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Não recomendável para menores de dezoito anos por conter cenas de descrição explicita de violência, uso liberado de forte linguagem grosseira e armas de fogo.
Cenas fortes.
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[...]

Autora Narrando
Do entardecer á noite

Todos estavam abalados, ninguém conseguia se concentrar direito. Vitor também se encontrou com António e sua família no antigo prédio em que Nikolas habitava e logo foi com eles atrás dos agentes de polícia que ali estavam. Dean de última hora os deixou vir ainda por serem amigos, mas também por serem parentes da morena.

Nikolas estava a colocar Natasha por um fio entre a vida e a morte a morena se via rendida apenas a ficar no colchão presa com uma de suas mãos e com a outra apenas se limitava a abraçar sua barriga tentando encontrar uma maneira de acreditar que seu pequeno e indefeso bebé ainda estivesse vivo.

— Me deixa sair Nikolas! Por.....favor.

— Já falei que não. Não tarda eles estão a chegar.

— Para com isso, convenhamos que já estás a ser ridículo com tudo isto. — uma voz baixa se vez sentir. —António não se submeterá a isso!

— Será que não querida?

Talvez António se ajoelha-se perante ele para todos verem e ou apenas a assistia morrer, este era o teste que Nikolas lhe colocaria e se de facto mostrava que o moreno gostava realmente dela ou não.

Todas as tentativas de fuga de Natasha foram todas em vão, ela já não mais tinha forças para nada e muito menos comer um simples pão ou até beber um copo de água. Nikolas estava a sujeitá-la á pior condição do mundo ainda mais grávida, as horas iam passando e Natasha já não comia á cerca de cinco horas e dez minutos.

O ruivo a tratava feito um lixo descartável e a cada minuto que passava se notava que não era amor que ele sentia por ela mas sim uma dependência doentia de apenas o satisfazer. Suas qualidades de médico para este caso não serviram de nada e o que o ruivo lhe havia dado tinha feito muito mal a Natasha.

— Quando eles chegarem meu sonho se concretizará!

— ...

Nada em resposta!

— Talvez devas estar a imaginar neste momento se eu ganharei e sim meu pequeno diamante eu ganharei e sairei daqui contigo e que ninguém ouse fazer nada porque se eu não te tiver ninguém mais terá.

— ...

Nem iam só palavra.

— Talvez deve-se ter pensado melhor antes de te ter dado aquele remédio na veia, mas não me deste chance e se o teu filho morrer é por tua causa porque quando o coloquei não estava a par de que ele não podia ser administrado a gestantes.

— ...

— Fala alguma coisa caramba estás a deixar enervado com essa tua insistência em não falar. — se exaltou e pegou no seu maxilar. —Quando eu era jovem eu já começa a ter estas quedas pelas mulheres.

— Queres dizer penhasco isso sim! — cuspe em sua cara. —Sai daqui idiota.

— NATASHA!!!

Nikolas não estava mais reconhecível, ele não era mais aquele homem que Natasha havia conhecido no seu primeiro ano de faculdade. Ela nunca pensou de que o que as suas amigas diziam sobre ele era verdade e agora estava a presenciar isto em primeira mão.

Natasha finalmente desviou seu olhar sobre ele e o ruivo a jogou novamente no colchão.

Deu um último carinho na sua barriga e logo foi para outro cómoda da casa enquanto deixava a morena a chorar de tristeza e desespero, talvez ela culpasse António ou apenas a si por tudo o que estava acontecendo, todavia nenhum dos dois tinha realmente a culpa do que aconteceu.

Nunca ninguém foi capaz de realmente imaginar de que isto virasse um total inferno.

Nada tirava da cabeça de Natasha a sensação de estar a ser morta a cada minuto que passava, seu bebé não respondia mais aos seus toques e isso a deixa ainda mais aflita com tudo o que acontecia ao redor.

Qual o ponto disto tudo?

