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This is it, the apocalypse, ooh
I'm waking up
I feel it in my bones
Enough to make my system blow
Welcome to the new age,
Welcome to the new age, oh, oh, oh

• Radioactive - Imagine Dragons •
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Frase do Capítulo:
-Mente renovada! Novos começos!!

António Torres, 2019

💄💋⚽️
• Fevereiro de 2019 •

Natasha Torres
10:20h - do motel, á escola e casa

A noite foi uma criança, mas o dia seria intenso!

Não sabia a última vez que me sentia assim tão aliviada, estes últimos três meses foram de constante trabalho com Ella, todas as noites ela acordava assustada e apavorada com tudo o que via nas notícias.

— Tudo bem amorzinho?

— Claro!

Os beijos de António não mudaram de gosto, seus beijos selavam os nossos sentimentos e emoções em conjunção. Não me lembro da última vez que havia dito isto e confesso que com tudo que anda acontecendo tanto eu, quanto ele mudamos um pouco.

Me levanto da cama vestindo apenas a sua camisola preferida e vou fazer minhas higienes enquanto ele ficava aproveitando cada momento que passamos durante a noite.

Sai do banheiro, procurei algumas peças de roupa para vestir e seguir caminho. Hoje era o primeiro dia de retoma de Ella na escola, estava receosa com isso ainda mais depois dos últimos acontecimentos na televisão. Não a queria pressionar, mas ela mesmo aceitou voltar para as aulas normalmente.

— Teu irmão ligou duas vezes quando estavas na casa de banho!

— Porque não atendeste?

— Não quis mexer no que é teu....teu cantinho está no telemóvel.

— Tudo bem. Eu espero por ti para sairmos.

Meu irmão apenas me ligava em casos urgentes e depois de tudo que anda aconteceu eu sempre ficava com um pé para trás quando saía de casa, inevitável era o pensamento de repúdio que Ella podia estar recebendo pelos colegas e pais dos mesmos.

Na sociedade em que vivemos tudo é possível, mas não para uma criança que passou por o que ela passou. Tudo que ela fazia me deixava magoada, tudo o que ela dizia só me fazia querer lavar a boca com sabão. Eu estava completamente acabada com tudo isto, eu tinha que ser forte por ela, por seu irmão e por mim.

Mais uma chamada recebi de meu irmão enquanto penteava meu cabelo e logo percebi que tudo tinha haver com a pequena. Era com profundo pesar que eu o ouvia, era inconsequente não escutar as palavras de ódio que as pessoas replicavam em frente da escola.

Raiva!!

— António vou sair, me encontra na escola da Ella quando acabares. — bato na porta da casa de banho duas vezes.

— Espera amorzinho vou contigo!

Não tinha tempo para esperar, Ella precisava de mim mais que nunca e eu queria a proteger de tudo e de todos. Difícil era acreditar que isso estava a acontecer e o porquê de eu estar a ser tão impotente.

— Enrique para a escola que a Ella estuda por favor.

— Claro senhora.

Em passo apressado sai do elevador e entrei no carro, com tudo isto não mais queria saber de nada era como se meu coração partisse a cada palavra que as pessoas diziam ainda mais estando sendo transmitido ao vivo.

As pessoas não tem coração.

Meu coração pulsava mais que tudo querendo sair da caixa torácica a todo o custe. Minhas veias ficavam cada vez mais quentes e meu corpo tremia só em pensar o que ela estava a passar ou talvez não ainda estava se tocando do que de facto estava acontecendo.

Cheguei na escola e o ambiente era de extremo ódio e tristeza. Eu queria poder acabar com isto, a fome por vingança pela maioria dos homens e mulheres que ali se encontravam era repugnante.

Atravessei a rua e me coloquei ao lado de meu irmão que tinha Ella por trás dele, a pequena já conseguia estar um pouco mais próxima dele em específico pois era o homem com quem ela mais convivia. As pessoas queriam ultrapassar o portão, meu irmão não as deixava e muito menos eu os iria deixar fazer a barbaridade que estavam pensando.

— Saiam daqui! Estão a incomodar o bom funcionamento deste meio escolar. — coloquei-me diante do porta-voz do protesto.

— Não saiu, aqui é um local público agora se não gosta do nosso descontentamento com o que está a acontecer com o João o problema é seu.

— Me segura que eu vou a ele! — Vitor falou em meu ouvido.

