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You're in my word now,
you can stay, you can stay,
But you belong to me
But you belong to me

• House of Ballons - The Weeknd •
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Frase do Capítulo:
-Se tornaram o rei e a rainha da Espanha e Portugal. E que Deus proteja quem desrespeitar a rainha!

Aurora Torres, 2018

💄💋⚽️
• Janeiro de 2018 •

Natasha Torres
Terça-feira - 13:00h

Estava sempre com o coração apertado de estar a deixar Ella sozinha com o tio. Todos os dias eu não em conformava em ter que a deixar lá, porém eu nada podia fazer nada em relação a esse assunto. Sempre quis saber o que se passava dentro daquelas quatro paredes e eu sei que ela sofria bastante.

Praticamente todas as semanas eu passava em frente á escola e a via com manga cumprida e casacos e se alguém tocasse nela ela se desviava rapidamente. Eu me sentia afundando, Ella era praticamente minha filha e se algo lhe acontecesse eu não me iria perdoar nunca mais.

Meu irmão hoje resolveu sair comigo e depois que nosso pai morreu, ele anda mais sozinho por isso resolvi fazer-lhe uma companhia. Não pude me despedir de meu papai, e Vitor tem andado muito em baixo por isso decidi tirar um dia para nós os dois, sei que havia prometido a António que o iria  fazer uma visita ao CT do Barça, porém acho que isso já não se tornará mais possível.

— Tens mesmo a certeza maninha! Sei que tinhas prometido a António que ias ao CT do Barça.

— Tudo bem! Eu digo-lhe que hoje não vai dar e amanhã vou.

— Não quero colocar-te numa posição complicada com ele. Podemos tirar um dia para nós amanhã!

— Eu estou bem, não precisas. Vá deixa-te disso e vai vestir uma roupa.

— Mas eu já estou vestido!! — sorri ironicamente. —Ah entendi.

— Pois.

O jeitinho específico e o trabalho mais importante que meu irmão tinha era irritar-me e colocar-me com cabelos brancos mais cedo. Eu amava esse seu jeitinho protetor e sarcástico dele, porém essas atitudes dele podiam levá-lo a assuntos e coisas menos boas. Da minha família ele era a pessoa mais importante que eu tinha, era por ele que eu corria riscos ás vezes, era por ele que eu brigava com pessoas que não conseguiam ter a boca calada.

Prontíssimo! Estou um gato deves admitir.

Vais procurar uma donzela em apuros? Com esse cheiro a perfume a tua chegada nota-se a 1Km de distância.

Aham que engraçada maninha, também não cheiro assim tanto. Posso emprestar o meu perfume se quiseres.

— Não preciso, estou bem com o meu mesmo!! Vá vamos almoçar alguma coisa.

— Tem um restaurante muito bom no centro, podemos ir lá.

— Vejo que quando não estava contigo, resolveste sair sozinho. Pelo menos eu acho!

Não vou afirmar nada.

Nem tentes mudar de assunto Vitor Vieira Costa.

— Ai hermanita, eu sou perfeito.

— Perfeito?

— E o que mais eu seria? Sou bonito, tenho bom estilo, encantador e acima de tudo irresistível.

— E convencido.

— Mentirosa. — a abraço por trás.

— Nunca!!!! — riu dele.

Digamos que eu gostava imenso de estar com ele e isso me fazia sentir novamente na infância quando Vitor ainda era um eterno adolescente.

Saímos de casa e como eu ainda não tinha aqui o meu carro e meu irmão queria porque queria dirigir o seu carro que eu lhe havia dado quando completou 18 anos. Eu sabia como o moreno era na estrada e por vezes tinha medo que ele tivesse um acidente por causa dessas situações.

— Calma maninha, já estás com o coração acelerado e eu ainda nem dei partida no carro. — ri da minha cara.

— Tenho que preservar o que é meu tá! Eu ainda quero filhos e não mais passar por um acidente de carro.

— Que dramática! Vá cinto colocado e eu prometo dirigir com cuidado.

