71


Only love can hurt like this
Your kisses burning to my skin
Only love can hurt like this
But it's the sweetest pain
Burning hot through my veins
Love is torture, makes me more sure
Only love can hurt like this

• Only Love Can Hurt Like This - Paloma Faith •
________________________________

Frase do Capítulo:
- Sua ausência me destrói a cada segundo.

António e Natasha Torres, 2024

💄💋⚽️
• 03 de junho •

António Torres
09:00h - no CT do Barça ao Loft do Vitor

Voltar ao trabalho era sem dúvida a melhor coisa que eu podia fazer e agradecer ao máximo a Deus por me ajudar na recuperação e conseguir de certa forma mudar a minha maneira de agir, eu estava aos poucos conseguindo ter a alegria de volta na minha vida,

Ferran já falava comigo e algumas mais pessoas também já tinham-me desculpado pela atitude que tive á semanas atrás. Eu lá no fundo merecia o perdão, normalmente eu diria que era eu agindo, mas eu sei que não era. Um inferno existia naquela altura, inferno esse que agora está cessando aos poucos.

Estar no CT do Barça era a melhor sensação do mundo. Meu pai estava me acompanhando e de repente não mais o vi quando ele encontrou com o novo treinador do Barcelona, meu pai era aquele tipo de pessoa extrovertido e amava conversar com todos na sua volta.

A família de Lopez também aqui estava para as suas férias e ele igualmente estava feliz. Todos estávamos felizes, bom....não sei como Natasha estava neste meio tempo a última fez que a vi foi no nascimento dos gémeos da Gabriela e do Ansu. Eles são tão fofinhos.

— Senhor! — Lopez bateu e logo entrou na sala. —Para a semana poderei tirar alguns dias com a minha família se não se importar?!

— Tira a semana toda, há muito que não estás com eles. Fica tranquilo eu ficarei bem....Miguel não deixará que eu faça uma asneira.

— Irei colocar o Sérgio em meu lugar senhor. Nestes meses ele tem andado a saltitar de pessoa para pessoa.

— Tudo bem! Fica tranquilo se eu precisar de fazer uma maluquice eu aviso.

— Que não seja necessário senhor. — sorriu. —Bem vou indo para o meu posto.

— Claro! Fiquem bem aí fora.

Ver Lopez novamente feliz era uma vitória enorme, nunca vi alguém amar mais a família de como ele ama Patrícia e as crianças. Bom....de facto eu sentia imensa falta de Patrícia, desde que minha mãe morreu não tive tempo e nem cabeça para voltar a Portugal.

— Bom dia António! Não o esperava tê-lo por cá.

— Quis fazer uma surpresa a todos, mas além do mais já todos devem saber do meu regresso não é mesmo?!

— Digamos que sim, mas o assunto que aqui eu vim tratar é outro. É sobre o clube e como ele é gerido.

— O que estás a querer dizer com isso? Que eu não o gerêncio bem é isso?

— Não de modo algum.

— É! É exatamente isso que estás a querer dizer Taylor, se pensas que eu vou abandonar o meu cargo como presidente deste clube só porque notícias falsas a meu respeito estão a ser circular nas redes sociais estás muito enganado.

— Ele está certo! — era a ver de George entrar. —A presidência do clube não está em boas mãos.

Eu não podia querer que isto estava realmente a acontecer. Depois do que passamos juntos para manter este clube em pé depois dele abrir falência no ano de 2000 até 2002 era o meu colapso. Eu tinha feito mais por este clube do que eles em anos, me desestabilizar era o que eles queriam e era o que de facto estava a acontecer.

Hoje minha pequena filha fazia nove meses e eu estava feliz e agora receber estas palavras duríssimas deles magoava bastante. 

Chegou-se mais perto da secretária e com seu punho se impôs bem na minha frente. Nenhum deles nunca me fez isto e Taylor era o único que sabia o quão o clube me fazia bem.

— Após as novas notícias, eu e o concelho tomamos uma decisão. ..........Iremos concorrer para a nova presidência do clube!

Meu mundo desabou, meu corpo gelou e minha reação foi olhar para ele perplecto e sem saber o que dizer me levantei e fui para a frente da janela tentar me controlar. Eu não podia explodir neste momento, eu tinha feito uma promessa a mim mesmo que isso não voltaria mais a acontecer.