— Natasha, me tira daqui. Por favor. — se aproxima de mim.

— Agora estás a chorar? — em forma de deboche uma mulher se apresenta. —Não choraste quando causaste isto tudo. Não choraste quando te insinuavas para o teu tio, claro nos homens não resistimos.

— Saia daqui, a deixe em paz já falei.

— Não saiu! Ela vai ter que ouvir que não pode acusar um homem tão bom como ele, que nunca fez mal a uma mosca.

— PAREM! — Ella esbravejou.

— Não querida.

— Ele me violou, me bateu me queimou só porque não o obedecia.......fiz tudo para proteger o meu irmão. Meu irmão, tudo o que aconteceu foi para o proteger não porque eu queria ser assim e falar assim com as pessoas!

Lágrimas formaram em seu rosto e no momento só a decido afastar pois a multidão veio para cima dela. Estar a passar o que ela está a passar e ainda ouvir isto era demais para ela, a sua atitude foi honrosa, porém dolorosa. Cada palavra que saia de sua boca eram como mil facadas no meu peito.

— Que engraçado não disseste isso em tribunal. Para de mentir!!!!

— A deixem em paz já falei.

— E se não falarmos o que vais fazer? — veio para cima de nós, mas os seguranças se prontificaram. —Olha que bela resposta! Vocês são nojentos.

— O que os chamaste? — António o empurra para trás. —Estou falando contigo!

— Senhor António! — engoliu seco. —Nada.....nada.

— Fala, ou......

— Fala ou o quê? Só por ser rico não lhe dá o direito de fazer um escândalo.

— Escândalo estão a fazê-lo vocês, ninguém nunca vos ensinou boas maneiras?

— Me ensinaram muitas coisas, mas acreditar em mentiras não foi uma delas! — uma mulher o confrontou, era Clara.

— Só podia! Ela sério? — meu irmão falou em meu ouvido. —O que ela quer com tudo isto?!

— O que fazes aqui? Não tens mais nada o que fazer?!

— Olha não sou eu que sou uma aproveitadora de homens como essa menina aí!

— Chega! Vamos embora António não vamos perder o nosso tempo.

— Vão e não voltem, não precisamos que as nossas crianças convivam com pessoas assim!

— Assim como? — meu irmão se irritou. —Fala, tens medo de começar uma briga com um homem, mas na verdade tu só gostas de falar.

— Aham nota-se.

— Então vem.

— Tio Vitor! — Ella o segurou pela mão. —Não.

— Tudo bem pequena, vamos embora.

— Senhora já colocamos os carros dentro do portão podemos agora ir. — Enrique veio ter comigo dentro da escola.

— Tudo bem. Venham, vamos embora.

Eu detestava brigas devo admitir, nunca me conformei com algo tão violento a este nível, mas mexeram com a pessoa errada devo admitir. Ella era como uma filha para mim e ver que ela estava completamente arrasada com tudo isto me deixou ainda mais abalada.

Enquanto dirigíamos para casa a pequena deitou-se sobre o meu colo enquanto Enrique dirigia, bem....depois de tudo não me importava o que as pessoas achavam disto. Eu só a queria proteger a todo o custe.

— Chegamos senhora!

— Mas estamos na casa do António.

— Sim, num condomínio fechado as pessoas não poderiam vir!. — ele tinha razão.

— Claro que cabeça a minha.

Com tanta coisa nem sequer tive tempo de processar um gestão tão essencial como este. Ultrapassar isto era uma guerra.

— Vem pequena, vamos para casa ninguém te poderá incomodar.

— O meu irmão?

— Aqui! — era Rute. —Ele dormiu muito bem.

— Que ótima notícia Rute, fico feliz com isso. Vem pequena podes ficar com o quarto da S/n por enquanto!

— Não quero incomodar!

— Não incomodas princesa. Podes ir lá ver já sabes o caminho. — António me abraçou por trás. —Vamos fazer um lanche bem quentinho para ti.

— Tudo bem. Obrigada. — com a cara vermelha a pequena deu um leve sorriso.

Eu amava o seu sorriso e nestes últimos quatro meses isso raramente acontecia. Sua alma estava perdida na imensidão das trevas e claramente não havia remédio para tal ato e injustiça que ela estava recebendo.

Com toda a certeza o rosto dele vinha sempre á memória, ela já me havia dito que sempre tinha medo e em cada canto que olhava Joao estava presente em sua vida. Digamos que literariamente ele sim estava, era seu tio.