Nikolas voltou, puxou a cadeira para perto dela porém um virar de costas Natasha lhe retribuiu e depois de tudo ela o odiava com todas as suas forças.

— Talvez eu seja o problema. — chorando a morena esbraveja. —Não culpo António, não me culpe! O culpado disto és tu.

— Que tal manteres essas tua boca calada?! Seria uma excelente ideia.

— António te matará quando tiver oportunidade quando se certificar que eu estou segura. Tu não és nada perante ele, António é milhões de vezes superior a ti.

— Aham Aham. — ri sarcasticamente. —Faz-me rir mais vai.

— Tudo virará contra ti! Tudo te correrá muito mal na tua vida.

— Chega! Cala a boca. — mais um dos estalos foi dado. —Olha só se já não é a polícia e o teu amado ao longe. — acrescentou ironicamente.

— Vais pagar bem caro Nikolas!

António Torres

O medo.......quanto mais eu me aproximava do local pior se tornava. Meu corpo sentia toda a pressão e estava prestes a fazer uma loucura para a ter comigo.

Sai do carro em forma apressada e logo vários polícias nos pararam e nos puxaram para trás, eu não queria nada daquilo eu não queria ter que a ver ser salva por outra pessoa, eu a queria salvar era apenas eu que a queria pegar e a sentir segura novamente.

— Dean me deixa ir porra!

— Antonio sabes perfeitamente que não poderei deixar, sei o quanto a amas e a queres de volta....porem estás proibido de pior na frente dos carros.

Eu não queria saber de ordem nenhuma no momento.

Eu podia até ser preso por fazer uma loucura e a salvar, todavia tinha a consciência limpa de que ela estava em segurança e de que nenhum deles sairia mais de perto dela até eu voltar. Eu não podia mudar o passado, porém consertar o presente e refletir o futuro era isso que eu tinha em mente.

— Dean! Dean!! — a voz de minha irmã se fez presente. —Não o podes deixar ir mesmo?

Ok! Desta eu não esperava.

— Dean sei que tens ordens a cumprir em não deixar o meu filho ir ainda mais ele sendo um civil porém talvez com uma distração tua ele passe?! — era meu pai.

Ok! Até meu pai estava sendo compreensível numa situação destas.

— Vocês estão todos malucos? Não vou arriscar a pele do meu filho para isso. —indaguei-o minha mãe me abraçando. —Vocês estão todos malucos.

Minha mãe era a única consciente no meio de tudo isto, digamos que ela estava certa, mas ela também sabia que eu teria que fazer isto quer ela quisesse ou não.

— Vou fazer o possível! Não prometo que dará certo, agora se me dão licença vou falar com o sequestrador. — murmura perto de nós.

— Obrigada. — dizemos todos, exceto minha mãe.

Minha mãe se retirou para o carro e tentou encontrar outro meio para eu não ir lá sozinho, isso não daria certo pois eu não iria colocar a vida dela em perigo. Ela era tudo para mim, minha mãe foi sempre um apoio enorme na minha vida e sua vida valia muito mais do que a minha.

Todos os agentes se posicionarão nos seus lugares e logo Dean começa a falar através do megafone, eu estava desesperado e suando frio. Eu sempre sabia o sinal que ele fazia quando eu pudesse avançar por isso sempre olhava para o crachá que ele tinha colocado na parte traseira das calças.

— Filho! Por favor eu peço, não vás.

— Eu não tenho escolha mãe. Me perdoa! Cuida deles por mim!

— António! António!!!!

Vendo Nikolas sair com Natasha da casa e com uma arma apontada para a sua cabeça me irritou bastante para ser sincero. Meu sangue começou a ferver no meu corpo e não em sentido literário, mas sim verdadeiramente.

E como se não pudesse piorar a morena estava completamente acabada. Vi o sinal que Dean me dava e fui contra tudo e todos os protocolos para a ter.

— António! Finalmente chegaste.

(...)

Dean

— O que ele está ali a fazer? — Valverde se pronunciou perto do mim. —O tire dali agora.

