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What's gonna be left of the world
if you're not in it?
What's gonna be left of the world? Oh
Every minute and every hour
I miss you, I miss you, I miss you more
Every stumble and each misfire
I miss you, I miss you, I miss you more
• Good Grief - Bastille •
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Frase do Capítulo:
-Eu defenderei o teu nome quando não tiveres por perto!
Natasha Costa, 2017
💄💋⚽️
Natasha Costa
14:20h - do parque a casa
Eu me via queimando por dentro. Eu me via afundando nos meus mais profundos pensamentos, agora mesmo que me sentia sem chão. O moreno era a minha alegria, o meu sorriso, o meu primeiro bom dia e o meu primeiro beijo. Agora nada além do vazio tinha, eu não conhecia a minha própria força, isto me doía mais que qualquer coisa no mundo.
Podia estar mentindo? Talvez, mas estes dois acontecimentos me haviam cortado numa imensidão avassaladora, ontem foi terrível, hoje era um dia de tentar remediar as coisas e amanhã de fazer melhor. Normalmente isso daria certo para mim, mas com tanta coisa acontecendo na minha vida eu não mais acreditava se era capaz de tudo isso.
Nossa relação tinha ido embora, pelo menos meu cérebro pensava dessa forma.......todavia meu coração o amava de uma maneira diferente, uma maneira doce e encantadora. Ele era diferente dos outros, António era aquele tipo de pessoa que só agarrando na tua mão te fazia ver que o amor era único e verdadeiro.
Era ele! Foi sempre ele!! É sempre será ele!!!
— Obrigada pela água. — dirijo minha fala á moça do quiosque. —Fique com o troco!
Eu precisava de um tempo só! Eu precisa de um momento somente meu, eu precisava de colocar meus pensamento em dia. António não havia proibido Enrique de estar comigo e eu não podia estar mais grata, depois do meu acidente o moreno havia mudado e não mais deixou de fazer este tipo de coisas.
Me senti no banco de jardim de frente para o lago tentando encontrar melodias diferentes em todos os sons existentes no enorme recinto, pássaros cantando, o barulho dos patos na água, pessoas andando e pessoas falando. Estes pequenos sons me aliviam, me deixavam mais renovada eu diria. Eu precisava de um sinal e mesmo que isso demorasse o tempo necessário eu iria esperar.
— Querida! Não te esperava encontrar aqui. — acenda Nikolas bem a minha frente. — Posso me sentar?
— Não!
— Bom, já me sentei. Queria saber se estás disponível hoje á noite para conversarmos sobre o nosso relacionamento!!
— Vives no mundo da fantasia Nikolas, eu não sou mais nada tua e nunca e nem nos meus sonhos serei tua namorada. Sai daqui!
— Nossa querida, magoaste meu coração aqui. Vai com calma, sei que o teu está frágil pelo ocorrido com o teu noivo.........todavia eu não tenho culpa que lhe tenhas escondido algo tão grave.
— Eu vou sair daqui já que tu não queres saber disso.
— Espera aí que ainda não terminamos de conversar coração!
— Nem devia perder o meu tempo contigo, pois ele é valioso demais para as tuas fantasias e caprichos de criança. Tens trinta e dois anos, mas tens mentalidade de doze! Vê se cresces um pouco e depois talvez falaremos cara a cara.
Me segurando pela bolsa ao de leve o moreno me puxou para trás. Eu não o queria ver e muito mais estar frente a frente com ele e depois do que ele falou para António de uma coisa que eu devia ter feito o moreno nem merecia um pingo da minha consideração.
Ele era uma pessoa muito persuasiva e muito má quando ele queria ser, demonstrou sinceramente o pior lado de um ser humano em falar sobre aquele assunto da boca para fora, ele não tinha coração nem para isso ele era tão bom e poderia simplesmente ter ficado calado, porém foi exatamente o contrário que ele o fez.
— Senhora! Precisa de ajuda, quer que o tire?
— Não Enrique obrigada. Ele agora vai ouvir umas verdades na cara!
— Ei ei! Sem ataques querida. Eu sou um lobo faminto por ti. — um estalo foi gerado por minha parte. —És tu a mulher que eu quero e nem António me proibirá de te ter somente para mim............nem mesmo James e Rafael te terão. Aliás um segredinho aqui! Foram eles que me disseram para acabar o teu relacionamento com ele, mas agora parece que as coisas mudam e eu os tenho na mão também. — falando em meu ouvido, faz com que meu corpo trema.