Fomos para a cozinha, sentei Levi na bancada e logo me sentei na frente dele após puxar a cadeira preta redonda que ali havia. António lhe deu um pedaço de morango e ele começou a comer enquanto eu tentava de alguma forma encontrar respostas para o que o meu irmão dizia.

— Temos mais que tudo neste momento não a deixar sair no mundo. Sei que será complicado ainda mais quando ela adora o ar livre, ela tem o quintal, sim, mas nunca será a mesma coisa!

— Ella terá que lidar com bastantes coisas. Amanhã mesmo irei na escola e pedirei para a professora colocar-lhe aulas online. A Ella não irá conseguir ir lá tão cedo depois do que aconteceu hoje.

— Vocês tem razão. Ella precisa de apoio agora mais do que nunca, além do mais logo de tarde terei que ir a casa buscar mudas de roupa.

— Claro! Levarás alguns seguranças contigo Vitor, muito provavelmente já descobriram onde moram.

— Mamãe. Quelo mais.

— Tudo bem, vem pequeno vamos buscar no frigorífico.

— Posso ligar para o meu marido se quiserem falar com ele sobre esse assunto e controlar os protestos senhores. — é Rute.

— Ótimo Rute, diga a ele se conseguirá vir na primeira hora da tarde.

— Claro!

Rute era uma boa ajuda aqui em casa quando estavam todos fora. Ela sempre a mantinha limpa e a limpeza prevalecia por mais de cinco dias, todavia agora com o pequeno Levi seria agora o trabalho mais difícil. Eu estava disposta a ajudá-la ainda mais ela estava quase no final de sua segunda gestação e também ela não era paga para cuidar de Levi.

Fomos para a sala e lá encontramos Ella sentada no sofá olhando para o comando que se encontrava na mesa de centro, talvez ela tivesse receio de ligar e ver todas os noticiários falando sobre si, era talvez duro demais para ela.

— Eu não tenho remédio para a memória....

Como eu disse anteriormente!

— O rosto dele é como uma melodia que não sai da minha cabeça. A alma dele me assombra mamãe, eu desejaria estar morta neste momento.......não consigo, não consigo ultrapassar isto. Dizia que tudo ia ficar bem, não ficou!

*— Morto igual a ti! — A voz de João pairou em sua cabeça.*

Não ficou?! Claro, ele a culpou e a violou sem remorsos nenhuns. Ele era um nojo de ser humano e um péssimo tio, filho e talvez até pai.

— Pequena! Não digas isso, sei que te magoa e é compreensível.

— Compreensível é viver isso sempre mamãe, eu não o quero fazer, não quero voltar a viver a noite de 13 de outubro todos os restos anos da minha vida.

Ela tinha razão, ainda estávamos na primeira fase de todo o processo, uma nova adaptação á sua nova vida, era ideal que já avançássemos adiante....as terapeutas o quanto antes, teria tanto eu quanto António falar com Glória para marcar todos os dias.

— Senhores, meu marido vira ás 14horas após a sua pausa para o almoço.

— Tudo bem Rute obrigada.

— Não o vais viver pequena, não vou deixar isso acontecer eu prometo isso! Estaremos aqui para tudo.

— Mesmo?! — seu irmão abraçou sua perna. —Acho.......acho que consigo.

— Vez não é assim tão difícil. Tudo prático e fácil.

Á abracei e logo todo o seu corpo se aliviou, ela precisava de carinho algo que no ano retrassado não o teve e todas as vezes que olhava para ela o seu olhar dizia exatamente tudo o que estava acontecendo com o seu coração. Mutuamente ela estava sendo morta de dentro para fora.

— Dói!

— Não dói mais maninha. Um blinquedo pa ti.

— Oh pequenino obrigada, vem senta-te perto de mim.

Eles os dois tinham uma excelente relação. Eu admirava isso demais neles, irmãos que ultrapassariam qualquer coisa eram eles, eles e mais nenhum outro. Este ano seria o derradeiro ano de aprendizado e de talvez acreditar que a pequena tivesse cura.

Eu tinha fé que isso iria acontecer.

— Família! Tem um monte de jornalistas fora do condomínio passou-se alguma cosia?! — é Glória e logo olha para Ella e entendeu que era por ela que eles lá estavam. —Entendi agora. Venho comunicar um assunto! Podemos falar a dos primeiro?

