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If you ever leave me, baby
Leave some morphine at my door
'Cause it would take a whole
lot of medication
To realize what we used to have
We don't have it anymore
• It will rain - Bruno Mars •
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Frase do Capítulo:
-Nunca pensei que lembrar a tua perda era difícil para mim. Eu te amo papai!
Natasha Torres, 2019
💄💋⚽️
Natasha Costa
11:10h - Barcelona
Era um novo dia, um novo dia de novos caminhos. António e eu estávamos indo bem na nossa boa reconciliação depois de todos os ciúmes e dúvidas por parte do moreno, ele era imprevisível, mas sem dúvida alguma era o homem que eu mais amava na vida.
Ele era a minha ALMA GÉMEA, todas as pessoas tinham uma. Bem, ele era a minha.
Virei a cabeça para o lado do moreno, todavia sem nenhum sinal dele, talvez ele estivesse ido trabalhar e ele teve pena de me acordar. Ele era um fofo.
Hoje era um dia triste para mim, pelo menos por uma parte. Ir visitar meu pai ao cemitério para mim era das piores coisas que eu podia fazer, ele morreu tão jovem e sem cumprir a sua promessa.....ficar aqui até me ver com filhos, quando soube de sua morte foi o meu abalado emocional.
Irei vos contar como aconteceu.
(...)
Natasha
na Lapônia um mês após o casamento (2017)
Estava fazendo um belo café da manhã para mim e para António, hoje era daqueles dias que me motivava sempre, fazer bonecos de neve e explorar de tudo um pouco da pequena vizinhança que tínhamos era tudo para mim.
O moreno colocando os pratos enquanto eu me encarregava de fazer um delicioso café da manhã. Era inesquecível.
— Amorzinho! Teu telemóvel está tocando, queres que o vá buscar. Tens as mãos sujas.
— Se não te importares Torres, obrigada.
O moreno era uma enorme ajuda para mim, sem ele com toda a certeza estava perdida.
— É a minha mãe! Não sei porque razão ela não me telefonou, queres que atenda?
— Tudo bem.
Não me importava nem um pouco dele mexer no meu telemóvel, não escondia nada dele e digamos que nunca lhe escondi algo que tivesse relacionado a telemóvel, todavia ver o moreno fechando a cara com o que a sua mãe falava era desastroso, me passou o telemóvel e eu não queria o que estava ouvindo, meu pai veio a falecer.
Eu estava acabada.
— Não! Ele não, Aurora por favor ele não.
Coloquei no viva voz.
— Me perdoa querida, ele veio a falecer hoje de madrugada.
— Não! Não! Não! — de joelhos eu caí, António me abraçou e logo pediu para a sua mãe desligar o telemóvel e assim o fez. —Não! Meu pai não, ele estava tão bem, Torres é mentira né! Diz que sim.
— Eu sinto muito amorzinho. Vem aqui!
— Senhor! Senhora!! Tudo bem aqui?! — Lopez e os seguranças entraram.
— Por favor digam ao piloto e ao aeroporto para arrumar o jato, iremos partir imediatamente para Barcelona.
— Claro!
Ainda agarrada apenas me sentia na obrigação de continuar processando tudo o que estava acontecendo, nós saímos de lá e o seu cancro estava controlado e não sei o que deu de errado. Eu havia falado com ele á dois dias atrás e ele estava tão bem.
— Vem amorzinho! Vamos nos arrumar. Deixa isso para lá.
— Meu pai Torres! Ele. Ele não. É mentira.
— Oh amorzinho. — beija minha cabeça enquanto me fazia carinho. —Tudo vai passar, eu estou aqui contigo.
(...)
Indo em direção ao banheiro ouço a porta do quarto abrir-se, era ele que logo jogou o seu casaco no cimo da poltrona e me abraçou. Seus abraços eram como magnéticos se atraindo em alta velocidade. Ele me tinha á sua mercê.
— Amorzinho! Bom dia, voltei e tu ainda continuas-te no quarto. Que vitória!
— Nem comeces Torres acabei de acordar, além do mais a noite deixou-me cansada.