— Tu és o ser humano mais desprezível da face da terra Nikolas! Eu posso ser muita coisas, mas eu tenho coração e nem mesmo nas minhas piores situações eu teria coragem de fazer isso com alguém.
— Natasha, Natasha. Meu amorzinho, eu tenho coração caso não saibas e desde o momento em que te vi naquela faculdade eras tu quem eu queria.
— Bem a Victoria me tinha avisado sobre ti! Eu devia ter a escutado e não ir lá falar contigo e nos tornar amigos. És um monstro.
Era difícil encarar a realidade.
— António vai morrer se não fores minha mulher!! E serei eu mesmo que terei o prazer em atirar nele.
Cuspindo em sua cara o moreno iria revidar em me dar um estalo, porém Enrique lhe segurou a mão e já havia previsto que algo deste género poderia acontecer. Nikolas havia-se tornado uma pessoa amarga e sem sentimentos, me magoava bastante saber que tive que conviver com esta terrível pessoa seis anos da minha vida.
Eu queria que o moreno desaparecesse da minha vida. Eu queria isso mais que tudo neste momento, queria que ele sumisse e não mais voltasse, queria que ele fosse para bem longe e não me incomodasse mais, mas isso era difícil demais de se concretizar.
— Ouve o que eu te digo Natasha! António....não.....presta.
— NÃO FALES DE ANTÓNIO PARA TE SENTIRES SUPERIOR. — gritando com ele perto do lago, logo abaixo o tom. —Vou apenas te dizer umas simples coisas para enfiares nessa cabaça oca de uma vez por todas!!!
— Estou ouvido.
— Eu vou dizer-te as duas coisas que eu mais amo no António. Em primeiro lugar, o seu sorriso. Achaste que era só dois! Não, há muitos mais. Eu amo o seu cabelo, os seus olhos, o seu abraço, o seu amor, o seu caráter, o seu carinho, as suas belas piadas, a sua alegria contagiante, o seu jeito, a sua fofura com quem ama, a sua personalidade forte, as suas histórias, a sua confiança a e perseverança, a sua voz, o seu carisma, a sua inteligência, o seu esforço, o seu humor e finalmente mais não menos importante os seus beijos.
O moreno não parava de engolir em seco e de olhar para mim com a raiva estampada em seus olhos.
— Eu sou isso e muito mais!
— Tu nem imaginas o que ele me faz, tu por outro lado me deixas um ódio tremendo pairando no corpo. Eu nunca devia ter-te conhecido.
— Parece que conheceste!
— Enrique vamos embora por favor.
— Claro senhora.
Dizer aquelas palavras foi a coisa mais assustada a se fazer naquele exato momento, foi a coisa mais linda que eu alguma vez havia dito e foi algo que mexeu comigo dentro de mim. Minha mente havia expandido mais seus horizontes e meu coração reconfortou. António era aquele tipo de pessoa que só em se falar o coração era logo curado, pelo menos o meu era.
Fui novamente para casa e lá encontrei novamente Ferran e neste caso estava S/n com ele. Eu pensei que o moreno voltasse ainda hoje para casa, porém foi exatamente o contrário que havia acontecido. Ele não me contou o real motivo de ter saído de casa, todavia eu suspeitava que ele havia discutido com seu pai. Eu não queria que algo desse género tivesse acontecido ainda com eles os dois.
Eu me sentia péssima por colocar todos nesta terrível situação.
— Mamãe! Chegaste, pensei que estavas em apuros. Meu irmão disse que foste ao parque sozinha, está tudo bem né?
— Claro que sim pequena! Nada aconteceu de mal, mas afinal o que fazes aqui? — me agacho perante ela. —Hum! Me conta boneca.
— Fugi de casa!
— Papai sabe? — ri em ironia.
— Sim! Vovó me trouxe. Ele não vai ficar chateado eu avisei mas fujo com ela na mesma.
— Ai S/n! És terrível anjinho. Bom.....já comeste alguma coisa?
— Sim eu e os meninos fizemos panquecas, mas não tinha morangos mas isso não importou porque estar aqui me alegra e não são uns simples morangos que eu não coma um dia que eu passarei mal né mamãe?
— Claro amorzinho.
— Minha irmã vem passar aqui o dia mãe, espero que não te importes.
— De forma alguma Ferran, S/n e eu faremos coisas de meninas não é pequena?
— Sim mamãe. Vem, agora vem comer as panquecas que fizemos para ti.
