62
I'll sit and watch your car burn
With the fire that you started in me
But you never came back to ask it out
Go ahead and watch my heart burn
With the fire that you started in me
But I'll never let you back to put it out
• Watch — Billie Eilish •
___________________________________
Frase do Capítulo:
-Como simples palavras podem magoar uma pessoa.
Natasha Torres, 2024
💄💋⚽️
Natasha Torres
11:20h - no evento
Eu estava bastante ansiosa devo admitir, eventos eram algo que demandava bastante da minha pessoa e com pouco tempo que eu tinha durante o dia era até impossível que eu conseguisse fazer o evento hoje, porém com a ajuda de todos o foi possível.
Eu amava a minha empresa, agradeço todos os dias por Deus me prove tudo de bom na vida.
Meu pai com toda a certeza estará bastante orgulhoso de mim, foi ele o único que me incentivou quando pequena, foi apenas ela que sempre me encorajava a todos os instantes e horas em confiar e continuar os meus sonhos.
Tanto eu como meu irmão temos um orgulho enorme nele, não passamos um dia de nossas vidas que ambos não estejamos falando dele. Vitor tinha simplesmente saído ao nosso pai.
Tudo era perfeito!
Estava já no carro a entrar para o local do evento e apenas existiam os carros dos funcionários do local e alguns da empresa a tratar dos últimos pormenores. Tudo tinha que sair bastante bem, nada podia dar errado hoje.
— Vem hermanita! Já chegamos, aliás não fiques nervosa tudo vai correr bem.
— Tu não estavas em casa?
— Cortei caminho! Tenho os meus dotes, agora vem quero a minha sobrinha.
— Ela está a dormir e se a acordares vais-te ver comigo seu chato.
— Não sou chato apenas sou....
— Chato!
— Ah tudo bem venceste hermanita! — beija minha testa.
Vitor era perfeito, com todo o cuidado do mundo tirou Emma do bebé conforto e logo a colocou no carrinho. Vitor era uma dor de cabeça enorme para mim durante o dia, mas no fundo ele era um querido e só queria saber se eu estava segura.
Travei o carro e logo vejo toda a família chegar ao mesmo tempo. Eles tinham mesmo combinado isto? António foi o último a chegar com seu pai no mesmo carro, o moreno sempre gostava de aparecer e dar nas vistas.
— Mamãe Natasha! — Sophia e Levi em abraçaram. —Trouxemos um presente para a senhora. — acrescentou o pequeno.
— Foi difícil achar mamãe, tiveste desde ontem de manhã tentando decidir depois do treino do Barcelona.
— Que fofinho meninos! Muito obrigada.
Os abracei e logo abri a linda caneta que elas me haviam dado, digamos que esta era um caneta cara, mas sempre tinha um toque deles. Eles sempre conseguiam tornar o simples em algo vistoso. Suas iniciais estavam na caneta. Eu achei tão fofinho pela parte deles.
Cumprimentei todos e o evento pôde começar. Devo confessar que com tantas pessoas perto de mim não tinha como eu me sentir sozinha, digamos que eles eram e sempre serão parte da minha evolução enquanto mulher.
— Estás a gostar mamãe? — S/n me procurou no bar. —Papai está orgulhoso de ti.
— Foi ele que te mandou dizer querida?
— Porque dizes isso?!
— Eu conheço-vos tão bem querida, já não me conseguem esconder nada.
— É por outras palavras ele me disse antes de sair da casa, ele te ama e está a tentar de tudo para mudar e ter-te de volta no dia á dia dele.
— Neste momento eu apenas sou um peso na vida dele!
— Não digas isso mamãe, papai te ama.
S/n sempre tentava ver o lado positivo das coisas, nem sempre isso era eficaz e nem sempre isso era realizado.
Não gostava nada de mentir, porém, sim, eu sentia bastante a falta de António, do seu sorriso, das suas piadas, do seu toque e do seu cheiro de perfume que digamos, era perfeito.
Nós apenas éramos HUMANOS!!!
— O que as mulheres mais lindas na minha frente estão falando? — Ferran me abraçou pelo ombro. —Tudo bem por aqui?
— Tudo porque não estaria?
— Nada apenas quero as convidar para dançarem comigo.
