtornados e despediram-se aos poucos de mim. António e Vitor foram os últimos e logo me levaram para a zona das celas, existiam mais dois homens lá presos e PENSANDO bem.....era esta a noite que eu não iria dormir.
O local era GÉLIDO, HÚMIDO, a CAMA era de ferro e apenas tinha um PEQUENO cobertor, de longe notava-se que ele era bastante fresco e neste lugar estava bastante FRIO.
— Eu sinto muito senhora! — o loiro esbravejou. —Nós sabemos que as provas estão contra si, mas sabe que para o nosso superior isso não significa absolutamente nada.
— Eu entendo. — falei e logo notei os olhares maliciosos direcionados para mim.
Me deixaram e logo fecharam a porta que dava de acesso á zona principal da esquadra. Me sentei na cama e logo encolhi minhas pernas, lágrimas vieram-me aos olhos e simplesmente eu não estava a querer que de facto isto estava a acontecer. Neste momento o que eu mais queria era DESAPARECER.
— Que foi boneca? Fizeste algo de errado foi? Não tenhas medo eu e meu colega aqui somos bastante simpáticos. — olhei para ele com reprovação.
— Há quanto tempo estão cá?
— Eu á duas semanas e três dias e meu colega aqui mais uma que eu! Não fiques assim, vendo pela qualidade da tua roupa irás sair daqui o mais rápido possível.
Retornei meu OLHAR para o chão e mais LÁGRIMAS desceram.
— Hermanita! — sussurrou após abrir um pouco a porta. —Hermanita!!
— Vitor? O que fazes aqui não podes, vai embora vai. Vitor!! — fui até á beira das grades. —Vitor faz o que eu te mando e vai embora.
— Não!!!! Vou ficar contigo, não vou deixar ninguém te faltar ao respeito aqui dentro eu sei como os homens são.
— Nós somos bastante educados meu caro. — respondeu o preso da frente. —Não é Isaac?
— Exato nós já nos estávamos a tornar amigos!!!!
— Eu daqui a pouco estou a dar-te dois tabefes para aprenderes seu atrevido. — Vitor ficou tenso.
— Senta-te se queres ficar, vais sentar-se aqui. Vitor!
— Tudo bem hermanita. — deu um beijo na minha testa. —Sempre estaremos juntos. Olha, é a Becca a telefonar. A Emma deve estar com saudades. Pega escondido vê a tua filha vai.
— Tu um dia ainda serás preso.
Ele riu.
Atender a chamada da morena em videochamada e ver Emma encheu o meu FRÁGIL coração de graça, ela era um anjo em pessoa. Ela era tudo para mim, mas aguentar as lágrimas aqui era simplesmente impossível. Eu a AMAVA DEMAIS.
Ficamos mais um pouco em chamada e logo S/n veio ter connosco. A sua expressão era de tristeza e algo me dizia que não era só por mim que ela estaria assim.....eu PODIA não ser a VERDADEIRA mãe dela, mas com toda a certeza ela não estava TRISTE só pelo que me estava a acontecer.
— Podemos falar a sós? — S/n falou com quase falta de ar. —Por favor!!!!
— Claro.
— Tudo bem meninas, irei ver onde todos estão, mas daqui a pouco eu voltarei entendido?
— Tudo bem. Obrigada.
[...]
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