— Vão eu fico com eles, tudo bem.

— Obrigada irmãozinho! — faço carinho nas costas de Vitor.

Adentramos no escritório e pela cara de Glória teríamos boas notícias finalmente. Como diz o ditado se Maomé não vai até á montanha, a montanha vem até Maomé. Era a mesma situação, porém e um porém gigantesco com assuntos totalmente diferentes.

Eu via em seus olhos que ela trazia ESPERANÇA, nós precisamos disso e digamos que contava com isso todos os segundos todos os dias.

Nós sentamos no sofá e ela na poltrona na nossa frente e deu um monte de papéis para cima da mesa. Digamos que era uma papelada imensa que tinha e eu não conseguia ainda raciocinar direito de tanto material que um problema dava. Espero nunca ter que lidar com bastante papelada, digamos que não daria conta de fazer isso.

— O documento final é sobre a terapeuta.

— Que ótima notícia. Conseguiste finalmente arranjar alguém ideal!

— Já a conhecem com toda a certeza.

— Conhecemos? — olhamos um para o outro confusos.

— Quem?

— Vitória Carvalho. O nome aí, a mulher do Ethan.

— Nossa nem imaginava, depois que eles começaram a namorar e logo ele no mês seguinte a pediu em casamento e casaram no início deste ano.

— Para ser sincera nunca pensei que ela se tornaria uma terapeuta.

— Ela não quis deixar de trabalhar e a par connosco ela ajuda alguns doentes e como ela conhece bem a Ella foi a pessoa mais indicada que eu encontrei. Já conversei com ela sobre isso!

— Ótimo! Talvez amanhã marcaremos algo com ela para conversar melhor sobre o que devemos fazer.

— Iria propor exatamente isso Torres, o quanto a Ella se recuperar do grande trauma melhor ainda.

— Sim! Natasha tem razão, digamos todos tem razão.

— Acho no mesmo. — António soltou uma risada de nós.

💄💋⚽️

António Torres
14:00h - em casa

Tristeza de inverno!

Total e profunda tristeza de inverno pairava sobre nós. Que Deus nos aparecesse neste momento agora mais do que nunca precisávamos do seu enorme apoio. Ella era uma menina doce e meiga que pela estupidez de uma pessoa trocou a felicidade e o brilho dela pela dele. Eu tinha um PROFUNDO ódio dele, João para mim morreu no dia em que causou tudo isto.

Ella era a melhor menina e agora estava se perdendo em seus profundos pesadelos.

Estava no meu escritório tentando encontrar uma forma de solucionar o problema de Ella e do irmão e digamos que era a única coisa mais difícil a se fazer neste momento, começava a ficar frustado perante isto tudo e se não tivesse um colapso nervoso agora seria uma surpresa até para mim.

— Torres! — Natasha abriu a porta fazendo-se presente perante mim. —Vai tudo correr bem.

— Será mesmo? Agora sou eu que tenho as dúvidas disso.

— Não fales assim, nada está fácil perante nós, mas temos que aprender com os erros.

— Eu sei. — digo a encostando na secretária. —Será que algum dia aprenderemos?

— Talvez, mas tudo o que eu sei agora é que teremos que ultrapassar tudo na fé e na constância e além do mais, Dean e Samuel estão a chegar para falarem!

— Falarmos. Vais estar connosco amorzinho.

— São assuntos de homens e vocês percebem mais disso, eu vou ficar com eles...eles precisam de mim.

Uma fé que ainda estávamos por descobrir e uma constância que ainda não era presente em nossos pensamentos.

— Senhores! Dean e Samuel estão aqui, poderei deixá-los entrar?

— Claro, obrigada Rute.

Ter conversas deste tipo não eram para mim, nunca foram e nunca serão. Ter os meus pais que sempre me ensinaram a que devemos tratar todas as mulheres por igual e depois ouvir e presenciar isto com alguém próximo a nós, ainda mais uma criança magoava demasiado.

Natasha se retirou e logo Dean e Samuel se fizeram presentes na quente sala que eu estava. Barcelona estava mais fria este fevereiro e digamos que foi um dos piores invernos que eu já presenciei na minha cidade natal.

— Senhores muito obrigada por terem vindo. Já devem estar a par dos últimos acontecimentos!!! — cumprimento ambos.

— Reparamos quando entramos que tem uma multidão fora do condomínio e também teve pela parte da manhã um pequeno grupo na escola.