— Não poderei fazer isso!

— Como não pode? O tire agora.

— O deixe, talvez ele o convença a deixá-la!

— Quando chegarmos na esquadra tu e eu teremos uma conversinha. — se retira.

(...)

Meus olhos estavam com tanta raiva que nem mesmo sabia á quanto tempo eu os fechava por completo. Era bastante estranho ter que estar a ser inferiorizado por alguém sem noção perante todas as pessoas atrás de mim.

Era demais para mim.

— Não faças o que ele manda António! Por favor.

Ouvir a voz de Natasha me tranquilizou um pouco, mas não chegou para me conter de verdade na guerra que existia dentro de mim entre meu coração e minha mente.

— Me deixa resolver isto por ti amor. Eu irei te salvar!

— Achas mesmo? — Nikolas se exaltou e colocou a arma apontada para a barriga. —Quem sabe eu não acabe com a vida deles agora mesmo!

— Nem penses nisso seu canalha!

— Sério mesmo?

— António por favor não cedas.

A vejo tentando se soltar.

— AJOELHA! Ou eu mato ela. — não tive escolha a não ser fazer o que ele ordenou e eu não a queria perder e muito menos eu a ia deixar ali.

— Larga ela agora. Estamos os dois frente a frente agora.

— Aqui as exigências sou eu que as faço! Faz o que eu mandou ou eu...

— Nãoooooooo!! Tudo bem, tudo bem.

Fiquei completamente chocado com a atitude do ruivo, mas tinha que fazer exatamente o que ele fazia ou não a veria mais com vida. Sei que não podia ceder ás suas chantagens, todavia ele não me dava nenhumas escolhas perante isso.

— Estás esperando o quê?

— Senhor! António!! Não faça isso, não ceda ás chantagens. — a voz de Desn parecia irritada. —Senhor!

E num abrir e piscar de olhos ajoelho-me perante ele, sei que era uma coisa história que eu estava a fazer porém não tinha outra solução a não ser ceder, ainda mais com a arma na mira deles.

A largou e logo Natasha caiu no chão, ninguém a podia ir buscar por isso continuei ajoelhado, vindo até mim rindo sarcasticamente o ruivo não parava de apontar a arma para a minha cabeça. Chegando perto de mim me agarra pelo pescoço e sua arma é encostada sobre a minha testa suada.

Não ouve uma só alma que não se surpreendesse com tamanha coragem e determinação minha, eu podia ser morto a qualquer momento, mas eu também sabia que se eu morre-se Nikolas morria de seguida a mim pois a SWAT o mataria no mesmo instante. Já Natasha estaria segura para todo o sempre.

— Bem António! Me admira teres coragem para isso. A morena não acreditou em mim quando lhe falei!

— Eu faria tudo por ela. — minhas veias começaram a ficar tensas.

Um tiro foi disparado, porém não contra mim, mas sim contra o braço direito onde Nikolas tinha a arma. Agentes da SWAT o vieram prender e logo corri para ela, Natasha precisava de mim e era dela agora que eu cuidaria. Ela estava fraca, já não mais conseguia se levantar e eu estava de rastos.

— Oi amorzinho, eu disse que te vinha salvar. Aqui estou eu, me perdoa por não te proteger!

— António! Eu....eu não o sinto.

— Não penses nisso agora, ele vai estar bem eu te prometo isso. Nada vai acontecer agora vamos tratar de ti. — a vejo sendo coloca na maca e logo meus pais e minha irmã vem ter comigo. —Eu vou contigo na ambulância!

— Amorzinho! — um abraço bem apertado recebi de minha mãe. —Nunca mais faças isso, se eu não bebesse água este tempo todo eu tinha desmaiado.

— Isso é verdade.

— Nunca perdes o sentido de humor filha. — meu pai fala após abraçar-me.

— Ainda me vingarei de ti.

Ia ter com ele tirar satisfações porém minha mãe não me deixou nem um só instante fazer e muito e os Dean é Valverde.