— Não vais dizer nada? — George testando meus limites novamente. —Queremos uma resposta se vais concorrer também ou não.

— Eu não vou deixar esta brincadeira e idiotice por vossa parte acontecer. Não farão isso e muito menos iram tirar-me a presidência do clube.

— O quê?

Meu pai apareceu e também não estava a querer no que de facto estava a acontecer neste momento. Eu devia ter tomado uma atitude á muitos anos, se eu os tivesse dispensado do clube isto hoje não estaria a acontecer.

— Melhor pensar senhor presidente! Seus dias estão contados.

— Isso é uma ameaça?

— Jamais! Até, terá dois meses para tomar uma decisão, deixamos que tenha a presidência até ao seu aniversário. Até!!!

Eu estava nervoso, meus punhos estavam serrados atrás das minhas costas e meu corpo estava completamente tenso, meus olhos queriam vingança pelo que me está a acontecer e minha mente também a queria, mas promessas teriam que ser cumpridas.

Meu pai veio ter comigo e nesse momento desabei perante ele. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas antes que elas caíssem meu pai certificou-se de limpá-las delicadamente. Me puxou para a secretária e me encostei junto a ela, meu pai estava na minha frente.

Eu tinha OLHOS DE TIGRE! Eu iria vencer isto, eu sei que sim.

— Eles vão fazer de tudo para me tirar da presidência pai. O que eu faço, eu não consigo lutar, não agora me ajuda por favor.

— Calma! Como eles disseram tens dois meses para uma decisão e então nesses dois meses pensamos em algo.

— Se pedirmos ao Samuel para ele procurar algo que eles fizeram de mal ele nos ajuda? Ou até o Dean?

— Sabes que colocarás as suas carreiras em risco não sabes?

— É pai eu sei. Mas....mas meu único meio agora é este.

— Tudo bem então, agora vem estás sem cabeça para continuar aqui vamos para casa vem.

— Casa? Casa não!

— Como não? Onde o senhor pensa que vai.

— Na casa do Vitor, pai. Eu preciso.

— António!

É eu sei que era pedir imenso ir a casa dele falar com Natasha e sei o quanto Vitor me odiava neste momento eu entendo, mas eu precisava dela, eu precisava vela, eu precisava ver a nossa filha! Eu necessitava isso mais do que nunca agora.

Meu pai acabou por ceder e lá fomos ter com eles. Neste momento eu precisava de tudo e mais um pouco para me tranquilizar e as ver apenas era algo que eu necessitava, elas me tranquilizavam sem nem saber.

...

Meu pai tinha dirigido. Saímos do carro e logo entramos no prédio enquanto um senhor estava saindo, meio caminho havia sido percorrido e assim aparecíamos de surpresa. Talvez eu até desabasse a vendo, depois de tudo o que lhe causei era isso mesmo que eu faria.

O antigo António teria as palavras certas naquele momento, o antigo António teria resolvido isto o mais depressa coisa que eu não estava a fazer.

Quando iríamos bater na porta ela se abre. Era Vitor e Rebecca saindo, o moreno ficou surpreso e ao mesmo tempo nervoso por me ver na frente dele, eu merecia que ele não falasse comigo e simplesmente eu merecia que ele deixa-se de me tratar como o seu cunhado favorito.

— Hermanita! Vem aqui rápido.

— O que se passa? — Natasha ficou surpresa ao nos ver. —O que viste aqui fazer? Bom dia sogro. — acrescentou sorrindo para meu pai.

Merda! Eu ainda tinha que provar-lhe que eu merecia de novo a sua confiança eu precisava que ela me perdoasse.

— Podemos falar? — eu queria chorar. —Por favor.

— Hermanita!!!

— Tudo bem Vitor, se divirtam no supermercado.

— Ficas bem mesmo?

— Fico, Duarte também estará cá. Podes ir sério.

Vitor me olhou desconfiado e me empurrou ligeiramente fazendo carga de ombro a ombro. Sua irmã logo o repreendeu e logo entramos. Ver Emma melhorou significativamente o meu dia, ela já engatinhava. Eu tinha perdido isso, eu tinha perdido as fases mais importantes da vida dela.

