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Tell them all I know now
Shout it from the rooftops
Write it on the skyline
All we had is gone now
And my heart is broken
And my scars are open
Tell them what I hoped
would be impossible
Impossible
Impossible
Impossible
• Impossible - James Arthur •
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Frase do Capítulo:
-Talvez eu fosse ingénua no começo, mas agora não mais.
Natasha Torres. 2019
💄💋⚽️
• 2 dias depois •
Natasha Torres
08:10h - Barcelona, Espanha
Talvez todos neste exato momento me achassem uma idiota por estar a agir desta forma com António, não falando com ele, Aurora não se importou pois sabia que o filho tinha agido mal em não contar.....ela parcialmente estava com o seu coração dividido neste momento.
Estava no no jato já esperando ansiosamente para pousar em Barcelona, faltava cerca de bastante tempo.....mas eu nem me importava ainda mais quando meu irmão, Ella e Levi quiserem vir comigo. Os pequenos estavam sob a minha responsabilidade, não podia simplesmente deixá-los especialmente com Ella ainda a recuperar do seu trauma.
— Senhora! Posso?! — Enrique com um sorriso no rosto apareceu atrás de mim.
— Claro.
Fechei meu computador, eu detesto quando alguém fala comigo e continua a mexer com as coisas....isso me irritava demasiado.
— Está tudo bem? Eles estão todos a dormir.
— Está sim. É que....
— É que? Enrique fala!
— Sabe que eu como segurança tenho que conter tudo ao meu superior, ao Lopez mais precisamente.
— Sim sei, mas o que isso tem haver?! — ele me encarou e logo suspirou.
— Bem.....nós contamos as coisas do dia á dia que se passam e sem querer me escapou um assunto.
— Um assunto? Que assunto?! Enrique por favor fala.
— Sabe aquela vez que a senhora viu Rafael na loja, bem eu tive que contar e acabou que Lopez contou para António.
— Não acredito. — me frustei.
— Me desculpe não foi minha intenção, talvez seja por isso que seu marido esteja chateado consigo.
— É talvez seja.
Não! Ele não estava chateado comigo por causa de Rafael, mas sim pela asneira que ele fez em não me contar que esteve no mesmo ambiente que James. Sem dúvida nenhuma eu não mais aguentava nada disto.
— Obrigada Enrique.
— De nada, quis que soubesse por mim e não por outra pessoa!
— Claro obrigada.
Se retirou e continuei fazendo tudo relacionado com o lançamento da minha empresa, digamos que falar com parceiros e investidores era uma dor de cabeça enorme. Eu estava muito atarefada estes últimos dias e com tanto na minha cabeça não tive tempo de parar e pensar o que de facto era para ser feito em primeiro lugar ou não.
Talvez eu precisasse de uma ajuda extra neste aspecto, todavia não sabia a quem pedir....António estava fora de cogitação, Aurora tinha as suas tarefas diárias e também as diferentes empresas, Duarte tinha muitas reuniões e Glória bem, Glória tinha um Hospital para gerir, seria bastante complicado neste momento.
Eu devia descansar e dar uma interrupção quando a questão é a abertura e o lançamento da empresa e da loja de roupa da minha própria marca, seria até bastante importante que eu revitalizasse as minhas ideias, porém eu tinha tanto trabalho a ser feito neste meio termo que nem mais sabia onde eu de facto iria parar.
Retornar a Barcelona era algo bastante importante para mim, além de ser a cidade onde nasci e cresci é a cidade onde se encontra o jazigo do meu pai no cemitério de Pobleneu.
Era algo até complexo de pensar, este dia era mais para ver o meu futuro local da empresa, meu irmão iria comigo enquanto eu deixaria Ella e Levi com nossa prima em terceiro grau que também já tinha um filho, o Alejandro.
Ella teve a oportunidade de os conhecer poucos dias antes de virmos para Portugal, ela mesmo tendo receio consegui por sua vez interagir com Alex e ele também foi um carinhoso com ela em todos os aspetos e palavras quando se dirigia a ela.
