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Não recomendável para menores de dessazete anos por conter cenas de descrição explicita de violência, tentativa de violação e uso liberado de forte linguagem grosseira.
Cenas fortes.
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Trought we built a dynasty
like nothing ever made
Trought we built a dynasty
forever couldn't break up
It all fell, it all fell down, it all fell down
it all fell down, it all fell down, it all fell down
• Dynasty - Miia •
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Frase do Capítulo:
-Não me subestimes!
António Torres , 2024
💄💋⚽️
• 10,11 12 de janeiro de 2024 •
Natasha Torres
20:30h - Argentina
(10 de janeiro)
Não estou acreditando! Não vim preparada, já era perto da 01:30h da manhã em Barcelona. Se algo acontecesse eu não podia ajudar ninguém lá e muito menos ficar perto, eu me sentia tão impotente longe de todos eles.
Cheguei no hotel mais famoso "Hilton Buenos Aires" pedi logo os dois quartos mais caros tanto para mim como para os seguranças e finalmente me deitei na cama. Amanhã seria um dia completo de assuntos da empresa, talvez fosse um dia para esquecer por completo.
Droga! Eu não podia ficar aqui neste quarto para sempre, esta era a última hora que tinha o jantar por isso me arrumei e desci. Eu estava com bastante fome.
— Senhora Natasha! — um homem me abordou na mesa em que estava e logo se sentou.
Tanto Enrique como Franco queriam intervir, não pude deixar isso acontecer ainda mais num local onde ainda tinha pessoas jantando. Seria até mau para a minha imagem.
— Se tiver algo pertinente fale agora ou mantenha a sua boca calada para sempre.
— Não me reconheces?!
Inclinei minha cabeça para tentar processar a face que via em minha frente, porém nada vinha na minha frente, nada além de um vazio enorme e de uma pessoa que estava a ser totalmente desrespeitosa comigo.
— ...
— Tenho motivos para aqui estar e digamos que tem alguém no teu passado que te quer de volta.
— Não sei do que fala!
— Tem a certeza disso, o nome Rafael não lhe lembra nada?
— Rafael?!
Enrique e Franco se levantaram das cadeiras do meu lado direito. Os parei.
— Exatamente, meu nome também não te é estranho nos vimos uma ou duas vezes na vida....digamos que eu mudei um pouquinho.
— Leandro?!
— Bingo. — riu da minha cara. —Ganhaste a sorte grande Natasha, aqui está o cartão com o número de telemóvel do Rafael. Ele irá ligaste nas próximas horas.
— Não quero saber disso.
Recusei o cartão. Eu não queria mais nenhum contacto com Rafael ainda por cima depois de tudo de ruim que ele me causou, eu não queria a sua pessoa novamente presente na minha vida e isso seria até doloroso para mim e também para António se ele descobrisse que mantinha de alguma forma contacto com Rafael.
Cessei a conversa saindo da mesa mesmo antes de terminar o meu jantar e logo entrei no carro. Eu precisava de arejar, ver o irmão do meu ex-namorado foi terrível. Rafael de alguma forma descobriu que eu viria para cá.
— Para onde deseja ir senhora?
— Um lugar bem longe do hotel por favor.
— Como desejar.
Neste momento eu queria tudo, eu queria desaparecer e queria sair o mais depressa daqui. O quanto antes eu terminasse a reunião amanhã mais depressa sairia deste país, era algo que eu queria e era algo que eu estava destinada a fazer.
Enrique dirigiu o carro para perto de uma praia e logo me coloquei sentada na pedra de costas para o mar. Eu precisava respirar, eu precisava me acalmar pois Leandro não me deixou fazer isso nem um só segundo.
— Se quiser desmarcar a reunião podemos regressar agora a Barcelona. — Enrique se aproximou.
— Não vou fazer isso com ele Enrique seria mau demais tanto para ele, para mim e até para a empresa.