Fomos até á cozinha e a pequena me mostrou as maravilhosas panquecas que me havia preparado. Sem dúvida alguma aquilo alegrou o meu dia, ainda mais depois de uma briga com quem eu pensava que era meu amigo, porém mostrou de facto ser a pior pessoa que alguma vez eu conhecia.
Hoje tinha planos de fazer uma coisa somente sozinha, mas meus planos haviam sido estragados com a minha adorável filha de coração, S/n Torres. Ela era um anjinho em pessoa, seu amor pelas pessoas me cativava, seu toque angelical era extremamente especial e a sua personalidade era muito forte e diferente das outras crianças que via pela rua.
— Estas a gostar das panquecas mamãe? Eu trouxe o meu kit de pintar as unhas, trouxe desenhos para pintar mas esqueci-me do meu unicórnio de pintar com as canetas. — em voz doce a morena se aproximou de mim. —A única coisa que não devia esquecer me esqueci.
— Não digas isso, temos a tarde toda para aproveitar e se não trouxeste o teu unicórnio outro dia pintamos ele tudo bem?
— Tudo bem mamãe! Vou buscar o sumo de laranja. Um momento.
— Tens o meu coração pequena.
— Sim mamãe, eu sei e tu tens o meu.
Um anjo em pessoa eu encontrei.
E algum tempo depois tanto eu quanto S/n fomos para o meu quarto enquanto os rapazes ficavam na sala. A pequena era a coisa mais linda e maravilhosa deste mundo, ela conseguia arrancar um sorriso em meu rosto mesmo eu estando mal. Sua delicadeza era algo de outro mundo, confesso ela era de outro mundo.
Pegou no seu Kit de pintar as unhas e pediu para eu mesma tirar o verniz atual e pintar suas unhas novamente. O que ela mais tinha era a cor rosa e digamos que ela não parava de pintar dessa cor, tonalidades diferentes, mas sempre rosa. Digamos que a cor combinava muito com ela e até em mim combinava, sua delicadeza era maior que tudo neste mundo.
— Quero pintar de branco mamãe.
— Estou surpresa amor, tens tantos rosas e vais escolher o branco?
— Sim! Porque o branco é sinal de esperança e pureza e eu sei que tu e o papai tem um amor puro por isso quero pintar para se resolverem logo.
— Pequena não é bem assim! Adultos tem problemas que por vezes demoram a curar entendes? Temos que ter um pouquinho de paciência pode ser?
— Tudo bem, mas vou pintar de branco na mesma. — assentiu rindo com os olhinhos brilhando.
— Então vamos lá.
Pinturas para lá e pinturas para cá que nem vimos que estávamos a ser observadas pelos três, Ferran, Vitor e meu pai se encontravam na beira da porta nos vendo. Eles eram as melhores pessoas do mundo tinha mesmo sido abençoada em vários aspetos para encontrar os filhos de António e abençoada por ter um irmão e um pai tão preocupados comigo estes últimos dias.
Saber escolher as pessoas certas é a maior realização de todas, e assistir ambos crescerem com amor e dignidade era algo de outro mundo, um mundo perfeito que eles os dois estavam construindo para eles mesmos. S/n arrumou o seu Kit enquanto eu pegava num pano para limpar a bagunça criada pela pequena, não me importava de limpar suas sujeiras. Nunca me arrependi em nada de como tentei criar ela e o seu irmão da melhor forma possível.
— Logo podemos ir ao Shopping se quiseres mamãe. Vamos todos e aproveitamos e jantámos lá.
— Tem mesmo a certeza que devo ir? Não me sinto bem para aparecer num local cheio de pessoas.
— Vai mamãe, quem sabe não convidaremos a vovó, já que o nosso papai teve que ir para Portugal hoje de tarde.
— Ele teve? - questiono surpresa.
— Sim mamãe, por isso vim para cá. Vovó foi passar o dia com a titia e eu vim para cá ficar contigo.
— Minha irmã tem razão, vai fazer bem respirares ares novos e com toda a certeza poucas pessoas vão estar lá ás 18horas da tarde.
— Tudo bem, me convenceram. Mas.....prometem não me pressionar para nada!
— Hum hum. — saem todos rindo. —Não te preocupes. — indaguei-o Vitor rindo.
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António Torres
2 dias depois - na empresa em Portugal
Dois dias se passaram e todos já tinham voltado. Natasha, bem, Ferran me havia informado que ela estava no seu apartamento antigo com seu irmão e seu pai. Eu a queria aqui comigo e com todos, porém eu também sabia que ela precisava do seu tempo para pensar de como tudo mudará daqui para a frente, ainda mais quando a tornar minha mulher.