Tudo o que eu queria estava agora a salvo, a morena estava a salvo e agora tínhamos um longo percurso para tentar ultrapassar o enorme pesadelo que vivemos.

— Senhor venha!

— Oi amorzinho, estou aqui contigo. — entrando a vejo completamente acabada, não sabia que ela estava neste estado e no escuro não se tinha percussão disso. —Eu vou estar aqui. — acrescentou beijando sua mão.

— Perdoa-me por tudo. Eu sei que prometi que tomaria conta de ti, eu prometi ao teu pai, eu prometi ao teu irmão e foi uma coisa que eu não consegui fazer. Eu me sinto péssimo com isto, está dor dentro de mim está a matar-me cada vez mais por dentro.

—Não tenho que o fazer, ninguém tem que o fazer isto foi uma fatalidade e agora iremos os três ultrapassar isso. — o médico dentro da ambulância olhou para mim após ver a barriga de Natasha com o estetoscópio. —Bem amor tudo vai correr bem vais ver!

— ...

— Estarei aqui para ti, eu te prometo isso. Não te abandonarei nunca mais! — beijo sua mão.

— Senhora o que ele lhe deu.

— Um remédio na veia que fez com que sangrasse! Talvez tenha o perdido, já não o sinto á 10 horas. — lágrimas caíram por seu rosto.

Droga!

Eu não acredito de que isto estava realmente acontecendo ela não podia fazer isto comigo, Deus por favor me diga que isto não é verdade nós esperamos tanto por esta benção e agora tirará isso de nós?

Não é justo!

💄💋⚽️

António Torres
05:01h - no hospital

Já tínhamos chegado no hospital á diversas horas e eu me sentia impotente, já fiz as minhas declarações aos polícias que aqui vieram para tentar conversar com Natasha porém a morena estava fraca de mais para até falar com alguém.

Já a tinha visto, todavia nos mandaram logo sair do quarto para ela descansar o máximo e recuperar a tempo de os agentes virem aqui novamente.

Já não mais me culpava, nem culpava a morena eu sabia que isto não tinha sido culpa nossa e digamos que tudo isto foi causado por uma pessoa sem coração como Nikolas. Estava triste com tudo isto, mas eu não podia demonstrar a ninguém isso.

As crianças logo chegaram com Jonnas e os seguranças e meu único instinto foi abraçar os meus filhos.

Eu não sabia mais o que tinha acontecido ao meu filho com Natasha, porém boa coisa não devia ser ainda mais de só minha mãe e meu pai serem chamados para o ver e não vinham com boas caras.

— Papai! Mamãe e o maninho vão ficar bem né? — S/n me abraçou ainda mais. —O senhor fez tudo o possível! — acariciou a minha cara.

— Eu sei princesa.

— Papai! A mamãe, como ela está? — assentiu Ferran. —Quando a podemos ir ver?

— Um pouco melhor, talvez daqui a algumas horas a veremos!!

— Cunhado.....tudo vai correr bem! Minha irmã é forte.

— Eu sei Vitor, eu sei....ela é a mulher mais forte que eu alguma vez tive.

— Ei! — S/n cruza os braços e arqueia as sobrancelhas.

— Tu também és princesa eu estava a dizer em outro aspeto.

— Ah entendi. Tudo bem então, mas eu sempre serei a tua primeira princesa.

— Primeira princesa?

— Sim papai, quando tivermos uma irmã ela será a segunda.

Todos rimos.

— Consegui tirar um sorriso teu. — me abraça novamente.

Todos me diziam isso porém nem eu mesmo acreditava que isso daria resultado ou até certo, eu me sentia muito mal de estar nesta situação e nem 1% da minha mente imaginava o que a morena e meu filho passaram sozinhos sofrendo e eu sem puder fazer nada.

— Filho! — minha mãe se fez presente. —Ele....

E logo vejo o médico vindo ter connosco.

— Eu sinto muito senhor! — indaguei-o o médico me olhando com um olhar vazio. —Ele se foi.