— Claro! Bem....fique o tempo que desejar aqui.
— Obrigada. — retribui a sua gentileza com um sorriso. —Obrigada por deixar-me tudo e virem comigo.
— É o nosso trabalho. — responderam em conjunto.
...
( 11 de janeiro)
Era um novo dia, estava até bastante calor para ressaltar, a diferença de tempo entre Buenos Aires e Barcelona era enorme.
Faço minhas higienes,procuro....uma....duas....três....
quatro...cinco peças de roupa e nada, apenas a última e sexta peça de roupa escolhi. Era a mais prática e digamos que este vestido de ganga me aventava bastante bem.
Busquei um salto alto, arrumei minha bolsa e meu cabelo e logo parti para tomar o meu pequeno-almoço. Espero que desta vez ninguém me atrapalha-se isso seria terrível.
— Tem cerejas e mirtilos há que bom.
Eu amava estas duas frutas, nenhuma delas podia faltar em meu cardápio. Isso seria devastador para todos que me conheciam.
Arrumei uma mesa para mim ao ar livre e sentir a brisa fresca era uma das melhores sensações que alguém podia sentir. Trazia uma paz interior imensa. Telefonei novamente para casa e desta vez quem atendeu foi Rute me avisando que todos haviam ido ao Zoológico com as crianças.
Ninguém me havia avisado por mensagem....comecei a sentir-me como uma idiota autêntica. Agradeci da mesma forma pela informação e logo desliguei e continuei o meu comer. Era o melhor que eu tinha para fazer neste momento.
Não demorou muito para entrar novamente no carro em direção a casa de Nunez e telefonei para S/n. Ela estava feliz, todos estavam felizes sem mim, talvez eu até não fizesse mais falta. Teria que de alguma forma mudar isto tudo.
Eu me sentia totalmente impotente. Logo chegamos a casa e digamos que não era uma simples casa, era um casarão imensa.....para ser sincera era mais uma mansão.
— Bom dia o que deseja? — a governanta atendeu a porta.
—O senhor Nunez tinha uma reunião comigo. Pode dizer que Natasha Torres está aqui para o ver?!
— Claro um momento. Pode entrar.
A casa era enorme, duas escadas em cada lado do all de entrada, uma mesa de centro com um vaso de flores e um enorme acesso a todos os cómodos pela parte de trás.
Era até maior do que a casa de António em Barcelona e a casa do Algarve, não podia dizer isto a António.....ele meteria na cabeça que teria que fazer ainda maior.
— Pode entrar, ele está no escritório. Segunda porta á esquerda.
— Obrigada.
Andei pelo enorme corredor e logo bati em sua porta. Nunez era simpático e bastante comunicativo comigo, sempre o foi e não deixará de ser do dia para a noite.
— Que bom que nos reencontramos novamente após dois anos Natasha. — me cumprimentou. —Desculpe afastá-la da sua família é que neste momento não posso mesmo sair daqui.
— Compreendo. Bem....eu vim falar sobre o novo investimento da empresa que já queremos fazer há bastante tempo.
— Abrir mais filiais de lojas pelo país para começar correto? Li o email com todos os pontos.
— É! Era isso, aqui estão os pontos estratégicos que eu em conjunto com o meu pessoal fizemos....as mais importantes lojas serão em Madrid e em Sevilha.
— Ótimo, ótimo. Podemos fazer do género da de Barcelona ou diferente, mas com as mesmas paletas de cor. Apenas me diga o tamanho dos espaços e os materiais que usaremos.
— Neste dossiê tem aqui uma lista de tudo.....cada loja em cada cidade e acima de tudo o preço que talvez custará.
— São bastantes cidades! — sorriu para mim. —Mas nada que nós não conseguimos não é mesmo!!
— Além do mais esta ideia de expandir a empresa para mais cidades da Espanha é a melhor, com toda a certeza o sucesso será imenso.
— Espero que sim senhor Nunez!