Eu queria que meus pensamentos ficassem onde eles deviam ficar, todavia era impossível. Eu estava sendo CRUEL, para ser GENTIL com António, ele tinha que aprender de uma vez por todas que não podia agir desta forma com as pessoas.
— Hermanita. — me abraçou Vitor por trás. —Esta tudo bem? — acrescentou murmurando. —Estamos quase a chegar, o voo é rapidinho rapidinho.
— Ainda bem, eu detesto andar de jato, só ando porque é estritamente necessário.
— Aliás, jato é mil vezes melhor que avião.
Franco e Enrique riem para nós.
— Não! É rapazes, muito melhor. Se eu antigamente pudesse escolher eu andaria de jato mil vezes.
— És caro Vitor isso sim! Jato custa muito manter.
— Além do mais qual o problema, hoje vai ser um dia bastante divertido, vamos ver a loja que escolheste. Ela tem vários andares né?
— Sim, tem quatro, dois para loja e dois para a empresa em si.....o último mesmo é a salas dos diretores e a minha é também a sala da direção.
— Ótimo! Ficarei a passar lá o tempo todo.
— Vai sonhando que sim. Vou até proibir a tua entrada.
— Vais nada eu fujo dos seguranças vais ver.
— Hum! Sei. — rimos um pouco alto. —Ups! Acho que exageramos.
— Mamãe! — Ella limpa a cara.
—Está tudo bem amorzinho?
— Eu preciso de ir ali, pode vir comigo?
— Claro! Vem vamos. Agora o senhor aqui se controle viu.
— Sempre. — sorriu para mim. —Demora viu! Ainda falta uma meia hora para chegar.
— Passa rápido.
Ella sempre se assustava quando a sua menstruação descia, desde que lhe aconteceu tudo aquilo foi a partir daí que tudo acontecia, era até desesperador para mim pensar nisso.
Não resolvemos bem rápido desta vez, saímos da casa de banho e Levi também já tinha acordado e estava a comer a sua fruta favorita, a melancia. Nunca vi ninguém mais fanático por melancia como ele, ele realmente acabaria com o stock de melancias do jato.
— Bom dia pequeno. Como vai tudo?
— Bem...dormi bem.
— Ainda bem amorzinho, daqui a pouco irás com a Ella para a casa do titio Alex e da sua mãe tudo bem?
— Quem é o titio Alex? Não conheço.
— Titio Alex é bem legal pequeno, vais gostar dele. Vais ver!
— Vou gostar, ele vai me dar um barco?
Levi continuava com a mesma mania.
— Não pequeno, quem sabe quando fores maior tudo bem? Agora terminada de comer.
— Tá bom.
Chegar a Barcelona era a melhor sensação do mundo. Estava fazendo imenso calor neste exatamente neste momento e eram apenas 10horas da manhã no horário da Espanha. Eu sempre me habituei a este clima, mas hoje principalmente estava até um pouco difícil.
— Prima! Alejandro!! — os abracei. —Vês pequeno, aqui, titia Bruna e titio Alex, vais se divertir imenso vais ver.
— Vô sim mamãe.
— Cuida deles por nós, nós voltamos rápido da cidade!!
— Claro! Venham entrem no carro.
— Bruna! Ia me esquecendo, Ella está naqueles dias...sê mais paciente e dá este remédio se ela sentir dores tudo bem?
— Claro! — esboçou um sorriso. —Fica descansado prima, nós vamos fazer tudo direitinho.
— Sim, até já.
— Até!
Entrei no carro e encostei a minha cabeça na janela, o calor era imenso e eu nunca consegui viver assim com tanto calor, meu irmão era mais liberal e nem se importava se fazia frio ou calor. Ele gostava de ambos.
Ainda demorou um pouco para chegarmos á Rambla, mas foi preciso demorar ainda mais com tantas pessoas a passar nas passadeiras neste tempo.
Como aqui existiam uma enorme quantidade de árvores pela rua acima a sombra não favorecia imenso, Vitor me deu uma água e logo seguimos caminho para a loja que eu tanto queria.....eu estava tão feliz que mal podia esperar para encontrar o dono que tinha falado comigo por vídeo-chamada.
