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Same bed but it feels just a
little bit bigger now
Our song on the radio but it
don't sound the same
When our friends talk about you,
all it does is just tear me down
'Cause my heart breaks a little
when I hear your name
• When I was your man - Bruno Mars •
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Frase do Capítulo:
-É ruim pensar que estou a perder -te novamente.
António Torres, 2024
💄💋⚽️
António Torres
07:30h - de casa ao clube
O silêncio é tão alto!
Já fazia 96 horas, 5760 minutos e 345.600 segundos que Natasha e minhas filha não estavam perto de mim. Eu definitivamente estava a morrer por dentro de não as ter por perto de mim. Já á quatro noites que dormia apenas quatro a cinco horas por dia.
Meu maior medo e minhas maior dor vieram quando Sebastian apareceu novamente nas nossas vidas, as estragando por completo. Eu sabia que Natasha precisava de um tempo para processar tudo, mas para mim como marido e pai da filha dela me doía imenso não as ver.
Eu sabia que ela estava segura no Loft do seu irmão e também quando ela ia para a empresa. Minha maior preocupação foi sempre cuidar de quem mais amo, por vezes até demasiado.
Elas eram o meu mundo!
Sobreviver agora era uma questão de ética e não apenas fazer. Veronika conseguiu arruinar as nossas vidas novamente, especialmente a minha e depois que minha mãe morreu tudo na nossa família mudou, era ela que muitas vezes resolvia estes pequenos problemas.
Em quatro dias eu havia gastado todas as lágrimas possíveis e imagináveis que um ser humano conseguia, eu até me admirei na quantidade de papéis usei para as limpar. Eu perdi totalmente o controlo, havia partido o vidro do espelho do quatro, e partido o abajur da mesinha de cabeceira quando a raiva vinha ao de cima.
Agora andava de um lado para o outro, talvez tentando indicar para o meu corpo um pouco de paz e tranquilidade, era impossível. Em frente da mesa da sala de estar, coloco meus punhos sob a mesma admirando o sol e o dia bonito que se fazia sentir em Barcelona.
— Senhor não deseja comer alguma coisa? — era a Rute. —O senhor não comeu nada desde ontem á noite.
— Não tenho fome Rute obrigada....aliás, podes tirar o resto do dia! Tanto eu como o meu pai iremos comer fora.
— Tudo bem! Fique bem senhor.
— Eu fico, obrigada pela compreensão. Manda um cumprimento meu ao Dean e ao Steve!!
— Claro! Até mais.
Rute era uma ótima faz tudo aqui em casa, elas nos ajudava em qualquer coisa, era ela que sempre atendia os telefonemas e era ela que sempre fazia a melhor comida já alguma vez imaginada por mim, minha mãe e ela sempre foram muito parceiras na cozinha.
Droga! Não a consigo de forma alguma a tirar da minha cabeça.
— Senhor não o consegui impedir.
Era Lopez me avisando e logo vi Sebastian entrando em casa. Já não bastava tudo isto, tinha agora que vir ele estragar ainda mais a minha vida.....eu iria perder a paciência em qualquer momento deste dia e se não fosse com ele seria com outra pessoa que não tinha nada haver com o assunto.
— Que porcaria vem a ser esta? — apresenta um documento de restrição na minha frente. —Eu não quero saber disto para nada, além do mais quer o senhor queria ou não eu sou seu filho e isso não vai mudar.
— Tu não és meu filho! Nunca o foste e nunca o serás.
— Chega! Eu vou colocar-te em tribunal e vamos ver quem vence no final. O senhor ainda vai morder a sua língua por estar a dizer disparates.
— Sai daqui!!! Já falei. — alteei mais a voz assustando Thor. —Vês o que fizeste, vai embora Sebastian!
— Posso não ser perfeito, mas sou o teu filho!
— Não o és! Olha se não vais embora eu vou. Adeus para ti também.
— Nós ainda não terminamos.