— Dançar Ferran? Nunca quiseste dançar comigo e agora lembraste-te?!
— Sempre tem uma primeira vez maninha, agora venham me façam companhia Sira está cansada e não consegue.
— Chato!
— S/n, modos querida.
— Claro mamãe, vamos lá dançar os três venha.
Eles tinham o meu coração na minha mão, eles tinham algo meu que nem mesmo eu sabia. Eles conseguiram ver em mim o que mais ninguém conseguiu, sua PUREZA e sua GENEROSIDADE era algo estonteante.
Eu rolava em sonhos junto deles.
Dançar com eles estava sempre um dos meus melhores momentos com eles. Ferran sempre me alegrava e sua irmã com seu carinho me faziam aconchegada na família, desde pequenos eles me amaram.....o primeiro segundo que meus olhos tocaram nos deles foi perfeito.
— Filhos! — António murmurou. —Posso?!
— Claro! Boa sorte mamãe.
Eles com toda a certeza tinham combinado isto é impossível que isto fosse na maior naturalidade do mundo.
— Está tudo perfeito amorzinho. Parabéns! — começamos a dançar juntos.
António me puxou para perto dele, agarrou minha cintura e juntou nossas caras uma na outra. Eu sentia o seu coração se regulando com o meu enquanto nossos pés faziam os simples passos de dança.
— Obrigada Torres. Como está tudo sem mim?!
— Vazio, a cama parece maior agora que te foste. Já não mais ouso o choro da Emma e isso me mata por dentro. Eu vou tentar mudar eu prometo-te isso.
— Esse assunto agora não Torres por favor.
— Tudo bem cariño!
A música ia continuarem e as pessoas começaram a olhar bastante para nós os dois, especialmente o pessoal. Ferran e S/n não paravam de sorrir e pensando...."Será que vencemos?" com toda a certeza isso, eu tinha a absoluta certeza disso.
Os olhares deles não enganavam nem um pouco e não seis agora que isso iria acontecer. Eu me sentia um pouco desconfortável tão perto de António depois de tudo o que ouvi e descobri que era verdade.
Isso era muito doloroso.
A música havia acabado e tive que arranjar uma desculpará para sair de perto dele, a única coisa que me tinha vindo há mente foi que eu precisava ir ao carro. Isto estava certo? Eu tinha medo que tivesse forçado bastante a barra com o moreno.
Fui ao estacionamento, cheguei perto do carro e logo suspirei fundo. Enrique e Franco sempre vinham atrás de mim estavam a poucos metros de mim, porém eles sabiam que eu estava completamente de rastos com tudo isto.
Era demais até para mim.
— Olha quem eu trouxe aqui para te animar o dia!! — Vitor veio com Emma ao colo. —Vês pequena mamãe precisa de carinho teu.
— Vitor agora não por favor.
— Eu vi! Eu vi que estavas desconfortável com ele perto de ti. Eu sinto muito que tenhas que ultrapassar isto hermanita.
— Não faças isso Vitor, não me abraces e fiques tenso a Emma percebe.
— Ah desculpa aí pequena! — sorriu para ele.
Busquei o brinquedo de Emma que estava caído no banco do carro e logo voltamos para dentro. O tempo em Barcelona estava bastante chuvoso e eu detestava em inúmeros aspetos isso, não dava para fazer praticamente nada.
— Natasha! — Abigail falou desde o palco. —Esta na hora. — acrescentou sorrindo.
— Vai hermanita! Força aí.
— Vai mamãe!!! — S/n grita e logo todos me parabenizam.
Subi ao palco e vi todos olhando atentamente para mim, mesmo eu estava do neste estado eu tinha que ser outra pessoa quando falava em nome da minha própria empresa. Os problemas em casa não podiam afetar em nenhum aspecto a minha situação na empresa. Isso será catastrófico para ambas as partes.
— Bom dia a todos e sejam muito bem vindos ao evento de lançamento da nova coleção e última coleção de inverno.
...
Eu estava nervosa, até mais que no primeiro evento que realizei. Não sabia o que se passava comigo ultimamente, mas estas notícias todas não me haviam feito nada bem.