— Sim! Dean, queríamos o mais rápido que isso se resolvesse. Não podemos continuar assim.

— Eu entendo senhor, estou a falar com Valverde todos os instantes e horas para a resolução desse pequeno conflito e revolta.

— Samuel, o que me trazes tu?

— Um documento referente ao estado clínico e á incapacidade da Ella!

— Ótimo! O quanto antes conseguirmos resolver esse pequeno mal entendimento e colocar João dentro das grades ficaremos sim melhor.

Era impressionante como todas as provas o incriminavam e mesmo assim os júris o absolveram de todos os atos praticados na Ella, o juiz já por seu meio não teve outra hipótese se não obedecer a cada parágrafo da lei.

Digamos que os júris complementaram dizendo que não havia provas suficientes para mais coisa, mas eu sabia que a verdadeira prova que existia era a mais dolorosa, Ella teria que ir novamente na casa do tio e nos contar exatamente tudo o que havia acontecido. Seria DIFÍCIL!

— Valverde sabe de algo sobre o paradeiro dele? Ele tem que ser achado o quanto antes.

— Quem tem que ser achado? — Ella nos interrompeu abrindo a porta. —Tio?! Quem?!

— Desculpem, eu já a tiro daqui. Podem continuar.

— Não mamãe, o meu tio está solto?

— Sim pequena. Desculpa.

Saindo de lá a correr o meu coração se partiu em vários pedaços ainda mais depois de tudo.

— Depois nós falamos! — Natasha parecia chateada ao fechar a porta.

— Tudo bem.

— Temos uma suspeita de onde ele possa estar senhor.

— E porque não vão lá buscá-lo? Dean, ele tem que estar na custódia da polícia.

— Senhor! — é Samuel. —Um mandado foi pedido ao juiz, ele não o quis dar pois não tem provas os suficientes para o prender.

— Então eu lhe darei. — furioso bato com só punhos na mesa. —Ele vai parar na prisão e terá as razões necessárias.

— António! Por favor.

— Por favor? Dean, Samuel obrigada pela últimas informações e documentos dados. Daqui a alguns dias marcamos outra para novos detalhes.

— Claro! Até mais.

Eu já estava furioso que chegue e não queria me chatear com eles por isso na minha maior preocupação dei como finalizada a pequena reunião que tivemos. Eles não mereciam que eu discutisse com eles por isso os enviei de volta para as suas vidas.

— Eu os acompanharei até á porta!

Eu queria por tudo gritar e gritar comigo mesmo para tirar toda a raiva que pairava sobre mim. Era indescritível a falta de consideração que um ser humano repugnante tinha sobre outro. Nem um pingo de consideração João demonstrou quando pensou todas as vezes em que batia e na única vez que fez com a pequena o que eu não faria jamais em toda a minha vida.

— Onde foram todos? — perguntei indiscretamente tentando a beijar. —O que foi?!

— O que foi? Ainda tens a coragem de perguntar o que foi?

Ela estava furiosa por eu lhe ocultar algo gravíssimo.

— Calma, eu posso explicar tudo isso.

— Vais explicar vais, quero saber o porquê de me ocultares algo tão grave. Já não basta a Ella estar naquele estado e ter que ouvir que seu tio está solto piora ainda mais a sua recuperação.

— Eu sei.... — ela caminha em direção ao andar de cima. —Amorzinho!

— Aqui não tem amorzinho, António. — me para. —Chega!

— Não faças isso. Por favor.

— Eu pensei que confiasses em mim, mas pelo que estou a ver nem te importas com nada.

— Isto não tem sido fácil para mim. — a morena retorna o olhar para mim enquanto estávamos no quarto.

— Achas que para mim também é? Não é fácil ver ela tendo pesadelos todas as noites, pioram a cada dia 13 de todos os meses. Como achas que eu me sinto.........ela é como uma filha para mim, sempre o foi e sempre o será!

—A raiva está ao ponto de o matar quando o vir.

— Tu tornaste alguém que eu não mais reconheço. — me olhou com desprezo.

Eu merecia esse desprezo dela, não o nego, porém ver que realmente eu me estava a tornar assim afetou-me bastante. Era inegável que ambos estávamos transtornados com tudo o que aconteceu e que continua acontecendo.

