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We're not broken just bent and
we can learn to love again
Oh, tear ducts and rust
I'll fix it for us
We're collecting dust, but our love's enough
You're holding it in
You're pouring a drink
No, nothing is as bad as it seens
We'll come clean

• Just Give Me a Reason - Pink •
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Frase do Capítulo:
-Nós não construímos uma dinastia totalmente forte e agora ela foi quebrada.

Natasha Torres, 2024

💄💋⚽️
• Final de abril •

António Torres
16:20h — em Barcelona

Emma havia passado o fim de semana na casa de Vitor junto da mãe e hoje pela manhã eu a tinha ido buscar. Ela era um amor de criança.

Deixei toda esta situação apaziguar para que agora eu e Natasha colocássemos em prática o nosso divórcio e a guarda definitiva da Emma.

Não tinha chances nenhumas de que Natasha a ganhasse, eu sentia-me, sim, horrível por a fazer estar longe da filha, era doloroso para ela, era doloroso para todos nós enquanto família.

Um PARAÍSO estava agora ESCURO.

Estava brincando na sala com a pequena, Thor e Pingo enquanto Samuel e Natasha não vinham, talvez a morena viesse com seu irmão e Rebecca já que ela ainda estava a recuperar da fatalidade recebida.

— Quer alguma coisa para beber senhor? — era Rute. —Tem sumo de laranja ou de uva, deseja algum?!

— Pode ser de uva mesmo Rute, coloca uma pedra de gelado está imenso calor hoje.

— Coloco sim.

Continuei brincando com Emma e eu já havia recebido umas cinco mordidas por sua parte, seus dentes ainda estavam desenvolvendo-se e mesmo com os milhares de mordedores que tinha pela casa, a pequena amava mais a mão das pessoas.

Ela seria terrível quando fosse adolescente eu já estava prevendo isso. Emma sai com o feitio idêntico a Natasha e para sete meses já era bastante independente.

— Aqui senhor! Vou abrir a porta.

— Ótimo! Obrigada Rute.

Sentir esta dor era inevitável, sentir Natasha entrando com o seu semblante tristinho dela me magoava imenso. Nada era fácil para nenhum dos dois, era simplesmente caótico.

— Boa tarde! — cumprimentei todos e logo Emma veio engatinhando para Natasha. —Emma ficará contigo e com Rebecca na sala correto Vitor?

— Sim! Iremos morder muitos dedos né pequena?

— Isso é amor que ela demonstra né amorzinho?! — Natasha tenta descontrair.

— Podemos ir para o escritório?!

Eu queria apressar ao máximo tudo isto, eu queria que tudo isto acabasse o mais rapidamente possível. Minha mente dizia para acabar o casamento, mas meu coração dizia exatamente o contrário, ele amava ela e meu corpo todo amava incondicionalmente Natasha.

GUERRA DO CORAÇÃO COM A MENTE!

Nos dirigimos para o escritório e logo nos sentamos em frente da secretária, tirei os papéis que me haviam sido atribuídos para o divórcio por Samuel e ele apenas estava aqui como testemunha para colocar fim a tudo.

Minha apreensão aumenta a cada minuto, minha pele começou a suar frio e meu coração começou a ficar acelerado. Eu tinha que o acalmar à menos de um ano eu havia sofrido um acidente bem perto dele.

— Querem dizer as suas últimas palavras de marido e mulher antes de assinarem?

Olhamos ambos para Samuel e logo ele percebeu que tinha dito a coisa errada. Apresentei o documento a Natasha e logo coloquei as 20 esferográficas em cima da mesa, caso alguma delas falhasse.

Nenhum de nós queria que isso acontecesse não é mesmo?

Não demorou muito para ouvirmos um alarido fora do escritório, era S/n e Ferran com os primos brigando de todo o jeito com Rute para que ela os deixasse passar para aqui. Ela não me queria desobedecer, mas eu também sabia que eles fariam de tudo para passar e foi exatamente isso que acabou por acontecer.

— Não assines isso mamãe. — S/n entrou já gritando. —Papai está a ser irracional! Por favor.

— Eu e Natasha vamos acabar o nosso casamento!

