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I just can't let you go
I'd let the world burn
Let the world burn for you
This is how it always had to end
• Let the world burn - Chris Grey •
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Frase do Capítulo:
-Olha como eles terminaram só por não te respeitar.
António Torres, 2019
💄💋⚽️
Aurora Torres
15:00h - na quinta, Algarve/Portugal
Está um dia maravilhoso no Algarve, o sol estava quente e uma arejem fresca e deliciosa se fazia sentir. Eu amava demais este clima, era simplesmente uma paz interior alucinante.
Apenas eu e as meninas estávamos em casa, elas sem dúvida alguma traziam para cá uma alegria ainda desconhecida por minha parte.
Estávamos todas na sala vendo o programa preferido da Ella e da S/n neste horário, eu nunca coloquei limites para assistir televisão ainda mais por elas saberem exatamente quando o devem parar. Era realmente uma vitória quando elas paravam de assistir.
— Vou abrir! — com um sorriso no rosto S/n gentilmente abriu a porta. —Samuel?! Vovó o advogado está aqui.
— Deixa ele entrar querida. Samuel que surpresa não o esperava aqui, passou-se alguma coisa que deva saber.
— Podemos falar a sós? — com um olhar cansativo o moreno mirou para a sala. —É urgente.
— Claro venha vamos para o escritório.
Eu realmente não estava preparada para saber o que ele tinha-me para falar em privado que não pudesse também Natasha ouvir, mas algo me indicava aquele assunto do suposto filho de António. Era uma autêntica confusão o que eu estava a criar para protegê-lo.
O moreno sentou-se e começou a tirar a capa que continha os papéis desse "caso" eu realmente não sabia o que vinha pela frente, porém eu também sabia que tudo isto podia-se tornar em algo ainda maior.
— Eu sinto muito em dizer Aurora!
— Fala logo Samuel, não me deixes assim.
— Na altura que me deu este papel com a confirmação de que Sebastian e António era pai e filho e eu disse-lhe que não.
— Sim o que tem? Samuel por favor fale logo.
— Bem, num dos parâmetros a pesquisa foi inconclusiva, teremos que repetir o teste por isso de dar negativo.
— Está a querer dizer que teremos que fazer outro teste?
— Eu sinto muito, sei o quanto não queria isto mas teremos que descartar todas as possibilidades para estarmos descansados em relação a isso.
— Eu não acredito. — coloco minhas mãos sobre a minha cabeça. —E se ele for.....como vai ser?! António não vai aceitar esse filho, eu o conheço.
— Se realmente se confirmar que António e Sebastian são pai e filho ele terá sim que acarretar com as despesas até agora incluindo a pensão.
— E se ele não o fizer?
— Terá sujeito a pena de prisão até um ano, ou uma pena de multa até 120 dias e a mãe dele pode pedir uma abertura de processo de incumprimento de alimentos.
— Podemos falsificar?
— Senhora? — Se surpreendeu com a minha pergunta.
Nunca fui sujeita a fazer tal coisa, mas meus filhos são as pessoas mais importantes da minha vida eu simplesmente faria qualquer coisa por eles até fazer loucuras como esta. Era terrível, concordo, mas não podia deixar que ela se apoderasse de dinheiro da nossa família e coloca-se até o seu único filho contra o pai.
— É eu também estou surpresa com a minha pergunta, mas Samuel sabes perfeitamente que ele não vai aguentar se descobrir que Sebastian é seu filho?
— Meu filho?! — António abriu a porta do escritório. —Como assim?!
— Vem vou deixar-vos a sós, depois com mais calma resolvemos este problema do documento.
— Claro obrigada mais uma vez Samuel!!
António não estava a gostar nada do que ouviu, se sentou na poltrona e logo pegou copo e colocou uísque e o bebeu sem nem pensar duas vezes. Ele estava autenticamente morrendo por dentro, quem me dera poder tirar-lhe esta dor.
— Mãe me fala, é verdade ele é meu filho não é?
— O quê? Claro que não.