Meu pai pegou nela e a levou para a sala e logo ligou a televisão. Eu e Natasha não éramos como minha filha e Pedri que amavam fazer mesversário todos os meses, foi uma escolha nossa desde o começo do nascimento e ninguém se opôs a tal coisa.

— Eu perdi!

— Perdeste?

A abracei. Ela ficou sem reação no momento, mas com o passar dos segundos seu único instinto foi reconfortar-me. Eu havia perdido o amor da minha vida, o lugar que sempre me fez feliz. Eu iria perdê-lo com toda a certeza.

—O clube, eu o perdi.

Natasha me sentou na cadeira da cozinha.

— Me explica.

— Eles! Eles fizeram isto de propósito, deixaram o momento indicado para acontecer e agora eu o perdi.......eu perdi o clube por ser um idiota.

— Quem quem fez isso? Eu acaba com a raça da pessoa.

— Natasha! Natasha não.

A segurei e nossos rostos ficaram frente a frente durante um minuto. Nossos olhares se encontraram, nossos corações se igualaram nas batidas e nossas mãos estavam novamente juntas. Este era um momento único. O NOSSO MOMENTO.

— Me perdoa sério. Eu sei que fui um idiota no mês passado, fiz-te passar por tudo e muito mais. Sei que agi mal e eu estou a melhor eu sei.....eu consigo sentir isso. Mas por favor não causes mais problemas com eles assim eles terão mais motivos para me destituir do cargo.

— Eles jamais teriam coragem de tal coisa Torres!

Pegou em meu rosto e lágrimas se fizeram sentir em meus olhos, meus ombros relaxaram e minha face ficou mais avermelhada. 

— Amorzinho!  Eu.... Eu....

— Filho! Vem vamos, eles estão a fazer muito barulho lá no CT do Barça. Vem vamos, a equipa técnica não está a gostar.....não gostam de como estão a ser informados. Vem vamos.

Meu pai entrou ofegante pela cozinha com Emma pelo colo. Meus olhos ficaram cheios de raiva novamente. Natasha pegou em Emma e pediu para que tivéssemos cuidado, cuidado esse que seria em vão quando eu visse Taylor na minha frente.

...

10:59h - no CT do Barça

Faltava um minuto para as 11horas. Havia chegado aqui em tempo record devo admitir pois o Loft de Vitor ficava até bastante distante do CT. Desde o começo do estacionamento ouvia alarido dentro do local, era Taylor.

Se ele fosse o novo presidente, se fosse o Barcelona estaria um caos completo. Eu não poderia deixar isso acontecer.

Fiquei com meu pai vendo mais um pouco de toda a confusão na sala de reuniões e Taylor estava mais á frente, todos os elementos da equipa técnica nos tapavam e assim era mais difícil para ele nos ver. Neste momento a minha sanidade mental estava no chão com toda esta situação.

— Que excelente! — bati palmas em tom irónico. —Maravilha Taylor, só basta eu virar costas que isto acontecesse. Nem quero imaginar o que aqui se passou quando estive ausente.

— Presidente!

Todos se afastaram e fui até ele o confrontando. Junto a eles estavam todos os elementos do concelho do clube que estavam aprovando toda esta situação. Era ridículo a forma como eles estavam a agir.

— Sim presidente. Eu aqui ainda o sou e não é porque estas notícias saíram que deixarei de o ser estamos entendidos?!

— Isso senhor.

— Vamos ver quem vence no final então. Os teus dias estão contados senhor presidente.

— Não me faças frente Taylor eu já avisei um milhão de vezes. Não tenho tempo para as tuas criancices, aliás maldita a hora que eu não vos mandei a todos para a rua.

— Isso prova que o senhor não consegue lidar com os problemas. Já eu....já eu serei um excelente presidente.

— Ele estava a contar-nos que rescindirá alguns contratos especialmente da Gabriela que acabou de ter os gémeos e da Ella que não falta muito para ter a bebé. — Matteo me alertou.

Eu não estava a querer que ele de facto tinha feito algo deste género. Ele não era capaz disso, ele sabia muito bem a oportunidade que lhes foi dada e a enorme importância que elas tinham para o clube.

— Se elas saírem nós também saímos. — era Sanchez. —Não iremos ficar obedecendo ordens de quem não sabe liderar um clube como o Barcelona.

