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We don't talk enough
We should open up
Before it's all too much
Will we ever learn?
We've been here before
It's just what we know
Stop your crying, baby
It's a sign of the times
• Sign Of The Times - Harry Styles •
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Frase do Capítulo:
-Tudo mais uma vez consegue desmoronar ao nosso redor.
António Torres, 2024
💄💋⚽️
• 27 de Setembro •
Veronika Montenegro
08:20h - em casa de James
Criar coragem para ver novamente o homem que mudou a minha vida por completo há 21 anos atrás quando descobriu que eu carregava um filho e ainda mais quando ele mesmo por sua vez descobriu que eu fiquei com António num quarto de hotel, se tornou um autêntico campo minado.
Eu sabia a verdade, eu sabia de facto quem era o pai de Sebastian....mas o mesmo não o sabia que tinha um filho comigo era doloroso, eu jamais quis estragar a felicidade da família Torres, porém foi o que acabei por gerar quando o assunto é ser subornada e ameaçada por quem de facto me faria mal a mim e ao meu filho.
Toquei á campainha de sua casa e logo o portão foi aberto. Espero que a filha do moreno não estivesse em casa, pois de facto se ela me visse diria para todos que algo tinha a ver comigo e com James todo este plano.
— Bom dia! James me falou para cá vir ontem. Ele está?!
— Está sim! Entre, agora ele está no escritório se quiser ir lá pode ir sim, ele me autorizou a deixá-la ir.
— Obrigada senhora! — agradeci a moça. —Tem mais alguém em casa?!
— Não! Apenas ele. Fique á vontade.
Menos mal! Não queria que de alguma forma tivesse sobre pressão quando o assunto é ter que explicar para outras pessoas o quanto este plano maquiavélico me fez mal. Todos estes anos eu me arrependi amargamente fazendo António acreditar que Sebastian era seu filho, mas saber que se Sebastian descobrisse a verdade seria simplesmente doloroso para mim.
— Posso? — a afirmação foi dada atrás da porta. —Queria falar comigo?!
— Sim! Sente-se por favor.
— Já fiz o que o senhor queria, fiz António acreditar que o meu filho era dele também. O que quer mais?
— António na ruína! É isso que eu quero, soube também que ele ainda não pagou a Pensão Alimentícia, mas acho que isso vem ao caso não é mesmo?!
— O que queres mais?! Me fala.
— Ei! — se exaltou. —Va com calma por favor. Quem manda aqui sou eu ou já se esqueceu que fui eu que a ajudei a ultrapassar tudo estes anos todos?
— Tudo bem, mas aquela mulher, a Natasha não tem culpa disto.
— Natasha é apenas um peso na vida dele que não devia nunca ter-se casado com ele! Além do mais Sebastian está bastante magoado com ele e quero que continue assim.
— Esta história não irá em frente, não por muito tempo.
— Ameaças? Queres que o Sebastian saiba agora que o pai dele é o Ernesto Sierro um enorme empresário no mundo da tecnologia! Queres que ele saiba que a sua própria mãe escondeu isso dele este tempo todo?
Uma batida na porta foi liberado e logo uma loira adentrou na sala, era Clara. Á anos que eu não ouvia nada dela, mas se eu a conheço bem ela fez de tudo para aqui estar junto a ele, bem.....convenhamos eles se mereciam.
— Bom dia! Tudo bem por aqui?!!!
— Sim! Estava apenas tratando de negócios.
— Negócios? Veronika?! — sua cara era de confusão. —Amiga! Quanto tempo, como está o Sebastian, vejo que o pai dele não quer nem saber dele.
— É ele não quer.
— Clara! Ela apenas veio aqui tratar de assuntos de contrato, ela será a nova chefe da contabilidade da empresa.
— Que ótima notícia. Bem, eu vou com o Salvador passear, novamente o pequeno esqueceu-se da água. Até!
— Leva seguranças por favor.
— Claro. Até mais.
Meu coração gelou por um momento devo admitir, James talvez não lhe tenha contado do nosso plano e digamos que eu não queria que ninguém soubesse tamanha atrocidade que eu realizei para afastar o meu único filho da verdade.
— Soube que ele tem um filho que herdará milhões e suponhamos que se Ernesto soubesse que tem mais um filho ele não aceitaria como António o está a fazer.