— As peças em questão já as poderão ver em primeira mão e eu tenho tanto a agradecer por este sonho se tornar realidade. Carlos e sua equipa de Marketing, Sabrina e sua equipa de confecção e especialmente a todos os diretores de cada setor da empresa e aos funcionários por trabalharem arduamente para que tudo isto seja tornado verdade.
Ufa, consegui dizer algo quase sem respirar.
— Da para notar que hoje estou nervosa, mas isso já irá passar tenham calma.
Todos riram.
— Vai mamãe tu consegues. — é Ferran.
— Eu queria chamar ao palco alguma pessoa que me é bastante querida e que daqui em diante teremos um projeto em conjunto.
Vi S/n sussurrando com as meninas.
— S/n! Querida vem aqui. — a morena subiu ao palco. —Ontem ela me propôs para em conjunto fazermos uma parceira. O projeto ainda está me nossas mentes, todavia eu tenho a absoluta certeza que ela sairá do papel num tempo estimado de dois meses.
— Bem....que nervos nossa. O projeto em si consiste numa mala pequena de festa, lá conterá maquilagens na hora da compra e após isso será como uma bolsa normal que poderão ser tirados os suportes onde continham a maquilhagem.
Todos ficaram bastantes surpresos e felizes com a ideia enquanto estava a ser mostrado no grande ecrã de como seria na vida real a bolsa.
Eu confia 100% em todas as pessoas da empresa e com toda a certeza dariam o máximo de si para que este projeto fosse realizado.
— Em questão á maquilhagem, será a nova linha que sairá no começo da primavera. Uma parceria em tanto!!!
A morena colocou todos a rir.
— Parabéns! — aparece Sebastian batendo palmas. —A vossa hipocrisia ganha em todos os níveis, especialmente a tua não é pai?
Não acredito que ele tinha falado isto no meio te tantas pessoas presentes. Ele não tinha o direito nem de estar aqui e muito menos agir desta forma num evento da minha empresa.
Eu não havia feito absolutamente nada para ele, todavia acho que isso já não mais importava para ele, pois o Sebastian que eu conheci não era assim, nunca o seria e digamos que sua mãe o havia moldado do jeitinho perfeito para atacar neste momento.
— Depois de 21 anos podemos dizer que te encontrei? Sempre pensei que estivesses morto, além do mais quando estava lá alojado na vossa casa no Algarve o senhor e eu falamos na maior tranquilamente. Tu sempre soubeste que eu podia ser é mesmo assim conversavas comigo na sem nem te importares com isso. — os seguranças o seguravam. —Me larguem!!!
— Tirem ele daqui.
— Não! Ainda vão ouvir muitas mais, o senhor deixou a minha mãe grávida e não mais quis saber nem se importou quando pensou em que talvez tinha um filho fora do casamento, eu posso ser o mais novo que o seu primogénito porém eu posso até ter mais cabeça do que ele.
— Seu filho da mãe. — Ferran queria partir para cima dele. —Não fales dessa maneira comigo.
— Eu sempre fui aquela criança que na escola era excluída por não ter um pai presente, no dia dos pais fazia sempre trabalhos para a minha mãe.....ela conseguia ser as duas coisas já que o senhor nem isso conseguiu fazer. Podes desmentir tudo o que eu estou dizendo aqui, mas ambos sabemos que tanto eu e o senhor somos pai e filho.
— Não somos não. Sai daqui! Lopez, Enrique o tirem daqui á força. — António estava inevitavelmente irritado. —Agora!!!!
— Parem!
António me olhou com reprovação, eu não queria piorar mais esta situação, eu não queria causar uma imagem ainda pior da nossa família. Isso seria até catastrófico.
— Sebastian. Não podias ter esperado?! Podíamos ter conversado civilizadamente.
— Civilizadamente o cacete! Ele não me ouviu e agora irá ouvir e das boas, ele não tinha o direito de esconder isto e pelo que a minha mãe contou "meu pai" sempre estava com receio e pagava para ela ficar calado, ele e a minha avó Aurora!
— Não fales dela. — Ferran se irritou mais uma vez. —Sai daqui antes que eu mesmo te coloque á força daqui para fora.
— Não tenho medo de nenhum de vocês e muito menos de ti Ferran. Achas-te o menininho do papai só por seres riquinho e teres tudo o que queres na hora que queres, na minha terra tinha-se que trabalhar para conquistar o que tenho hoje. Não como tu que ja nasceste num berço de ouro.