Ele era insistente. Colocou-se na minha frente e eu já estava a começar a ficar ainda mais nervoso e furioso com a atitude brusca que o moreno estava a ter comigo, além de não me deixar em paz vinha supor coisas onde elas não tinham cabimento nenhum.
— Vais sair da minha frente ou vou ter que te tirar á força de casa? Não me obrigues a fazer a segunda opção Sebastian Montenegro, não me obrigues.
— Estou pronto para tudo quer tu o querias quer não, posso até ser o filho do meio junto a S/n, todavia isso não mudará o facto de um dia me amares como os amas.
— Queres guerra assim o será.
— Hum! Além do mais eu sei muito mais do que o senhor pensa em relação a mim, sei que mandou matar os criminosos que o magoaram!!!
— Isso é mentira além do mais eles nunca foram encontrados.
— Será mesmo? — sorriu ironicamente.
MERDA! Ele era insistente quando queria, digamos que ele era bastante parecido comigo.
— Sai daqui tenho que ir trabalhar.
— Não!!!
O desviei e logo entrei no carro, trabalhar era o melhor que eu podia fazer neste momento. CT do Barcelona aqui iria eu, talvez ele ficasse lá até eu voltar para casa....porém o que ele não sabia é que eu iria passar o dia todo fora. Ele não me veria nem pintado de ouro hoje.
...
Chegar ao CT do Barça foi a melhor coisa que me podia ter acontecido na vida, além de ter um monte de jornalistas fora do local onde entrávamos com os carros notei também que Vitor estava no carro atrás, talvez ele trouxesse a Emma para o dia da família aqui no CT.
Todos os meses após Emma nascer decidi honrar melhor este dia, mesmo sendo cinco dias depois de ela nascer não havia problema nenhum. Era dia 8 de janeiro de 2024 hoje, era hora o dia que Matheus completava três meses de vida.
— Cunhado! — Vitor me abraçou. —Trouxe a Emma. Minha irmã sabe e autorizou Ferran a estar com ela já que a Safira ainda não nasceu.
— Que bom ouvir isso. Vocês estão bem? Natasha?!
— Tudo tranquilo além do mais Emma e eu estamos a brincar muito né pequena?!
Sorriu dentro do carrinho.
Minha filha era perfeita! Emma tinha um jeitinho próprio, mas meras semelhanças comigo ou com Natasha era apenas coisas da cabeça das pessoas.
— Bom eu vim deixá-la, tenho de ir trabalhar na empresa!
— Diz á tua irmã que logo que o treino acabar irei levar a Emma lá.
— Claro bem, até mais. Fica bem pequena, titio te ama viu.
Sorriu mais uma vez.
Vitor e Emma eram como unha e carne, a pequena sempre sorria quando estava junto dele e isso era importante para o desenvolvimento dela. Sua vida dependia 100% da nossa e a nossa vida dependia essencialmente de como ela passava os dias e as noites.
— Bom, até mais cunhado bom trabalho!
— Bom trabalho também para ti Vitor.
...
O CT era o lugar mais fresco, entrar aqui era como entrar num paraíso. Mesmo sendo janeiro e inverno na Europa hoje em especial estava fazendo um sol tremendo. Eu por vezes até me assustava com a tamanha perspicácia de todos tendo que aguentar este calor.
Peguei na pequena e ela estava com um lindo vestido floral que Ferran lhe havia comprado no natal, Natasha sabia muito bem o que fazia quando queria surpreender aquelas que amavam.
Logo me surpreendi com os meninos indo para o treino por isso decidi alertar Ferran que eu e Emma estávamos aqui. Ele amava muito as irmãs e isso era de louvar. Respeite as mulheres se também queres ser respeitado.
— Maninha! Oi pequena, mamãe me surpreendeu, o vestido fica-te muito bem. — pega nela ao colo. —Obrigada! Trouxeste-a?
— Encontrei com Vitor no estacionamento, ele a trouxe.
— Ah que pena, queria falar com a mamãe.
— Talvez mais tarde quem sabe Ferran, agora vai todos já estão no campo. Já lá irei ter.