— Não me mintas, eu não quero, prefiro ouvir a verdade e ser dolorosa do que ser uma mentira que estarei vivendo.
Fechei novamente á porta e desta vez á chave e me coloquei perto dele, o reconfortei pegando na sua mãe e ele visivelmente destruído se segurou na única esperança que tinha.
— Ok ok eu conto. O documento que Samuel me trouxe é inconclusivo numa parte por isso de o resultado dar negativo, teremos que repetir querido.
— Então ele pode ser né? Mãe, ele é parecido com ela, ele é parecido com a S/n.
— Isso já são coisas da com tua cabeça amorzinho, eles não tem parecenças algumas não comeces a fazer isso. Nós vamos ultrapassar isso, eu sei que sim, mas por favor vamos manter isto entre nós os dois por favor.
— Eu já venho!
— Filho! António.
Saiu do escritório em passo apressado e logo chamou Lopez para cá, eu não sabia o intuito que ele tinha agindo desta forma, todavia eu também sabia que ele queria ficar aliviado até resolver o resultado final.
— Precisam de algo?
— Lembraste daquele dia em dezembro de 2002 quando eu acordei num hotel?!
— Antonio? — o questiono não sabendo onde ele queria chegar com aquilo.
— Eu.....sim senhor eu lembro mas o que isso tem a ver comigo?
— Tu sabes, bem eu e a Veronika, né!
— Filho?!
Isto estava a ser um autêntico absurdo.
— Senhor!
— Não o coloques numa posição complicado António para com isso. — me coloquei no meio de ambos. —Lopez por favor!
— Droga mãe! Eu preciso saber se eu e ela fizemos.
— Eu não ouvi e constando o ambiente no quarto acho muito raro que isso tenha realmente acontecido.
— Lopez por favor, obrigada. — o conduzi até á porta. —O que tu tens na cabeça António? Areia é?!
— Eu só queria ter a certeza, eu sei que aquele filho não é meu...........eu sinto isso.
— Chega! Vamos parar por aqui, vamos voltar para a sala que era onde eu estava.
António realmente precisava relaxar pois assim ele não me deixaria ajudá-lo em nada deste assunto. Regressamos para a sala e lá estavam todos no sofá falando entre si enquanto as crianças brincavam.
Eu simplesmente morreria se isto tudo fosse verdade, seria doloroso para mim e ainda mais doloroso para António que teria que arcar com as despesas porque ser preso era um dos riscos.
— Esta tudo bem Aurora? Samuel saiu daqui apressado. — Era Natasha no meu lado. —Antonio está esquisito, não estava assim quando entrou em casa.
— Está tudo bem sim querida não te preocupes tudo sob controle.
Eu era definitivamente a pessoa que mais guardava os segredos das pessoas aqui em casa, cada pessoa contava um em cada dia e eu tinha que guardar tudo para mim, era simplesmente um campo minado a minha cabeça.
António Torres
15:30h - na quinta
A minha cabeça estava uma confusão imensa, meus pensamentos batalhavam contra o raciocínio concreto que devia permanecer intacto, todavia nem um pouco isso se fazia. Era simplesmente uma constante luta.
Estava sentado no sofá, mas não por muito tempo fico ali, era sem dúvida a pior coisa que eu devia fazer, ficar parado sem fazer nada seria um absurdo.
Fui perto da Natasha e murmurei em seu ouvido para ela me acompanhar ao jardim da frente da casa, eu precisava tirar esta dor de mim, eu precisa saber da verdade e somente a verdade. Eu tinha que me despedir dela antes de fazer uma asneira.
— Porque me trouxeste aqui fora? António está tudo bem?
— É que....como eu vou dizer isto.
— Fala por favor, sabes muito bem que eu fico ansiosa se as pessoas ficam com rodeios.
— Eu te amo amorzinho! — coloquei minhas mãos em seu rosto.
— Eu também te amo Torres. — sorriu para mim. —Mas eu não entendo! — me olha com um olhar confuso.
— Perdoa-me se eu não voltar, perdoa-me se o nosso casamento acabar.