— Será sim. Tenha esperança nisso.
— Eu sempre tenho, quem não a tem?
— Claro. — retribui o sorriso. —Aceita um copo de vinho, uma água um chá?
— Pode ser uma água obrigada.
— Certo.
Fiquei sentada no sofá enquanto o moreno servia em dois copos a água. Eu estava apreensiva com tudo isto, eu estava até bastante ansiosa para que isto finamente se tornasse realidade e a minha empresa fosse reconhecida ainda mais pelo mundo.
— Que tal levarmos este assunto para outro lugar? — fala maliciosamente.
Dei um tapa na sua mão, mas logo me vi numa situação em que era impossível sair daqui. Colocou sejas mãos nos braços da cadeira e me olhou fixamente, eu não podia chamar ninguém, tanto Enrique como Franco não foram autorizados a entrar dentro da mansão.
— Sei que tem três belos filhos, bem digamos que sei tudo sobre a vida deles. Ferran Torres jogador de futebol, S/n Torres modelo e empresária e mãe de primeira viagem como você e por último, mas não menos importante a pequena Emma. — sorriu para mim né testando. —Ja falei na pequena Emma?
— Tira os meus filhos da tua boca imunda.
Tapa a minha boca com sua mão.
— Aqui não mandas querida. Quem sabe lá em cima no quarto!!!
— ...
— Tenho imenso tempo para ti, somente para ti e ninguém precisa saber disso. Ninguém precisa de facto saber o que aconteceu nesta mansão. Claro que tu não dizeres eu não direi nada, minha boca é um túmulo.
Merda! Eu estava em risco, eu estava aflita e ninguém além de mim podia sair daqui. Se António ficasse sabendo disto ele talvez diria cá tirar satisfações eu não queria nada disso.
Tocar nos nomes dele foi um golpe baixo para ele, foi um golpe baixo para o nome dele e o estatuto que ele apresenta neste país e no mundo. Ele havia-me faltado ao respeito, não conseguia mais trabalhar com homens assim.....isso era impensável.
— Que foi Natasha! Porque achas que eu não autorizei os teus segurança a entrar?! Devias ter sido mais esperta nesse aspeto.
— És assim com todas? — o encarei.
— Não te interessa, além do mais posso fazer-te mais feliz do que António está a fazer-te neste momento, posso levar-te ao paraíso em segundos basta apenas me dizeres as palavras mágicas querida.
— Me larga.
— Não!!!!! Não deixarei fugires de mim.
— Eu não quero. Eu amo apenas um homem, é esse homem para quem eu quero voltar a ser feliz e não contigo. Tu não prestas!
— Serás minha e não mais te deixarei sair daqui, ninguém te conseguirá salvar.
Cuspi em sua cara e corri o máximo que consegui. O moreno conseguiu me apanhar a poucos metros do seu escritório e me levou para um quarto, eu não queria aquilo e meu único meio foi apenas gritar, talvez os seguranças ouvissem os gritos.
Me agarrou e comecei a beijar o meu pescoço forçosamente, aquilo era terrível. Tentei me desenvencilhar, mas fui feita ao chão fazendo com que batesse de leve com meu cotovelo na estante.
Não demorou muito para Enrique e Franco me acharem, arrombaram a porta e ambos partiram para cima dele. Eu estava aterrorizada, me senti como um autêntico lixo descartável nesta situação.
A partir deste momento nossas relações e qualquer tipo de envolvimento futuro com a empresa estava cortado.
— Senhora venha vamos.
Enrique falou e passado trinta segundos consegui olhar para a sua cara enquanto Franco fazia queixa dele para as autoridades.
— Senhora!!
— Sim?!
— Venha vamos voltar para o hotel buscar as coisas e voltar a Barcelona.
— Tudo....tudo bem...
— Vamos. — Enrique me segurou. —Franco vem!!!
— Vou já.