Eu precisava de alguma forma colocar a minha cabeça em outra coisa, em outro assunto para não dar me maluco e o clube era a melhor forma de fazer isso acontecer.
Todos de facto estavam contentes com as crianças perto deles, já Sophia tinha escolhido Gavi e Levi, o Alejandro. Todos tinham um brilho enorme no olhar, era simplesmente maravilhoso.
Me sentei em frente da minha secretária e comecei a visualizar todos os documentos que precisavam ser assinados das renovações e também de novas chegadas no clube, bom....teria muito trabalho pela frente, mas isso não me incomoda nem um pouco.
Núria?
— Olá! Vim conversar contigo, algo que tu sabes muito bem ao que me refiro.
— Nós não temos nada para falar, depois de tudo aquilo podes nos esquecer de vez.
— Eu já não estou mais com o Nick, depois daquilo eu acabei com ele!!
— Informação irrelevante para mim Núria e agora se vens aqui ao meu trabalho me incomodar podes dar meia volta já tenho muito na cabeça.
— Que história é esta contigo e com a Veronika em 2002 e 2003 e que o Sebastian pode ser teu filho?
— Isso é assunto meu, sai!
— Não afinal não fui a única a trair não é mesmo António?!!!! — suas suposições me matavam. —Além do mais se isto se tornar em algo maior e algum dos nossos filhos se magoar podes ter a certeza que a culpa será 100% tua.
— Acabaste? Agora sai tenho de ir ver o treino e continuar o trabalho.
— Vou junto!
Ela estava a começar a me enervar num nível que nem mesmo eu conhecia e que ela o fazia, sai da sala para não continuar a ouvir as suas "LOUCURAS", mas ela não me deixou em paz um só minuto.
Continuou a vir atrás de mim pelo corredor fora e até pelas escadas acima. Ela nunca foi de assistir um treino da equipa e muito menos de Ferran, ela apenas estava fazendo isto para me irritar.
Olhei para o meu lado esquerdo e vi as as meninas junto a Mason e Ansu, ambos estavam "supostamente" lesionados, porém eu não acreditava em nada dessa história. A meu ver eles sentiam falta sim das namoradas e dos filhos deles, não julgo isso.
— Tudo bem chefe? — era Xavi. —Nunca vi a sua ex-mulher por aqui o que mudou desta vez?
— Ela apenas quer me irritar, mas isso não importa como está a correr o treino? Daqui a pouco eles estarão com as crianças certo?
— Sim, após o treino acabar.
— Ótimo, ótimo!!!
...
Eu precisava relaxar e este ambiente era a melhor coisa do mundo, estar aqui com eles era como estar em casa.
Sempre me senti feliz aqui com eles e isso era perfeito...nunca me arrependi de fazer parte desta enorme história do clube, como o Barcelona, um dos maiores clubes do mundo.
Fui para a sombra e logo S/n veio ter comigo, ela era um enorme apoio para mim sempre o foI e não deixará de ser do DIA para a NOITE. Quando um de nós caísse, o outro cairia junto, enfrentamos coisas juntos e seria sempre assim.
Where you go, I go
What you see, I see
I know I'd never be me
Without the security
Of your loving arms
Keeping me from harm
Put your hand in my hand
And we'll stand
Let the sky fall (let the sky fall)
When it crumbles (when it crumbles)
We will stand tall (we will stand tall)
Face it all together
— Tudo bem paizinho?
— Tudo, porque não estaria?!
— Vi o senhor e a mamãe a chegarem juntos, o que aconteceu desta vez? Ela o enervou como sempre?
Porra ela me entendia...
— Não deixe isso o abalar...bom vou dar o Matheus ao Pedri já venho para lhe fazer companhia!
— Tudo bem amorzinho. Eu te amo.
— Eu também te amo papai!
Depois de uma uma hora e quarenta minutos o treino acabou e mais meia hora os rapazes tinham para ficar no campo com seus filhos e irmãos.