Num momento estava feliz e noutro minha alegria finalmente desapareceu quando me deparei com várias pessoas entrando e saindo do local que eu tinha escolhido, aquilo me partiu o coração em mil pedaços diferentes.
Parei tentando raciocinar o que de facto se estava a passar, mas nada vinha na minha cabeça...era simplesmente impossível.
— Senhor Vicente prazer!!! — o cumprimento. —O que se está a passar? Compraram a loja antes de mim?!
— Senhora Torres, infelizmente sim. Não pude negar uma proposta tão grande como esta.....sinto muito, mas eu tenho outras lojas por esta rua, se as quiser ver.
Meu irmão entrou dentro da loja mesmo sem ter sido autorizado, ele era muito cara de pau mesmo. Gostava que as pessoas discutissem com ele.
— Eu não quero outra loja, eu queria esta.
— Pois eu sei eu compreendo, mas se quiser eu ainda hoje lhe mostro uma bem parecida com esta mais acima.
— Tudo bem. — abaixei a cabeça.
— Venha vamos ali tomar um café e falamos mais sobre.
— Vem maninha! Vamos tomar um pequeno almoço. — Vitor falou alegre após sair da loja. —Vem eu mesmo pago.
— Seu irmão é sempre assim com as pessoas? — Vicente sorriu para nós enquanto atravessávamos a rua.
— Quando ele deseja animar as pessoas ele é assim.
— Que ótimo!
Depois de saber desta notícia eu definitivamente não estava bem, eu preferia mil vezes que isto tudo fosse um sonho e esta loja continuasse a ser dele e logo passaria para mim.
Era injusto tudo isto, eu fiquei acabada. Vicente sempre soube da minha insistência em ter esta loja para mim quando quisesse construir a minha própria empresa, todavia também sabia que com dinheiro não podemos discutir.
— A loja acima é um pouco menor, mas é na mesma forma que a que queria.....poderá fazer o que quiser com ela.
— Talvez mais tarde, agora já não tenho cabeça para tal coisa senhor Vicente obrigada na mesma.....contudo a proposta ainda fica de pé.
— Claro!
— Hermanita, vamos comprar umas coisas para o teu escritório a seguir.
— Já disse que não quero pensar nisso agora, talvez me vez mais tarde!
— Tudo bem, já não está cá quem falou.
Continuamos a conversar mais um pouco e logo fomos buscar Ella e Levi a casa da nossa prima e fomos direitos para casa, o pequeno estava cheio de sono e adormeceu no instante que o colocamos na sua quarto, talvez Ella e Alejandro o tivessem cansado demais.
Digamos que Levi não parava nem um só minuto e isto até era bom para ele. Descarregar todas as suas energias era parte da rotina que tínhamos para que de noite não tivesses nada com nos preocupar em relação a ele.
— Mamãe, como foi na loja? Conseguiu vê-la? — Ella falou com um sorriso no rosto. —S/n me contou que ia vê-la outro dia!
— Ella não.
— Ela não tem culpa Vitor ela não sabe o que aconteceu.
— Algo correu mal?
— Digamos que alguém comprou a loja por mais dinheiro do que eu iria oferecer e agora está a reformulá-la para ele. Não julgo o dono, ele tem que fazer o seu negócio.
— O que vais dizer ao Robert?
— Não sei irmãozinho, estou num impacte enorme.
— Dizes-te que ainda tinhas um mês para lhe responder nesse aspeto não fizeste?
— Disse, mas não quero fazer isso no dia do meu aniversário!
— Mamãe.
Ella se pronunciou mais uma vez chegando mais um pouco para perto de mim.
— Sim querida?
— A sua festa vai ser onde? No Algarve ou aqui, em Barcelona?
— Talvez lá pequena. Quero algo bem simples, sabes que não gosto de extravagâncias!!
— Se soubesses o que esta programada para esse dia. — Vitor murmurou para si próprio.
— Está tudo bem aí Vitor?
— Está sim! Nada se passa.
Deixei os dois conversando sozinhos e arrumei as coisas na minha mala, talvez colocasse até roupa nova para quando voltasse para Portugal daqui a dois dias, eu tinha que fazer muitas coisas aqui acima de tudo relacionadas com meu pai e a casa onde morei. Ainda existia um problema em relação a isso.