Suas caras mudaram de um momento para o outro, seus olhares se encheram de lágrimas. Nunca os tinha visto assim mesmo quando eu lhes disse que eu e a mãe deles havíamos divorciado em 2010, Natasha mudou mesmo a visão que eles tinham de uma mãe, Natasha mudou esta família por completo quando entrou nas nossas vidas.

— Não! Isso não.

— Para e pensa um pouco pai. Natasha deu tudo dela a ti, deu toda a sua devoção, todo o seu coração e toda a sua alma a ti e somente a ti. Ela apenas te ama a ti, ela mais do que ninguém sabe o que já passaste e tu também sabes a dela.

— Não haja assim tio, vai arrepender amargamente de se divorciar com a mulher da sua vida, vai cometer um erro enorme colocando a sua mente em frente ao seu coração. — era Hannah completando a fala de Ferran.

— Por favor tio! Pense, não tenha a mesma atitude como antes, só vocês sabem o que passaram para chegar aqui por favor a vovó não queria isso. Leu a carta que ela deixou?

— Carta? — S/n e o restante ficaram surpresos.

— Já acabaram ótimo! Agora por favor Natasha!

Pegou na primeira caneta na sua frente, mas ela não escrevia de modo algum. Pegou a segunda e nada, terceira, quarta, quinta, sexta, sétima e todas as outras restantes.....nenhuma delas escrevia. Eu tinha-as testado antes, hoje de manhã bem cedo eu as testei. Isto não estava mesmo a acontecer.

Será que o futuro ainda estava a destinado a nós ficarmos juntos?

— Obrigada destino!  — S/n e Ferran falaram.

— Pegue senhora, esta irá escrever.

— Samuel! — alteraram todos a voz.

Natasha começou a escrever a sua assinatura até que S/n tira o documento de suas mãos e o rasga em oito pedaços totalmente diferentes. Ela não tinha agido assim, esta não era a filha que conheço, S/n havia passado totalmente de todas as marcas.

Ferran mais tarde rasgou em mais oito pedaços. Fiquei totalmente furioso com ambos e mandei todos saírem da sala para falar apenas com eles.

Neste momento eles agiram como crianças autênticas. Este era um assunto importante e eles acabaram com tudo num abrir e fechar de olhos.

— Vocês perderam a cabeça foi? Estão malucos em rasgar um documentos como este.

Fizemos o certo e talvez colocamos até juízo na tua cabeça!

— Ferran! Chega, ambos passaram dos limites, vocês não tem o direito de chegar aqui e de dizer o que eu devo ou não fazer e de como agir de certa forma. Eu mando na minha vida e sei o que é melhor para ela, não vocês!

Meu peito começou a doer.

— Agires assim também não adianta. Deus não quer que se divorciem, o destino não quer isso! Eu sei eu sinto isso. — era S/n desta vez.

— Se continuarem a agir desta forma podem me esquecer para sempre, já não mais bem-vindos nesta casa serão!

— Não podes fazer-nos isso! Nós somos seus filhos, filhos esses que nunca o abandonaram quando mais precisou, quando foi a tribunal para ter a nossa guarda.

— Papai respeita o teu coração por favor, Natasha não quer o divórcio, tu não o queres e ambos sabemos que se te divorciares daqui a dois dias ou até em menos de 24horas estás a implorar para ela voltar. Nós conhecemos-te tão bem papai!

— CHEGA!!!!

Um! Dois! Três! Meu coração começou a palpitar mais rápido, Ferran não parava de falar e num ápice e por puro instinto coloquei minha mão sobre o peito após sentir uma enorme ponta de nele, me sentei o mais rápido na sectária e logo ambos gritam por todos.

Eles de alguma forma estavam chateados comigo, mas eu sabia que não deixavam de ter amor por mim.

— Pai! Pai por favor pare, pare por favor não o senhor não. Papai!!!

— Tio!

Ouvi a voz de Thomas e logo ele estava frente a mim me aclamando aos poucos, depois disto eu teria que ser levado ao hospital. Nem há um ano eu tinha passado por um evento traumático e eu fazia de tudo para me exaltar.