Nunca duvidei da minha qualidade para gerenciar este clube e digamos que todos estavam felizes com a minha presidência, equipa técnica, jogadores, adeptos e especialmente a minha família.
A alegria era uma só no CT todos estavam felizes e simplesmente satisfeitos com as crianças, todos brincavam com as bolas já Pedri e Ferran era uma graça só....os morenos estavam ensinando tanto Emma como Matheus a bater uma bola, aquilo nunca daria bem...eles ainda eram muito pequenos para tal tarefa.
— Vês papai a família que construíste? Sempre dizem na imprensa que o Barcelona não é apenas um clube e sim uma família!! Agora sei o porquê.
— Eu faço isto porque eu amo, eu faço isto para os ver motivados e felizes....nada melhor que a alegria estampada no rosto de cada um.
— Sim isso é verdade papai. — me abraçou. —Além do mais quando o senhor for levar a Emma á mamãe na empresa vou com o senhor tenho que lhe apresentar a minha proposta para a parceria com a minha empresa.
— E o Matheus?
— Eu avisei o Pedri pela manhã, ele vai com Gavi e restante dos meninos ao parque, já Ferran irá com a Sira fazer o ultrassom.
— Que bom. Fico feliz que tudo fique bem.
— Vai ficar também para o senhor eu tenho a certeza, esta história vai passar rápido confie em mim.
Confiar no destino agora era agora um assunto impossível e bastante pendente da minha vida. Sempre acreditei no futuro, porém com tudo acontecendo tão repentinamente e tão rápido na minha vida isso tornava as chances praticamente nulas.
— Papai António! Gavi não me quer dar a bola, só quer brincar com ela. — Sophia veio ter connosco.
— Oh pequena o titio já resolve tudo bem?!
— Pablo Martín Páez Gavira brinca com a Sophia, ela mesma quis que fosses tu com ela deixa de ser marrento e a ensina. — S/n grita com todos os pulmões.
— Vem pequena! Vamos, apenas estava a aperfeiçoar os meus dotes.
— Obrigada!
Gavi era um pestinha e perto de crianças tudo mudava de vez. Ele tornava-se finalmente uma criança idêntica, ela maravilhoso isso.
💄💋⚽️
Natasha Torres
15:05h - da empresa a casa
Eu estava entre a espada e a parede, minha vida havia virado tão rápido num 360° graus que até mesmo eu nem sabia o que mais eu podia fazer.
Eu precisava de pensar e eu apenas havia saído de casa porque todo o estresse e raiva de António viria mais tarde retornar para mim, eu não queria isso para mim nem para a nossa filha.
Estava agora numa reunião com os diretores de cada setor da empresa, era claro uma reunião bastante importante até para mim. Eu ficava sempre ansiosa, mas sempre corria bem e as expectativas sempre eram alcançadas.
O mais complicado foi construir a empresa, o simples era comandar.....bom, tinha dias que eu ficava com mais cabelos brancos que o habitual, todavia isso é natural.
— Obrigada a todos! Depois marcaremos outra reunião daqui a três meses. Obrigada mais uma vez.
Cumprimentei todos ao sair da sala de reuniões e logo fui encher a minha garrafa de água, quanto mais eu falava com mais sede eu ficava. Era inevitável, sempre o foi.....eu adorava manter-me hidratada.
— Mamãe! — S/n apareceu na sala de descanso. —Chegamos, papai e a maninha foram para a tua sala.
— António está cá? Eu pensei que Ferran a viesse trazer.
— Ferran teve que ir com a Sira ao médico por isso papai ofereceu-se. Vá bem, em algum momento terás que falar com ele.
— Esse momento tinha logo que ser aqui?
— Mamãe! — virou a cabeça para o lado direito e logo sorriu. —Vem, vamos fica tranquila eu falei para ele estar calmo durante o caminho. — acrescentou me dando a mão.
Tanto Ferran quando S/n quando queriam uma coisa eles a conseguiam sem o mínimo esforço e disso eu tenho que valorizar o trabalho árduo aos longos do tempo de António.