Ver os pequenos quadros na cómoda me doía num tamanho absurdo, se ele aqui estivesse nada disto estaria de facto acontecendo e já tinha colocado um pouco de juízo em António, ele merecia isso.
Amarrei numa fotografia e logo me sentei na cadeira e a olhei com carinho e amor. Aquele momento, aquela foto foi num dos melhores dias da minha vida quando jovem.....eu tinha tanto orgulho na filha e na mulher que me tornei por causa dele, foi por ele que eu hoje estou onde estou.
(...)
Natasha Pensamento ON
— Natasha!
Retornei a minha cabeça para cima e sentada na cama estava o eu do passado com um olhar de felicidade.
— Natasha? Eu?! Como!
— Eu sou um retrato da tua mente, quando tudo aperta sou eu que consigo virar os teus sentimentos e pensamentos para o lado bom.
— Mas....mas, eu estou bem. Apenas tenho o stresse do dia á dia.
— Isso não stresse, isso é a tua mente a recriar cenários para não te enervares com quem menos desejas. Tu és um diamante querida, eles não te podem quebrar.
— Eles? Natasha eu não entendo.
E de um momento para o outro não a consegui ver mais. Virei minha cadeira, todavia absolutamente nada estava lá.....nada além da cama e dos lençóis bem colocados se encontrava lá. Talvez isto já fosse a minha mente a criar peças na minha cabeça.
Eu estava bastante confusa.
(...)
— Amorzinho! — António apareceu no quarto.
— O que?
Eu já não estava a entender mais nada, antes de eu me virar e de António aparecer neste cómodo a minha "eu" do passado virou a cabeça e olhou para a porta. Será que ela presenteou alguém chegando e fugiu sem me dar uma resposta concreta?
— O que se passa tudo bem?
— ...
Girei minha cadeira novamente para o espelho da secretária.
— Natasha! Por favor fala comigo, não podemos ficar assim.....os nossos sonhos não podem acabar com apenas uma discussão.
— Após tu ires lá o ver sem me avisares eu aposto até que aquele rapaz é de facto teu filho da maneira de como olhavas para ele.
— Estas a falar do Sebastian novamente porquê? Pensei que esse assunto havia ficado no passado.
— Eu também pensei que o assunto pessoa também tivesse ficado, mas infelizmente me enganei!!!
— Isto parece um filme, eu não aguento isto. Eu te amo Natasha! Porra, minha vida gira em torno da tua, não consigo pensar direito quando a questão é imaginar-te em um país diferente do que eu estou....agora neste momento estou perante ti e isso me alegra demasiado, nada neste mundo é mais importante do que tu e a nossa relação.
— Relação? Tu realmente ainda te importas?
— Eu me importo, eu estou viciado, estou obcecado por ti. — gira a minha cadeira e coloca as nossas caras bem próximas. —Eu te trato como uma rainha porque tu o és, eu te trato como uma deusa porque tu o és!
Damn it!
— ...
— Eu passaria por tudo e mais alguma coisa por ti..... — passa o seu dedo indicador sobre o meu nariz continuando a fala logo em seguida. —Eu iria ao fim do mundo para te resgatar, eu nadaria com os tubarões para te salvar, eu mataria qualquer pessoa que te magoasse...
— A não ser que ela já esteja preso ou tenha uma filha! — completei a sua frase.
Suspirou.
— Exatamente amorzinho.
💄💋⚽️
António Torres
12:59h - em Barcelona
Olhos não mentem.
Ficar na frente da morena me deixava numa situação muito bem encaminhada. Eu queria a todo o custo eu e ela nos resolvêssemos, já a dois dias não falávamos e isso estava-me a matar por dentro.
Ela era DIVINA! Querida, olhos não mentem.
— Talvez eu até pensasse em fazer uma asneira dessas para me divertir!
— Estás maluco? — me afasta. —Sai daqui!
— Agora sai daqui? Caramba amorzinho, depois da conexão intensa que tivemos.