Entrei no carro e meu único meio foi apenas me encostar no vidro e chorar. Nunca pensei ter que passar por isto novamente, nunca pensei que alguém em quem depositei toda a minha confiança me havia feito isto.
Não demorou muito para Franco chegar e logo Enrique deu partida no carro. Eu queria esquecer tudo isto e não contar a mais ninguém o que de facto havia-se passado aqui. Tanto Franco como Enrique não paravam de olhar um para o outro, talvez tentando perceber se de facto deveriam contar para Lopez o que acabou de acontecer.
— Senhora! — Franco falou.
— Não quero falar Franco e muito menos quero que todos saibam o que acabou de acontecer aqui estamos entendidos?!
— Claro. Não contaremos a ninguém esteja descansada.
— Nem Lopez nem António saberão o que aconteceu. — Enrique terminou a frase.
Voltamos para o hotel e Enrique já havia avisado o angar para já ter o jato preparado para quando chegássemos. Era algo bom, não queria nem mais passar um segundo neste país depois do que acabou de acontecer.
Entrei novamente no carro e olhando todos os documentos relativos á empresa me dei conta que havia esquecido o dossiê mais importante na casa de Nunez.
— Droga!
— Tudo bem senhora?
— Esqueci-me do dossiê na casa dele, aquele dossiê era importante.
— Está a falar deste aqui?! — Franco o apresentou. —Eu fui busca-lo ao escritório. Fique descansada ninguém tirará os seus sonhos.
— Não enquanto estivermos aqui. — sorriu Enrique através do espelho. —Bem estamos quase a chegar.
— Obrigada rapazes.
Eles eram como uma verdadeira família para mim, me ajudavam e me protegiam a todos os instantes e horas. Não saberia o que seria de mim sem eles por perto, não importava se tinham de acordar cedo por uma emergência ou sair tarde para casa para fazer a minha segurança.
A valentia deles admirava-me imenso. Se eles fossem embora da minha vida quotidiana eu iria sentir imensa falta deles.
...
Entramos no jato, me ajeitei na poltrona e logo peguei em meu MacBook, o trabalho não poderia parar. O trabalho tinha que continuar e não era um simples acontecimento que faria com que eu me sentisse impotente e fracassado quanto mulher.
Bernardina logo me ofereceu uma taça de vinho e fui tomando enquanto estávamos já decolando.
Até nunca Buenos Aires.
— Seu irmão diz que a empresa está a ir muito bem.
— Que ótima notícia.
— É! De facto é. Além do mais ele diz que quando estiver lá e a senhora não, ele mesmo toma conta de tudo.
— Se for assim a empresa vai à falência! — comentei olhando para eles. —Nunca sejamos como um Vitor!!!
— Sim senhora.
Vitor fazia-me rir, quando estava só ele auto-intitulavasse como CEO da empresa. Ele devia de nascido com um parafuso a menos, mas na verdade não o julgo.....ele estava sozinho e entediado e esta foi a forma que ele arranjou para se entreter.
— Senhora tem aqui gelo! — Bernardina olhou para mim. —Irá fazer-lhe bem ao cotovelo.
Franco e Enrique olharam para mim.
— Ah sim! Claro obrigada Bernardina.
Merda!
Eu tinha que esconder isto. Eu tinha que inventar uma desculpa para quando chegasse em Barcelona, eu tinha que fazer de tudo e mais um pouco para que ninguém além de mim e os seguranças soubessem.
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António Torres
17:55h - em Barcelona
(11 de janeiro)
Desde hoje de tarde Emma havia ficado mais quietinha. Estava preocupado devo admitir e meu maior medo é que ela tivesse ficado doente, acho que Natasha não me iria perdoar se isso acontecesse.
A cada dez minutos vinha ver como ela estava, porém ela continuava na mesma situação e no mesmo lugar, vi sua respiração e estava mais fraca do que tudo. Meus filhos estavam no quarto com Sophia e meu pai havia saído a trabalho.