— Prometes?

— Não quero prejudicar a reprodução da minha irmã, quero ter sobrinhos.

— E o terás se andares com cuidado na estrada. Por Favor! — desarranjo seu cabelo.

Meu irmão era aquele tipo de pessoa que não escutava os concelhos de ninguém e fazia tudo o que lhe apetecia, por vezes eu até lhe puxava as orelhas por ser tão imprudente e isso podia causar-lhe imensos estragos.

O dia estava lindo e a brisa fresca que entrava entre os vidros era a melhor sensação do mundo. Hoje fazia um pouco de calor em Barcelona por isso de ter os vidros abertos ainda mais quando era raro nesta altura do ano fazer sol tanto tempo.

Não demorou muito para chegar ao centro da cidade e logo meu irmão me levou para o restaurante que tanto gostava. Tinha várias pessoas na cidade e entre elas muitos donos com cães, eu amava este ambiente melodioso entre as famílias e amigos que se faziam sentir.

Enrique e Franco vinham atrás de nós e desde que me casei com António, o moreno insistiu em colocar mais um segurança. Não sabia o que dava na cabeça dele para fazer tal coisa....porem eu estava a notar que ele se queria certificar em sentir-se seguro.

— Aquele ali não é o Thor?

— Thor?

O Thor estava aqui e eu não sabia? A última vez que vi o rapaz foi no Natal e Ano Novo e digamos que eu estava tendo bastante saudades dele, eu e ele sempre fomos muito apegados e sentir a falta dele fazia parte da minha rotina diária.

— E ali está António! — ri para mim cruzando os braços.

— Porque é que eu tenho a sensação de que foste tu a chamá-lo para almoçar connosco?

— Talvez tenha sido, não queria deixar nenhum dos dois tristes.

— Chato!

— Engraçada!!

— Birrento.

— Amorzinho! Vitor me convidou, disse que ias passar o dia com ele e como eu aproveitei de que minha mãe veio a Barcelona ela trouxe o Thor com ela.

— E a S/n? — fico triste com a falta da presença da pequena. —Ela não veio? Nem ela, nem Duarte?

— Tiveram que ficar! S/n pela escola e meu pai pelo trabalho na empresa.

— Hum! — me sento.

— Pronto cunhado já colocaste a minha irmã triste.

— Oh amorzinho, vais ver que o tempo passa rápido e ela está aqui nas férias da Páscoa vais ver.

— Prometes?

— Prometo!! Quando é que eu faltei a alguma promessa.

Meu irmão tosse seco.

— O que foi? Me engasguei gente.

— Engraçado. — atiro um papel para ele e solto um leve sorriso. —O que tem em mente comer? — acrescentei fazendo carinho em Thor.

— Qualquer coisa. — mexe no telemóvel meu irmão.

— Vou pedir umas Croquetes de Jamon Ibérico alguém quer é uma taça de vinho!

— Não lhe dês o vinho.

— Ai Vitor deixa de ser chato!! Eu quero vinho sim.

Digamos que eu não me estava a sentir nem um pouco confortável com este ambiente, havia em especial uma empregada que não parava de olhar para cá. Não sabia o seu intuito, porém a meu ver não era nada bom....sentia que vinha uma coisa maior por aqui para a frente e digamos que meu irmão estava nem aí para isso.

Ele não parava de comer e já era o terceiro prato que ele pedia, digamos que ele ia se falir se continuasse a comer desta maneira e ainda mais dar despesas ao restaurante que depois não tinha mais Jamon Ibérico para dar ás pessoas.

Chamei uma, duas, três vezes a moça porém nem um pouco interessada em atender-nos. António estava ao telemóvel com seu pai longe do restaurante e eu e meu irmão havíamos esperado pela conta. O moreno nos havia dado o dinheiro para pagar, todavia eu não queria abusar disso eu me auto convidei a pagar eu mesmo o almoço.