— Conexão essa que agora terminou, por favor.
Me aproximei mais uma vez dela, coloquei minhas mãos em seu rosto e logo beijei os seus doces e saborosos lábios sabor de cereja....me lembro perfeitamente da primeira vez que isso aconteceu, ela estava maravilhosa.
— Tu me amarias se eu não tivesse nada? Tu me amarias se eu não mais fosse jovem e bonita?
— Eu te amaria de qualquer jeito, não sei o que fazes comigo, mas com toda a absoluta certeza estou a começar a achar que tem uma corda invisível me puxando todas as vezes para ti.
— Hum!
— Hermanita! — Vitor nos interrompeu. —Desculpem volto noutra altura.
— O que foi?
— Queres que peça a comida ou fazemos?
— Pede, não estou com cabeça para fazer Vitor obrigada, pede sem sal para o Levi por favor.
— Claro! — com um sorriso de orelha a orelha sai do quarto cantarolando. —Fiquem á vontade.
— Chato!!
— Tu em amas hermanita.
Vi Natasha novamente me virando as costas e arrumando a sua roupa.
Eu não queria ficar com este clima entre nós, eu sabia que tinha cometido um erro e esse erro eu já o estava a pagar extremamente caro, era impossível não chorar quando estava sozinho especialmente dentro do nosso quarto na casa do Algarve.
Antigamente eu resolveria os meus problemas com uma simples taça de vinho ou até uísque, todavia nos tempos de hoje eu jamais sou assim. Aprendi com os erros e não tenciono voltar a repeti-los.
— Eu vou resolver isto! Vais ver.....eu já volto.
Me olhou com surpresa e parando o que ela estava a fazer. Sai de casa em direção á casa da pessoa que me tirou a felicidade de estar feliz com Natasha, James iria aprender que estas coisas não eram para se fazer e digamos que até pode ter um dedo nele neste reencontro inesperado.
James era uma pessoa persuasiva, sempre o foi e digamos que isso sempre me irritou em todos os aspetos. Já quando éramos sócios da empresa ela falava para as pessoas numa forma grosseira e digamos que mal educada ás vezes.
Não foi difícil achar a casa dele em Barcelona, o moreno nem pensou minimamente em mudar de casa quando tudo aconteceu, digamos que ele não era lá muito bem para pensar nesse tipo de assuntos.
Eu já nem o considerava como uma pessoa decente!
— Me deixem entrar!
— Não temos ordens, ele está numa reunião.
— Reunião? — riu debochadamente. —Ele nunca quis saber de uma reunião, ele nem disso gosta.
— Ordens são ordens senhor, não podemos.
— Lopez! — já exaltado Lopez se aproxima de mim. —Me ajuda aqui antes que perca a paciência.
— Senhores por gentileza nos deixem entrar, nós esperamos atenciosamente dentro de casa vá.
— Tudo bem, mas com silêncio por favor.
— Tudo bem.
Eu era calmo! Eu era calmo!! Eu era calmo!!! Bem eu sempre dizia isso, todavia havia sempre aquelas ocasiões que a minha paciência se perdia em tantas asneiras ditas. Entramos na casa, me encostei no sofá e Lopez me acalmou todos os minutos para não me exaltar.
Daria resultado? Bem, não sei responder.
Eu tinha uma sensação estranha, desde que aqui entrei algo me dizia que os meus problemas futuros seriam resolvidos com o que eu visse daqui a pouco, meu corpo sinalizava alertivamente isso.
Manuela me ofereceu uma água e logo Lopez a provou, talvez descartando qualquer tipo de envenenamento por parte que James queria me fazer. Se Natasha confiou em Manuella nesta casa, eu também o confio.
— Tio António! — correu pelas escadas abaixo Eduarda. —Vê estou maior, a última vez que me viu eu ainda era uma criança. — me abraçou.
— Eras sim pequena, teu pai está mesmo em casa?
— Sim, e a no escritório com uma senhora....o nome dela...bem, era...
— Não tem problema pequena eu espero por ele aqui.
— Tudo bem! Tenho saudades da S/n quando a posso ver novamente?