Droga, eu simplesmente não podia chamar ninguém.
Meu coração começou a bater mais forte, meu corpo gelou e meus olhos lacrimejaram após pegar na pequena e ver que ela estava quente demais, corri o mais depressa para seu quarto e lá estavam eles organizando tudo com a ajuda da pequena Sophia.
— Pai está tudo bem? — Ferran me questionou. —Pai!!
Peguei no termómetro e lá marcava 38°graus, era um início de uma gripe. Droga! Fui tão estúpido em levá-la ao Zoo.
— Vamos para o hospital.
— Ei! Espera. Nos fala o que está a acontecer.
— A vossa irmã.....ela, ela mal consegue respirar e agora está com febre e além do mais ela está quente.
Saímos todos apressados do carro e Ferran foi no carro de trás pois ainda estava ajeitando Sophia na cadeira. Ele nos encontraria no hospital, eu sei disso.
Dirigi o mais depressa possível enquanto S/n por sua vez via se Emma ainda continuava a respirar, ela devia estar obstruindo as vias aéreas com a constipação.
Eu era um pai terrível. Já não mais conseguia tomar conta dos meus filhos e agora acontece isto, eu sinceramente já não sei mais o que possa acontecer nesta família e eu não a queria perder, eu não queria perder algo que demorou para se realizar por mim e por Natasha. Natasha não me perdoaria nunca mais.
...
Chegamos ao hospital! Finalmente!
S/n pegou no bebé conforto e logo entrou fazendo o check-in. Estacionei o carro em condições e logo entrei atrás dela. Eu queria mais que tudo estar perto da minha filha neste momento, talvez daqui a pouco tempo quando Emma finalmente fosse examinada eu telefonaria a Natasha. A morena tinha que saber por mim e por mais ninguém.
— Tio? Prima?! — Thomas apareceu por trás de nós. —Está tudo bem?
— Thomas por favor ajuda ela....ela tem dificuldades em respirar.
— Claro venham, vou vos levar á pediatra de plantão. Ela é a melhor confiem.....Emma ficará em boas mãos.
— Obrigada priminho. Vou lá fora telefonar para o Vitor, ele precisa saber. Talvez Ferran já tenha falado com o vovô.
— Claro obrigada.
Eu estava apreensivo, eu estava com medo eu estava com tudo e mais alguma coisa imaginável na minha cabeça. Ficamos mais um pouco na sala de espera da pediatria e logo somos chamados, eu não estava nem conseguindo falar neste momento.....eu sentia-me culpado demais.
Abri o jogo com a médica e Thomas estava junto a mim, foi até melhor. Logo Emma foi examinada e por um check-up inicial era um quadro de gripe....menos mal.
— Precisamos fazer mais exames mas a princípio é isso mesmo.
— Obrigada.
— Bem, tem um quarto disponível para vocês.....uma enfermeira irá lá ter para fazer os exames. — é Thomas. —Venha tio eu o acompanho até lá.
Entrei no quarto com a pequena e logo com todo o cuidado do mundo Thomas colocou Emma no berço. Eu estava desesperado, nunca nenhum dos meus filhos tinha passado por uma gripe tão novo, porém com tudo acontecendo nem dei atenção ao tempo.
Me sentei na poltrona e logo vi S/n entrando no quarto junto de Ferran e Sophia. Droga! Eu havia feito uma asneira da grande.
— S/n! Se Emma está assim é melhor termos em atenção ao Matheus também. Pedri está com ele certo?!
— Sim! Quer que o chame aqui para fazer exames?
— É melhor sim, eles são pequenos e as defesas deles ainda são muito baixas.
— Tudo bem. Pai, Vitor está a vir para cá agora.
— Ok! Obrigada.