Meu irmão estava tenso e Thor entendia isso. Ele parecia bastante desconfortável quando a moça vinha aqui fora trazer pedidos ou ouvir o que as pessoas queriam, não estava a entender onde isto iria chegar porém em algo bom eu tenho a certeza que não era.

— Onde vais? — indaguei-o meu irmão me segurando pela mão. —Ei! Não o faças.

— Não faço o quê? Já estamos aqui á quase três minutos e ela já veio aqui fora umas cinco vezes e nenhum chegou perto da nossa mesa!!

— Por favor.

— O que se passa?

Meu irmão escondia algo!

— Me fala Vitor.

— É que a última vez que eu aqui vim ela foi um pouco como irei dizer. Racista comigo, eu tinha vindo cá com o Nero e o Martin e ela desrespeitou-nos apenas isso!!

— Ela o quê?

— Franco segura aqui no Thor por favor.

Não me controlei e tive que ir a confrontar, quem ela pensa que é para fazer comentários racistas a pessoas que só querem bem. Meu irmão nunca foi fácil de se lidar, porém ele sabia o seu limite e em público ele demonstrava mais segurança a esse ponto.

Meu irmão nunca mentiu e nunca me conseguia mentir e digamos que isto tinha passado totalmente das marcas. Em nenhum dos seus anos ele nunca tinha ouvido comentários a esse respeito e isto foi a gota de água para mim, António em parou no meio do caminho e eu não queria saber disso. Ele talvez ficasse chateada comigo, mas isso não me importava........eu tinha que defender quem amava.

— A moça ruiva que aqui estava?

— Moça ruiva? A minha filha? — o gerente do restaurante se pronunciou. —O que ela fez desta vez?

— É sua filha melhor ainda. — meu irmão me puxa. —Me larga Vitor!!!

— Por favor. — com voz triste o moreno me solta. —Não faças isso, tem muitas pessoas a ver.

—Pai chamou? — olha para nós surpresa. —O que foi desta vez?

— Me explica o porquê?

— Não entendo!!

— Acho que entendes sim minha jovem, quem a menina pensa que é para fazer comentários racistas ao meu irmão e aos seus amigos?! Não tem educação e cérebro para entender que está errada?

— Olha só se vocês não estão bem coloquem-se para fora daqui! Não sou eu que tenho que mudar por pessoas que são muito bem inferiores a nós. — ri sarcasticamente.

Eu já estava a perder totalmente o controlo da minha cabeça e do meu corpo, se não a controlassem eu provavelmente faria um escândalo maior aqui.

— MAIS RESPEITO MARTINNA! — seu pai a repreende mais de uma vez.

— Olhe só senhor, você não tem culpa nisto tudo e muitos menos os restantes dos funcionários. Porém a partir de hoje perdeu três clientes e digamos que a nossa família toda praticamente também. Se não consegue controlar os seus funcionários e muito menos a sua filha aqui dentro irá perder muitas mais pessoas do que nós!! — é António. —Eu sempre fui um homem calmo, mas a sua filha passou de todos os limites plausíveis falando daquela maneira para eles os desrespeitando.

— Eu nem fui racista. — ri para Vitor.

— Olha só! Queres a força do meu estalo na tua cara garota?! Vê se te comportas, até uma criança consegue ser mais educada do que tu.

— Senhores tenham calma. Por favor!! Isto tudo vai se resolver na melhor maneira possível.

— Melhor maneira possível? Respeito não tem cor, tem consciência!!

— Fala o pobre.

Ao ouvir aquilo meu irmão não se conteve e partiu para cima dela, tentei segurá-lo porém sem nenhum sucesso. António e o restante dos seguranças o controlaram, porém ele estava a ponto de fazer uma loucura com tudo isto. As pessoas podiam ser tão más ao ponto de estragar totalmente o dia de uma pessoa, toda esta situação podia ter sido evitada se as pessoas controlassem melhor a sua boca.

Nem sempre isso era possível.

—Vem Vitor! Vamos embora. — o puxo.

— Não precisam pagar senhores. Desculpem mais uma vez.