Não era fácil ser pai solteiro, porém ele conseguiu e conseguiu perfeitamente fazer esse complicadíssimo trabalho.
Fomos para a sala e logo encostei a porta, de forma alguma eu queria que as pessoas ouvissem a nossa conversa. Isso seria até mau tanto para mim como para António.
— Vou ali ter com o Vitor no escritório dele! — S/n pegou em Emma e na mochila. —Fiquem bem. — sorriu.
Caramba! Ela conseguia fazer o impossível.
— S/n!!!!
— Já volto.
Damn it!!!!
— Está tudo bem amorzinho? — António sentou-se na cadeira. —Não falamos á dias, tenho andado preocupado contigo, sei que não te devia ter ocultado tal assunto....mas eu sempre quis esconder a asneira que fiz no passado.
— ...
— Fui um idiota em pensar que isto se resolvia com doentio, mas estava muito enganado! Me perdoa por favor Natasha, volta lá para casa....Thor sente a tua falta.
— Acabaste com as tuas desculpas? Eu saí exatamente por isto, culpaste e fazes com que os outros se sintam culpados também, não queria isso especialmente para a nossa filha.
— Eu vou remediar isso eu sei, além do mais irei conseguir.
— Isso não me interessa enquanto não provares que consegues estar estabilizado quando as pessoas falam contigo especialmente Sebastian e até a mãe dele quando vier aí eu verei se volto.
Meu pai sempre teve razão, todos os homens eram iguais quando tudo apertava. Meu pai também o foi, mas conseguiu com o tempo se tranquilizar quando tal evento acontecia, ele provou para ele mesmo que respirando fundo e contando até dez o tranquilizaria, deu resultado.
Meu pai foi a melhor pessoa que já pisou na terra.
— Por favor, tenho trabalho a fazer. Obrigada por trazeres a Emma!
— Amorzinho!
— António por favor sai. — abri-lhe a porta. —Vai!!!
Se levantou, pegou em seu telemóvel e saiu da sala, retornou novamente o olhar para mim e continuou o seu percurso em direção ao elevador. Fechei a porta e logo me sentei na minha cadeira totalmente acabada, ver que ele conseguia se explicar estando furioso por dentro magoava-me bastante.
Nem mesmo a morte de Aurora o fez mudar.
...
Minha mente estava impossível, minha mente apenas relembrava o dia que tudo na minha vida desmoronou, 4 de janeiro deste ano seria um dia totalmente destruir em todas as partes.
Bebi um pouco de água e logo abri novamente o computador começando novamente a trabalhar. Eu precisava esquecer totalmente tudo isto e de facto trabalhar era a melhor solução no meio de tudo isto.
— Mamãe! Posso?
— A Emma?
— Ficou com o Vitor, papai está lá também.
— Ele não foi embora?! — a questionou surpresa.
— Não! Eu o vi entrando no elevador, porém deve ter se esquecido de falar algo com o Vitor. Ele também disse que me levaria após eu falar sobre a nossa parceria maravilhosa.
— Não estou com cabeça para isso hoje princesa me desculpa.
— Mamãe!
— Tudo bem, fala....o que tanto estas esperançosa para fazer comigo?!
— Bom a minha empresa é de maquilhagem ja a tua é de roupa e acessórios em si. Eu pensei que podias fazer algo inovador....
— Como por exemplo?
— Como por exemplo fazer uma mala com suporte para maquilhagem durante a compra e que depois mais tarde viraria uma mala de passeio chique.
— Como seria isso?!
— Eu irei enviar a imagem de como quero, o Raul a fez para mim e eu achei fenomenal.
— Que ótimo! Bom, vai ficar sim querida eu sei. Tens ótimas ideias.
— Ah mamãe. — me abraçou. —Eu te amo.
— Eu também te amo princesa.
Ela sempre estava aqui para mim, ela sempre fazia a questão de me animar e de me encorajar todos os dias. Ela não era apenas uma mulher, ela era um anjo....podia não ser a minha filha de sangue, porém com toda a certeza ela era uma filha de coração na qual eu tenho uma orgulho enorme.