— Como assim? António por favor me explica.
— Eu te amo amorzinho. — um último beijo lhe dou.
Entrei em casa e fui direto para a garagem e Natasja me seguiu o caminho todo tentando entender o que passava na minha cabeça neste momento, mesmo eu também sabendo que até estava difícil para mim entender.
Travei o carro para ela não entrar e logo sai de casa, eu precisa colocar um ponto final nesta história e o melhor que eu podia fazer era ir a casa de Veronika saber por mim mesmo a verdade é somente a verdade.
Passei o caminho todo tentando reformular algo para falar para a morena, era simplesmente impossível neste momento, Lopez consegui a morena de Veronika com Enzo e faltava pouco para chegarmos lá. Meu corpo sua frio, minhas mãos tremiam e meu coração começou a acelerar, tentei respirar fundo.....era simplesmente impossível.
— Senhor já chegamos!
— Obrigada Lopez, fiquem aqui fora.
— Tem a certeza senhor? — Falou Lopez em forma apressada. —Não acho apropriado fazer isso ainda mais com ela.
— Tudo bem então.
Toquei a campainha e logo Veronika me atendeu na maior pressa, não sei o que ela fazia da vida após sair da empresa, mas isso não me interessava nem um pouco.
— Estás tenso António, não te aflijas Sebastian não está aqui entra.
— Eu vou ser breve! — me ofereceu um café, porém eu recusei. —Eu quero esta história de tu e eu bem explicada, se de facto, existiu mesmo tu e eu.
— Ahhh António não te lembras mesmo? — falou debochadamente. —A nossa noite naquele hotel foi tão divertida, até tivemos um filho do fruto do nosso amor.
— Amor o cacete, nunca me deitei contigo! Além do mais não tens como o comprovar eu sei que ele não é meu filho.
— Tu sonhas muito António não sonhas? Quantas vezes eu terei que te dizer a ti e á tua mãe que ele é sim teu filho?
— PARA! Ele não é, eu sei. Aquele garoto não é, nunca foi e nunca será meu filho.
— AQUELE GAROTO É TEU FILHO. — com força a morena bate com a chuçara de café na bancada. —Não me faças ter que correr ao tribunal e aos jornais para expor a verdade.
— ...
— Imagina só, o magnata António Torres vai para a cama com uma funcionária sua enquanto estava casado com Núria Fonseca. Como seria isso? Eu venho especulando isso á bastante tempo.
— Eu não a trai, eu nunca trai e não vai ser agora que o vou fazer. Eu estava bêbado e tu aproveitaste-te disso.
Eu estava totalmente com raiva, meu sangue fervia em minhas veias, meu coração acelerava a cada palavra dela e minha cabeça estava ao ponto de explodir com tanta hipocrisia.
Dei alguns passos ao redor da sala de estar e coloquei as minhas mãos sobre meu rosto numa tentativa boba de me acalmar. A porta é aberta e logo minha mãe e Sebastian entram na casa.
— Mãe! Está tudo bem? Elas encontraram-se comigo na entrada.
— Tudo sim filho, porque não vais ao supermercado a mãe esqueceu-se de uma coisa lá. Está ali o papel com o que ela se esqueceu, o senhor Hugo sabe o que é.
— Tudo bem. Fica bem mesmo.
Talvez Natasha tivesse ficado em casa por simples obrigação de minha mãe, a morena não podia simplesmente saber que eu vim aqui era uma autêntica dor para ela.
— Claro que sim Sebastian, vai.
O garoto saiu e logo começamos a conversar, desta vez civilizadamente.
— Eu jurei que depois daquele dia nunca mais te via na vida.
— Mas parece que viste António, nossos planos já estão traçados.
— Que traços? Que traços?! Tem respeito e te valoriza antes de fingires dormir com homens casados e se aproveitar de tudo e acima de tudo do dinheiro.
— Minha mãe tem razão, tens que te dar ao valor se queres ser respeitada. Imagina tu por tua vez se as pessoas descobrissem que dormiste com o teu patrão enquanto ele estava bêbado.