— Depois disto é que não íamos pagar mesmo!!! O comer estava maravilhoso e os seus cozinheiros são os melhores, todavia se não conseguem controlar os funcionários que servem pode começar a despedir todos especialmente sua filha.

— Vamos embora António! Para!!

Parece que eu era a única mais calma no meio disto tudo, meu irmão me largou e caminhou mais adiante de nós. Ele nunca havia passado por isto e com toda a certeza isto lhe havia afetado bastante, nunca o vi triste desta maneira e com certeza ele não seria mais o mesmo daqui para a frente.

Nossa cor de pele nunca foi bem vista na sociedade e algumas pessoas faziam de propósito ao nos rebaixar ainda mais. Hoje o passeio havia sido estragado por uma pessoa sem coração, por isso decidi eu dirigir para casa.

Adentramos na garagem e logo após o carro parar meu irmão saiu feito um furacão, provavelmente em direção ao quarto, era o local onde mais se sentia seguro e digamos que por minha parte isso também acontecida por vezes.

Era triste toda esta situação e o deixar sozinho me magoava bastante. António veio connosco e tentava de alguma forma me controlar, bom......não era nem um pouco fácil ainda mais de ver meu pequeno irmão neste estado.

— Tenho que falar com ele!

— Tudo bem amorzinho, vou brincar com o Thor no quintal.

— Ok! Juízo crianças.

— Sempre. — me beija.

Sentir este aperto no coração era a pior coisa que eu podia ter. Ver meu irmão destroçado ao ponto de nem falar uma palavra durante o caminho todo para cá me fazia sentir impotente e não o conseguir proteger como sempre prometi ao meu pai.

Peguei num copo de água e me dirigi ao último quarto do lado esquerdo da casa, talvez futuramente esta casa fosse da Ella quando ela crescesse por isso não nos importávamos muito com isso.

Bati na porta, todavia não obtive qualquer resposta sua. Estava começando a ficar preocupada. Encostei minha orelha na porta e choro foi liberado através da grande porta branca, eu estava de rastos. Abri a porta mesmo sem autorização e o vi sentado no pufe olhando para a janela.

Nunca vi meu irmão chorando por uma coisa que alguém tinha dito, isto definitivamente me partia o coração, puxei o outro para perto dele e coloquei na sua frente. Entreguei-lhe o copo, porém em nenhum momento se sujeitou a beber água......ele estava destruído, eu estava destruída........nós estávamos destruídos!

— Hermanita por favor nem tentes.

— Posso falar?! Concordo contigo, ela não tem o direito de tratar assim as pessoas, mas tu sabes mais do que ninguém que a educação vem a partir de casa.

— O que queres dizer com isso? — limpa suas lágrimas. —Estás a dizer que devíamos ser diferentes e não assim...

O interrompi!

— Assim como?

— Desta cor de pele. Nosso pai sempre nos ensinou que sempre seríamos odiados por não ser da mesma cor que os demais!

— Para! Para com isso.

— Paro? Como paro? É a verdade, sempre nos desmoralizam, sempre nos inferiorizam e ainda mais tem a instintos lata de dizer isso na nossa cara.

— Podem falar o que quiserem de nós, não ligo, não me importo nem um pouco, não me interessa e muito menos me incomoda, porque só nós sabemos realmente as pessoas que somos!!

— Quando te tornaste tão sábia?

— Desde que vi meu irmão abalado com uma coisa assim. Sei que é difícil esquecer isso tudo e eu entendo perfeitamente o vosso posicionamento nesta história toda!

— Eu te amo hermanita!!! — me abraça. —Me desculpa.

— Oh, não precisas pedir perdão.

💄💋⚽️

António Torres
2 semanas depois

Eu sempre tinha um dia para visitar cada empresa que tinha aqui em Barcelona. Digamos que eu amava o trabalho que eu fazia e não me importava em nenhum aspeto se tinha bastante trabalho por isso de eu ser uma das pessoas mais reconhecidas no mundo em diferentes áreas.