— Bom acho que logo á noite enviarei a ideia, vai ser maravilhoso.
— Vai sim! Se amanhã quiseres me ver eu vou estar no lançamento da nova coleção, estás convidada como todos os outros.
— Talvez quem sabe eu apareça lá! — em pisca para mim. —Bem também tenho que ir, não consigo deixar o Matheus tanto tempo sozinho com os rapazes.
— Eles tem que aprender.
— É eu sei, calha de eles o deixarem cair imagina o Gavi já é desastrado se cai, deixa o Matheus embaixo dele.
— Ele é cuidadoso com crianças.
— É! Bom, até amanhã mamãe.
— Até amanhã princesa.
O trabalho tinha que continuar, tinha vários papéis para assinar e acima de tudo novos designs para aprovar. Nestes dois dias teria um enorme trabalho e com toda a certeza só chegaria a casa além das 22horas, ou talvez até mais dependendo do dia.
Emma agora estava sob a minha responsabilidade, porém acho que ela estava mais tranquila e feliz olhando tudo com Vitor em volta do jardim de inverno do que especificamente comigo. A pequena gostava imenso dele, Emma para Vitor era uma filha que ele nunca pôde ter.
— Senhora! — era Enrique batendo na porta. —Preciso me ausentar até umas 19horas se possível.
— Aconteceu algo grave?
— Minha tia sabe, ela vive sozinha e está a precisar de ajuda para mudar um móvel faz tempo e agora ela inventou de fazer isso e como Lopez a semana passada teve de folga ele não pode.
— Claro vai, sem problema Enrique. Manda um abraço á tua tia por mim!!
— Dou sim obrigada, Franco ficará consigo.
— Tudo bem! Até mais.
Me ausentei por um pouco para mostrar e aperfeiçoar melhor os novos designs no andar de baixo e passado pouco tempo Vitor veio ter comigo com Emma, o moreno passava mais tempo neste andar do que em outro lugar, não admirava todas as meninas que davam em cima dele estavam aqui.
Não o julgo por tal coisa, ele era bonito e além do mais bastante carinhoso. Vitor tinha que arranjar uma namorada a qualquer momento neste ano, não podia passar disso.
— Carlos, consegue mudar esta parte e colocar algo mais subtil? Está muito visível.
— Claro! Vamos lá ver aqui.
...
— Assim senhora?
— Isso, talvez mudar a cor dessa parte para um beje combina muito com o branco da camisola, talvez uns adornos a retalho que tal?!
— Ótimo, além de juvenil Gavi ficar com cara formal.
— Exatamente era isto mesmo, obrigada.
— Hermanita pega, ela precisa de ti.
Nas horas negras a responsável para cuidar de Emma era eu, talvez ela até tivesse fome porém eu fiquei sabendo por uma mosca que só havia comido nem á quarenta minutos por isso podia até ser cólicas ou dejetos fisiológicos. Ele estaria encarregado disso esta vez.
— Vai tu, tu consegues mudar a fralda. — falei e todas começam a rir. —Que foi, tens que aprender para quando tiveres filhos!
— Aham! Bom vamos para cima lá eu troco.
— Tudo bem. Bom trabalho meninas.
— Obrigada!
Entramos na minha sala e logo Vitor a trocou em cima do sofá, ele era tão delicado que só sairia daqui amanhã, mas ver que ele a conseguia colocar tranquila na hora da muda era simplesmente perfeito.
— Casa logo e tem filhos Vitor por favor.
— Estou bem sozinho né pequena? Titio assim fica todinho para ti.
Começa a rir.
— Vocês os dois são o pior que eu possa ter na questão de ficar vocês juntos.
— Não digas isto pequena, mas a mamãe tem inveja.
— Eu ouvi! Vá vamos para casa, está a começar a ficar chuva e Emma tem de dormir. Amanhã começarei isto.
— Tá bom. Vez princesa nós vamos para casa!
— Chato vem logo coloca-a no carrinho.