— Ele?

— Sim filho, era um menininho. — é minha mãe novamente.

— Pelo visto vocês não sabiam.

— Queríamos descobrir só daqui a duas semanas. — lágrimas se formam em meu rosto. —Posso ver ele? Posso ver o meu filho?!

— Vou falar com a médica responsável sobre ele e depois lhe direi alguma coisa.

— Obrigada.

O vejo saindo porém eu tinha mais uma questão a ser colocada e desta vez era em relação a ela. Sim....á minha mulher, se ela ainda não sabia iria ficar extremamente abalada ainda mais por já ter perdido um.

Eu jamais me perdoaria pelo que a fiz passar, ela não merecia, ele não merecia, nós não merecíamos isto. Ele era apenas um bebé que foi tirado de nós por um monstro sem coração.

Eu iria vingar a morte dele!

— Doutor! — me faço presente. —Minha mulher sabe?

— Não!

— Acho melhor contares tu maninho. — é Glória.

— Obrigada doutor.

Eu tinha que ser forte e lhe contar, porém era duro demais pensar reformular as palavras certas para dizer que ele já não mais estava aqui.

O tempo foi passando e todos foram a visitar, todos estavam presentes no quarto.......todos menos eu. Eu podia ser forte, mas não conseguia deixar de ser um homem fraco neste tipo de situações, eu me sentia afundando e sentia-me profundamente magoado.

Fiquei na porta os observando, era complicado demais para mim imaginar em falar com ela com tudo o que aconteceu, sempre que dava um passo a frente meu corpo paralisava e nada mais que um tremer vinha ao de cima.

Sei que devia ser forte ainda mais por ela, todavia eu também era um SER HUMANO e tainha sentimentos e emoções que me consumiam vivo.

Não posso negar isso!

— Torres! Amor. — a voz doce de Natasha falou. —Vem aqui, por favor.

Eu não queria ir, porém não lhe podia dizer que não ainda mais com ela naquele estado.

— Oi! Oi amorzinho, eu estou aqui.

— Onde ele está?! Onde....onde ele está.

— Ele? Bem ele....

Ela sabia que era um menino ou apenas era a força do hábito até saber o sexo verdadeiro? Minhas ideias não estavam nada bem.

— Continua.... — sussurrou ofegante.

— Bem....ele não resistiu amorzinho, eu sinto muito.

Lágrimas se formaram em seu rosto e foram como mil facas espetando em meu peito de uma só vez. Eu a via mais destruída do que eu, nós estávamos tão felizes com a vinda dele que isto foi um grande choque.

Minha mãe me aparou pelas costas enquanto S/n e os restantes das crianças a abraçaram. Todos estávamos bastante mal com tudo isto e só de imaginar que ela ficaria provavelmente em depressão depois disto me aniquilou ainda mais.

— Nós vamos vingar a morte dele Natasha. — a fala de minha irmã nos surpreendeu.

Me surpreendeu, mas eu pensei a mesma coisa que ela quando vi Natasha com a arma apontada á cabeça.

— Eu....eu não quero isso.

— Como não? Ele tirou-te esse direito!

— Não se trata as pessoas com vingança Glória, me perdoem. Sei que Nikolas errou e errou feito, mas não façam isso não consigo lidar com a culpa de ter mais pessoas presas por minha causa.

— Verdade querida! Minha filha aqui não sabe do que fala.

Nós estávamos vivendo um "Quarto do Pânico".

— Que tal deixarmos os dois sozinhos? — meu pai se pronunciou. —Vem Glória.

— Obrigada......obrigada a todos por me ajudarem!

— Sempre. — dizem todos antes de sair.

Eu sabia que tinha um caminho muito longo daqui para a frente e também sabia que teria que cuidar de Natasha com o melhor carinho que podia acontecer. Eu como homem também choro e descobrir tudo isto foi o último golpe.