— Não sei pequena, por mim a verias todos os dias.....mas tens que falar com o teu pai sabes.
— Claro! Eu o agora sair com umas amigas, boa conversa com o meu pai tio.
— Claro princesa.
Eduarda era uma menina extraordinária, talvez ela até se tornasse como o seu pai no futuro e isso seria extremamente doloroso para mim, ver uma menina cheia de vida e amor nos olhos se transformar numa pessoa como o seu pai iria definitivamente me partir o coração.
Era até ruim de pensar em uma situação dessas, o tempo ia passando e eu comecei a ficar estressado com esta demora intermitente de James.
Talvez já o tinham avisado que eu aqui estava e ele fazia isto simplesmente de propósito para irritar ainda mais.
— António!
Finalmente ele voltou, mas com uma pessoa que eu pensei que não veria mais na minha frente....Clara estava na minha frente novamente depois de inúmeros meses sem a ver.
— Parabéns pela vossa hipocrisia! — bati palmas em forma de deboche e logo Lopez me parou.
O moreno era o único que estava a ter uma boa conduta dentro destas quatro paredes.
— Se vens aqui ofender as pessoas podes dar meia volta e voltar para onde não devias ter saído! A.n.t.ó.n.i.o!!
— Façam-me rir, agora vocês os dois se juntaram para arruinar a vida das pessoas foi?
— Não tens nada haver com isso.
— Tenho quando o assunto é pessoa que me são queridas por minha parte. Além do mais Ethan e Vitória estão muito felizes!!!
— Felizes mas não por muito tempo. — Clara soltou isto feito um furacão.
— Estávamos numa reunião e tivemos que a terminar mais cedo por tua causa, o que de facto tu queres aqui?!
— Falar contigo. A sós!
— Talvez ela possa estar, ela será a minha nova assistente tem o direito de saber.
— Clara, assistente de alguém, por favor James faz-me rir ela nem cuidar da sua vida sabe e vai cuidar da tua.
— Quem tu pensas que és! — a loira me confrontou.
Eu perdia completamente a cabeça com Clara, até mais de que com James. O metro o pelo menos demorava ainda poucos minutos para me levar á loucura, já ela era instantaneamente.
— Fala logo não tenho paciência para ti!
— Tudo bem. Quero que me deixes a mim e a Natasha em paz, especialmente também á minha família.
— Mais alguém em especial?
Referência á minha filha? O moreno sem dúvida conseguia fazer de tudo.
— O que tu estás a querer insinuar?
— Eu? Que eu saiba nada, além do mais, passado fica no passado já aquela fábrica nem existe mais não é mesmo.
— Seu cretino. — Lopez e Miguel me pararam. —Não voltes a falar disso.
— Eu! Por favor António, á muitas pessoas cínicas no mundo..........eu não sou uma delas.
— Exatamente James, António não aprende quando deve parar que até tem que beijar outras mulheres para se sentir mais homem!
— O quê?
— Agora estás a fazer-te de desentendido por razão?
— Eu não estou, eu apenas beijei duas mulheres na minha vida....mulheres essas que me mostraram o amor. Já que a primeira me traiu contigo a outra pelo menos é leal a mim.
— Vai sonhando que sim! — inclinou a cabeça James. -Vá! Vai embora António, tenho assuntos mais importantes para resolver.
— Eu vou mas vais voltar a ver-me James! Ouve o que eu te falo.
— Que medo!
Entrei no carro, abri as janelas e logo Lopez se fez presente nela. O metro o conseguia sempre me pregar sustos quando queria.
— Vamos a casa do Ethan e da Vitória?
— Vamos?!
— Sim senhor, não sabemos se a ameaça é verdadeira ou não.
— Tudo bem então, fica a poucos quarteirões daqui! Vamos sim.
— Tudo bem, iremos no carro atrás.
— Tudo bem. Obrigada Lopez.
— Sempre! — se ausentou com um sorriso.
Não gostava nada de ameaças e digamos que James no começo de 2012 já me tinha dado várias e eu não tinha escutado atentamente por isso eu não podia simplesmente esquecer desta ainda mais quando se tratava de vidas inocentes como a de Vitória e de Guilhermo, o mesmo não digo de Ethan pois ele já errou muito nesta vida, mas de forma alguma merecia morrer por um babaca como James e uma mulher hipócrita como Clara.