Era isso que eu queria, era isso que ambos queríamos por isso nenhum de nós temia outra coisa contrária a isso. Minha mãe já falava normalmente para mim, bem normalmente não é o termo certo ainda mais por Natasha ainda não estar na quinta novamente, mas falava como antes e não tão ríspida. Eu detestei ter estado assim com ela e agora as coisas estavam voltando ao normal.
Inclinado na minha poltrona e fazendo uma pausa do áudio trabalho que tenho tido depois das férias, me vi numa situação de tentar encontrar uma solução para que eu e Natasha nos resolvesse o mais rápido possível. Eu a queria de volta perto de mim, mesmo depois de tudo o que aconteceu eu continuava a amá-la. Aquilo foi uma fase também que tanto eu quanto ela não estávamos bem psicologicamente é normal ela não me ter contado sobre.
— Posso! — a morena se pronuncia junto da porta. —Temos que falar.
— N....Natasha? — meus olhos se arregalaram ao ver a morena bem na minha frente.
— Eu preciso me redimir contigo! Eu fui uma idiota em acreditar que provavelmente não aceitarias o bebé, mas eu tinha medo, traumas. Eu não queria ser como minha mãe um dia foi para mim, eu não queria passar para o nosso filho a insegurança e a falta de amor por minha parte.
— Natasha.
Me aproximo dela e coloco uma mão na cintura e uma na cara. Ela precisava deste reconforto e eu estaria aqui disposto a ouvi-la pois ela também ela fez a questão de ouvir no dia em que discutimos.
— Eu nunca pensei em abortar e isso estava fora dos meus planos, se a gravidez avançasse eu iria contar....no meu tempo mas saberias que eu e tu estávamos esperando um filho. Como isso não aconteceu por uma burrice minha eu não tinha coragem de o fazer, me perdoa.
— Oh amor! Vem aqui anda.
Me abraçando a sinto derramando uma lágrima por sua cara, presenciar a morena dizendo tudo aquilo para se aliviar a ela mesma me doía. Eu não a culpava por pelo menos tentar fazer as coisas certas, ela tinha o direito de dizer no seu tempo.....e temperamental como sou não a deixei explicar o porquê de ela não me ter dito. Eu a devia ter escutado e agora ainda estávamos distantes um do outro.
— Me perdoa Torres!
— Não tenho que o fazer.
— Como assim não tens? Eu tirei-te esse direito!!
— Nada disso importa agora. O que ficou no passado deixa no passado e o que agora é interessante é o futuro, um futuro mútuo e em conjunto.
— Tu fazes-me acreditar em contos de fadas falando dessa forma.
— Ei sou um homem louco pelo teu toque. Eu perdia o controlo amorzinho!! Eu te amo até ao infinito.
— Porta-te bem. Bom....vou ter com a Patrícia, até!
— Fica comigo. Por favor!
— Tens trabalho a ser realizado, logo talvez conversemos melhor.
Trabalhar!
Trabalhar era duro, mas era uma coisa que tinha que ser feita. Esta empresa não se podia gerir sozinha e muito menos trabalhar sem ninguém. Minha vida foi sempre facilitada como já devem ter percebido, mas meu pai e minha mãe sempre me disseram que para ter as coisas tínhamos que lutar por elas, era isso que eu fazia. Todos os dias da minha vida, 24 horas por dia, 7 dias na semana, 365 dias e 31 536 000 segundos do ano. Era complicado, mas era a coisa mais natural a se fazer.
Me sentei novamente na cadeira, todavia não por muito tempo, meu pai havia me chamado para a sala de reuniões. Hoje não tínhamos alguma reunião, pelo menos que eu sabia, mas não podia deixar de o obedecer. Como não o vi com capas nem o seu computador logo reparei que não era preciso e me ausentei da sala a deixando fechada apenas com o trinco.
Uma voz se vez anunciar, Nikolas. O moreno gostava simplesmente de me irritar nos momentos em que tudo estava perfeitamente bem, ele não sabia o caos que apenas fazia estando aqui e no mesmo ambiente que eu. Adentrei na sala e dei bom dia a todos os diretores das áreas da empresa, não me lembro de ter chamado nem proposto um novo investidor para a empresa, porém meu pai não sabia quem era ele só pelo nome.