— Já vou. Mamãe é apressada pequena não sejas como ela.
Vitor gostava imenso de me irritar quando podia, era simplesmente um autêntico menino quando perto de mim e até de Emma. Depois que a sua sobrinha nasceu ou até eu ficarei grávida ele me ligava todas as vezes para saber se eu estava bem, durante os 9 meses de gestação eu devia ter tecido e atendido mais de mil chamadas.
Isso foi um recorde.
Saímos e logo tranquei a porta, avisei a Abigail que já não mais vinha hoje e logo entramos no elevador em direção ao estacionamento. Com o passar do tempo conseguimos arranjar um estacionamento subterrâneo, foi o melhor investimento já alguma vez concedido.
— Hoje vamos fazer muitas coisas.
— Muitas coisas? Vitor por favor eu estou cansada nem comeces.
— Tem tanto tempo que não dançamos juntos.
— Amanhã quem sabe, hoje não.
— Hermanita!
— Irmãozinho!!!!
Eu gostava imenso de pegar com ele, Vitor era algo de outro mundo, o moreno era um anjo vindo do céu.
Conversamos o caminho todo e logo fomos para casa dele, esta agora seria a minha zona de conforto pelo menos nos próximos meses até tudo se estabilizar e para eu ter a certeza que de facto isto era realidade ou mentira o que Sebastian e sua mãe inventaram.
— Vitor podemos falar?! — um grupo de homens se aproximou dele. —Agora!!!
O ordenou.
Isto não cheirava bem, todavia eu sabia que o moreno era bem crescidinho para encarar os problemas e as coisas do dia á dia.
— Hermanita vai para dentro com a Emma, pega a chave.
— Ficas bem mesmo?! — sussurrei. —Vitor!!
— Eu fico vai indo vai começar a chover daqui a nada.
— Tudo bem fica bem.
(...)
Vitor
— O que querem aqui? Já disse mil vezes para não aparecerem e muito menos quando estou com elas.
Eu havia conhecido William e mais quatro amigos seus em agosto de 2022 numa festa de amigos em comum que temos. Na época não detectei qualquer problema, porém desde que António foi alvejado o ano passado e voltou para casa tudo mudou.
Não estou conotando que eles sejam os culpados, eu não sei porém suas mentes eram destorcidas de tudo e mais um pouco. Afastar-me foi a melhor solução, porém acho que eles não quiserem nem saber disso.
— Temos um trabalhinho para ti.
— Não quero mais já falei.
— Aqui tu não tens escolha! Ajudar ou fazemos mal a elas.
— Não! Isso não deixem elas em paz.
— Estão estamos combinados para quinta-feira ás 21horas em frente ao Barceloneta Park?
— Tudo, tudo bem. Só isso? Podem ir embora agora?
— Hum hum.
Eu tinha medo, depois desta conversa eles com toda a certeza eram capazes de tudo e mais um pouco para eu novamente estar com eles. Eu tinha que fazer isto mesmo contra a minha própria vontade para que não mais joguem se prejudicasse.
(...)
Vitor entrou em casa e eu já tinha colocado Emma a dormir no berço lá em cima, a pequena estava tão cansada que foi até rápido colocá-la a dormir.
— Está tudo bem?
Ele ficou estranho de um momento para o outro, me abraçou sem pensar duas vezes e me acariciou as costas.
— Ei! Está tudo bem?
— Sim! Apenas queria um abraço teu.
— Hum, bom vou ali cozinha algo queres me ajudar?
— Talvez isto?
Me segura pela mão mais uma vez e vem ao meu encontro começando a dançar lentamente, me abraçou e logo encostei minha cabeça em seu peito. Estar assim com ele era como estar na presença de uma força divina.
Vitor era o melhor irmão que eu alguma vez podia alguma vez ter na vida.
— Me perdoa!
— Perdoar porquê?
— Se fiz algo de mal.
— Não fizeste fica tranquilo. Vá chega disso não me coloques a chorar. — riu para ele.
Meu irmão, meu tudo!
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