— Então assim será. Serão todos despedidos e encontraremos outras pessoas.

— CHEGA!!!! — eu estava por um fio. —Aqui ninguém vai despedir ninguém e se tu o fizeres podes ter a certeza que os jogadores não viram mais aos treinos e nem aos jogos....farás com que o clube entre em falência.

— Isso é o que veremos no final.

Eu literalmente já estava perdendo o controlo da situação. Lopez se acercou a mim junto de Miguel e meu pai e me tiraram da sala de reuniões. Todos os elementos da equipa técnica vieram atrás de nós.

— O que faremos agora?

— Fiquem tranquilos, os vossos empregos estão assegurados! Ninguém pode de forma alguma fazer-vos isso.

Ele podia até ser o homem mas era eu aqui que tinha o PODER!!!

— Elas ficaram triste senhor. — Felipe falou. —Os jogadores também.

— Me dêem alguns dias para pensar e falar com eles. Poderão estar junto da equipa nesse momento.

— Muito obrigada senhor.

— Nada! Agora por favor não espalhem a notícia.

— Fique descansado. Até. 

Taylor iria pagar. Ele iria pagar muito caro pelo que ele me está a fazer.

— Lopez!

— Sim senhor.

— Liga ao Dean e ao Samuel para me encontrarem amanhã aqui amanhã pela primeira hora de abertura do CT, estou sem cabeça para tal coisa.

— Claro senhor! Mais alguma coisa?

— Estão dispensados até ás 15horas.

Se surpreenderam.

— Eu fico bem! Ficarei na minha sala a resolver uns problemas e além do mais comerei aqui no CT. Podem ir.

— Não podemos fazer isso senhor ainda mais com tudo o que está a acontecer no clube. Nós ficamos!!

— Então revezem um com o outro. Vocês trabalham demais.

— Tudo bem!

Resolver os problemas era algo que estava constantemente no meu dia à dia e eu tinha que resolver mais um.

💄💋⚽️

Natasha Torres
17:20h - na casa de Ella

Visitar Ella e o seu irmão era um dos meus passatempos favoritos. Eu não devia tê-los deixado, eu devia ter encarado os problemas e não os ter deixado sozinhos. La no fundo eu sabia que tinha sido uma pessoa horrível em fazer tal coisa, mas aquilo me abalou imenso e eu não consegui controlar.

Acho que eles me desculparam por tal coisa!

— Mamãe Natasha fiz um desenho para a senhora. Sei que a Emma faz nove meses e comprei também um presente para ela. — Levi apareceu atrás de mim. —Gosta?

— Ah pequeno que lindo que está! A tua irmã sabes dela?

— No quintal, papai Mason foi no banheiro. Vem titio Vitor vamos para o meu quarto.

— Calma Levi! Vamos com calma aqui. Não tenho a tua idade.

— O senhor é sempre jovem. — gargalhou para ele. —Papai olha quem veio nos visitar!

— Olá Vitor! Natasha, quanto tempo.

— Poderei falar com a Ella?

— Claro. Bem nós vamos os três ali para o quarto acabar de desenhar vem.

Levi era uma criança prodígio! Ele era a minha criança especial, ele foi aquela criança que conseguiu tirar todo o meu sofrimento de não ter um filho naquela época. Levi seria uma grande pessoa.

Andei mais um pouco pela casa e logo entrei para o quintal. Depois que a morena ficou grávida ela está cada dia mais linda, sua barriga era perfeita e Lexus teria um enorme orgulho na mãe que tem.

— Mamãe! Quanto tempo. — me abraçou. —Desculpa a barriga já está grande.

— Não! Para deixa disso estás perfeita anjinho. Podemos falar?!

— Claro.

— Bom! O que me trás aqui é um assunto delicado.

— Delicado? Porquê? Algo sucedeu?

— Sabes a casa do teu tio? — Ella olhou para mim assustada. —Teremos que o fazer em alguma fez anjinho!

— Tinha que ser este ano? Tem que ser agora?!!

— Ella!

— Tudo bem! Tudo bem! Sei que queriam fazer isso em 2019, mas eu não estava preparada....quem sabe agora não estou.

— Vês não é assim tão mau.