— Não é bem assim tu também o quiseste é Sebastian é prova disso.
— SEBASTIAN NÃO É PROVA DE NADA!!!!! — minha mãe me empurrou para trás.
— Ouve só Veronika, se nós voltas a incomodar com este assunto nós trataremos de te fazer pagar por calúnias e nem que isto tudo vá a público a mim não me interessa, vamos ver no final quem ganha isto tudo.
— Vamos! Estou pronta. — nos fez frente. —Não tenho medo de vocês.
— Ela está a testar a minha paciência. — sussurrei com minha mãe.
— Nós deixa sozinhas filho! Vai para o carro.
— Mãe!
— Vai António. — assentiu mais uma vez e logo sai da porta para fora.
Minha mãe ficou ainda dentro de casa por uns cinco minutos e logo saiu e me encontrou fora do carro tentando me controlar. Entramos em carros diferentes e logo fomos soda casa, eu precisava descansar, depois de tudo isto, eu seriamente precisava voltar ao meu ritmo o normal.
— Torres! — Natasha me abraçou apertado. —Seu idiota, não faças mais isso. Assustaste-me.
— Eu estou bem agora amorzinho. Onde estão todos?
— Foram ver os animais, Levi queria conhecê-los e talvez meu irmão foi montar pela primeira vez.
— Ótimo! Vou subir para o quarto.
— Tudo bem, eu já vou. Vou só falar com a tua mãe e logo irei ter contigo.
Eu precisava descansar a minha cabeça, estes dias tem sido um autêntico sofrimento e pensar sempre na mesma coisa fazia com que eu não conseguisse viver a minha vida em paz. Tudo isto havia-me deixado extremamente triste.
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Natasha Torres
17:00h — na quinta
Fui ter com Aurora na cozinha, mas não demorou muito para ela me notar e me dar um chá calmamente nas minhas mãos para António beber, vendo tudo isto, o moreno precisava estritamente de um descanso prolongado e sem ninguém a falar-lhe. Ele tinha que te recompor.
Subi as escadas, entrei no quarto e logo fechei a porta, pousei a chávena na sua mesa de cabeceira e logo tirei um cobertor para o cobrir, ele estava a dormir como um anjinho e iria deixá-lo assim por mais tempo.
Peguei em meu livro e fui para a poltrona perto da grande janela que estava aberta e comecei um novo capítulo da incrível história. Ler para mim era parte de um plano de relaxamento perfeito e digamos que isso me fazia sentir feliz.
Tinha avisado Aurora que se quisesse algo de mim para não bater na porta e logo entrar para não o acordar e foi exatamente isso que ela o fez e logo se sentou perto de mim. Eu e ela tínhamos uma conexão maravilhosa.
— Ele precisa de todo o amor possível.
Começamos a sussurrar, a poltrona ainda ficava longe da cama por isso não tinha mal se falássemos um pouco baixo.
— Eu sei, ele é tudo o que u tenho na vida. Depois que ele se despediu de mim parecia que algo de ruim ia acontecer.....eu não o quero perder Aurora, eu não quero perder a minha alma gémea.
— Ele é forte, ele consegue ultrapassar tudo.
— Mas afinal onde ele estava?! Quando chegou ele não me disse.
— Ah! — olhou para ele e logo se ajeitou. —Bem, ele estava na praia.
— Num penhasco?!
— Mais ou menos, não era nada disso ele nem chegou a ir para a areia apenas estava no passeio.
— Ainda bem, pensava que ele....
— Não digas isso agora, ele precisa de compreensão. Vai ter com ele faz-lhe carinho que eu controlo tudo lá em baixo e não deixo ninguém subir para vos incomodar.
— Obrigada Aurora.
— De nada, fiquem bem. — com um sorriso na cara sai de casa.
Fui para perto dele e logo ele se vira para o meu lado me abraçando na cintura e colocando sua cabeça bem perto do meu corpo, ele sentia-se seguro e era esta a sensação que eu queria transmitir-lhe.