Dirigi o mais rápido possível pelas ruas de Barcelona e logo cheguei a casa deles, pelo menos a casa estava intacta.....isso era um excelente sinal, ainda nada tinha acontecido.
— Bruna, por favor me deixe entrar é urgente!
— Claro!
Entrei feito um furacão e logo vi Vitória na sala, nenhum sinal de Guilhermo e de Ethan. Meu coração disparou num nível absurdo.....meu receio de que algo lhes tivesse acontecido algo era tremendo, eu não queria que nada lhes acontecesse.
Vitória olhou para mim com um ar surpreso, a ruiva não me esperava aqui nem hoje e nem nas próximas semanas, estava até um pouco preocupada com a minha cara devo supor que sim.
— António! Está tudo bem? Passou-se alguma coisa com a Ella ou o Levi? — veio ter comigo.
— O Ethan? O vosso filho?
— Foram passear pela cidade, ele quis ter um momento a sós com o Guilhermo!
— Sem seguranças? — meu coração disparou.
— Vem, senta-te aqui um pouco.
Eu não queria estar sentado, eu só queria saber do meu melhor amigo e do filho dele, eu não queria que nada lhes acontecesse. Mesmo que Ethan tivesse tido alguns problemas comigo no começo eu ainda o considerava como um irmão para mim, um irmão que eu nunca pôde ter.
— Vitória! — me frustei e coloquei minhas mãos na cara. —Ele tem seguranças com ele?!
— Sabes que ele não gosta disso, ele gosta de viver naturalmente.
— Onde ele foi? Vitória por favor.
— António por favor não estou a entender me fala o que está a acontecer.
— Eu fui na casa do James falar com ele e lá encontrei a Clara, ela ameaçou-vos e quando o assunto é ameaça ainda mais com James eu tenho medo. Por favor me diz onde ele foi.
— Eu não sei.....talvez ele foram no parque.
— Qual? Vitória por favor.
— Parc de la Ciutadella! talvez esse, ele disse que o queria levar lá faz tempo.
A primeira vez em anos que vejo Vitória aflita, não a julgo....ela tinha um filho e um marido para amar e cuidar. Todos nós estávamos tensos.
— Lopez por favor vai buscá-los.
— Não será preciso senhor, ele está a chegar.
A ruiva saiu do sofá feito um furacão e logo pegou em Guilhermo o abraçando mais do que tudo neste mundo, Ethan não estava entendo nada o que de facto estava acontecendo e até eu já não mais sabia o que acontecia.
— Amor! — Vitória o beijou. —Estão bem!
— Estamos. — responde confuso. —O que se está a passar aqui?
— Fui na casa de James falar-lhe para ele se manter longe e lá encontrei Clara que me ameaçou a vosso respeito, ela disse que vocês corriam risco por isso vim aqui correndo o máximo o possível.
— Quem ela pensa que é para ameaçar a minha família? — se exaltou. — Agora ela vai ver.
Vitória colocou Guilhermo no carrinho e puxou Ethan o abraçando com todas as forças possíveis que a ruiva conseguia no momento. Ele estava furioso, eu também o estava e dentro desta casa eles não estavam seguros, não o estavam.
— Pensei que não a visse nem ouvisse falar dela.
— Acho eu ela não gostou da forma como terminaste com ela e agora quererá se vingar.
— Que se vingue de mim, não deles, nem Vitória nem Guilhermo tem culpa de nada.
— Para de ser assim Ethan tenta entender o António.
— Entender o quê? Que eu posso perder a minha família por causa de uma mulher psicopata? É eu posso.
— Tem calma! — tentei tranquilizar os ânimos.
— O que fazemos?
— Venham para a minha casa, lá é condomínio fechado e além do mais tem seguranças. Ninguém não autorizado passará pela porta.
— Eu não posso simplesmente largar a minha casa, eu não posso me acanhar na primeira oportunidade!