Eu gostava do que fazia!

Entrei e logo fui recebido com bastante alegria, era dia de reunião e quando são estes dias eu não gosto nem um pouco disso, mas o trabalho tem que ser feito e saber se as metas estavam a ser cumpridas faziam parte da minha boca disposição.

Peguei nos documentos e no meu portátil e o levei para a sala começando  assim a reunião com todos os diretores de todos os departamentos. Vendo que tudo estava a ir conforme o planeado e previsto para as expectativas do ano me emocionou bastante, a reunião foi bem curta a meu ver e logo fui para o CT do Barça e era lá que passava a maior parte do meu tempo.

Eu amava o clube e os jogadores e eles me amavam, era como se fossem parte da minha família e na experiência eles eram sim. Nunca me arrependi de concorrer á presidência do meu clube de eleição e digamos que todos estes anos minha mãe sempre me encorajava mais e mais neste tipo de assuntos.

— Senhor! Seu telemóvel está tocando.

— Ah sim, obrigada Lopez.

Era Vitor, o moreno sempre me telefonava todos os dias e como não estava muito tempo com a morena ele acabando dando-me feedback sobre o que acontecia. Minha mãe já havia voltado para Portugal e levou Thor com ela e a partir daí Natasha ficou ainda mais triste, porém S/n também sentia falta dele perto dela.

Era difícil agradar as duas.

Atendi a chamada e logo o moreno me afirmou que logo logo estaria aqui para conversar comigo. Não sabia o seu intuito porém ele gostava imenso de ficar aqui e entender como o clube funciona e digamos que eu gostava de o ensinar ainda mais.

— Entre!!

— Olha se não é o meu cunhado favorito. — entra na maior alegria.

— Vieste aqui para uma coisa em especial?

— Bem pode-se dizer que sim, uma coisa que talvez gostarás de saber.

— E o que seria? — entrelaço minhas mãos em cima da mesa. —Vitor! Me fala caramba.

— Bem! É sobre a minha irmã, ela anda muito enjoada e com dores estes últimos cinco dias e digamos que eu desconfio de algo.

— Não! — esboço um sorriso. —Estas a dizer que achas que ela está grávida?

— Bem! Pode-se dizer que sim nesse aspeto, sabes que todos nós queremos o mesmo por isso vim aqui te informar.

— E só vieste aqui para isso?

— E para que mais seria? Acho melhor ires para casa. — me fala entregando uma saca da farmácia. —Leva isto e protege.

— Obrigada! Obrigada!! Obrigada!!!! — saiu correndo da sala. —Agora não, depois resolvemos isso.

Minha alegria havia aumentando a um nível gastronómico, era como se uma nova paz renascesse dentro de mim e eu não me importava em nenhum ponto se as pessoas julgariam ou não. Tanto eu quanto a morena queríamos um filho e se ela realmente estivesse grávida eu nem saberia como reagir em primeiro lugar.

Sai do CT do Barça e logo Vitor veio no carro atrás do meu. Eu nem pensei em mais nada a não ser dirigir apenas para a casa dele, eu me sentia afundando no meu mar de sonhos e alegria.....foi rápido chegar. Parei o carro bem na frente e logo toquei na campainha, a morena atendeu e logo a abracei.

— Está tudo bem?

— Vai ficar melhor quando vires o que está nesta saca.

— VITOR VIEIRA COSTA!!!!

— Que foi maninha, estou contente e digamos que podes estar. — em pisca para ela. —Vai fazer o teste.

— Eu já fiz.

— Já? — surpreso a morena me senta no sofá. — Jáááááááá?? — acrescentei e logo Vitor ri de mim.

— Prometo cunhado eu não sabia disso.

— Eu venho já.

Minhas mãos suavam, tudo em meu corpo suava imaginando que de facto o nosso sonho se estava tornando realidade. Eu sempre imaginei minha vida e meus filhos com ela e com toda a certeza seriam lindos como a mãe deles, coloco minha cabeça encostada no sofá tentando me controlar porém essa era a tarefa mais difícil a ser cumprida neste momento.