— Venha vamos ao hospital fazer um exame no coração.

— Torres!!! — Natasha logo apareceu. — Hannah me avisou, estava trocando a fralda da nossa filha. — me abraçou no final.

— Ela estava sogro.

— Natasha!

— Sim.

— Me perdoa amorzinho! Eu....eu... — minha pernas falham novamente.

... 

estava no hospital á uma hora e já havia feito o exame no coração e também análises ao sangue. Estava agora num quarto á espera dos resultados junto a S/n, Ferran e Natasha.

Ambos se culpavam por discutir comigo e causar tudo isto. Eles só estavam a querer o meu bem e eu fui um idiota em não ver isso....depois disto eu soube quem eram leais a mim.

Natasha era! Natasha ainda me amava e isso foi notório na sua reação ao saber o que me havia acontecido. Eu tinha sido um estúpido em ter agido daquela forma com ela.

— Filhos! — olharam para mim. —Posso falar com a vossa mãe?

— Podes! Claro. Vem maninha, vamos buscar umas águas bem.

Eles tentavam ser compreensivos depois do desastre causado, eu não mais iria errar novamente, mas eu precisava de um tempo para me organizar e acalmar de tudo o que estava acontecendo e eu sabia que Emma sentia falta da sua mãe quando estava longe dela.

— Querias falar? — sentou-se na cama perto de mim. —Me desculpa Torres, eu não queria colocar dúvidas em ti, mas quando foste na empresa me colocando suposições e factos absurdos eu não consegui reagir ainda mais depois do que me perguntas antes de sair. Eu ainda estava processando tudo.

Coloquei meu dedo em sua boca.

— Eu sinto muito amorzinho, me perdoa sério, eu não quis ser assim contigo, mas quanto eu mais ia mais eu não conseguia parar. Eu fui uma aberração te proibindo de ver a Emma e ainda mais culpar-te pelo sequestro e de ela ter parado no hospital. Meu coração estava machucado.

E foi neste momento que um peso de meus ombros foi libertado. Todos nós precisávamos de alguém para ficar e Natasha era uma dessas pessoas. Natasha era a mulher da minha vida!

— Emma! Eu sei o quanto amas a nossa filha, sei o quanto ela te faz bem e tu a ela. Me perdoa sério. Me perdoa por a ter proibido de te ver os dias úteis da semana. Sério não sei o que tinha havido comigo.

— Emma! Ela faz parte de nós os dois é normal a quereres tão perto de ti.

— Não foi isso que eu quis dizer amorzinho! Eu ia proibir-te de a ver depois de assinares o divórcio, mas como eles rasgaram antes de tudo ainda bem que não soubeste lendo e sim por mim.......e agora.

— Tu ias fazer isso? — se afasta de mim e seus olhos encheram de lágrimas. —Eu não acredito que tinhas essa coragem! 

— Natasha! Eu.

— Natasha? Ela é minha filha porra.

Olhei para a coberta e uma culpa enorme havia caído sobre mim novamente. Eu erro de novo e de novo.

— Emma, ela pode ficar contigo! Ela vai amar.

Ela me amava e me odiava só mesmo tempo.

— Tio! — Thomas entrou com S/n, Ferran e Hannah. —Bem tenho os resultados.

— São bons?

— Bem em certo aspecto sim são, mas por uma razão passada agora o senhor terá que ter imenso cuidado no futuro e pelos próximos dois anos.

— Tudo bem! Me diz o que se passou?!

— Bom....o senhor tio, sofreu ao que chamamos de ataque cardíaco. Depois de no ano passado seu coração estar a ser suportado por máquinas para se manter batendo e por a bala passar bem rente á artéria principal do coração agora o senhor terá que conviver com isso pelo tempo que lhe referi.

— Papai! — S/n me abraçou. —Nós estaremos aqui com o senhor, não tenha medo.

— Uma pergunta! O senhor está a tomar os remédios para prevenir isso?

Não! Eu não estava e já fazia um mês que eu não os tomava, a caixa já tinha acabado e com todos os contratempos que havia tido não tive tempo para parar e comprar o medicamento mais importante para o resto da minha vida agora.