Ele era a minha casa, eu era a sua casa eu olhava para ele como uma mulher olhar para seu marido, mesmo zangada com ele eu não parava de o amar. Ele era o meu homem! Ele era o meu super-herói!
Estava já há uns dez minutos sentada na cama tentando refletir o que devia fazer a seguir, eu simplesmente continuar sentada....isso começava a ser um pouco exaustivo por isso me ajeitei e me reconfortei deitando o abraçando até que ouço um suspiro de sua parte.
Ele estava seguro.
Tudo em mim mudou. Tudo nele mudou.
— Eu te amo amorzinho! — falou ainda com os olhos fechados. —Me perdoa, eu não queria assustar-te. Nunca foi a minha intenção.
— Eu também te amo Torres. — beijo sua cabeça. —Eu também te amo, mas por favor não pensemos nisso novamente.
— Onde estão todos? — vira sua cabeça para mim e finalmente abre os olhos.
— Lá em baixo ou lá fora, mas podemos ficar aqui à tua mãe deixou.
— Não posso simplesmente desaparecer assim, eu tenho família tenho pessoas que devem estar preocupadas.
— Não precisas eles sabem que estás bem.
— Podemos ir?
Ele sempre insistia e não parava de perguntar até vencer por isso fiz a sua vontade e sai da cama primeiro do que ele e logo lhe entreguei o chá. António era aquele tipo de pessoa que detestava chá, porém ele também sabia que para se acalmar teria que o tomar e foi assim que o fez mesmo fazendo uma cara feia no final.
Ele era uma peça mesmo estando cansado.
— Vem vamos. — entrego minha mão na dele. —Devagarinho senhor!
— Senhor? — me olha e logo me puxa para perto dele perto das escadas. —Estás-me a chamar de velho amorzinho que é isso hem? Sabes que posso ser bem pior logo.
— Logo á noite? Não estavas cansado? — desço primeiro as escadas.
António era aquele tipo de ser humano que conseguia se alegrar com a maior facilidade, entramos na sala, mas não vimos lá ninguém....provavelmente estariam nos cavalos nesta hora por isso a nossa parada seguinte foi ir ter com eles.
Andar com ele no pôr do sol e pela quinta era algo simplesmente perfeito, ele cuidava de mim como tivesse cuidando da sua própria vida.
— Atende o telemóvel Enrique, não faz mal. — paro. —Não faz mal!
— Olá doçura! — atende a chamada e logo ri para mim.
— Ui que ele está atacante. Vai ter com ela vai homem eu hoje não irei sair!
— Ele está a namorar? — questionou o moreno curioso.
— Talvez. Ah olha eles ali, até António vê se me apanhas.
— Ainda estou cansado, mas eu sei apanhar o que é meu.
— Estou a ver que sim. — beijo ele. —Antonio para estamos em público.
— Então para de ser assim tão gata e charmosa.
— Vou pensar nesse assunto delicadamente.
Esta sem dúvida alguma era a família dos sonhos, a família que sempre pedi a Deus e a família na qual eu me protegia dos "bichos" maus. Todos nós precisávamos de alguém para ficar, eles eram essas pessoas....mantendo-me perto e me acarinhando era sem dúvida a melhor sensação do mundo.
— Olha mamãe! Olha papai, estou a andar no Zeus. Titio Vitor ainda não montou.
— Ainda não? Quê isso hem irmãozinho? — fui ter com ele e fiz cafuné na sua cabeça. —Tens que perder o medo eles não te mordem.
— Hum isso é o que dizes, se eles tiverem fome comem sim.
— Que exagero Vitor, tem calma eles são bastante calminho vai não tenhas medo o Dário irá guiar-te e ajudar-te. — é António.
— Mesmo?
— Sim não tenhas medo, eles parecem grandes mas são bastante meigos, vai nós vamos dar-te força.
— Entoa tudo bem, se o Levi foi no pónei eu também conseguirei ir num cavalo maior.
— Exatamente isso. — riu dele junto de todos. —Vai, ele está te esperando.