— A noite? — pergunta discretamente.
— Talvez! — respondi debochadamente. —Além do mais tenho que ir a um sítio e sabes muito bem qual é.
— Vou contigo hoje. Estou com saudades de ver o seu túmulo.
— Não tens que ir! Não é a tua obrigação.
— Claro que é, além do mais ele era meu amigo.
— Tudo bem! Vou me arrumar e logo vou tomar o meu pequeno-almoço.
— Vou preparar um bem caprichado. Fica tranquila! Já já vou tratar do assunto. — sai apressado todo sorridente.
Ele era uma autêntica criança, ele fazia-me rir nos momentos mais aflitos e até nos momentos bons como quase todos os dias. Ele era uma peça.
Entrei na casa de banho e comecei me lavando e sai vinte minutos depois, logo sai e fui vestir a minha roupa mais fresca. Ir a um cemitérios tinha que ser um daqueles momentos de grande sentimento, sempre eram.
Organizei tudo no quarto e logo encostei a porta, descia as escadas, todavia quem eu menos queria encontrar lá estava, Núria não livrava de chatear António por causa das crianças um só segundo. Nunca o livrava dela!
— Núria sai daqui caramba, já não estou para te aturar como antes. Minha mente mudou minha personalidade mudou, agora se fizeres o favor.
— Noite romântica ontem á noite? Hum! Nunca tivemos uma depois deles nascerem António.
— Porque será! — cruzou os braços e falou ironicamente. —Núria vai embora.
— Bom dia Núria!
— Bom dia. Eu quero ver os meus filhos, já falei eu ligo para eles mas eles não me atendem!
— Não tenho nada haver com isso, a vida é deles além do mais não és tu que passas a maior parte dos meses sem dar nenhuma notícia e agora vens aqui impor a tua autoridade?
— Núria! Por favor, eu e António estávamos de saída. Não podes voltar noutra altura?
— Não haverá outra altura! Eu quero vê-los, nunca devia ter concordado em matricularmos em escolas públicas, se eles fossem educados na mínima disciplina como em escolas privadas não aconteceria isto!
— Chega! Vai embora.
— Não vou. Vais me ouvir já falei. Eu irei fazer com que eles te odeiem.
— Tenta! Tenta para ver.
— Torres para, Núria por favor vá.
— Ainda me verás em breve António.
— Hum!!!!
Irritar António era a maior qualidade da loira, era sem dúvida uma qualidade absurda e digamos que o moreno não gostava nem um pouco de a ter aqui em casa.
O puxei para a cozinha e colocamos o pequeno almoço no cimo da bancada, comemos e logo entramos no carro em direção ao cemitério. Este era daqueles momentos que eu refletia sobre tudo e todos, era daqueles momentos que me deixava sempre na dúvida.
— Vamos passar as férias de verão no Algarve!
— Não íamos ficar aqui e os teus pais e os teus filhos vinham?
— Bem....mudanças de última hora, além do mais qual o problema a quinta é enorme, tem vários espaços e digamos que tu gostas de lá estar.
— Vou ficar mais tempo com o Thor! Ebaaaa, Kero também vai gostar de ficar com ele, o garoto vai conhecer a quinta pela primeira vez.
— Mais tempo com o Thor?
— Ciúmes Torres?
— Aham! És só minha garota não dele.
— Meu Deus Torres, ele é apenas um cão.
— Vou comprar um papagaio para ele sempre te lembrar que és minha.
— Não vais não, são muito chatos eles.
Ops! Eu fiz de novo.
A minha maior qualidade era irritar António, mas ciúmes de um animal era um pouco demais. Ele teria que ter umas aulas com seu pai e Vitor, eles eram tranquilos nesse aspeto.
Não demorou muito para chegarmos ao cemitério, havia poucas pessoas fiquei tranquila por isso assim não tinha que ver pessoas olhando para nós enquanto visitávamos meu pai.
— Comprei flores e velas!
— Onde, onde foste buscar isso? — o questionei surpresa. —Torres, ei!