Neste momento mais do que nunca tínhamos que nos agarrar mais do que nunca uns aos outros. Eu e ela tínhamos que ser fortes, tínhamos que ser as pessoas em que Ella podia confiar para resolver os seus problemas que se tornariam ainda pior se não fossem resolvidos no momento certo.

— Não digas isso. Por favor!

— Por favor? Eu tentei de facto eu tentei ver o caminho certo nisto tudo. É difícil.

— Não tão difícil do que te ver chateada comigo. Ok, tudo bem, eu até possa ter errado em não te contar sobre isso. Eu não queria te preocupar com mais problemas que já tens. — se afasta de mim. —Amorzinho!

— Tu e eu éramos um só, agora...........agora não tronarmos irreconhecíveis.

— Ninguém nos poderá separar amor. Natasha, por favor. Ok eu me redimo com tudo que fiz de mal na vida, mas por favor.

Era notório o seu olhar de perdão sobre mim, era muito importante que ela me perdoasse e me reconfortasse. Eu também a queria RECONFORTAR.

A abracei e ela me abraçou de volta, todos tínhamos os nossos pontos fracos e agora com tudo isto a Natasha era a pessoa com a maior quantidade deles de nós os dois. Acreditar era fácil e ainda mais acreditar que de facto isto tudo desse certo, para todos nós.

Suspira de alívio.

— Prometes! Prometes não mentir nunca mais?!

— Prometo amorzinho. Agora vem, vamos lá para baixo. — recebo sua mão. —Obrigada.

— Tens que parar de ser assim!

— Eu irei parar!!

Iria? Ou apenas a estava reconfortando com palavras do meu coração e não de minha mente? Nunca foi de minha intenção de magoar os sentimos de Natasha e nem de outra nenhuma mulher, porém ultimamente tenho feito mais isso do que outra coisa. Eu nunca IMAGINEI que chegaria a tal ponto. Será possível acreditar num futuro perdão? 

— Vitor! Onde foste? Natasha não me informou de nada.

— Na minha casa buscar mudas de roupa e alguns brinquedos e roupas deles!

— Fizeste bem irmãozinho, podes colocar no sofá nós íamos agora para a cozinha.

— Ótima ideia!! Estou com fome.

— Nunca paras de comer. — brinco com ele o abraçando e caminhando para a cozinha. —Que cheiro maravilhoso Rute.

— É o comer favorito da Ella senhor.

— Cheiro bom, gosto bom! Sempre gostei das tuas comidas Rute.

— Ah senhor muito obrigada. — sorri para mim, após entregar Levi para Vitor.

— Mamãe, quando posso voltar para a escola? Eu estava no meio da segunda aula quando saímos apressados.

— Ainda não sei amorzinho, talvez terás aulas online até o ano acabar.

— Eu amanhã falarei com a directora da escola tudo bem anjinho? — me pronunciei bebendo um café. —Mãe! Pai!

— Amiga! — S/n abraçou Ella. —Vem vamos para o teu quarto.

— A senhorita não devia estar na escola?

— Devia?! Sim claro, mas como hoje é uma quinta-feira a vovó falou com a directora e deixou eu vir e depois compensava nas férias. Não te preocupes papai tudo está indo conforme o planeado além do mais tenho boas notas.

— Isso eu devo admitir filho, S/n é a melhor da turma.

— Engraçados. Que seja a última vez filha!

— Sim será papai.

— Tudo bem, vão para o quarto daqui a pouco temos que comer.

Sai da cozinha levando meus pais e Natasha para a sala para tentar conversar pelo menos expressar algumas palavras que me fizessem acreditar de que está multidão de pessoas desistisse e cansasse de tudo isto vendo a verdade bem na frente dos seus olhos.

— Foi complicado entrar para o condomínio.

— Como assim complicado? Que eu saiba havia poucas pessoas lá fora.

— Sim e e dos grandes, foi difícil mas o conseguimos. Em relação á Ella soubemos que o mandado para captura do João foi em vão.

— Sim, eu irritei-me demasiado!

— E eu mais ainda. — Natasha se retirou.

— Não falaste com ela porque razão? — minha mãe cruzou os braços. —O que eu te ensinei António Oliveira Torres?

— A não ter segredos com a mulher que amo....é foi e não o fiz, mas ela estava com expresse a mais não queria colocar mais um nela.

— Ela tinha que ter sabido na hora não neste momento e pela reação dela foi da pior maneira.

— Sim! Foi, eu estava com o Dean e o Samuel na sala e a Ella entrou e Natasha a veio buscar.