Meu irmão gostava de cavalos, todavia tinha receio de os montar.....quando pequeno ele sempre me falava que seu maior sonho era um dia montar em um e agora ele estava prestes a concretizar o seu sonho.
Era divertido ver ele feliz com a sua realização já que fui eu e meu pai que o criamos sozinhos enquanto nossa mãe vivia bêbada.
Foi um trinta e um para montar em Eros, mas logo ele criou coragem e se ajeitou em cima dele. Meu irmão estava com receio, mas os seus olhinhos de concretização eram a melhor coisa que eu podia desejar na vida.
— Mamãe. Eu andei de cabalo! Eu andei. — Levi me abraçou pro trás.
— Foi pequeno! — o peguei. —Vês, o titio Vitor não tem medo, Eros é meigo com ele.
— Também quelo montar no Elos mamãe. Eu quelo.
— És muito pequeno Levi, quem sabe mais tarde.
— Levi olha aqui o Zeus, vem podes fazer miminhos.
— Eba um cabalo.
O pequeno era sem dúvida um raio de sol na minha vida, seu jeitinho era simplesmente perfeito.
— Que tal todos andarmos nos cavalos?
— Eu quelo vovô Duarte, eu quelo.
— Meu sogro a perder o medo de cavalos? — fiquei surpresa.
— Algum dia temos que ultrapassar os medos não é mesmo? — não abraçou. —Venham vamos ao estábulo buscar os outros.
Um passeio duradouro foi concebido e logo voltamos para casa para jantar e ficar mais tranquilos durante a noite. Levi dormiu em meu colo o caminho todo, o pequeno estava exausto e depois de andar comigo a cavalo em cima de Apolo foi mais um caminho andado para o ir colocar a dormir lá em cima.
Subi as escadas e meu irmão veio comigo para se lavar e trocar de roupa, Eros tinha-o sujado todo após o passeio, mas digamos que eles tiveram uma conexão amoroso nem um nem outro ficou tenso.
Fiquei mais um pouquinho no quarto até meu irmão resolver sair da casa de banho e logo fomos para o andar de baixo onde tínhamos uma visita, uma visita que eu estranhei aí principio ainda mais com malas juntas a ele.
— Boa noite! — o cumprimentei.
— O que fazes aqui?!
— Minha mãe teve que ir de viagem e como eu não tenho ninguém para ficar ela me disse que vocês me abrigariam até ela voltar.
— Em sonhos!
— ANTÓNIO!!!!! — seu pai o advertiu. —Claro que podes Sebastian sê bem-vindo.
— Deves estar a brincar pai? Nem o conhecemos e vamos colocá-lo dentro da nossa casa?
— Filho então, para com isso.
— Deixa só a mãe saber disso, ela ainda não o viu e digamos que terá uma conversa com o senhor bem sério em relação a isso!! — foi para o quarto.
— Não te aflijas meu querido, senta-te ali com eles. Eles serão carinhosos contigo na tua estadia aqui. Quantos dias vais ficar mesmo?
— Três dias! Minha mãe tinha que resolver uma coisa urgente na Alemanha.
— Claro! Vem senta-te.
António ficou bastante incomodado com a presença de Sebastian e não sei o porquê por isso me ausentei da presença de todos e fui ter com António para tentar entender o que de facto se passava entre ele e a mãe dele.
— Torres! — bati na porta do quarto. —Deixa-me entrar vai, por favor.
— Deixa-me sozinho amorzinho por favor.
— Só queria saber se estás bem?! Torres, cariño!
— Eu estou bem por favor Natasha.
Eu tinha receio que ele ficasse demasiado nervoso com a presença dele por isso de o querer reconfortar, ele merecia esse carinho, mas eu também entendia que esta não era a hora indicada para tal coisa por isso fui novamente para a sala e vi que Aurora também estava um pouco desconfortável com a presença dele.
— Tudo bem Aurora?
— Tudo sim querida, apenas estou cansada isto já passa.