— Ah! Ali na loja amorzinho a trezentos metros abaixo ao virar da esquina.
— Nem reparei, vem vamos.
Andar por entre tantos túmulos me dava algum medo, meu pai foi enterrado junto a Gustavo, meu filho com António. Bem.....um sentimento atrás do outro apareciam ao redor de mim, não estava preparada para nada. Nunca estive e nunca estarei.
Tirei as flores velhas e as velas e logo o moreno me ajudou a organizar de outra maneira, sempre que aqui vinha colocava sempre de uma maneira diferente.
Saber que meu pai estava aqui enterrado era catastrófico, eu o queria aqui comigo, eu o amava tanto que esse amor nunca foi negado. Meu pai podia ter uma personalidade forte, mas sempre fazia tudo para que todos gostassem dele da maneira que ele queria. Meu MAIOR AMOR.
— Senhores! Eu e os seguranças quisemos fazer uma homenagem ao senhor Arthur comprando também estas flores.
— Obrigada Lopez. — o agradeci pegando nas rosas.
Meu pai amava rosas vermelhas. Ele era apaixonado e em cada canto da casa ele tinha um ramo delas. Um autêntico amante da espécie.
— Vês amor, bonito que ficou. Teu pai e nosso filho estão contentes.
— Estão sim! Porque o destino não foi diferente?
— Não era para ser carinho, nada é como queremos, mas Deus tem algo reservado para nós. Eu sei disso!
— É! Tens razão. Esquecemos de acender aquela.
— Nem reparei, vá acende eu sei que gostas de fazer isso.
— Obrigada.
Cuidar de pequenos detalhes como este era perfeito, cuidar ainda mais das pessoas que mais nos amaram era melhor ainda, meu pai nunca seria esquecido quando eu aqui estivesse..........não iria deixar acontecer.
Ainda passamos um pouco de tempo no cemitério e logo António em levou a casa de meu irmão que me havia telefonado a pedir ajuda com a Ella. A pequena talvez quisesse algo que meu irmão não podia fazer perto dela. Digamos que a pequena estava a ir bem na sua recuperação, nunca a vi melhorar tanto como ela melhorou em seis meses.
— Maninha! Finalmente chegaste. Bom dia cunhado favorito.
— Só tens um Vitor! — sorri para ele dentro do carro. —Só a vim deixar, tenho uma reunião na empresa. Até.
— Até Torres. Comporta-te.
— Sempre amorzinho.
— Aham! Me diz Vitor o que se passa?!
— É que a Ella sabes como é, ela não consegue ainda fazer as tranças sozinha e ela queria fazer e como eu não posso chegar á beira dela nesse aspecto eu ficarei sem saber o que fazer.
— Hum! Não sabias chamar uma cabeleireira?! — digo entrando em casa. —Bom dia anjinho, então vamos lá fazer as trancinhas lindas.
— Obrigada mamãe. — ela me abraça. —Tio Vitor não sabia quem chamar e fui eu que o disse para te chamar.
— Meu irmão e suas peripécias, vá vamos lá arranjar esse lindo cabelo!
— Mamãe! Mamãe! — saiu disparado Levi do quarto.
—Pequeno?! Não devias estar a dormir hem?!
— Acodei! Te amo mamãe. — me agarra a perna. —Te amo, te amo, te amo!
— Eu também te amo. Queres me ajudar a cuidar do cabelo da tua irmã?
— Xim! Vem Tito Vitô vamos ajuda também. — o puxa pela mão.
Levi era uma autêntica peça, ele se a carreira de futebolista não desse certo podia simplesmente se candidatar a ator, ele daria muito certo nesse aspeto.
Entramos no quarto e Ella já tinha tudo espalhado na sua penteadeira para o trabalho, seria complicado ainda mais quando ele não apenas uma, mas sim duas. Se fazer uma já cansa o meu braço nem imagino duas, todavia para ela eu fazia tudo e mais um pouco para ela se sentir aconchegada. Ela merecia!
Tenha calma bebé, não chores eu estarei aqui para ti.
— António diz que iremos de férias para Portugal daqui a quatro semanas quem aí está animado para ver os cavalinhos?