— Oh António. — meu pai foi em direção a grande janela. —Agora está tudo de cabeça para baixo, já não basta em Portugal com todos os investidores quererem acabar com o investimento e agora mais isto.

— O quê? Como assim acabar com o investimento da empresa?!

— Isso teu pai resolve, mas a partir de agora terás que mudar.

— Eu sei.

Pela primeira vez em toda a minha vida, vi a minha família na beira do abismo. Nossos piores pesadelos vinham ao de cima tanto em Barcelona, Espanha como no Algarve, Portugal. Pacificamente sempre tentei resolver tudo, mas eu sempre iria para o lado contrário.

Eu MENTIA com essas pequenas palavras.

— Pai!

— Diz, António por favor eu vim aqui por um tempo para esquecer o problema que temos na empresa no Algarve. Dei férias aos funcionários, mas ele deram compensados na mesma....não tem culpa de os investidores e clientes quererem acabar com tudo.

— Sim....eu sei! — cruzei os braços.

Suspirei profundamente. Eu mentalizava na minha mente que tudo iria correr bem, mas será que realmente isso daria certo?

— Eu vou contigo para Portugal quando para lá voltares. Temos que marcar uma reunião com todos.

— Sim! Tudo bem. Além do mais, Patrícia e os seus filhos vieram para cá.

— Ótimo, Lopez deve estar feliz com a notícia.

— Ele não a sabe, se quiseres lhe contar.

— Claro! Obrigada pai.

Pelo menos uma notícia boa no meio de um turbilhão de problemas devastadores. Estava mais CONFORTÁVEL com ela presente aqui perto de nós e digamos que Lopez também ficaria, com tudo a acontecendo eu o via mais triste por não estar perto da família. 

— Lopez! Podes chegar aqui um momento por favor.

Fiz-me presente fora da porta e mesmo assim continuava um frio terrível em Barcelona, chegava até a congelar os dedos e a minha cara.

— Tenho uma notícia sobre a tua família para ti.

— Senhor! — sua cara logo de alegre passou para triste.

Acho que não devia ter começado assim a falar, foi um erro que devia ter pensado melhor de como o abordar e agora ele estava com o coração mais acelerado do que um foguete indo ao espaço.

— Patrícia e as crianças!

— O que elas tem?

— Calma, eu devia ter falado doutra forma me desculpa mas com tudo  acontecendo nem me dei conta.

— Tudo bem.

— Elas estão aqui. Devem estar na tua casa, poderás tirar o dia para ficar com eles! Não faz mal, hoje não sairei de casa e com todo este frio não saiu mesmo.

— Obrigada senhor muito obrigada. — me abraça.

Ele merecia a felicidade. Todos merecíamos a felicidade! Nada melhor do que estar feliz e se ele estava feliz eu também estava, família estava acima de tudo.

Lopez além de ser meu melhor segurança era uma pessoa honesta e que merecia todo o meu apoio em qualquer situação que ele e sua família precisasse. Nunca me faltou em nada quando estava com ele e sempre estava pronto a arriscar a sua vida pela minha. Isso era gratidão e amor de amigos, digamos que de melhores amigos até diria.

Voltei para casa, fui ver se estava tudo bem no quarto de S/n e quando bati na porta e adentrei me deparei com a pequena fazendo carinho para adormecer ela.

Eu tinha criado a minha filha para ser a melhor pessoa do mundo e os gestos que ela dava diariamente demonstravam tudo isso e até muito me mais por vezes. Nunca lhe deixei falar nada durante a sua vida e até por vezes ela empacotava algumas roupas e as doava. Minha filha era uma benção para mim.

— Daqui a pouco também irei dormir papai. Dormi pouco durante a noite!

— Fazes bem, avisarei que vocês não comem connosco. — sussurrei lhe dando um beijo na testa. —Tenho orgulho em ti pequena.

— Eu acordo todos os dias pensando de como irei mudar o mundo, ele precisa de pessoas boas presentes nele.

— É pequena, ele precisa. Bom.....vou deixar-vos, fecharei a persiana e a cortina e irei dormir.

— Coloca a luz de presença para a Ella papai.

— Tudo bem, até daqui a pouco. Durmam as duas bem!

— Sempre.

[...]



• — • • — • • — • • — • • — •

Natasha como (Kerry Washington) e António como (Tony Goldwyn) na derradeira fase.

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