— Não Thomas, eles acabaram á bastante tempo e eu ainda não tive tempo de os comprar.

— Pai! — foi Ferran. —Porquê? Quer nos ver sofrer mais?!

— Me desculpem. Sério.

— Podem ir para casa, logo irei ter com vocês.

— Tudo bem! Obrigada.

Saímos do hospital e em nenhum momento vi Natasha depois de sair do quarto e passar na recepção. Ela estava chateada comigo e como eu lhe disse que ela podia ficar com Emma talvez ela já tivesse avisado seu irmão e Rebecca para irem para casa.

Eu a amava! Fui um idiota e agora eu não estava pronto para me desfazer do que eu e ela passamos, eu iria reconquistá-la. Eu iria ou não me chamo António Oliveira Torres, ela era tudo para mim.

Chegamos em casa e meu pai também havia chegado de viagem. Talvez alguém tivesse avisado onde eu fui e no mesmo instante que pisei na sala ele veio e me abraçou. Era demais para ele, depois da morte da mamãe ele vivia preocupado comigo, sempre viveu ainda mais depois do acidente.

Digamos que ele era mais encrenqueiro e dava mais trabalho. Eu metia-me no perigo e o perigo vinha te comigo.

— Aqui pai um chá para acalmar.

— Vai fazer-lhe bem. — era S/n agora. —Por favor não faça mais isso!

— Eu devia puxar te as orelhas António! Não me queiras ver em baixo da terra tão cedo.

— Vovô! Não, o senhor vai viver bastante tempo. Vai ver é o papai também né papai?

— É filha é isso mesmo. Agora daqui a pouco terei que ir a um lugar.

— O senhor nem pense em sair daqui! Vai ficar aqui e nós tomaremos conta do senhor, Pedri Matheus e os cães e também Sira, Sophia e Safira vem também.

— Vocês tem tudo mesmo programado. — era meu pai. —Amo uma casa cheia ainda mais com crianças.

— Somos a alegria né mano?

— É, é isso tudo.

💄💋⚽️

Natasha Torres
20:20h - em casa

Eu me sentia totalmente traída! Nunca pensei em toda a minha vida ter que passar por isto com um homem e muito menos ter que dividir a guarda da minha filha, bem.....se eu assina-se o divórcio jamais veria Emma pessoalmente, isso era desolador só de ser pensado.

Rebecca tinha ido adormecer a pequena ao quarto enquanto Vitor e eu estávamos fazendo o comer. O moreno ficou bastante feliz quando eu lhe disse que Emma viria para casa connosco, digamos que ela e ele são o "Casca de Bala" um do outro.

Esse típico morder as mãos que todos chamam Emma nesse assunto são a Vitor, eu ainda não lhe disse, mas quando pequeno ele era exatamente assim. Um vez quase me arrancava um dedo com a sua brincadeira.

— Ainda bem que António resolveu colocar a Emma connosco, ela esta melhor aqui deves admitir isso.

— Vitor nem comeces, ele também sente falta dela, Emma é filha dele e é natural ele querer passar tempo junto a ela.

— Hum sei!

— Irmãozinho.

— Hermanita! — sorri para mim inclinando-se na bancada. —Além do mais amanhã vamos divertir-nos muito na empresa.

— Nem fales em empresa, tenho que resolver o assunto do investidor o quanto antes.

— Temos! Eu também mando quando não estás lá. Sou um bom patrão deves admitir.

— Eu até tenho pena das pessoas quando mandas.

— Que injúria.

Meu irmão gostava imenso de brincar comigo e especialmente de me irritar como nunca o fez antes. Vitor era a única coisa que sobrou de meu pai, a única pessoa que me percebia verdadeiramente é a única pessoa que estava comigo na alegria e na triste. Era com ele com quem eu contava todos os minutos.

— Natasha! — esbravejou Rebecca na porta da cozinha. —Está ali um senhor na entrada a querer falar consigo, o nome dele é Enrique se não me engano.

— Enrique?!

Meu irmão ficou nervoso.

— Tudo bem, Rebecca ajuda aqui o senhor trapalhado que eu já venho.

— Claro. — ambos sorriram.