— O que não é tão mau é que alguém levou um estalo quando estava discutindo com outra pessoa. — Ella logo tapou a boca. —Não disse nada.

— Repete Ella!

Fiquei furiosa, não sabia se tinha sido ela ou outra pessoa, mas um estalo a uma pessoa foi até um golpe bastante baixo para que as coisas se resolvessem.

— Nada não.

— Ella!!!

— Tudo bem! Naquele dia em que a senhora foi embora com as malas da casa, logo António chegou e basicamente todos começamos a discutir com ele, mais a S/n e o Ferran. Nisso ela disse-lhe uma enorme verdade na cara e por impulso ele lhe deu um estalo.

— Ele o quê?

Me levantei extremamente furiosa com António. Ele não tinha o direito de tal coisa e muito menos com a sua própria filha. Isto nos abalou tudo bem, mas partir para a violência foi um enorme golpe baixo por sua parte.

Entrei em casa e Ella foi atrás de mim, me alcançou e me puxou pelo braço. Eu sabia que saiu da boca para fora e mesmo que ela não me dissesse agora eu acabaria por saber da pior maneira.

Droga! Porque tudo isto demora a resolver-se?

— Mamãe! Por favor.

— Ella não! Ele tem que entender que não pode agir desta forma. Imagina se ele batesse na Sophia ou em algum dos bebés?

— É eu sei. Eu sei, mas por favor não se zangue mais com ele.....ele está a tentar mudar. Por favor!!!

— Como não Ella? Ele bateu nela.

— Quem bateu em quem? — Levi aparece. —Mamãe? Mana?!

— Ninguém não pequeno.

— Mas....

— Vem pequeno, vamos para o quarto vem. — Mason pegou nele ao colo. —Desculpem.

— Hermanita já vamos?

— Sim! Vai indo para o carro. — eu já estava furiosa que chegue. —ENRIQUE! Onde António está?

— Vai viajar agora para Sevilha com Duarte senhora.

— Manda os pilotos esperarem por favor.

— Claro.

— Mamãe. — Ella não me consegui travar a última vez.

Isto tinha ultrapassado todos os limites plausíveis e inacreditáveis. António não tinha o direito de bater em nenhuma pessoa, especialmente na sua filha. A morena a esta altura já lhe devia ter perdoado, mas para mim isto ficava para sempre.

...

18:20h - do angar á empresa

Havia chegado aqui bastante rápida para ser sincera. Tudo isto estava a começar a ficar cansativo, ter que resolver os problemas pois existia alguém que ainda não queria saber de os fazer. Eu tinha saudades de António, mas o seu feitio revelava que seu ego conseguia ultrapassar até o amor pelas pessoas.

Logo vi os pilotos a darem uma explicação a António. Duarte já devia estar a par que eu viria por isso dele estar mais calmo já o moreno em nenhum momento conhecia essa palavra.

— Senhora! — Gaston olhou para mim e logo António retorna o olhar para mim.

— Nos deixem a sós por favor.

— Claro! — era Duarte. —Vem Vitor vamos tomar um café enquanto eles conversam.

— Lopez por favor.

— Eles ficam. — se impôs a mim.

— Lopez vai!

— Não!

António testava a minha PACIÊNCIA ao limite, ele disse que iria mudar e estava a mudar mas seus gestos era inevitável o contrário que eles estava a fazer neste momento.

— Ele apenas o restante sai.

— Tudo bem! Tens medo de ficar furioso e me bater também como fizeste com a tua filha é isso?!

Se surpreendeu.

— Existem pessoas que me dizem as coisa já outras me ocultam. Outras pessoas se importam e querem que nós estejamos juntos, mas sendo assim parece que nem queres saber de tal coisa.

— Eu quero! Eu quero! Eu quero saber de nós, eu quero reconciliar as coisas.

— Bater nas pessoas não resolve as coisas.

— Quem contou?

— Uma pessoa que se importa, aliás todos se importam e estão a sofrer até mais do que nós pensamos. Vais esquecer essa idiotice de vez e vais mudar porque se não o fizeres vais perder-me para sempre e agora serei eu a pedir o divórcio.

— ...

— Não me obrigues a fazê-lo. A.n.t.ó.n.i.o!!!