Nikolas á inúmeros no mundo, mas se soubesse que era este Nikolas que eu e Natasha não gostávamos ele com certeza não teria aceitado isto.
— O que fazes aqui? — me pronuncio já furioso.
— Vocês se conhecem?! — é meu pai. —Filho! Eu, estou falando contigo.
— Conhecemos-nos sim senhor Duarte, eu e ele somos grandes amigos não é mesmo António?
— Eu não sou teu amigo, nunca fui e nunca serei. Sai daqui!!
— Senhor ele é o novo investidor e vai dar lucro na empresa. — murmurou Eda, a nova diretora de recursos humanos.
— Eu não o quero aqui, já disse. Eu mesmo posso ser o novo investidor!!
— Filho, ele tem poder monetário para isso. O deixa além do mais ele não vai incomodar ninguém!
— É António, me deixa! Ninguém precisa saber o real motivo pelo qual eu estou aqui não é mesmo?
— Não fales dela com essa boca suja seu cretino. Ela não te merece e nunca te irá merecer!
— Isso é o que veremos, além do mais eu só estarei aqui duas vezes ao mês para ver como está os investimentos. Agora se não gostas da minha presença eu não tenho culpa. — se encosta á mesa cruzando os braços.
Nikolas estava me tirando completamente do sério, ele conseguia fazer o possível e o impossível me irritando ainda mais e fazia com que todas as pessoas dentro desta sala ficassem confusas com tudo isto. Era desordeiro de sua parte vir aqui e pedir para ser o novo investidor, ainda mais depois da confusão que ele gerou e de ele ser o culpado de eu e Natasha estarmos num impasse entre a briga e a reconciliação mútua.
— Eu te garanto que se começas com insinuações por toda esta empresa e com todas as pessoas e trabalhadores podes te considerar fora daqui no mesmo instante.
— Filho calma. — meu pai me puxa para trás. —Natasha não vai gostar de te ver assim, tem calma!
— Como calma pai? Primeiro ele tenta roubar a minha mulher para ele pensando que eu não iria saber, em segundo a acusa de coisas que não quero que ninguém ouça e não tem o direito de saber e em terceiro lhe diz coisas absurdas e digamos tu mereceste muito bem a cuspida que ela te deu na cara. — rio em forma ligeira. —Agora, se me derem licença tenho mais que fazer! Obrigada pela atenção de todos.
— Natasha não é uma mulher para ti. Um dia ela será minha e tu não poderás fazer nada António.
Tentando iniciar uma briga eu faço exatamente o que ele quer. Confusão e mais confusão, era complicado para mim ser posto nesta situação. Era difícil imaginar que um homem podia qualquer coisa para ter as esposas das outras pessoas, Natasha era a minha mulher e ela me amava. Não a ele.
(...)
Natasha
— Já conseguiste te resolver com António? — acenta Patrícia na cadeira perto do computador. —Ele te ama, ele fica triste em saber que não está bem contigo.
— Eu o amo, mas com tudo que anda acontecendo é muito difícil encarar a realidade entendes.
— Temos que entender que tudo na vida tem um propósito. Olha para mim! Eu já briguei com o Lopez umas vinte vezes nos nossos quinze anos de casados e ainda continuamos juntos, isso faz parte para ter uma relação estável. Enrique pode concordar com isso!
— Tens razão. Eu devia de uma vez por todas deixar isto de lado e fazer tudo novamente, mas desta vez bem. — falo e loco Enrique tosse deliberadamente. —Tenho que me desculpar comigo primeiro muito bem e só depois pensar em tentar resolver as coisas com António. — acrescentei e Enrique volta a tossir.
— Está tudo bem cunhado?
— António e Nikolas na sala de reuniões com todos! Uma discussão.
— António? Nikolas? Não pode ser!
Tinha perdido! Totalmente eu havia perdido tudo, só faltava vir mais um problema para mim novamente, mais uma vez tentar apaziguar a briga e acalmar António. Era complicado por vezes fazê-lo.
(...)
E num ápice Natasha entra na sala com Patrícia desesperada e me empurra para trás, me controlando. Olho para ela e vejo que havia procedido mal e caído na chantagem do moreno em criar confusão, Natasha me levou para a minha sala e me colocou sentado no sofá. Fechou a porta á chave e se colocou na mesa de centro bem na minha frente, tentando encontrar alguma explicação em meu olhar.
Era difícil!