— Queres perder a tua família? — dei um passo na frente. —Bem me pareceu, agora façam as malas com o que precisam agora e venham, vamos ter na casa de Vitor para os buscar.
— Tudo bem.
Ethan era aquele tipo de pessoas que não acreditava em vinganças e retaliações, ele era bem diferente nesse aspeto e isso o podia levar a mais caminhos, ele simplesmente estava a pensar em si e não na família q eu construiu, era até frustrante.
Não demorou muito para chegarmos á minha casa e Natasha como seu irmão e as crianças também já estavam aqui. Tudo estava bem, não havia explicado direito a ela, mas quando eu tivesse tempo com toda a certeza eu esclarecia este pequeno problema.
— Alguém me pode dizer o que de facto se passa aqui?
— Não quero esconder nada! Fui na casa de James esclarecer as coisas e entretanto encontrei lá Clara também, ficarei surpreso sim, mas num pé de conversa e outro ela ameaçou o Ethan a Vitória e o Guilhermo.
— Aham! Mas porque nós trazer para cá também?
— Para resolver as coisas anjo! Nada além de esclarecimentos e proteção serão resolvidos.
— Além do mais amiga será bom eu acompanhar a evolução da Ella!
— Claro Vitória, vem vamos ali no quintal.
— Lopez vai com elas.
Ethan não sabia onde isto ia chegar e achou um pouco estranho por minha parte agir desta forma ainda mais com elas, ele pensava que estavam seguras no quintal....até podiam estar, mas nada poderias descartar neste momento.
— O que queres que eu faça agora? Sabes que eu não gosto de pessoas atrás de mim.
— Irás ter pelo menos por um tempo, até isto apaziguar. Vá Ethan para de ser assim, irás te habituar eu sei que sim!
— Hum. Como tencionas em fazer?!
— Meu cunhado aqui tem contactos Ethan, até tem um caderno com empresas de seguranças? Né?! — Vitor sorriu para nós. —Além do mais eles nem incomodam nada, nem perceberás a presença da deles, a não ser que assim o querias.
— Tudo bem, façam o que acharem melhor.
Finalmente vejo Ethan pela primeira vez na sua vida concordando com algo junto a mim. Ele tinha que assegurar a segurança pelo menos da sua mulher e do seu filho já que ele não queria a sua.
— Quantos desejas?
— Eu não sei me diz tu? Falamos com várias empresas e achamos uma com melhor orçamento!
— Uns oito!
— Oito? Tudo bem então.
O moreno gostava de extravagâncias, mas quando o assunto é proteger as pessoas que amamos nada disso importava....lá no fundo eu sabia que ele estava preocupado com o que pudessem fazer á sua mulher e ao seu filho, seria até extremamente doloroso para mim.
— Quando falarei com eles pessoalmente?
— Tem uma que se destaca mais na qualidade e no serviço, queres falar com o chefe dos seguranças?
— Sim! Ainda hoje, nem que seja durante a noite.
— Tudo bem então. Mas terás que ficar com eles até pelo menos comprovar que eles vos querem fazer mal.
— Como vamos fazer isso? Não os quero colocar em perigo! — assustado o moreno segura em Guilhermo. —Não me faças isso, não me faças colocá-los na casa sozinhos.
— O quê?
Virou riu.
— Não Ethan que disparata é esse claro que não, é bem simples precisamos fazer como nos filmes colocar escutas neles e descobrir cada passo a passo.
— Se eu tiver que ouvir eles a fazer amor eu estou fora. — mais uma vez Vitor se pronunciou e desta vez rimos.
Ele fazia os momentos tensos serem sem dúvida os mais divertidos, não sei o que faria sem ele na minha vida.
— Vamos fazer uma coisa, em primeiro lugar vamos colocar seguranças com vocês, depois duplicamos o sistema de segurança na vossa casa e em terceiro terás que reformular os carros para sistema blindado!
— Sistema blindado? Isto sem dúvida está a ser um absurdo. — se levanta. —Eu quero ela longe de nós!!! António, vá por favor.
— Vamos fazer o possível, eu e Natasha faremos o possível para que isso seja resolvido o mais rápido possível.
[...]
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