Engoliu em seco e saiu da porta para a zona de embarque furioso, seu pai foi atrás dele e logo os seguranças também. Lopez foi o único que ficou, pelo menos tinha alguém aqui que também queria que os eu chefe mudasse as atitudes.

— Senhora! Tinha mesmo que o fazer?!

— Se ele não aprender não irá aprender nunca Lopez. Agora é com ele, se ele quer resolver as coisas ou não! O antigo António já teria resolvido isto tudo quando começou. Agora ele tem que aprender a lidar com os seus problemas.

— Vem embora Lopez! Agora.

— Vai! Nós ficamos bem.

— Mesmo?

— Sim! Boa viagem.

Damn it!

Isto estava mais complicado do que o esperado. Á mais de uma semana que não ia na empresa e tive que o fazer. Neste momento eu precisava trabalhar, todos resolveram tirar férias, convenhamos, eles mereciam um descanso depois de tudo especialmente Ferran.

...

Entrei na empresa, subi de elevador até ao quarto andar e logo dei de caras com Patrícia falando com Abigail. Ferran estava mais atrás com a pequena Sophia.

Meu irmão por outro lado tinha ido para casa, depois que Rebecca engravidou ele mal saia de casa e quando saia era pouquíssimo tempo. Eu amava o jeitinho de como ele se importava com as pessoas.

— Amiga! — nos abraçamos. —Quanto tempo. Como estão? A Ava, a Ariel e o Gabriel? Estão bem?!

— Ótimo! Já são bem crescidos, nem acredito de como o tempo passa a voar.

— Nem me digas, ainda parecia que ontem eles eram pequenos.

— Disso eu concordo.

— Vem vamos para a minha sala, está ali também o Ferran e a Sophia á minha espera.

— Ele tornou-se um grande homem!

— Nem digas nada.

Patrícia e Ferran se abraçaram e digamos que tanto ele quanto S/n sempre amaram a morena. Ela fazia um excelente trabalho na empresa e digamos que a melhor coisa que aconteceu naquela empresa foi sem dúvida a Patrícia, ela gerênciava tudo quando lá não estavam Duarte e António.

— A senhora é muito bonita! — a pequena Sophia fala enquanto entrávamos na sala. —Papai Ferran e mamãe S/n gostam muito da senhora.

— Sophia!

Ferran ficou vermelho.

— Ah pequena, sou boa com crianças sabias, tenho três filhos.

— Posso brincar com eles? Podem ser meus amigos.

— Não tem como pequena eles já são grandes, não tem a tua idade já. — respondi. —Além do mais tens muitos meninos para brincar, o Levi e os bebés pequena.

— Levi deve estar um homenzinho.

— Aqui uma foto dele, ele tornou-se um rapaz prodígio isso eu tenho que admitir.

— Titia Patrícia, sabias que o Levi vai jogar na equipa do Barcelona quando for grande? Papai António me contou, mas é segredo.

— Ele merece muito, depois do que ele e a Ella passaram.

— Eles merecem toda a felicidade do mundo. — Ferran sorriu. —Todos nós merecemos.

É! Ele tem razão, Ferran tinha razão nós todos merecíamos, mas como as coisas estão nem sei se isso é mais possível. António fazia promessas que não conseguia cumprir, me ocultando uma coisa que eu queria ter sabido na hora. Era errado até pensar que o nosso amor estava MORRENDO aos poucos. 

— Papai! Quero um donut.

Rimos.

— Pequena pai disse que comprava depois.

— Quando eu sempre venho a Barcelona Sophia tem sempre um café muito bom e fica mesmo em frente á empresa. — Patrícia murmura para ela. —Queres vir?

— Papai! Eu posso?!

— Claro. Sérgio fará a vossa segurança. Tenham cuidado tudo bem?

— Sim papai.

Ainda bem que Ferran resolveu fazer isto, mas acho que ele tinha em mente que eu não queria falar com ela aqui presente. Com tanto a acontecer foi exatamente isso que acabou por acontecer, logo saíram e logo retornou o seu olhar para o meu.

Ele estava tentando de alguma forma descodificar o que eu estava sentido neste momento mesmo nem eu sabendo ao certo o que estava acontecendo comigo.

— Fiquei a saber. — ligue o computador. —Um passarinho me contou sem querer.