Virei meu rosto na tentativa de me odiar, era impossível. Estava sentado na poltrona perto da cama e não conseguia de forma alguma largar a sua mão, a morena não parou um só segundo de acariciá-la mesmo estando com os olhos fechados.

Talvez tentando encontrar uma forma de se aproximar de Deus e não do inferno que a consumia. Eu precisava dela mais do que nunca, ela precisava de mim. Eu fiz de tudo no meu alcance para a ter de volta e foi o que fiz, porém nem todos tiveram essa mesma sorte.

Ela tinha este poder sobre mim, tudo o que eu preciso residem naqueles olhos! PODER SOBRE MIM!!!

Eu juro por minha vida que eu ainda vou me vingar pelo que ele me causou, vou vingar Natasha e o nosso bebé por tudo o que passaram.

— Senhora! Senhor! — o médico nos encarou com um enfermeira a seu lado. —Tenho a confirmação.

— A confirmação?

— Sim, amorzinho eu perguntei se podia ver o bebé!

— E podemos ir vê-lo? — se ajeitou na cama, com dores. —Por favor.

— Bom....sim podem porém peço para ficarem um pouco longe ainda mais a senhora, já que ainda está a recuperar!

— Obrigada. Obrigada doutor. — a ajudo a colocar-se na cadeira de rodas.

Eu não era o único a admitir que tudo isto era uma autêntica guerra, não sabia o porquê de eu estar a passar por isto porém era irreversível e não podia mudar o passado. Meu corpo estava tentando me entender, fazia tempo que eu não me sentia assim para ser sincero.

Fomos até á morgue e o ambiente era pesado, o ambiente mais pesado que eu alguma vez presenciei. Ficamos do lado de fora ainda mais por Natasha e logo uma alcofa foi posta em frente da janela e logo a médica legista colocou ele na nossa frente.

Para preservar a sua integridade ele estava coberto com um leve pano branco com assas de anjo. Nosso PEQUENO ANJO. A morena não se controlou e começou a chorar, eu tinha que ser forte por ela, mas neste caso nem eu conseguia e lágrimas vieram também ao meu rosto.

Colocando a sua mão sobre o vidro numa tentativa de se conectar com ele era a forma que ela encontrava para se despedir uma última vez antes de o enterrarmos. Bem.....agora a etapa mais difícil começou e o que aí vinha era as tarefa mais árdua.

— Já tinham escolhido o nome para ele?

— Já! Mas como ele.....

— Tudo bem António, era Gustavo.

Wow! Desta eu não esperava, eu sabia que já tínhamos escolhido o nome se fosse menino mas imaginar que ela colocaria o nome nele era de louvar. Sabia também que poderíamos mais tarde num futuro muito longínquo ainda ter filhos e se viesse um menino colocaríamos o nome Gustavo também nele.

Era uma forma de honrar o avô da morena, e honrar o nosso e que o presente de Deus que foi tirado de nós por uma alma sem coração.

— Obrigada. Assim a papelada estará completa.

— Já descobriram o porquê de ele ter morrido?

— Sim! Digamos que foram várias coisas que causaram a morte fetal dele!

— Várias coisas? — fiquei confuso.

— Além do remédio que lhe foi administrado na sua veia, os pontapés recebidos e a desidratação por fraqueza por sua parte causaram um colapso imenso nele!

— A culpa é minha.

— O quê?

Me supreeendi!

— Não claro que não amorzinho, não tens culpa.

— Não podemos parar o que é de facto para ser. Bem....talvez não era para ser agora a gravidez e talvez não devesse ser este o momento indicado.

— Mas eu.....fui eu!

— Não! Além do mais se a senhora e ele fossem resgatados três horas antes talvez ainda teríamos a chance de o salvar, ele teria que ficar em observação profunda pelo resto da sua formação total e digamos que ele sofreria de diversos problemas futuros.

— Droga! — Natasha me segurou pela mão. —Obrigada doutor.

Fiquei acabado!

Ouvir aquilo me fez ainda mais vingar ele, ele merecia isso e digamos que eu já não mais aguentava isto.