— Chega vocês os dois! Por favor senhores.
— A ausência de um pai presente na minha vida sempre me magoava, fui sempre aquela criança que sempre tinha receio de tudo e digamos que eu sofri bullying porque não me encaixava em nenhum grupo. — começou a chorar. —Existiu uma época na minha vida que eu me culpava por ter nascido, eu sempre pensei que fui eu a razão de meu pai a abandonar, mas na realidade descobri agora que meu pai sempre foi um babaca e não assumiu os seus próprios erros. — acrescentou ofegante.
— Senhores por favor.
— Eu não tenho medo de ti e se algo me acontecer todas as pessoas aqui presentes podem ter a certeza que foi um destes dois senhores que causou isso.
— Já terminaste? Que bom, vai embora agora.
— Enrique, Lopez por favor o acompanhem.
— Claro!
Eu estava totalmente chateada com a atitude de todos, isto não devia ter acontecido e muito menos António tinha o direito de falar assim com um jovem. Quem não o diz que de facto Sebastian é seu filho??
O evento foi continuando, mas ninguém era mais o mesmo. As meninas estavam no seu canto e os meninos ficaram na parte do bar também conversando. Emma e Matheus já tinham adormecido ambos nos carrinhos e eu sem saber o que fazer apenas me limitava a olhar para todos encostada ao sofá.
— Amorzinho! — António veio ter comigo. —Ei.
Sai de perto dele e logo Sira me chamou para perto delas, digamos que elas sabiam de facto o que estava a acontecer no meio desta confusão toda e arruinar um evento tão importante para a empresa foi 100% completado.
Nem nos meus dias mais difíceis imaginei que isto fosse acontecer.
💄💋⚽️
Aurora Narrando
16:20h - da empresa a casa de S/n
Natasha estava totalmente destruída, já tinha ido a casa comer e logo voltou para a empresa com Vitor. Depois de tudo o que aconteceu S/n quis ficar a cuidar da sua irmã e de seu filho, isso era o mínimo que a morena podia fazer neste momento.
Seria auto-destrutivo se Emma tivesse que pressentir tudo isto em Natasha. A pequena não tem e nunca teve a culpa que isto esteja a acontecer connosco.
Fazendo o seu trabalho a morena se limitava a pensar no quão humilhada ela tinha sido de manhã, nunca pensou que isto fosse acontecer. Todos na empresa a olhavam com outros olhos e tudo parecia um autêntico inferno.
Abigail logo bateu na sua porta e a morena a deixou entrar. Com tudo a acontecer ela tinha que ser a mais paciente possível mesmo que isso lhe doesse enormemente.
— Senhora, seu marido mandou avisar que daqui a pouco está aqui com Duarte e Ferran para falar sobre o que aconteceu.
— Diz para ele voltar. Não quero falar agora.
— Senhora estão quase a chegar, não posso simplesmente....
— Tudo bem Abigail obrigada, apenas estás a fazer o teu trabalho! Obrigada pela informação.
— De nada. Bom até mais.
— Até!!! — sorriu ligeiramente.
António estava mesmo disposto a tudo para me tirar do sério no começo deste ano e só íamos a nove dias do começo de 2024. Este seria um ano terrível, um ano totalmente para esquecer e um ano de autêntica tristeza.
O moreno apenas só via o seu lado, nunca se interessou verdadeiramente com o que eu sentia quando ele agia desta forma. Era até de uma certa forma terrível ver que ele prometeu não agir desta forma, mas no final está a acabar por ser.
Eu precisava estritamente de uma pausa no meio de tudo isto, porém eu não podia deixar nem Emma, meu irmão e muito menos Ella e Levi sozinhos. Eles eram importantes e depois de tudo a morena ainda sempre me procurava para ainda consertar os seus cacos.
Tudo isto era terrível.
— Senhora! Eles chegaram.
— Já?! Ok Enrique obrigada.
Seria uma agulha deitada no palheiro falar com António, o moreno não iria querer ver o meu lado e com toda a certeza fazia isto para me provocar mais e mais. Depois do fora que eu lhe dei hoje mais cedo ele devia estar furioso e até bastante chateado comigo.