Isto estava esquisito e ninguém nos contava o que de facto acontecia, tinha medo que isto fosse longe de mais e nós soubéssemos de coisas que não eram para ser descobertas.
— Mamãe! Sebastian me contou que está a começar a sua carreira na música.
— Sério princesa que máximo.
Mesmo eles estando assim com eles eu tinha que ser carinhosa para que ele se sentisse confortável.
— Ele diz que já fez uma música, aqui a letra.
— Sebastian até trouxe o seu violão hermanita.
— Thor vem aqui garoto. — António falou perto das escadas. —Vem, vem comigo.
— Pai deixa ele, Thor está a divertir-se.
— FILHO!
— Que merda pai, me deixem.
— ANTÓNIO NÃO FALES ASSIM COM O TEU PAI!!
Todos estavam tensos, todos estavam bastante preocupados com a reação dele por isso seu pai subiu as escadas junto a Aurora e entraram no quarto com ele para tentar entender o que de facto se passava.
— Não gostei dele mãe. — Ferran murmurou perto de mim. —Não vou com a cara dele!
— Querido também tu? Não faças isso é tudo novo para ele vá, parem de ser assim com ele tenta conviver vais ver que tudo vai correr bem.
— Vou para o meu quarto, até!
— Maninho! — é S/n. —Também tu?
— Sim, também eu.
Eu não estava a perceber mais nada de tudo isto, mas tudo ia melhor eu tinha certeza que sim.
Não demorou muito para que António e seus pais descessem para ficar connosco na sala, o moreno ainda visivelmente chateado se sentou o mais longe de Sebastian observando todos os passos do moreno.
O resto da noite foi até mais calma, já tínhamos comido á duas horas e todos se recolheram para os seus quartos e eu inclusive fui ver como Levi e Ella estavam, eles mereciam todo o amor do mundo.
Entrei novamente no quarto e observei António na varanda, talvez tentando acalmar seu coração e o calor que se fazia sentir dentro dos nossos aposentos. Liguei o ar condicionado e fui ter com ele o abraçando por trás.
— Está tudo bem Torres? Não comeste muito ao jantar.
— Tudo sim! Nada de mal, também não tinha muitas fome para tal coisa.
— Tudo bem então. Porque reagiste assim com ele, com Sebastian e principalmente com os teus pais? Eles não mereciam isso, nunca mereceram.
— Foi no calor do momento, não queria dizer aquilo.
— Tens que tentar te controlar, especialmente quando ele vai ficar aqui três dias.
— Três dias? Vou tirar férias para outro país então.
— Para, não faças isso ele não tem culpa de nada mesmo que alguém tenha a culpa, pois ninguém a tem. Ele é apenas um adolescente com a mesma idade da tua sobrinha.
— Ainda bem que a minha irmã e a sua família vem para cá daqui a dois dias. — me beijou repetidamente. —Assim.ficarei.mais.tranquilo. — acrescentou rindo.
—E comigo não ficas? — o desafiei. —Se é assim, vou encontrar outra pessoa.
— De modo algum. — me agarra e me joga na cama.
— Para, agora não. Ainda devem estar acordados, além do mais temos visitas aqui em casa e talvez daqui a pouco Levi acorde.
— Vou ficar triste.
— Oh bebezinho não fiques triste.
— Então me beija!
— Não!
— Não escapas até eu ter um beijo teu.
— Chato. — o beijo é logo me joga na cama. —Para! Me deixa ir beber água e ver como eles estão novamente.
— Tudo bem, mas volta rápido.
— Não! — sorriu e logo fecho a porta.
Eu até entendo a parte do moreno em ficar surpreso com uma ex-funcionária sua que ele já não via á 16 anos atrás, mas isso também não lhe dava ao direito de responder e falar assim com as pessoas.
Eu sei que ele estava tentando mudar aos poucos, ele estava tentando ser alguém melhor.
Com os anos passando eu entendia que ele fosse ficando mais sábio e de facto em alguns aspetos ele estava, todavia tinha que melhor em um ou dois pontos.
[...]
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