— Cavalinho, eba. Quero um cavalinho pa mim.
— Um pónei por agora pequeno, cavalos são enormes.
— Tá bom Tito Vitô!
— Tem a certeza que deva ir mamãe?
— Porque não princesa, além do mais a quinta é imensa tem várias coisas pra fazer, S/n pode ensinar-te a andar a cavalo seria tudo.
— Tudo bem então. — me deu as borrachinhas para o cabelo.
— Também quelo aprende. Tito Vitô o senhor me ensina?
— Vitor a cavalo? — ri na maior graça. —Ele nem em pé sabe andar imagina a cavalo pequeno.
— Quê isso hem maninha o que o Levi irá pensar de mim.
— Que tem um tio que só sabe andar a pé e às vezes nem isso.
— Vou mostrar-te que eu sei andar! Vais ver sou maravilhoso.
— Essa eu quero ver tio Vitor!
— Vocês vão ver, sou uma beleza.
Vitor fazia-me rir constantemente.
— Vou ter pena do cavalo que montares.
— Ri maninha, ri quem ri por último ri melhor.
Férias era o que precisávamos. Férias era a melhor coisa que precisava depois de tudo e um pouco que aconteceu neste tempo e devo confessar, sentia bastante falta da quinta no Algarve.
Aquela natureza toda em fazia esquecer de todos os problemas, a piscina e as diferentes coisas que podíamos fazer na quinta era simplesmente maravilhoso.
💄💋⚽️
• 2 semana depois •
António Torres
15:20h - na quinta, Algarve/Portugal
Chegar finalmente a casa era sem dúvida uma das melhores coisas que uma pessoa podia ter, para mim o lar era um meio de descanso e pensamento do que aconteceu fora do mundo do lazer.
Eu sentia saudades de meus pais, de minha filha, de Thor e de Atlas...para mim eram apenas eles que me faziam voltar para casa.
Abro a grande porta e logo vejo minha filha descendo as escadas com o equipamento de andar no cavalo, ela era apaixonada em hipismo e eu sempre a incentivei a lutar pelos seus sonhos. É o que ela faz.
— Papai! Que saudades, pensava que vinhas daqui a duas semanas com a mamãe. O que aconteceu? Está tudo bem?!
— Também tive princesa. A Natasha vem daqui a duas semanas, ela tem que ficar lá até acabar as aulas da Ella acabarem e de ir á reunião de final de ano da escola entendes.
— Claro papai. Vou andar com o Zeus pela quinta e ver os outros animais, queres vir comigo? Vamos passear um pouco, Atlas sente a tua falta.
— Vou sim princesa, espera um pouquinho só me irei trocar tudo bem?
— Claro, estarei ali fora brincando com o Thor.
— Tudo bem, cuidado.
— Sempre.
Ter estes momentos com S/n eram a melhor coisa que eu alguma fez podia pedir na vida, meus filhos eram a melhor coisa que já me havia acontecido na vida, sem eles com toda a certeza estava perdido.
Subi as escadas entrei no meu quarto e logo me troquei para a roupa de hipismo que meus filhos tinham me dado de presente no meu último aniversário, digamos que eles tinham boa escolha.
Meu pai estava na empresa e apenas estava aqui minha filha e minha mãe em casa, em nenhum momento a ouvi e tinha medo que lhe tivesse acontecido algo de mal.
Eu não queria isso.
— Mãe! — sou surpreendido por ela enquanto saiu do quarto. —Onde vais tão arrumada? Hoje não é quinta-feira para ires ao SPA, aconteceu alguma coisa?
— Tenho que resolver uma coisa filho, ficas com a
S/n até eu chegar? O assunto é urgente.
— Mas está tudo bem mesmo? Mãe podes falar, se deveres algo eu ajudo-te.
— Não é nada disso, fica com ela talvez esteja aqui antes do jantar ser servido.
— Tudo bem então! Fica bem, leva o Enzo e o Xavier.
— Claro! Até, xau princesa vovó já volta.
— Tudo bem!