As horas iam passando e Ferran e S/n já haviam ido para casa. Matheus estava bem, porém tanto S/n como Pedri teriam que o vigiar pelas primeiras 24horas....Ferran levou Sophia para casa para descansar e neste momento quem estava comigo era Vitor e meu pai.
Merda! Eu ainda não havia telefonado a Natasha.
Sai do quarto, peguei no meu telemóvel e procurar ela no meio dos meus contactos era a pior coisa do mundo.
Não demorou muito para ela atender....tentei ao máximo explicar tudo e que Emma estava doente com uma gripe, bom....pelos suspiros da morena pelo telemóvel vi que ela se encontrava totalmente chateada comigo.
— Estás já no jato certo? — tentei aprofundar a conversa. —Tudo bem, aqui estaremos até amanhã á tua espera.
Missão 99% concluída pois ela havia ficado 1% chateada comigo.
(12 de janeiro)
09:00h - do hospital a casa
Estava na poltrona! Estava exausto, passei simplesmente toda a noite dedicado em vigiar a pequena....apenas há duas horas atrás tinha tirado um pequeno sono.
Olhei para a pequena e ela aparentava estar melhor. Ainda bem, talvez daqui a poucos minutos Natasha chegasse....Lopez havia-me informado que ela já havia pousado.
— Amorzinho! Me perdoa sério, eu não fiz por mal eu juro. — tentar me desculpar? —Natasha.
Ela nem olhou para mim. Merda! Ela estava furiosa comigo e neste momento o que ela mais queria era saber da sua filha....bom, não a julgo por isso. Emma para ela era mais que uma filha, era um anjo vindo para alegrar a vida dela.
— O que aconteceu.
Ela não olhava para a minha cara.
— Nós fomos ao Zoo ontem pela manhã e estava fresquinho, mas confia em mim, ela estava bem aquecida. Talvez no momento da troca da fralda ela tenha apanhado o resfriado eu não sei.
— Tu trocaste a fralda da nossa filha na rua? Perto daqueles animais?!
— É! Bom....mais ou menos assim.
Não adiantava em nenhum aspeto eu estar a desculpar-me com a burrada que eu havia feito. Eu estava ciente dos problemas que causei e de como Natasha não mais olharia para a minha cara.
— Onde estavas com a cabeça? Não tinha uma casa de banho pelo menos.
— Estávamos longe.
— Tia! Que bom que chegou. Emma já pode ir para casa, os novos exame mostraram uma melhora significativa e aqui tem também os remédios que ela terá que tomar.
— Obrigada Thomas. — intervi. —Precisamos assinar a alta certo?!
— Sim! Quer vir comigo enquanto Natasha a arruma coma enfermeira?
— Sim!
Eu estava triste. Não sabia o que era mais complicado neste momento do que Natasha ainda estar mais chateada comigo, talvez ela levasse Emma para casa de Vitor novamente. O moreno passou as duas horas e meia aqui no quarto agarrado á pequena mão de Emma, ele a amava demais.
Fui na receção assinei os papéis, mas quando voltava para o quarto encontrei minha irmã no caminho. Bem....mais um problema para mim, ainda não havíamos falado desde o início do ano sobre tudo.
— Senhores. Thomas aqui tens o relatório do fim de semana e o senhor, senhor António iremos ter uma conversa bem assente mais logo.
— Tudo bem Glória! Eu mereço.
...
Entrei no quarto e Natasha já estava de saída com a pequena. Dei-lhe os papéis e logo fiquei um pouco com Emma amarrando no bebé conforto. Despedidas nunca foram para mim, Natasha voltou mais cedo por causa deste problema, por causa das idiotices que fiz.
Não me reconfortava em nenhum aspeto tudo isto.
— Posso levar-vos a casa?
Minha pergunta a surpreendeu e logo olhou para os seus seguranças.
— Podes.
— Está tudo bem?
— Sim! Porque não estaria, vamos não quero colocar a Emma ainda pior neste corredor de hospital.
— Claro. Vá vamos.