Sai da sala com meu telemóvel na mão e logo os direcionei para a sala de reuniões. Não sabia o intuito de tudo isto, mas ver que tanto Enrique como Franco foram chamados para a reunião junto com Lopez e Miguel me magoava por dentro.
António com toda a certeza ia descarregar neles a culpa de deixar Sebastian passar e fazer o maior escândalo.
Eles não tinham a culpa! Droga!
António não iria entender isso.
— Porque os chamaram aqui?
— Mamãe tem calma!
— Calma? Ok tudo bem.
Me sentei totalmente frustada.
— Eu quero saber quem é o responsável de o deixar entrar. Um de vocês os dois estava a fazer a guarda do portão.
— ...
— Nenhum dos dois quer me dizer é isso? Então estão despedidos.
— O quê? — o questionei chateada.
— Senhor! — Lopez interveio.
— Pai! Não era assim.
— António não comeces, o que nós conversamos.
— Não quero saber o que nós conversamos pai, eles agiram mal em deixar aquele rapaz entrar agora iram sofrer as consequências dos seus atos. Não quero saber de nada, a segurança da família está em primeiro lugar e eles não quiserem saber deixando-o aproximar.
— Ontem também o deixei entrar em casa! Então o senhor terá que me despedir também.
Lopez o fez frente. Ele era bastante corajoso devo admitir, ele conseguia fazer milagres até em momentos difíceis, todavia ver como António estava irredutível não adiantaria nada a conversa.
— Tu não. Não tens culpa, és um dos melhores seguranças e o chefe deles.....eu não posso simplesmente despedir-te!!
— Porque ele não? O que muda de Lopez para o Franco e o Enrique? Só porque eles são meus seguranças pensas que podes fazer o que bem entendes?
— Não comeces com as tuas insinuações Natasha.
— Eu aqui não estou a insinuar nada, apenas estou a fazer uma questão pertinente já que nessa tua cabeça parece que apenas só vez o teu lado.
Me coloquei em pé.
— Mãe para. — Ferran me parou.
— Queres que eu te diga a verdade? É eu tenho ciúmes não controlo e digo mais a partir deste momento vais ter mais do que apenas dois seguranças.
— Só podes estar a brincar comigo.
— Não estou! E já falei depois deste incidente com ele pode até se tornar uma coisa maior.
— Filho! Ei, vamos com calma aqui. Estamos todos ficando exaltados e ninguém precisa ouvir o que se passa aqui.
Raiva!
António estava irreconhecível, nunca o vi agindo desta forma. Depois de tantos acontecimentos em nossas vidas é até natural que de alguma forma agimos de forma até diferente, mas sinceramente isto não lhe dava o direito de tratar as pessoas que não tinham nada haver desta forma.
— Podemos falar na minha sala?
— Claro!!!
Ele tinha que perceber que nada disto tinha que acontecer se ele fosse um pouco mais tranquilo. Abri novamente a minha sala e logo o dirigi para perto da secretária, pois o quanto mais longe da porta estivéssemos melhor seria para nós os dois.
— Tu não podes fazer isso! Enrique e Franco fazem o seu trabalho bastante bem e agora só porque estás chateado contigo mesmo e não consegues arrumar a burrada que fizeste no passado não os podes culpar e nem os despedir só porque bem te entende.
— Não és tu que me irás impedir de o fazer.
— Vou! Eles não tem culpa de nada, Enrique tem a sua namorada e Franco é casado e é pai de gémeos o que queres mais tu hem?
— Eu tenho medo! Tenho medo de te perder para sempre com tudo isto.
— Agindo assim, me perderás com toda a certeza. Agora vamos voltar para lá e vais falar-lhes que ambos não estão despedidos.
— Não!
— É não? Então de vez me perderás se não mudares de atitudes.
— Não podes fugir de mim, não podes simplesmente te afastar como bem entendes e para onde quiseres. Tu sempre irás me pertencer.
— Chega! Para mim já deu.
— Natasha!
— António! — o olhei com raiva.
— Não faças isso, irás te arrepender amargamente.
— Ameaças? Há António, cuidado com o fogo, em algum momento poderás te queimar.
— Chega!
— Não!
Merda!
Ele não estava a saber valorizar nada nesta conversa. Ele estava mais preocupado com a sua reputação do que com o nosso casamento que digamos, iria pelo cano abaixo se ele não mudasse esta atitude infantil.