— Não? Eu não brinco em serviço minha cara, Ernesto pode ser muitas coisas, mas tem as suas fraquezas e digamos que as fraquezas dele são as empresas. Quem sabe não darei um empurrão em relação a isso.
— Mas o que querias aqui de mim?!
— Quero que insistas com António para ele pagar a pensão ou irá preso durante um ano, não é isso que queremos não é mesmo?
— Não!
— Ótimo! Já fiz aqui um documento para o juiz e ele o alertará para António lhe pagar em uma semana se assim não o fizer terá a polícia na porta da sua casa.
— James!
— Estamos entendidos nós aqui?!
— Estamos sim. Poderei ir com sua licença?
— Claro! Até mais.
Sai e logo entrei no carro e totalmente frustrada com tudo liberei toda a minha raiva batendo no volante. Eu tinha estragado absolutamente tudo e quem agora pagava pelos meus erros era quem menos merecia neste momento, António sempre foi gentil comigo e me ajudou, mas saber que tinha feito asneiras me deixou ainda mais triste.
Eu olhava para trás e ver o erro que eu cometi ocultando tudo de meu filho, meu único filho me apertou de uma forma o meu coração como mil facas sendo espetadas no mesmo tempo. Isto doía, isto doía imenso.
Eu não queria perder o CONTROLO, mas nada do que eu fizesse o que no passado eu causei. Eu jamais me perdoaria se meu filho nunca me perdoasse. Tentar entender tudo agora era uma enorme perda de tempo.
Se eu pudesse mudar o passado!
António Torres
16:20h - em Barcelona
Meus dias eram mórbidos desde que deixei a presidência do Barcelona. Não restaria nada para lutar, Taylor havia ganhado e nada me fazia querer que tudo voltasse novamente ao normal.
Minha rotina era repetitiva todos os dias, acordar bem cedo, me banhar e me arrumar minimamente, fazer o meu pequeno almoço e comer com o sol dos pássaros no quintal junto a Thor e Pingo.
Minha rotina havia-se tornado de certa forma monótona e pela tarde eu apenas ficava repetindo filmes e séries que eu já tinha visto ao longo dos tempos. Eu me sentia totalmente incapaz de tudo.
Estava no sofá do jardim aproveitando o sol e alguma brisa fresca que se fazia sentir perto da piscina e bebendo consequentemente um copo de vinho. Meus dias geralmente eram assim e convenhamos que meu pai já não estava a gostar nem um pouco de me ver aqui em casa.
— Senhor! Senhor! — Lopez correu até mim desesperado. —Senhor! Sua mulher, sua filha.
— O que tem? Fala Lopez o que tem elas?!
— Elas....elas desapareceram.
— Como assim desapareceram? Como assim?! Eu coloquei seis seguranças com elas e como assim elas desapareceram.
— Não tenho confirmação ainda senhor, mas ao que tudo indica Natasha conseguiu despistar os carros dos seguranças que vinham atrás de si.
Ao longo dos anos Natasha havia-se tornado uma excelente condutor, mas nunca me passou eram cabeça que a morena fizesse algo desta maneira, tirando a minha paciência que a cada já se estava a esgotar.
— Liga para todos! Certifiquem-se se ela não está na casa dos meus filhos ou do restante do pessoal!
— Sim senhor.
Eu estava desesperado, ela podia ter fugido por livre e espontânea vontade ou a segunda opção que me matava ainda mais, ela podia ter sido muito bem sequestrada e eu não sabia mais o que fazer.
Entrei no carro junto a Lopez e a Miguel e logo liguei para Alejandro, pois eu sabendo o desespero da minha mulher ela iria para a casa de Ella e quem sabe o moreno não me pudesse dar uma pequena ajuda nesse aspeto. Seria uma enorme ajuda.
Os minutos que passavam eram desastrosos, Lopez e Miguel já haviam confirmado com todos que Natasha não estava com ninguém. Eu me desesperava a cada minuto mais, elas podiam estar a correr perigo e cada momento que passava era doloroso.
Natasha fazia absolutamente de tudo para testar a minha valiosa paciência ao limite. Seus argumentos jamais foram aceitos por mim e saber que ela reprovou esta minha atitude me fez provar ainda mais o quão inseguro ela estava com o nosso relacionamento.