Descemos de elevador e logo entramos no carro. Durante todo o percurso Natasha não dirigiu uma palavra sequer para mim, apenas estava concentrada na pequena.
Não a julgo, Emma neste momento era a pessoa mais importante na vida dela, não tinha ciúmes e muito menos passaria como um idiota.
Eu tinha medo, tinha medo que Natasha de último momento e depois que foi para a Argentina tivesse pensado em me deixar. Isso seria terrível para todos nós, nossos filhos a amavam demais e se ela nos abandonasse era até terrível.
Logo chegamos e Natasha abriu a garagem com a chave automática que tinha. Subimos de elevador e logo entramos em casa....Vitor estava á nossa espera e já havia feito o pequeno almoço.
— As coisas da nossa filha?
— Estão lá em casa, não tive tempo de pedir a ninguém para as trazer....eu mesmo posso trazer se quiseres!
— Não precisas, eu peço ao Enrique ou ao Franco para lá irem.
— Natasha.
— Para.
— Bom...estou aqui de vela. Bem pequena vamos te ajeitar no berço aqui na sala. — Vitor carregou ela no colo. —Façam de conta que eu não estou aqui.
A dirigi para a cozinha e fechei a porta. Eu queria uma explicação do porquê de ela agir desta forma comigo, eu queria saber o real motivo pois o primeiro ou lá em que ponto estava eu já sabia.
Ela me culpava por não ter tomado melhor conta da Emma.
— O que se passa contigo? — a vejo tirar gelo. —Amorzinho. Que mancha é essa no cotovelo?
— Nada!
— Natasha não sabes mentir, me diz porra. Alguém te machucou não foi? Eu acabou com a vida da pessoa.
— CHEGA! Não sabes resolver as coisas a bem e partes para a violência. Que homem és tu que não consegues encarar os problemas.
— ...
— Eu apenas caí era isso que querias ouvir? É! Eu caí no banheiro, melhor para ti.
— Não acredito nisso. Algo se passou na Argentina, estás diferente eu sei disso.
— Nada se passou.
Ela mentia. Ela não conseguia mais fazer-me isso, quando ela mentia ela olhava para todos os lados menos para os meus olhos, depois de tantos anos com ela eu aprendi a codificar os seus olhares.
— Natasha!
— Chega, agora o que eu quero é estar com a Emma, vai para casa. Vai!
— Não podemos ficar assim, não podemos ficar simplesmente sem falar um com o outro. Isso não é justo!
— Sabes o que não é justo? É tomares decisões que prejudiquem as outras pessoas, é colocares a vida da tua filha em risco. — virou novamente para mim. —Emma tem apenas 4 meses!!!
— Eu sei disso. — respondi no mesmo tom.
— Parece que não sabes afinal.
...
(...)
António -flashback agosto de 2023
Fazia hoje 8 meses, 20 dias e 15 horas que Natasha estava grávida. Eu estava completamente feliz com isso, minha alegria foi sempre ter filhos com ela e esse sonho finamente se realizava.
Ajeitei minha camisola, entrei novamente no quarto e vi a morena colocando seus brincos em frente ao grande espelho. Droga! Ela estava irresistível.
— Já te disse que estás mais bela que o normal? — a abracei por trás acariciando suas barriga.
— Dizes isso todos os dias, S/n e Ferran até já decoraram isso quando me vêem.
— É porque de facto és. Ah amorzinho és a mulher da minha vida, eu irei vos proteger custe o que custar. Vocês são importantes para mim.
— Ah Torres eu também te amo. — bate levemente em meu peito. —Agora se me deres licença eu tenho que ir para a empresa.
— Vou contigo, deixo-vos lá. Quero me certificar que estão seguras.
— Tudo bem Torres!
(...)