Suas mãos pousaram sobre as minhas me reconfortando. Tinha os punhos vermelhos de tanto os apertar de tanta raiva que havia existente em mim. Natasha não merecia ter presenciado mais uma discussão por minha parte, muito menos quando estamos tentando nos resolver o mais depressa possível.
— Está tudo bem?
Sua pergunta me havia pegado de surpresa, a morena nunca ficou tão calma depois de uma discussão que eu tive ainda mais com um homem que a queria a todo o custo.
— Ei! Estou falando contudo Torres, está tudo bem?
— Feliz por te ter aqui tratando os meus punhos com água gelada num papel. — rio ligeiramente. —Todavia irritado por ter que o ver aqui ainda mais depois de descobrir que ele será o novo investidor!
— Estás a brincar?
— Não! É a mais pura verdade, eu fiquei surpreso de como o meu pai pode colocar uma pessoa assim aqui. Bem...ele não sabia que ele era o Nikolas de que falávamos, não o culpo mas ele é bastante perspicaz quando quer.
— Deixa isso para lá! Com toda a certeza quando ele vier cá o teu pai diz-te para não vires nesse meio período.
— Hum! Não estou convicto disso.
— Não estás mas podes estar com outra coisa! — a vejo sorrindo maliciosamente para mim. —Pensei....
— Não penses nisso amorzinho. Ainda estamos a nos resolver.
— Quê? Não! Um beijo para te fazer sentir melhor com essa raiva toda aí e para os teus punhos ficarem bons logo. Ou não queres isso?!
Vindo em minha direção a puxo para o sofá a deitando sobre ele. Ela fazia-me um homem completamente maluco, como o controlo das cortinas estava avariado elas estavam para baixo por isso ninguém saberia se eu e ela nos tínhamos beijado e ninguém precisava de saber sobre isso.
— Es mesmo terrível Torres! Me solta vai, tenho mais que fazer.
— Mais do que me beijar? Temos que colocar os beijos em dia.
— Não! Agora não, estamos no teu local de trabalho e ainda mais tem câmaras de segurança aqui.
— Hum! — recuo e me sento novamente ficando amuado.
— Não fiques com essa carinha de gatinho abandonado. Não me vais fazer mudar de ideias!!
— Posso fazer-te mudar de ideias logo á noite.
— Tenho planos, não posso.
— Isso não se faz. — frustrado me deixou cair até ficar ao nível de encostar a cabeça no encosto das costas do sofá. —Ficarei depressivo.
— Dramático Torres. Vá um beijo e não se fala mais sobre.
— Assim já gosto amorzinho.
Tentar resolver as coisas com Natasha era a melhor coisa que eu podia fazer neste momento, a morena merecia, eu merecia toda a minha família merecia a paz que nestas últimas semanas não teve. Todos merecíamos um descanso das confusão, porém era complicado demais explicar que a mulher que amava ainda se sentia culpada por tudo mesmo ela não demostrando por fora, eu sabia que isso acabava com ela por dentro.
Sua doce dor era majestosa. Sua tortura psicológica não a ajuda bem nada e eu tentava sempre colocar uma barreira para que isso não voltasse a se repetir, porém nem sempre dava resultado.
— Quando nos podemos encontrar para resolver as coisas!
— Nossas "coisas" não se resolveram apenas com momentos íntimos Torres.
— Eu sei coração! Mas, eu estava pensando em voltares para a quinta, podias trazer o teu irmão e o teu pai por um tempo. As crianças ficariam feliz, meus pais ficariam felizes, Thor ficaria feliz eu ficaria feliz. Todos os ficaríamos felizes!!
— Vou pensar no teu assunto e se não aparecer na hora do jantar hoje, amanhã de manhã estarei lá! Pode ser?!
— Vais colocar essa promessa mesmo?
— Aham! Vá relaxa, acho que já está bom disso aí. Agora vai trabalhar o restante do dia que te irá fazer bem. Vou indo! Até mais.
— E o meu beijo de despedida?
Retornando para trás a morena vem em minha direção e quando ela estava mais perto minha grande oportunidade foi lhe agarrar pela cintura e a beijar intensamente. Beijos nos quais estávamos devendo um ao outro e ambos sabíamos disso, brincando com sua boca, eu fazia movimentos ligeiros e suaves com minha língua até que alguém nos interrompe.
Era Patrícia do outro lado da porta, abro a porta e a morena me avisa que meu pai queria falar comigo. Bem........tinha um enorme trabalho pelo frente depois disto tudo, tinha que estar preparado para pelo menos ouvir algum sermão por sua parte.
Nós merecíamos a paz.
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