Eu esperava que ela estivesse grávida e isso me libertaria de um peso enorme. Ouvido seus passos de novo meu coração começou a bater ainda mais forte, minha pressão a qualquer momento poderia despencar de alegria se eu não soubesse nos próximos cinco minutos.

— Vá! Vê.

— Ai meu coração.

Abrindo a caixinha branca me deparo com a cena de repetindo porém desta vez com Natasha. A futura mãe dos meus filhos, eu estava simplesmente radiante e meu único instinto foi a abraçar enquanto Vitor observava com mais atenção a bela caixa.

— Eu disse que iríamos conseguir.

— Ah amorzinho! Agora temos que começar a propor nomes para o bebé.

— Tem calma Torres ainda só estou de 3 semanas.

— Três semanas que já pareceram uma eternidade isso sim! Espera só eu contar para a minha irmã e a sua família, para os meus pais e os meus filhos!!!!

— Ei, ei, ei. Vai com calma eu não quero que eles se emocionem e depois se decepcionem por favor por enquanto até ao segundo mês não contemos pelo menos até á Páscoa quando os teus pais e a S/n virem para cá.

— Tudo bem tudo bem. — a beijo várias vezes. —Vês Vitor nosso desejo se concretizou!!

— Já tenho nomes em mente.

— E quais seriam?

— Emma se menina em memória á tua melhor amiga ou Gustavo em honra ao nosso vovô pela parte do pai que morreu quando nosso pai tinha sete anos.

— Ai gente agora me emocionei aqui!!

— Por mim esses nomes condizem muito bem. — assentiu a morena e logo concordei abanando com a cabeça. —Vês não foi assim tão difícil escolher o nome.

Agora era a minha vês de a proteger ainda mais e digamos que eu estava bastante feliz com notícia. Saber que teria um filho com a mulher que me trouxe novamente o amor e outra visão da vida sem dúvida era uma das maiores conquistas que eu alguma vez tive.

A partir deste momento tinha que ter cuidado com o que ela comia, com o que ela fazia nos primeiros meses e especialmente não se irritar com ninguém. Ela era importante para mim e se algo lhe acontecesse a ela ou ao bebé eu não ficaria por um simples aviso, mas sim acabaria com a raça de quem os machucou.

Minha paciência era sempre testada ao limite e mesmo quando Ferran e S/n estavam na barriga da mãe sempre me colocavam á prova e isso me irritava imenso.

Agora teria uma nova tarefa pela frente.

Aurora Torres
18:20h - em Portugal

Já passavam duas horas e meia que eu tinha ido buscar S/n á escola, a pequena sofreu um pequeno desmaio o que originou com que eu a levasse ao hospital. Tudo estava bem hoje de manhã, porém de tarde quando ela foi para a escola parece que havia piorado, não foi o que a pequena comeu pois tanto eu como Duarte comemos a mesma coisa e não estamos assim.

Decidi não alertar António para ele não ter mais um imprevisto em que lidar, já que na Espanha as suas empresas demandam muito dele por isso não queria colocar mais um problema na sua cabeça e ele estava tão feliz.

— Vovó! — indaguei-o a pequena deitada na cama. —Eu......eu o vi.

— Viste? Pequena não entendo, quem viste?

— Ja....James, ele iria fazer-me mal.

— Não ia não pequena, vovó não ia deixar isso acontecer. Não falei com o teu pai para não o incomodar, mas telefonei á tua mãe.

— Á Natasha?

— Não amorzinho, á tua mãe, a Núria ela já já está aqui. Ontem ela veio a Portugal fazer uma propaganda e já já está aqui.

— Não quero. — vira a cara ao lado e se protege sua barriga. —Não a quero ver!

— Oh anjinho, ela é tua mãe. Ela tem que saber.

— Ela não é, nunca quer saber e já á oito meses que nem liga para saber de nada. Que mãe faz isso?