Sai novamente da sala e avisei para os meus seguranças que ambos não estavam despedidos e muito menos Lopez deixaria isso acontecer. Ele sabia que o seu patrão estava apenas a fazer isto por se culpar.
— Mamãe! Desculpa. Meu pai, ele não está a querer agir da forma correta. — me abraçou. —Nos perdoa por vir aqui te estressar ainda mais. — acrescentou.
— Não tem culpa, vá não fiques assim eu não irei vos abandonar.
— Mesmo?!
— Sim.
Um sorriso por sua parte foi liberado. Me deu um beijo na testa e logo me deixou apenas a mim e Duarte na sala de reuniões, seu avô era a melhor pessoa para contornar esta situação, após a morte de Aurora.
Eu sentia falta dela, perdê-la tão cedo não estava nos planos de ninguém e foi uma dor insuportável. Foi ela que me ajudou em tudo, foi ela que me ensinou a maioria das coisas e agora não mais a tinha a meu lado. Isto era terrível.
— Natasha! — falou e logo nos sentamos. —Desculpa esta atitude do meu filho, ele está chateado com ele mesmo por não conseguir contornar esta situação.
— Não Duarte! Ele apenas não quer ser ajudado é isso.
Eles não me veriam cair não mais. Eu tinha um CORAÇÃO ELÁSTICO!
— É tens razão querida, mas depois da perda da sua mãe tão cedo ele não consegui ser mais a mesma pessoa quando os problemas veem para cima.
— ...
— Era a sua mãe que sempre estava lá nos momentos difíceis com ele. Aurora faz uma enorme falta em todos nós.
Flashbacks vinham na minha cabeça enquanto falava com Duarte. Isto era de fazer chorar.
O carinho que Aurora transmitiu a todos nós ao longo dos tempos foi a maior prova de amor que eu tive de uma mulher. Aurora foi como uma mãe para mim, disso eu devo admitir, era ela que estava lá quando tudo desabava ao meu redor.
— É ela faz tanto meu sogro. Se eu pudesse mudar o passado tudo isto seria diferente!
— É! Todos queríamos isso, todos nós queríamos Aurora nas nossas vidas.
— De facto isso é verdade. Bem....obrigada por tudo Duarte! Tanto o senhor como o Ferran estão a fazer um excelente trabalho em ajudar António!
— Vamos tentando, bem........não irei ocupar mais do teu tempo. Até amanhã querida.
— Até Duarte!
Retornei para a minha sala e continuei o meu trabalho que havia sido interrompido. Eu precisava de me distrair e havia tanto trabalho a ser feito que era até impossível de saber por onde de facto começar em primeiro lugar.
Vitor por outro lado estava mais interessado em apenas atender o seu telemóvel do que de facto ficar na sala e trabalhar com todas as outras pessoas.
Após o moreno olhar para mim, fiz um sinal para ele vir á minha sala. Eu precisava me desculpar com ele por tudo.
— Chamaste hermanita? — se sentou. —Aconteceu algo grave ou fiz algo de errado?!
— Não é nada disso.
— Então?! O que se passa?!
— Quero que fiques com a Emma os próximos dois dias terei que viajar a trabalho. E além do mais peço perdão.
— Dois dias? Está tudo bem mesmo?! Hermanita! Mas perdão pelo quê?!
— Está! Porque não estaria? Além do mais por tudo o que passamos, desde que fui para Portugal bem cedo e te abandonei a ti e ao papai me pesava imenso. Sinto muito, agora neste anos estou remediando tudo isso.
— Vi a família aqui e digamos que o meu cunhado não saiu lá muito feliz daqui é por causa da conversa que tiveram?! Além do mais não te culpes fizeste a escolha acertada.
Eu não iria mentir para ele seria doloroso.
— É Vitor! Por favor não digas nada a António de onde eu irei, por favor.
— Mas para onde?
— Argentina, o investidor da empresa quer resolver alguns assuntos pessoalmente sobre o investimento e como ele fez uma cirurgia á pouco tempo não poderá viajar por isso eu mesma vou lá. É dois dias no máximo, o que de mal pode acontecer?