Eu tinha algo a achar entre eles os dois, os seus corpos diziam que ambos se amavam e isso era extraordinário, eles fariam um belo casal.

— Trouxe uma água! Aceitas?!

— Obrigada! Obrigada ainda mais por me receberes a estas horas. — sentou-se na cadeira. —Estes últimos dias foram de extrema reflexão sobre o que aconteceu entre nós os dois. Eu nunca quis te prejudicar e muito menos que António acha-se coisas onde não tinham.

— Enrique!!!

— Sei que fui um idiota e um tolo por não pensar direito e ter-te roubado um beijo, nunca foi a minha intenção. Eu admiro-te como mulher e sobretudo como empresária que és.

— Não tens que te justiçar, o que feito foi feito está! Ninguém pode mudar o passado........o único que podemos fazer neste momento é pensar no futuro.

— Sei que pedi a credibilidade com seu marido e ainda por cima meu emprego.

— Como assim? Perdeste o emprego?

Eu não queria de forma alguma o ter prejudicado e muito menos fazer com que eles perdesse o emprego. Não era justo para ele e eu sabia que o único meio de se sustentar a si e á sua mãe era a partir de seu trabalho já que sua mãe tinha um problema de saúde e estava impossibilitada de trabalhar.

— É! Ninguém em despediu ainda, acho que meu irmão não tem coragem de o fazer.

— Não te preocupes, eu resolverei isso fica descansado.

— Bom! Era isso que eu vim falar, só queria me desculpar e acima de tudo não ficar um ambiente pesado entre nós os dois.

— Não! Deixa disso, obrigada Enrique. São poucas as pessoas que se arrependem.

— Bom! Boa noite.

— Boa noite.

Me despedi e logo voltei pra a cozinha e meu irmão não parava de olhar para a porta um só segundo. Vitor é irritante quando ele quer.

— O que ele veio fazer? — me questionou apressadamente.

— Se desculpar e nem venhas Vitor, ele errou e só veio se redimir comigo.

— Não fez mais que sua obrigação. — recebeu um tapa no peito de Rebecca.

— Isso não se diz e muito menos devemos culpar as pessoas pela situação a que estão sujeitas.

Isto era um verdade, Enrique errou sim, mas naquele momento ele não estava bem, sua mente e seu coração lutavam com uma guerra dentro de si. Era inevitável aquilo tudo, sim, mas mais vale um pedido de desculpas tardio do que ficar num impasse  enorme para o resto da vida.

13:00h - na empresa

Tínhamos vindo tínhamos para a empresa, Emma inclusive. Ontem pelo jantar havia proposto a Rebecca o cargo de minha assistente pessoal, nessa altura só lhe faltava pular de alegria. Ela amava tratar de assuntos e acima de tudo estar mais tempo com Emma.

Era extraordinário o desempenho dela.

Estava na minha sala tratando de documentos importantes para buscar o novo investidor da empresa e acho que depois de tudo teria que ser uma mulher, após o que aconteceu a minha visão sobre os homens mudou completamente.

— Precisa de mais alguma coisa? — Rebecca veio ter á porta.

— Não Rebecca obrigada!

Rebecca era um anjo em pessoa, agora ela podia descansar e estar um pouco com Emma já que ela ainda era a babá da pequena. Talvez agora meu irmão trabalhasse um pouco mais do que trabalhava antes.

Me levantei, busquei água nova e vi de relance António. Depois de tudo a última coisa que eu queria era conversar com ele, ele quebrou a minha confiança e acima de tudo pôs tudo em cima de mesa quando desmoronava, o nosso casamento e até a forma de como eu educava a nossa filha.

— Podemos conversar? — apareceu atrás de mim. —Por favor amorzinho.

Assenti com a cabeça e logo fomos para a nossa sala. Ainda não tinha seguranças e acho que nunca mais voltaria a ter depois de tudo o que aconteceu. António era cabeça dura, por vezes até demais do que o normal.

— Fala!

— Eu! Bem....eu queria me redimir da forma como te tratei estes últimos tempos, não foi minha intenção e muito menos fazer com que deixasses de ver a nossa filha.