Pedi para Lopez parar o carro perto do Starbucks e assim o fez. Marquei com Alejandro de o encontrar aqui após encontrar Ella na escola para ir buscar Levi. Talvez ele tivesse alguma pista, isso seria bom, eu precisava de uma afirmação de que ela estava bem.
— Tenha calma senhor, elas iram aparecer!
— Aparecer? Essa palavra agora parece longínqua quando o assunto são elas, Natasha não tem este direito! Eu apenas estou a querer...
— O senhor foi imprudente.
Olhei para ele chateado.
— Me desculpe, mas eu apenas trabalho com verdades! O senhor agiu por impulso e não viu que colocar tantos seguranças com ela fez com que ela se sentisse inseguro e fez com que ela pensasse que o senhor não confiasse nela.
— Agora eu sou o culpado de tudo isto estar a acontecer é isso?
— Senhor!!!! — inclinou a cabeça para o lado.
— ANTÓNIO!!!! — a voz de Alex se fez ouvir a poucos metros de mim.
Ele veio correndo para mim. Ele tinha uma confirmação, eu já o conhecia á anos e nenhum dos jogadores me conseguiam de facto esconder o que sentiam ou tinham para contar. Eu tinha que me tranquilizar de uma forma ou de outra, minha MISSSÃO era essa caso contrário eu perderia TOTALMENTE a cabeça.
— Tens algo para mim Alex?
— Tenho sim! Encontrei com a Ella na escola enquanto ela esperava por Levi e bom....digamos que a minha melhor amiga não me consegue esconder nada!
— O que ela disse? Vá Alex fala.
— Não me disse nada concreto, mas o seu nervosismo e a mudança de assunto pela parte dela mostrou que Natasha deverá estar com ela e Emma também. Não a vi dentro do carro, por isso deveram estar em casa.
— Obrigada! Obrigada!!
— Nada bom...eu vou indo. Até Presidente.
— Até Alex.
Meu CORAÇÃO acalmou por momentos quando percebi que Natasha e Emma estavam em um lugar seguro.
Eu jamais quis que elas tivessem a correr perigo e como o mundo era hoje em dia tudo podia acontecer com ela sem os seguranças ainda mais quando ela era a MINHA MULHER, a MÃE da minha filha e o AMOR da minha VIDA.
Entrei no carro e pedi para que Lopez dirigisse o mais depressa para a a casa de Ella, eu sinceramente merecia uma explicação plausível para tudo isto. Eu necessitava isso!
Não demorou muito para chegar e logo sai do carro apressadamente, toquei na campainha ainda ofegante e logo o pequeno Levi me atendeu. Pelo menos tinha alguém consciente, ela estranhou a minha presença e logo vejo Natasha com um olhar triste. Ela não queria que eu viesse, mas o que ela não se lembra é que eu sei de tudo, ela não escaparia de mim tão cedo.
Ela era minha!
— O que vieste aqui fazer? Me dizer o quão idiota sou, o quão má eu sou! Diz admite que lá no fundo eu tenha razão.
Estava tentando me controlar.
— O que é que tu pensavas que estavas a fazer fugindo dessa maneira? Tu realmente pensaste que eu não te ia achar em menos de duas horas?
— Eu não devia ter-me relacionado contigo! Se eu soubesse que este teu nível de insegurança e de ciúmes que depositaste em mim te alarmasse eu jamais ter-me-ia aceitado casar contigo.
— Não digas isso! Eu preocupo-me contigo! — altero a voz.
— CHEGA! Tu tiraste toda a minha felicidade desde á cinco anos atrás, tu não és mais a mesma pessoa, eu tento, eu realmente tento ultrapassar tudo isto que estamos enfrentando, mas nunca me deixas escolhas! Eu só quero paz na minha vida.......
— Vais me escutar!
— E se eu não o fizesse?
Não queria me estressar, mas Natasha estava a fazer absolutamente tudo para que tudo desmoronasse em nossa volta. Um passo em falso ela podia colocar tudo o que vivemos a perder.
— Tu nunca aprendes.
— ...
— Vamos ver se eu entendi! Tu não mandas em mim e pensando bem eu devia ter saído do país desde o momento que tudo isto começou.
— Não terias coragem de tal coisa, além do mais se tu e Emma não foram lá para casa podes ter a certeza que desta vez a guarda da nossa filha ficará comigo e não me importa o quanto implores!! Ela.....não volta....para.....ti! Estamos entendidos.