— Bastante coisas, Emma é traquina tá. Pode trincar o meu dedo novamente, vomitar em mim e até fazer pipi em mim.
— Vitor! — comecei a rir. —Tudo isso terás que ter cuidado além do mais caso tenhas dúvidas ou estejas aflito podes contar com as meninas para te ajudar.
— Podemos ir buscar a Emma agora?! Já estou com saudades.
— Só irei terminar aqui este trabalho já acomunado de á dois dias e já vamos tudo bem?
— Tudo bem! Até hermanita. Te amo.
— Eu também te amo.
Continuei o meu trabalho e duas horas e meia depois finamente terminei. Todos na empresa já tinham ido embora e apenas havia ficado Abigail e Vitor, o moreno era terrível e sempre metia conversa com todos.
Arrumei tudo, peguei na minha bolsa e sai da sala. Descemos no elevador e logo entramos na garagem para o carro, voltar a casa era uma das minhas melhores parte do dia. O aconchego de casa é um lugar sossegado e era todo o que eu precisava.
...
Não demorou muito para chegar a casa de S/n e do Pedri. Ambos estavam em casa e isso era extremamente importante para ela, pois ter dois bebés para cuidar sozinha era de certa forma complicado.
— Natasha! Vitor! Sejam bem-vindos entrem. — Pedri não abriu a porta. —Mavie ei pequena cuidado.
— Então como estão? Emma deu muito trabalho?!
— Nem um pouco, a pequena apenas acordou á pouco para trocar a fralda de resto tudo tranquilo, o mesmo já não posso dizer do Matheus.
— Rapazes dão mais trabalho? — Vitor o questionou.
— Sempre pensei que mulheres davam mais, porém acho que me enganei nesse aspeto!! — sorriu. —Amor! Tua mãe e Vitor chegaram.
— Já vou, um momento.
— Aconteceu alguma coisa com ela? — falei pegando em Emma.
— Apenas um pequeno acidente de crianças. Nada demais. — a morena falou enquanto descia as escadas. —Além do mais tudo bem?! Emma comportou-se como um anjinho.
— Bem vamos deixá-las a sós.
Tudo ficou estranho de um momento para o outro. Pedri pegou em Matheus e logo dei Emma a Vitor que logo foram para a cozinha fechando a porta da mesma. Se S/n não se chateasse comigo eu mesmo estava e eu não a culpava por ela é estar até chateada comigo.
— Está tudo bem?
Nos sentamos.
— Ferran chegou á pouco a casa e me contou o que aconteceu na empresa.
— ...
— Não gostei nem um pouco da atitude de meu pai. Ele pode ter vários defeitos, mas este é sem dúvida o pior deles..........o que eu não gosto.
— Querida não quero colocar-vos nesta situação. O teu pai e eu temos os nossos problemas, não precisam resolver por nós.
— Vocês são nossos pais, quero que ambos estejam felizes juntos já que isso não aconteceu e além do Ansu nem cheguei a dizer o quanto sinto muito pelo que aconteceu lá no evento.
— Não falemos nisso.
— É preciso, se vermos por outro lado, Sebastian tem razão em se revoltar, eu também estaria descobrir que 21 anos viveu numa mentira e que seu pai esteve mais perto do que nunca.
— S/n!
— É mãe posso ser bastante nova, mas compreendo o quanto ele errou em ir lá e falhar aquilo no meio de pessoas que não precisavam ouvir nada daquilo. Nunca vi alguém tão magoado como ele naquele momento, eu já chorei bastantes vezes na minhas vida e me frustei um milhão de vezes.....suas lágrimas foram verdadeiras.
— ...
— Lá no fundo ele teve razão no que disse.
— É ele teve.
Eu estava apreensiva e eu queria-lhe contar que nos próximos dias não estaria presente aqui em Barcelona caso ela precisasse de mim.
— Está tudo bem?
— Amanhã viajarei para a Argentina para falar com o investidor da empresa.
— Ele não pode vir cá? — bebeu um copo de água.
— Teve um acidente e que ser operado por isso se não viajar e eu me dispôs a ir lá.
— Fazes bem mamãe. Além do mais não te preocupes eu tomarei conta do Vitor casal ele precise de mim.
— Era isso que queria ouvir obrigada princesa.
— De nada mamãe.
[...]
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top