Ela tem razão!

Núria podia ser assim, todavia ela era a mãe dela e tinha que saber o que se passava com ela. Eu como mãe sei muito bem como é se sacrificar constantemente para que os filhos se sintam bem, porém Núria não tem feito nem a metade disso.

Sempre vivia nos Estados Unidos a maior parte do tempo e de vez em quando vinha a Espanha visitar Ferran que já estava a encontrar uma casa com Ansu e Pedri. Eles gostavam muito de estar uns com os outros e quando Gavi fizesse os seus 16 anos também iria viver com eles.

A pequena havia acordado á pouco por isso dei-lhe o seu livro favorito para continuar a sua leitura enquanto a meu ver tinha que falar com o seu pai. Eu sempre me colocava nunca posição complicada e saber que ouviria do meu filho por não o avisar também estava na minha lista.

Tempos depois voltei para o quarto e o moreno me avisou que daqui a pouco estava aqui já que ele e Natasha estavam voltando para Portugal para participar de uma reunião importante de empresários. Bem....acho que tudo isto veio a calhar, não a doença da pequena mas eles estarem mesmo a vir.

— Aurora! — indaguei-o Núria atrás de mim. —Como ela está?

— Melhor, está ali agora a ler o seu livro e a receber soro.

— Posso ir vê-la?

— Claro.

Eu sabia que a pequena não a queria ver, mas como mãe eu tinha que a deixar entrar. Sei que Núria pode ser tudo e mais alguma coisa, todavia não deixa de ser a mãe dela é uma mãe que por vezes se preocupa com ela.

Fiquei afastada um pouco até que vejo António e Natasha a entrar no corredor, bem......pensava que iria demorar um pouco a viagem até aqui, mas conhecendo o moreno ele veio a 200Km á hora e logo atrás veio Ferran.

Tudo isto estava pior do que imaginava, já era S/n faltando á escola e agora o moreno que tinha vindo com eles.

Magnífico!!

— Como ela está mãe? — me abraça António. —Tenho que te contar uma coisa!

— E eu outra.

— Vovó!

— Oi lindo, como estás? Olá querida, como vais?!

— Tudo bem Aurora. — com um sorriso no rosto a morena olha pela porta.

— Podemos ir vê-la? — assentiu Ferran segurando na mão de Natasha.

— Claro.

Eu sabia perfeitamente que António não ia gostar nada do que eu diria que a S/n viu. Eu tenho a certeza que ele se enervaria num ponto gastronómico e provavelmente saísse do Hospital irritado.

— Mamãe! A Natasha disse para eu contar depois de eu insistir tanto.

— E o que seria amorzinho?

— Natasha e eu estamos esperando um bebé. — sussurra em meu ouvido. —Nosso desejo concretizou-se.

— Oh amorzinho, que ótima notícia. Já eu.

— O que se passa? O que ela tem?

— Não é ela? Bem.....é difícil explicar.

— Fala mãe estou a ficar preocupado!!

— Ela desmaiou por ver....por ver......

— Ver quem mãe? — vimos Núria saindo do quarto. —Mãe!!!

— James! Ela viu James.

— James?! — seu olhar se transformou completamente. —O que aquele canalha queria?!

— James? — indaguei-o Núria também. —O que...

— Bem feito Núria. — António se irrita. —Vês o que tu causaste á nossa filha?!

— Eu?

Dois pais que não se gostavam nem um pouco estavam agora num novo embate. Era difícil controlar estas emoções ainda mais de duas pessoas que eram marrentas ao máximo, depois de tanto falarem Núria foi embora e logo entrei com António para o quarto para ver como estava S/n.

— Oh princesa! Papai está aqui.

— Ele vai fazer-me mal papai, ele vai..........de novo.

— Não vai não princesa vovó disse que não vai. Confia nela ok?!

— Ele? — exclamaram mutuamente Natasha e Ferran.

— Sim mamãe, James ele queria me fazer mal.

— Ele não vai, eu não vou deixar isso acontecer princesa.