— Se soubesse de como eu me senti traída! Tu sabes o quanto lutamos para termos um filho e sabes o quanto isso me alegrou quando descobri que estava grávida, Emma é a melhor pessoa que eu possa ter neste momento e tu tiraste-me isso, tiraste a ela a chance de conviver com a mãe quando cria.

— É! Eu sei, eu em arrependo disso, eu não estava bem Natasha me perdoa.

— Perdoar isso é difícil sabias? Tu mesmo me disseste que eu não a veria mais se assinássemos os papéis do divórcio.

Abaixou a cabeça e olhou para trás após ver Emma no colo de Rebecca. Acho que a morena tinha pressentido e veio com a pequena para ver o pai.

— Oi minha princesa. Papai e mamãe estavam falando.

— Rebecca o meu irmão está a trabalhar?

— Sim! Quer que o chame?!

— Por favor.

António me olhou com um olhar confuso e logo deixou Emma aos cuidados de Rebecca novamente. Foram chamar Vitor e eu só me limitei a sentar na minha cadeira enquanto António fez o mesmo.

— Vou colocar de novo os seguranças contigo!! Franco e Enzo foram a tua segurança.

— Tudo bem. — assenti com os ombros. —E Enrique?

— O que tem ele?!

— Posso? — meu irmão bateu à porta.

Se sentou e logo ambos estranharam a presença um do outro, algo que nunca havia acontecido em 12 anos.

— Quero que o coloques novamente! Ele já se desculpou.

— Já?!

— Sim, ele ontem foi lá em casa para se desculpar.

— Hum.

— Nem comeces. Ou ele fará de novo a minha segurança junto a Franco ou não quero seguranças, sabes que ambos estão por dentro da minha rotina e sabem todos os passos que dou.

— Vou pensar depois digo algo.

— Ótimo!

Continuamos falando e mais tarde António foi embora. Meu irmão ficou na sala e começamos a resolver o problema dos investidores que havia escolhido, agora teríamos que fazer a parte mais complicada....a de conversar com um a um em particular.

Rebecca veio com Emma para a minha sala, pois a pequena já estava ficando impaciente e acabou por adormecer pouco tempo depois. Bom....eu quis que Rebecca ficasse aqui, pois eu sabia que meu irmão tinha um carinho especial nela e sabia o quando bobo ele ficava falando com ela.

— Que tal esta senhora? Investe em imensas empresas de luxo. Podíamos marcar com ela!!

— Será? É que tal esta?!

— Eu acho a outra, mas tu é que sabes disso.

— Rebecca vem aqui um pouco por favor.

Meu irmão começou a suar frio e seu corpo começou a ficar paralisado quanto mais ela se aproximava da secretária. Se ele não comprasse logo um anel de namoro para ela eu mesmo comprava e lhe dava, caramba, eles eram perfeitos.

— Qual Rebecca? A primeira ou a segunda?!

— Vitor tem razão Natasha, a primeira é mais reconhecida e além do mais todos irão gostar.

— Que bom! Os dois contra mim. Tudo bem falarei com ela pela tarde.

— E que tal telefonares agora? Seria melhor.

— Chato! Senta-te vai.

Peguei no telefone e logo disquei o número de telemóvel, não demorou muito para atender. Era bastante simpática e acima de tudo bastante comunicativa, bastou apenas poucas palavras para que daqui a dois dias pela manhã fizéssemos uma reunião pessoalmente aqui. Que alegria, meu coração se encheu de esperanças.

— Ela aceitou!

— Sabia.

— Agora temos que preparar bem a reunião. — é a morena.

— Sim! Amanhã trataremos disso. Agora irei almoçar com os meus outros filhos, fiquem à vontade viu.

— Ainda me pagas viu.

— Um dia irás me agradecer. — sorri e logo entrei no elevador com Emma.

14:55h - em casa de Ferran

Vir a casa dos meus filhos era a melhor coisa do mundo. Cada um tinha a sua vida com suas famílias, mas em nenhum momento deixavam de me abrir a porta, eles eram especiais em cada momento.

Sira estava adormecendo Safira no berço da sala enquanto a pequena Sophia brincava com Matheus e Emma no carrinho, estavam mais seguros assim já que a pequena ainda não tinha muito reflexo para os apanhar caso caíssem.