Ela se assustou ela não estava a crer que realmente eu tinha a coragem de fazer tal coisa, mas para as ter junto a mim eu fazia qualquer coisa.
Eu estava com RAIVA, eu estava com ÓDIO, eu estava TRISTE com a morena, porém o meu amor por ela conseguia de certa forma ultrapassar qualquer coisa. Eu a odiava e a amava ao mesmo tempo.
— Não terias coragem.
— Não testes a minha paciência Natasha Viera Costa Torres.
— E tu não sejas tão cruel comigo António Oliveira Torres!!!!
Consegui me tranquilizar novamente. Vimos Emma vindo ter connosco andando e logo Natasha pegou nela a beijando levemente seu pescoço, eu acho que de alguma forma esta conversa tinha dado resultado para que ela pudesse de alguma forma entender que eu queria o seu bem.
Era isso que eu queria.
Me despedi e logo sai de casa. Suspirei fundo e logo entrei no carro em direção a casa, eu esperaria para ver se a morena de alguma forma captou todas as palavras que eu havia dito, tinha sido de alguma forma cruel, mas era a minha melhor forma para que ela entendesse que eu apenas queria o seu bem.
— Eu fui tão mau agindo desta forma? — os seguranças olharam para o retrovisor.
— Senhor! — Lopez respondeu.
— Então! É assim...
— Eu fui um idiota e agora muito provavelmente ela nem olhará para mim nunca mais. MERDA! — soquei o banco da frente. —Estraguei totalmente tudo.
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Natasha Torres
20:00h - em casa
Querer voltar para cá nunca foi das minha opções este ano não mesmo, mas António não me deu absolutamente escolhas nenhumas. Era Emma connosco ou eu ia para sempre deixar de a ver. Seria doloroso para mim, era como uma pedra afundando sem fim á vista.
Algum do pessoal passou por cá e agora apenas S/n e Ferran estavam cá com suas famílias. Eu sinceramente estava acabada, me fechei no quarto de Emma para nem ter que de forma alguma olhar para António novamente tão cedo. Ele nunca agiu com o coração este ano, sua mente comandava absolutamente tudo de seu corpo.
Era destruidor.
— Natasha?! Querida! — era Glória atrás da porta. —Posso entrar?
— António está contigo?
— Não! Ele saiu e já deve estar de volta daqui a vinte minutos. Por favor abre cunhada.
— Glória!
Abri a porta e lágrimas desceram pelo meu rosto, a morena me abraçou e me acariciou reconfortando o enorme peso que tinha em mim. Emma estava dormindo no berço e era menos um peso que tinha que carregar em mim caso ela se sentisse de alguma forma desconfortável.
Fechou a porta e me puxou para o sofá perto da janela que estava aberta. Eu queria simplesmente desaparecer daqui, eu não queria em nenhum momento ter que lidar com o enorme peso que carregava, mas em nenhum momento o moreno não me deu escolhas.
— O que sentes?
— Destruída! Nunca pensei que ele fizesse algo assim. Ele prometeu que ia mudar, mas mudar para ele é complicado. Eu queria simplesmente desaparecer. — coloquei minhas mãos em minha face.
Eu estava frustada.
— Ei! Meu irmão tem um ego e um feitio enorme, mas jamais deixará de te amar. Sua visão ainda é diferente, ele não quer que de alguma forma aconteça como em 2010! Seria doloroso para ele.
— Doloroso?! Doloroso para mim é ver que ele não confia em mim. Seis seguranças Glória?! Seis?!
— É ele exagerou, porém tentam entender a parte dele. Ele tem medo.
— Eu tentei. Sinceramente....
Emma acordou. Fui até ela e logo a reconfortei, a pequena não queria dormir mais e talvez até estivesse ficando com fome. Eu também, mas ter que partilhar o mesmo ambiente que António era terrível.
— Tens que de alguma forma encarar isto. Emma está a pressentir esta situação toda e não faz bem á pequena. Natasha! — pega na pequena. —Por favor. Relaxa. Estás tensa demais.
— Obrigada pelo elogio! Muito obrigada mesmo.
— O comer está na mesa! — era Thomas. —Vocês vem?!
— Vamos sim filho obrigada pelo aviso.