Andar pela quinta até aos estábulos e falar com minha filha era a melhor sensação do mundo, isso fazia-a sentir-se mais amada e acarinhada, coisa que sua mãe nunca lhe consegui dar.
S/n era diferente de todas as outras meninas que eu conheci em toda a minha vida, eu tinha um amor incondicional por ela inexplicável.
A quinta por outro lado trazia uma ar e uma harmonia diferente de tudo que eu alguma fez presenciei, algo que em mim me fazia acreditar que era aqui que eu devia passar os meus últimos dias.
Tudo era lindo, cada caminho tinha diferentes espécies de árvores frutíferas e não frutíferas, flores, arbustos, bancos para se sentar no longo caminho e pequenos focos de luz implantados no chão para que de noite iluminasse a paixão e o carinho por esta enorme propriedade.
— A tua avó disse onde ia? — falo após chegarmos ao estábulo. —Ela saiu meio apressada, estava tudo bem hoje durante o dia?
— Sim! Ah esqueci, ela ao fim do almoço recebeu um telefonema e saiu da mesa quando eu e o vovô estávamos a acabar de comer.
— Hum! Tudo bem. Obrigada, mas agora vamos nos divertir um pouco.
S/n gostava que Zeus fica-se no meio de Sirius e de Atlas, ela achava que desta maneira ele se sentia aconchegado como ela se sente comigo e com sua avó. Ela é PERFEITA!
Pegamos os cavalos e os tratadores já estavam com os cavalos preparados quando lá chegamos, a pequena fazia a questão de com o interfone ligar para aqui para adiantar o serviço mesmo ela sabendo de cor todos os matérias que usava para montar, S/n tinha uma lembrança bastante boa para isto.
Logo montamos e fomos andar pela propriedade e logo Thor nos seguiu o caminho todo. Sempre habituamos tanto Atlas como Zeus a conviver com Thor, mesmo os outros cavalos não tinham medo dele, Thor simplesmente transmitia a eles a segurança.
Ele era o cão perfeito.
— Sempre quis saber como conquistamos isto tudo papai! Vovó nunca me contou, nem mesmo o senhor.
— Sério? Como isso, agora até fiquei chocado. — fiquei até surpreendido com o que ela disse. —Bem tudo começou com o meu bisavô, já vem de muitas e muitas gerações princesa.
— O meu tetra-avô deve estar contente de continuarmos o legado né!
— Sim! Deve sim princesa, mas bem....ele começou por investir o pouco dinheiro que tinha em um terreno e alguns animais e começou por criar os bovinos e as galinhas que tinha, meu bisavô sempre foi um homem maravilhoso.
— ...
Eu amava contar histórias destas a ela, ela simplesmente se encantava com tudo.
— Quando começou a ter mais dinheiro começou a reformular a casa e a investir o dinheiro em grande empresas o que gerou um enorme retorno monetário com o passar do tempo. O que temos agora é tudo graças a ele, esta enorme quinta, a geração da continuidade dos animais e a casa que moramos é tudo trabalho árduo que ele teve, tudo para que nós continuássemos.
— Eu acho lindo essas histórias de perseverança e constância ao longo do tempo, também quero ser assim quando maior papai. Será que vou conseguir?
— Claro que sim pequena! Porque não irias? És simplesmente perfeita.
— Ah papai não me faças chorar em cima do Zeus ele nota.
— Eu! Nunca.
Estes momentos eram sem dúvida maravilhosos, não queria que passassem nunca. Ela era tão especial para mim que eu nem conseguia nem dizer por palavras o que ela vale para mim, meu olhar e meus gestos com ela eram puros.
— Vamos exercitar as pernas deles papai?
— Porque não! — assenti e logo começa a correr na minha frente. —Vou ganhar-te desta vez.
— Nem por isso, sou a melhor papai. Graças a vocês.
— Ah pequena! Papai te ama.
— Eu também te amo papai.