— Sim maninha, ninguém vai deixar ele vai chegar perto de ti. O nosso vovô vai vir daqui a pouco, ele teve uma reunião de emergência mas logo logo ele estará aqui!

— Ryan me protegeu antes de cair no chão.

António ri.

— Claro pequena, é o trabalho dele amorzinho! Devo dar-lhe um dinheiro extra isso sim.

— Posso dar eu papai?

— Claro que sim anjinho.

Estes eram os momentos mais genuínos que eu amava em ambos, eles tinham uma conexão imensa e pode-se até dizer que eles eram mais do que pai e filha. Suas demonstrações de amor me alegravam bastante e o amor que ambos transmitiam um pelo outro era de outro mundo.

Ficamos mais um pouco e logo saímos do hospital. E logo encontramos Duarte fora do hospital mesmo a chegar, entramos no carro e fomos para a quinta novamente. Abraçada a Natasha o tempo todo a pequena apenas se limitava a olhar para todos os lados para encontrar uma maneira de desaparecer em seus pensamentos.

— Posso ir ver o Zeus?

— Claro que sim pequena, porque não levas a Natasha e o Ferran?

— Está bem vovó! Vem mamãe, vamos ver o meu cavalo.

— Calma pequena, não puxes eu vou. — sorri Natasha. —Quem sabe se a Amy já não deu á luz.

— Verdade mamãe. — é Ferran.

Saíram e agora tínhamos que tratar de um dos assuntos mais importantes, o acontecimento antecedente que originou o desmaio da pequena. Duarte já estava a par e também não gostou nem um pouco quando soube sobre o sucedido e avô coruja como é ficou com o coração disparado.

— Vem Lopez, entra. — indaguei-o António abrindo a porta do escritório. —Precisamos de mais seguranças para os meus filhos pelo menos!

— Vitor também necessita de um já que ele sofreu aquele ataque racista quando estava com os amigos.

— Sim! Além do mais Natasha....

— Depois falamos sobre isso com o pai mãe agora não.

— Ryan me disse que o viu mesmo depois da S/n desmaiar.

António irritado socou o sofá em que estava sentado. Depois de tantos anos nunca soube a razão pela qual ele tinha vindo novamente nos incomodar, porém boa coisa não era e tenho a certeza de que algo pudesse acontecer a Natasha e ao bebé, mas também a Ferran e especialmente á pequena.

Este tipo de situações podia já ter sido evitado á bastante tempo se meu filho tivesse-o colocado na cadeia e o facto é que nunca pudemos comprovar que foi ele mesmo que a mandou sequestrar mesmo a pequena tendo ido testemunhar a tribunal.

— Aquele canalha vai aprender a estar quieto com quem está! Se ele tentar....

— António... — seu pai interveio. —Ficando assim não iremos resolver nada.

— Como não? Minha filha desmaiou por causa dele, ela tem ataques de pânico quando alguém se zanga.......tudo por causa dele pai! Aquele mostro que pense novamente aparecer.

— António para ficando assim não iremos a lado nenhum. Sei que estás chateado e todos aqui estamos porém é isso que ele quer entendes?! Temos que ser pacientes e tratar as coisas da melhor forma possível.

— Posso contratar mais seguranças se pretenderem isso!

— Ex-fuzileiros por favor.

— Tudo bem! Assim será. Com a vossa licença irei me retirar.

— Obrigada Lopez!! — assenti para tentar acalmar os ânimos.

António estava tão contente com a notícia que ia ser pai novamente que não se controlava um só minuto e conhecendo o meu filho ele não iria descansar até contar a todos que eram chegados dele.

— Eu vou ser pai!

— Natasha está grávida? — surpreso Duarte se levanta. —Oh filho parabéns.

— Por favor não digam á S/n que já sabiam quando contarmos na Páscoa quando tivermos em Barcelona! Natasha prometeu a ela que era ela a primeira pessoa a saber.

— Tudo bem amorzinho!!!!

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