Eu não queria, mas iria magoar imenso a todos por eu não lá estar. Duarte era uma excelente pessoa e ele mesmo me disse que se quisesse aqui ficar eu poderia até pelo menos António sair da mesa. S/n e Ferran estavam contando comigo, eu era importante na vida deles.
Glória carregava Emma e logo saímos do quarto e demos de caras com António. Nem uma só palavra dei ao moreno e logo desci as escadas e me sentei na primeira cadeira que vi pela frente, a pequena Sophia estava do meu lado. Ela era um amor de pessoa.
— A Emma dormiu bem mamãe? — Ferran me questionou. —Ela estava irrequieta não é?!
— É sim. Mas já passou e ela dormiu uma hora inteira, quem sabe não dormirá a noite toda também.
— Ótima notícia. Além do mais uma notícia para todos. Iremos dormir aqui. — S/n sorriu e alegrou todos na mesa. —Gostaram?!!!!
— Acho importante terem essa iniciativa.
António regressou para a mesa e estranhou a minha falta de presença perto dele, quem estava no meu lugar era sua irmã e vendo o quão mal eu estava a mesma se dispôs de alguma forma tentar acalmá-lo ficando perto dele.
— A coleção de outono está prestes a chegar não é?
— É sim Ferran, estou animada, este ano demorou mais um pouco, mas eu prometo que ficará bem. Os designers conseguiram algo inédito.
António tossiu.
— Não tão inédito como a nossa parceria na primavera mamãe. — S/n aliviou o clima.
— Mamãe Natasha! Poderia me ajudar aqui na carne?
— Claro princesa. Aliás, vamos aprender a cortar o que achas? Será fácil.
O moreno estava desconfortável e em nenhum momento parava de olhar para mim me deixando de certa forma irritada com a sua atitude. Duarte por sua vez tentou intervir o cutucando, mas nada. Ele testava sempre o limite de todos.
— Muito bem Sophia! Primeira carne partida bebé. — era Glória.
— Vem eu sou uma princesa. Mereço um donut no final papai.
— Vais receber sim princesa.
Duarte não estava a gostar nem um pouco da atitude do filho e digamos que ele nunca gostou da forma como ele por sua vez agia. A qualidade que o moreno tinha para me irritar era a mesma que ele tinha para irritar igualmente seu pai.
— Vais parar com isso? Já me estás a incomodar e convenhamos que hoje o dia já não me amanheceu bem.
— Não posso agradar toda a gente não é mesmo pai?! — respondeu sarcasticamente.
— Isso! enaltece-te ótimo, assim todos ficam a saber o quão estúpido de certa forma estás a ser!! Andam todos a falar de ti, mas obviamente que ultimamente é sempre pelos piores motivos.
— Pai calma! Foi um momento difícil, ele já já vai tranquilizar.
— Momento difícil! — riu.
— Por favor vocês podem parar com isso? Estamos na presença de crianças e de duas grávidas aqui na mesa. — tentei acalmar os ânimos.
— Não te metas!!! — António levantou a voz.
— ACABOU! — Duarte bate com os talheres na mesa.
António se levantou prestes a sair, mas seu pai o travou no mesmo instante gritando pelo seu nome. Esta situação já estava a tomar um rumo totalmente diferente do planeado para este jantar, seria um erro se as coisas piorassem.
— Agora vais falar comigo como deve ser e vais explicar-me porque estás a agir desta forma com as pessoas.
— Eu aqui não tenho que explicar absolutamente nada! Eu faço da minha vida o que quiser e vocês façam o que vos der na cabeça. Para mim já deu este circo todo.
— Pai! — Glória se levantou.
Seu pai lhe deu um estalo. Todos ficamos surpresos devo admitir, ninguém de alguma forma estava contando com isto e pensando bem nem mesmo Duarte realmente queria fazer algo deste género. António saiu de casa e logo Duarte se sentou na mesa novamente, mas o clima de todos o jantar já tinha sido totalmente cortado desde o instante que António se sentou na mesa.
— Bom! Alguém quer sobremesa? — Jonas quebrou o silêncio. —Soso, queres o donut não é?
A pequena tinha olhos de choro. Droga! Tínhamos feito asneiras, a pequena sai da cadeira e vai para o andar de cima correndo de certa forma com suas pequenas pernas. S/n e Ferran foram atrás dela tentando de certa forma a acalmar.
Tudo tinha finalmente DESABADO.