Mavie e Cyrius brincavam entre si enquanto nós conversávamos enquanto o comer não estava feito. Demoraria mais uns dez minutos, ainda mais por ser o comer favorito de Sira. A morena merecia depois de tudo o que ela teve que tratar e quando Ferran estava aleijado. A morena teve que cuidar da casa, das crianças e de Ferran sozinha.

Ela era uma guerreira.

— Vitor ainda não levou o Levi ao autódromo? — S/n riu, pois ela sabia que não. —Tadinho do pequena, ele anda a pedir ao tio uma ida lá desde o Natal.

— Não, quem sabe quando a fórmula 1 fizer o circuito cá em junho.

— É! Seria um máximo.

— Sim, além do mais será ainda melhor quando formos viajar em família né amor?

— Pepi!

Pedri gostava imenso de irritar Ferran e Gavi com este assunto num nível elevadíssimo. Ferran revirou-lhe os olhos e foi para a cozinha e logo afirmou que o comer estava feito, foi mais rápido do que imaginei.

Colocamos a comida na mesa e logo chamamos a pequena Sophia, Matheus e Emma haviam comido à pouco, por isso já estavam cheios nesse aspeto, agora  era só eles dormirem.

Cyrius por outro lado fazia a vida de Mavie um autêntico pesadelo todos os dias, e como ele ainda era filhote tudo para ele era uma brincadeira. Por vezes isso até machucava a Mavie.

— O comer esta delicioso, quem teve esta ideia?

— Eu claro né maninha, papai também era para vir, mas ele teve uma reunião de emergência no clube!

— Era para vir?! — me surpreendi.

— Ups!

— Desculpa. Esqueci de dizer!

— Mamãe Nat, papai e eu ontem fizemos o bolo favorito da senhora, ontem pela noite.

— Que bom pequena, após o comer saboreamos um pouco ele que tal!!

— Sim!

— Como vai a Safira no dia à dia? Ela está bem?!

— Se se refere a melhor e mais bem comportada que estes dois aqui sim ela está! De dia e de noite ela é calma já Ferran e Sophia tenho que estar todos os instante e horas de olhos neles para não partirem nada em casa e agora embirraram em querer um gatinho.

— Vish!!!!

— E ela vai se acham e branquinha mamãe.

— Quem sabe né pequena?! — S/n sorriu. —Que foi gente o aniversário dela já passou, mas ainda tem tempo para dar até ao dia 21 do mês de maio. Mais tarde do que nunca não é.

— Isso eu devo concordar com a ela e além do mais um animal acarreta com imensas responsabilidades mais do que um bebé.

— Papai! Vamos ter uma gatinha.

— É pequena nós vamos. Nós vamos sim. — acariciou sua testa.

Sira já estava a ficar vermelha com tantas palavras concretas que estava recebendo de nossa parte e ela também sabia que mais cedo ou mais tarde a parte de cuidar da gatinha seria dela, mas mesmo assim colocou um sorriso no rosto e abraçou a ideia maluca.

Eles eram uma ótima família e depois de Ferran consegui a guarda da sua irmã ele tinha-se renovado como uma nova pessoa. Sophia para ele era mais que uma irmã, era como uma filha, para S/n também era por isso quando a pequena queria ir para casa da irmã Ferran não colocava objeção nenhuma.

— O que irão fazer pela tarde?! — questionou Ferran.

— Eu irei trabalhar novamente.

— Quem sabe eu já não prepare as coisas para a viagem e família!

— Eu e o Matheus vamos à praia com a Mavie e o Cyrius.

— Que ótima! Quem sabe não passe por lá também.

— Seria divertido amiga, vamos juntas aliás, sei que tens que comprar coisas para a Safira.

— Exato! Vai ser divertido não é Soso?!

— Sim mamãe.

— E eu?! Bem eu ficarei por casa mesmo tenho que descansar.

— Porque não vens comigo em Ferran? — era Pedri novamente o irritando.

— Não enche Pedri, vai que eu fico a assistir um filme.

Amor de família era o nível supremo.

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