Voltamos para o quarto e Natasha acabou por adormecer dez minutos depois de chegarmos, Vitor e Aurora ficaram com ela enquanto meu pai, Jonnas e as crianças foram para casa.

Eu não queria que eles estivessem a presenciar isto tudo, por isso eu com todos os adultos decidimos que era a melhor solução a ser feita.

Fui para o escritório de minha irmã aqui no hospital e estava tentando de alguma forma encontrar uma solução para isto tudo, me presenteando com um leite com café a esta hora da madrugada a morena se sentou perto de mim.....ela não parou de olhar para mim um segundo apenas estava ficando cada vez mais nervoso.

— Sei onde ele está!

Minha irmã tinha dotes que nem mesmo eu por vezes entendia, a descodificar também era parte do meu trabalho mas ela encontrava qualquer pessoa se eu lhe pedisse. Ela tinha que me mostrar como fazia isso.

— Podemos invadir............e o matar como desejas! Bem.....como desejamos.

— Estás maluca Glória.

— Não estou, eu estou com uma raiva daquele homem imensurável, ele vai pagar pelo que fez. Ele tocou em alguém que eu admiro e amo como pessoa agora ele irá se arrepender de a ter feito passar por tudo isto.

— Ele podia estar vivo.

— Podemos chegar na esquadra e dizer que queremos falar com o chefe e quando dermos por distraídos aos guardas vamos até á cela e o matamos com um silenciador na arma.

— Se eu chegasse a tempo!

— Tu estás a ouvir o que eu estou a dizer?

— Estou....estou sim. Invadir, matar ele! Sim eu estou.

De facto tinha tanta coisa na minha cabeça que até era difícil de encontrar um modo de falar e fazer as coisas. Nunca me sentia assim, minha irmã tentava por tudo me mudar falando porém para mim isto não dava mais.

— Eu vou embora.

— Ei! Ei! Ei! — me abraça. —Não vais sair.....não vais sair daqui sem mim irmãozinho!

Eu encontrei paz na tua violência.

Nunca me sentia tão amado como hoje, minha irmã era tudo para mim e digamos que ela sempre encontrava um jeito para me fazer sentir mais amado e reconfortado, mesmo isso sendo impossível neste momento.

— Eu não consigo Glória!

— Consegues sim António, eu estou aqui para ti! Todos estamos aqui para vocês, sei que é difícil encarar a realidade neste momento mas tu mais que ninguém sabes o quão forte terás que ser.....Ainda mais por ela.

— Como! Como eu faço isso, isto está impossível. Ainda mais quando teremos que organizar o funeral dele.

— Sei que é complicado isto tudo, quantas vezes eu vejo pais e mães também nessa situação de ter que se despedir do seu bebé. Sei que não é a mesma sensação, porém o meu peito parte. Se fosse com os meus filhos eu de facto estaria no mesmo estado que eles e que vocês os dois.

— Não fales assim. 

— Falo! Sei que é complicado, porém se Hannah ou até Thomas morresse ou até S/n e Ferran. É uma dor inexplicável, é a pior dor que os pais podem sentir António.

— Eu morria. Morria junto com eles, não conseguia viver sem os meus filhos, não conseguia suportar a dor de saber que eu estou vivo enquanto eles estariam mortos.

— Quem está morto? — Núria se pronunciou. —Desculpem, bem Glória....tem aqui estes papéis da alta da Rafaella, obrigada.

— De nada Núria!

Não sabia o que Núria pretendia aparecer aqui no meio de uma conversa tão vitalizadora entre mim e a minha irmã, todavia eu também sabia que ele fazia sempre de propósito.

— O que ela faz aqui?

— Rafaella, a sua assistente pessoal se aleijou e teve que fazer uma cirurgia de emergência semana passada!

— Hum! — ando pela sala e logo me encosto na secretaria. —Será difícil.

— Eu sei. — me abraça.

Teria que ser forte! Teria que demonstrar isso por ela.

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