Atlas e Zeus eram bastante unidos, Siriús era o cavalo de minha mãe e Hércules o cavalo de Ferran. Meu pai não tinha nenhum ainda mais depois do acidente que aconteceu com ele quando pequeno, seu trauma nunca saiu, mas mesmo assim nunca deixou de amar cada cavalo que tínhamos....apenas não os montava por medo.
Em torno tínhamos cinco cavalos e quatro éguas. Os restantes animais eram difíceis de ser contados ainda mais pela enorme quantidade que existia entre eles, era simplesmente perfeita esta vida.
Aurora Torres
16:55h - Algarve
Estava já á algum tempo no carro com Enzo e Xavier na espera que Veronika chegasse a casa com seu filho. Ela havia-me ligado num momento inoportuno, ela sabe perfeitamente que se aparecer irá causar o maior caos na nossa vida. Isso seria desastroso para todos.
A última vez que a morena se cruzou com António foi em 2012 no parque enquanto ele estava com Natasha, seria terrível se ela tivesse dito algo sobre o que aconteceu anos atrás mesmo o filho não sendo dele, eu tinha a certeza disso.
Eu já estava furiosa com a insistência dela em afirmar que sim o filho era de António, eu simplesmente não a podia mandar para longe ainda mais por ela ter um filho, não podia fazer isso.....ele era apenas uma criança.
— Senhora!
— Sim Enzo? Já chegaram?
— Sim senhora. Quer que vamos consigo?!
— Não precisam, eu vou sozinha não quero colocar pressão nela com vocês lá ainda mais com o filho dela presente.
— Tudo bem senhora, esperaremos fora do carro então. — em resposta Xavier sorriu.
Ter que encontrar com ela após sete anos era complicado, pela idade do menino ele devia ter uns 16 anos de idade. Ele estava um homem feito devo confessar.
Atravessei a rua com cuidado e logo toco á campainha da casa, fiquei á espera após algum tempo e logo a morena me dá permissão para adentrar em sua casa. Era estranho novamente estar num lugar onde ela conseguia virar a minha mente do avesso era terrivelmente assustador como Veronika conseguia mudar tudo.
— Sebastian, filho vai um pouco para o quintal estudar pode ser?!
— Tudo bem mãe! Ficarei lá sim, também está fresco agora.
— Ótimo!
Pousei minha bolsa no sofá e logo entrelacei os meus braços em torno da minha barriga, a morena retornou o olhar novamente para o meu e pela atitude da morena suspeitaria que algo a mais viria por aí.
— Aurora!
— Veronika!! Quanto tempo, a última vez foi em 2012 e eu esperava nunca mais te ver.
— As coisas mudam, o tempo muda ou estou errada?
— Não, mas nós já falamos neste assunto um milhão de vezes já te avisei para não falares para ninguém sobre o que aconteceu em 2002 e 2003. Sabes o prejuízo que causarás na família.
— Que António não fizesse a asneira e a senhora sabe muito bem ao que me refiro.....
— Desculpem interromper. Vou só ali na cozinha buscar algum para comer e beber.
Não me admiraria de que a morena pusesse seu único filho numa questão delicada como esta. Ela era capaz de tudo para conseguir o que quisesse sem o mínimo esforço e eu não poderia fazer nada, as únicas pessoas que sabiam que eu aqui vinha era os meus seguranças, eu podia contar bastante com eles.
— Podem continuar desculpem mais uma vez.
— Obrigada Sebastian.
— Sebastian é? Até estou para descobrir o nome todo.
— Apenas Sebastian Montenegro, seria errado colocar o Torres.
— Não colocarias e tu sabes muito bem a razão disso, ele não é filho de António! Nós ambas sabemos que eu estou falando a verdade.
— Aquela vez, aquela vez em 2012 quando veio cá a casa. Bem me parecia que a escova dele tinha desaparecido! Como pôde!
— Eu gosto da verdade minha querida, mentiras não levam a nada e se tens um teste de ADN comprovando o contrário nós ambas também sabemos que o falsificaste para causar mais escândalo em volta dele quando tudo apertar.
— Ele devia pagar a pensão de alimentos do Sebastian pelo menos, que raio de pai é ele afinal que nem assumirá o filho se descobrir.