Ferran Torres
00:45h - em casa de meu pai
Todos estávamos transtornados e surpresos com o que havia acontecido horas atrás, mas sinceramente todos de alguma forma já estávamos contando que isto de alguma forma acabaria por acontecer. Sophia e Sira já dormiam á duas horas e eu em nenhum momento estava a conseguir me deitar para dormir pois pensar em tudo o que tinha acontecido era simplesmente catastrófico.
Era doloroso, era triste, era real!
Me levantei por fim, abri a porta gentilmente e logo andei pelo corredor até ao quarto onde estava minha irmã e Pedri.
Talvez ela também não estivesse a dormir com tudo, bati na porta e nenhuma palavra foi dada, olhei mais um pouco e a morena de alguma forma se levantou quando a porta se abriu. Vestiu o seu robe e logo saiu do quarto.
Nós teríamos que ter uma conversa para tentar resolver as coisas mesmo isso sendo totalmente um fracasso total. Nossa vida virou um autêntico campo minado de tristezas, tudo estava indo para o abismo, tudo o que construímos um dia estava indo embora.
Fomos para o quintal e lá encontramos Hannah e Thomas. Talvez eles também não estivessem a conseguir dormir com tudo o que se passava, nos sentamos perto deles e logo Thomas suspirou fundo, talvez eles já estivessem a conversar de tudo o que aconteceu hoje.
— Também estão sem sono? — S/n os questionou. —É! Parece que ninguém consegue dormir.
— Nem digas nada prima, tudo está simplesmente horrível. Nunca pensei que chegássemos a tal ponto.
— Tudo por culpa daquele mimado!
— Ferran. — Hannah interveio. —Por favor, vim para cá para tranquilizar vamos com calma.
— Desculpa! Estás grávida e eu não quero te estressar.
— O que vamos fazer agora?! Está impossível toda esta situação.
— Eu acho melhor tirar a nossa mãe de perto dele! Neste caso é o melhor a ser feito.
— Para piorar a situação? Vocês devem estar malucos. — Thomas fala após beber água. —Sei que será complicado. António também não facilita nada. Tudo está desabando, mas nós temos que ser os únicos que teremos que resolver as coisas.
— Não aguento mais. — S/n esbravejou cruzando os braços. —Só brigas e mais brigas, quando isto acaba?
— Quando a verdade for reposta nem que tenhamos que ir ao fim do mundo para receber as respostas. — Hannah colocou um sorriso no rosto.
— Minha irmã tem razão, nós temos que começar agora pois mais para a frente será tarde demais.
Eles tinham razão, teríamos que em conjunto trabalhar para repor novamente a normalidade em nossas vidas, todo este ambiente não fazia bem a ninguém e gerava com que todos fôssemos um para cada lado. Seria totalmente catastrófico se tudo fosse mesmo verdade.
— Amanhã começaremos a trabalhar nisso.
— Tem razão, agora estamos cansados e mesmo não conseguindo dormir direito o nosso na topo precisa disso! — Hannah se levantou. —Thor? Oi garoto, o titio acordou foi?!
Meu pai foi ver quem estava no jardim e nos encontrou aqui, neste momento não conseguimos falar com ele. Hannah era a única que falava pro nós ainda mais por estar grávida de pouco tempo. Não queríamos que algo de mal lhe acontecesse e se eu conheço bem o Gavi ele faria de tudo e qualquer coisa para ir atrás da pessoa que lhe fez mal.
Ele era assim.
Me despedi de todos e logo entrei no quarto. Eu estava cheio de calor e mesmo o ar condicionado estando ligado isso não fazia diferença nenhuma em meu corpo. Ele fervia por dentro e por fora com os nervos e a raiva que eu sentia de Sebastian, é ele o causador de toda esta discórdia.
— Ferran?
— Oi amor! Tudo bem?!
— Fui ao banheiro e não te vi, está tudo bem?!
— Está sim, só fui arejar a cabeça um pouco.
— Tudo bem. Anda vamos dormir mais algumas horas.
Sira era simplesmente perfeita a mulher dos meus sonhos. Ela cuidava de tudo que eu precisava e que Safira e Sophia precisavam sem reclamar um ao segundo, eu por vezes a queria ajudar mas a morena se disponha e fazia tudo sozinha. Era complicado para ela ainda mais quando o parto de Safira foi complicado para ela.