— Foi na hora da raiva mãe, de facto aquilo aconteceu sem intenção. Compreendo que devas estar chateada com ele por isso, mas por favor ele tenta mudar.

— Tentar não é fazer Ferran. Existem limites e esses limites foram ultrapassados quando ele lhe bateu.

— Eu sei! Eu sei!

— Fui falar com ele à pouco, mas parece que eu falar para ele não adianta mais em nada! Não como antes.

— Porque dizes isso?

— O antigo António resolveria as coisas rápido comigo. O antigo António quereria saber do que sinto e dos meus sentimentos.

— Ele quer mamãe.

— Será? 

Ferran inclinou a cabeça. Ele não estava a entender onde eu queria chegar com isto tudo, porém saber que ele ainda se sentia culpado por eu e seu pai não estarmos juntos me destruía o coração.

— Não te sintas culpado com algo que não tens culpa.

— Como? Tu és nossa mãe, nós queremos que vocês estejam bem.

— Não irias entender nem que eu te explicasse querido!

Baixou a cabeça.

— Um dia, quando fores mais maduro e os teus filhos tiverem na idade da adolescência vais muito bem saber o que eu falo de facto. Não duvides disso.

— Com tanta coisa acontecendo nem sei se chegarei aos dez anos da Safira!!

— Ei! Ei! Ei!

— A ansiedade, a depressão me matam.

— Ferran. — me coloquei em pé e logo o abraçei.

Seu corpo automaticamente relaxou, colocou seus braços sobre os meus e inclinou para a cabeça para um dos meus braços se tranquilizando e um suspiro foi liberado dele.

Teria que pedir a ajuda de alguém para me ajudar a tratar o coração machucado dele, dele e da sua irmã.

— Sei quanto jogar te faz bem, mas sabes que não podes. Não podes te arriscar e que isso te faz ansiedade e depressão, mas ultrapassar é a melhor opção.

— Talvez eu devesse ter morrido naquele acidente de carro como o meu bisavô morreu.

— Ferran. Ei! — puxei a cadeira para perto da dele. —Não digas isso, ei, existem pessoas aqui que precisam de ti! Sira precisa, Safira precisa, Sophia, precisava, S/n precisa, teu pai, teu avô. Todos nós precisamos querido por favor não penses assim.

— Cada vez que eu olho para aquela foto!

— A foto do teu pai com o Matheus não é? Acho que essa foto permanece em todas as casas. António a tem no quarto, um quadro em Portugal e outro aqui.

— Eu quando vinha para cá olhei para a Sophia quando estava á espera que o sinal de trânsito desse permissão para dirigir novamente.

— ...

— Eu vi o quanto eu lhe faço bem, ela está feliz, ela me ama e se algo me acontecesse novamente eu jamais me perdoaria se a deixasse sozinha quando eu tanto lutei para a ter.

Limpei suas lágrimas.

— Por favor mamãe, me ajuda.

— Eu vou querido!!!!!!! Eu vou. Tudo bem, vai tudo passar agora está tudo bem.

Ferran se acalmou e logo lhe deu água do copo que tinha na sala.

— Papai! Mamãe! Compramos vários donuts. Demoramos um pouco porque estava muitas pessoas, comi um no caminho e eles são muito bons.

— ...

— Quer um pouquinho? — Sophia se ajeitou no colo do moreno. —O meu favorito foi com recheio de chocolate.

— E besuntada também é uma das tuas qualidades.

— Sim papai.

— Eu estava pensando em fazer um jantar a semana que vem, ainda não tive tempo de falar com Lopez, porém eu tenho a certeza que ele aceitará.

— O conhecendo acho que ele aceitará sabendo só horas antes.

— O Lopez é bom segurança, ele vai ensinar á Ella em outubro autodefesa. — Sophia sorriu. —Eu ouvi uma conversinha.

— Sophia sapeca!! — falei.

— Vai? — ficou surpresa. —Ele não me informou disso.

Eu estranhei, Patrícia não era aquele tipo de mulher de ter ciúmes do seu marido, ela nunca foi assim devo ressaltar. Algo não estava bem, todavia ela também sabia que Lopez só a queria ajudar a proteger do seu tio que a qualquer momento poderia ser solto novamente.

Primeiro reconfortar e segundo resolver os problemas.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top