— Não é verdade, sabemos disso e Samuel também o sabe.
— O vosso advogado? Me admira bastante a vossa qualidade de persuadir pessoas.
— Nunca persuadi ninguém na minha vida, apenas jogo com a verdade e a jogo nas pessoas......algo que tu não o fazes!
Engole em seco e logo se enerva e se afasta de mim andando de um lado para o outro, ambas sabíamos que esta história podia tomar repercussões futuras terríveis e prejudicar pessoas inocentes, seria terrível se pessoas que se amassem se afastassem das pessoas que amam por causa de mentiras absurdas.
— Saia daqui!
— Agora é sai? O que afinal queria de mim? Me desestabilizar mais?
— Dinheiro! Se me quiser manter calada terá que fazer um esforço extra.
— Vocês não aprendem nunca pois não?
— Dinheiro ou as capas dos jornais e noticiários!
Me joga entre a espada e a parede, ela conseguia mudar minha mente num nível tremendo e colocar meu coração mais acelerado que o normal, seria terrível se a segunda opção viesse a público.
— Tudo bem! Me dê um segundo aqui. — mandei uma mensagem a Enzo e logo a morena o deixou entrar em sua casa.
Ficaria mais segura com ele presente quando colocaria no cheque a quantia necessária para ela ficar mais tranquilidade durante algum tempo.
— Apenas isto? Está de brincadeira comigo Aurora, apenas 100.000€!
Enzo riu para si.
— Quero 300.000€ pelo menos, não me obrigue a fazer a segunda opção.
— Tudo bem, tudo bem. Aqui está o novo cheque, tudo conforme o que tu exigiste.
— Ótimo! Agora pode ir, um resto de bom dia para si e para a sua família!
Ela queria destruir a minha família no momento exato, eu apenas queria descobrir qual era esse momento, seria doloroso para mim se todos descobrissem que eu andava a encontrar-me com ela ás escondias.
Sai e logo entrei no carro em direção á quinta, minha mente apenas pensava em como ela poderia nos destruir por uma atitude irresponsável dos dois naquela noite, meu filho estava bêbado, ele não sabia o que estava a fazer.
— Está tudo bem senhora? — Xavier se pronuncia e logo Enzo olha pelo espelho. —Vão desconfiar se entrar assim em casa.
— Eu ficarei bem até lá, temos uns longos vinte minutos para chegar. Eu irei melhorar.
— Tudo bem então. — responde ele enquanto eu bebi minha água.
Ele tinha razão, eu precisava me tranquilizar antes de chegar na quinta. Iriam desconfiar muito se eu simplesmente aparecesse neste estado, eu não queria ter que dizer a verdade para eles especialmente para António.
Coloquei minha cabeça no banco e logo fechei meu olhos, controlei minha respiração e apenas ouvir o som ambiente era o que me tranquilizava no momento, seria a única coisa acertada a se fazer neste momento.
Não demorou muito para chegar e logo sai do carro e logo entrei em casa, e todos estavam na sala assistindo televisão, talvez me esperando.
— Vovó! — S/n correu para me abraçar. —Papai queria comer o bolo que preparamos de manhã sem a senhora vir.
— Eu filha? É mau mentir. — ri para ela.
— Tudo bem amor? É raro saíres em dias que não sejam quinta-feira sozinha! Sais apenas connosco!
— Tive que resolver umas coisas no banco. Tudo está bem agora, meu cartão tinha molhado e tive que pegar outro.
Tive que dar uma desculpa.
— Podias ter pedido á Karina, ela iria lá trocar.
— Eu gosto desse tipo de coisas, além do mais sair de vez enquanto sozinha faz bem.
— Todo o cuidado é pouco mãe! Podia ter acontecido algo.
— Nada aconteceu pois não? Estou bem.
— Claro que não vovó, a senhora é a mulher mais forte que eu já vi. Vovó é maravilhosa, venha o filme está a acabar.
— Tudo bem então.
Tive que os tranquilizar após me tranquilizar o caminho inteiro para cá.
Nem todos os momentos são como esperávamos.
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