Eu havia estragado tudo. Natasha voltou a virar as costas para mim e logo Vitor aparece na cozinha tentando entender se iríamos parar com a nossa discussão. A morena saiu em passo apressado pela porta fora e foi em direção à sala, agradecia a Vitor e me despedi do moreno e logo sai de casa.
Natasha não olhou um só minuto para a minha cara. Eu merecia isso, eu estava errado, eu está distraído.
Voltei para o carro e poucos minutos depois encontrava-me em casa. Meu pai estava na cozinha e logo o cumprimentei, subi para o quarto e me fechei lá dentro. Eu não queria falar com ninguém, eu encontrava-me chateado até comigo mesmo.
Deitei-me na cama, peguei em meu travesseiro e o coloquei em frente da minha cara, tentando de alguma forma abafar os pensamentos ruins que aqui existiam. Minha mente estava num turbilhão imenso, meu coração estava machucado e meu corpo nem sabia onde se apoiar.
Passei os mais de trinta minutos no quarto, tomei banho, vesti um pijama bem quente e desci as escadas. Meu pai já se encontrava na sala bebendo o seu chá, ele amava chá de cidreira.
— Está tudo bem? Chegaste mais para lá do que para cá.
— Acho que meu casamento se destruiu. Natasha não quer mais olhar na minha cara, voltou da Argentina diferente e ela tem....
— Ela tem o quê?
— Ela tem um machucado no cotovelo, ela diz que caiu no chuveiro mas eu não acredito nisso.
— Se ela o diz tens que acreditar porque ela iria mentir sobre isso? — meu pai pousou a chávena.
— Porque eu a conheço pai, eu conheço a minha mulher, quando ela mente ela olha para todos os lados menos para a minha cara.
Meu pai suspirou e logo se levantou. Acho que esta era a resposta que ele não queria ouvir, eu não tinha idade dele e muito menos a sabedoria dele para lidar com estes problemas. Se meu avô Matheus estivesse aqui tudo isto não estava acontecendo, ele conseguia resolver qualquer problema.
Glória adentrou em casa e logo veio na minha direção, talvez na intenção de que eu lhe explicasse o que estava acontecendo na minha vida. Eu simplesmente não conseguia fazer isso.
— Tu sabias desde o início não sabias? Me fala porra!!!! — ela estava exaltada.
Me coloquei em pé.
— Sabia que Sebastian podia ser teu filho desde o princípio e mesmo assim isso não incomodou um pouco. Ele passou três dias na nossa casa lá no Algarve, ele falou contigo.
— ...
— Tu não consegues assumir os teus erros. Tu deitaste-te com uma empregada! Tu és doido? FALA MERDA!!!!
— Sabia! Sim, sabia desde o inciso queres que eu faça o quê? Que admitisse para todo o mundo que ele era um filho bastardo? Um filho fora do casamento? É pois é me lembrei agora o mundo já sabe.
Me deu um estalo.
Nunca havia levantado a voz para a minha irmã e este foi a primeira vez que isso havia acontecido, me senti um monstro.
— As tuas atitudes infantis no passado fizeram com que agora todo o mundo olhasse com uma outra cara para o homem mais importante no mundo dos negócios. Fizeste com que o sobrenome da nossa família se manchasse de vez!
— GLÓRIA! ANTÓNIO!!! — nosso pai interveio. —Chega vocês os dois. Glória, vamos parar por aqui teu irmão sabe do erro que comentei e está a tentar colocar um ponto final nisto. E tu António que seja a última vez que eu te ouça a altear a voz para uma mulher estamos entendidos?
— Sim pai. — minha irmã respondeu.
— António!
— Sim pai entendi.
— Posso não ser a vossa mãe para vos puxar as orelhas, mas eu sou vosso pai. Eu sou aquele que tenta de tudo para não ir abaixo quando tudo aperta, ainda mais depois da morte dela.
Nós tínhamos sido uns completos estúpidos. Olhamos um para outro e vimos a burrada que havíamos feito. DROGA!!!
O passado nos veio assombrar.
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