Me deitei na cama pro cima dos lençóis e olhei para o teto. A morena passou seu braço por cima de Sophia e acariciou o meu braço como se não houvesse amanhã, eu estava tenso e irritado, todavia seu toque sem dúvida era o melhor nestes momentos.
Suspirei fundo e logo Safira acorda, ela devia estar com fome. Me levantei, mas no mesmo instante Sora se levanta e pega nela. Eu não queria que ela fizesse tudo sozinha, mas estava acabando por ser ela a fazer tudo e mais alguma coisa.
Estávamos ficando velhos e a mentalidade era outra. Talvez quando os anos passassem mais para a frente tudo o que fiz no passado seria até uma idiotice em ter feito.
— Tens que te acalmar! Não podes ficar assim amor.
— Tudo isto é culpa de uma pessoa. Que raiva.
— Ei! Eu também não gosto dele, mas tens que entender que talvez ele esteja certo no que diz e as provas dizem isso.
— Dizem é que eu deva o....
— Ferran! Ei. Então.
— Desculpa.
Eu tinha uma RAIVA e um ÓDIO infinito por Sebastian. Eu o queria longe das nossas vidas, mas cada vez que falávamos ele vinha ao assunto, eu estava um caco, Natasha percebi isso e tentava pro tudo me ajudar com a ansiedade. Eu estava totalmente perdido.
...
09:00h - de casa ao CT
Acabamos de comer e meu pai ainda não estava a pé. Depois de tudo o que aconteceu é até compreensível que tal coisa acontecesse, ele talvez esteja neste momento sentido vergonha dele mesmo pro agir desta forma. Natasha estava com as meninas na sala e elas já tinham acabado de comer.
Voltar ao trabalho depois de tudo era difícil. Eu não queria ter que olhar para a cara de Taylor todos os dias, mas era exatamente isso que acabava por acontecer. Ninguém o aguentava mais e pelo que vejo só o concelho o suportava com as suas ideias malucas.
— Vocês ficam bem? — Pedri as questionou. —Depois podemos passear o que acham?!
— Não posso! — era Natasha.
— Não podes? Como assim não podes?!
— Desculpem, mas parece que alguém não confia mais em mim para andar na rua. — a morena respondeu ao meu avô.
— Eu terei mais uma conversa com ele parece que agora será sempre assim!! Bom...se divirtam e bom treino meninos.
— Bem! Até já. Fiquem bem.
Gavi, Pedri e eu nos despedimos e logo entramos no meu carro, não tinha porque razão estarmos a ir em carros diferentes já que iríamos todos no mesmo. Isso seria um autêntico desperdício e poluir mais o mundo não era uma das nossas intenções. Nós tentávamos ao máximo não o fazer.
Enfim chegamos!
— Bom dia! — Ella e Gabi apareceram. —Sentiram saudades?
— Mas vocês?
— Não Gavi, não ainda não voltamos apenas viemos acompanhar-vos no treino, mais precisamente ver-vos!!!
— Que ótima notícia. Fico feliz. Pelo menos teremos alguma alegria já que nem olhar para a cara de certas pessoas consigo mais.
— Deixa de ser chato Gavira! Vamos logo, venham meninas o restante quer ver-vos. — Pedri as puxou. —Adeus seus encrenqueiros.
A alergia estava reposta. Ella e Gabriela faziam imensa falta no CT e na equipa. Gavi e eu entramos e todos estavam em volta delas, sem dúvida a falta delas era notória, mas não tão notória como a vontade de Taylor não irritar.
— Bom dia! Amanhã terão jogo estão ansiosos?!
— Ansiosos para partir a tua cara nós estamos. — Gavi murmura no meio de mim e de Ansu.
— Meninas! Não. Os esperava aqui, vieram treinar também foi?
— Estás a ser um idiota porquê? — Marc o enfrentou.
Fez com que todos ríssemos.
— Bom....quero um ótimo treino e um ótimo jogo. Fiquem ficados já que não conseguiram nos outros.
— Também contido como presidente como achas que ficaremos focados? — deu um passo em frente e cruzei os braços.
— Ameaças Torres? Cuidado viu!
Todos deram um passo em frente. A equipa técnica tentava acalmar os ânimos, mas ter Taylor presente na nossa frente era de certa forma impossível.
[...]
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