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Always the fool with the slowest heart
But I know you'll take me with you
We'll live in spaces between walls
Haven't I given enough, given enough?
Haven't I given enough, given enough?
• Gilded Lily - Cults •
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Frase do Capítulo:
-Pessoas podem mudar de pessoas que conhecemos para as que não conhecemos!
Aurora Torres, 2016
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Aurora Torres
16:20h - 1 semana depois
Nunca na minha vida senti o meu coração mais acelerado de como nesta última semana. Tudo estava um caos.
Eu sempre revezava com o pai e o irmão da morena quando queria ir para casa. Natasha estava bastante abalada com tudo o que estava a acontecer, ainda mais por não ver que António não veio um só dia depois da discussão com ela aqui mesmo no hospital. Nunca na minha vida pensei que meu filho fosse dizer uma coisa daquelas ainda mais para uma pessoa que tinha saído á pouco de uma cirurgia longa.
Tudo isto é um ponto de vista!
Muitas pessoas afirmam isso, todavia eu conheço bem demais o meu filho e eu o conheço bem para saber que ele disse aquelas terríveis palavras da boca para fora. Ele estava tão devastado que Duarte me contou que o moreno destruí-o o seu próprio quarto no dia em que foi para casa.
— Porque não me contou que ele teve uma descarga de energia? — ela me encarou.
— Não quis te atrapalhar na tua recuperação Natasha, tens que melhorar o mais rápido possível.
— Ele ficou furioso.
— Ele só estava chateado com o que Ferran falou! Não ligues a isso agora, além do mais daqui a poucos minutos vai ter alta do hospital.
— Eu não vou para lá Aurora....me desculpe e peço desculpas a toda a família, mas com ele naquele estado eu não volto!
— E para onde irá? Não pode fazer nada sozinha, ainda mais com a perna como está!
— Pronta para ir para casa maninha? — Vitor a abraçou. — Bom dia Aurora! Não a tinha visto desculpe.
— Não tem mal. Bem...como estava dizendo, não pode fazer nada sozinha!
— Eu vou ficar com meu pai e meu irmão, pelo menos até as coisas acalmarem.
— Tem a certeza disso? Não quero que algo lhe aconteça de grave.
— Nada vai acontecer, eu estarei com as melhores pessoas a cuidar de mim!!!
Disso eu não tinha dúvida nenhuma!
— Bem pelo menos deixe eu e os seguranças a ajudarmos a chegar em casa confortável.
— António proibi-o seguranças perto de mim.
— Ele o qué? Não, Enrique está ali fora.
— Porque ele quer senhora! Ele quer protegê-la mesmo que isso custe sua carreira.
António não tinha realmente feito isto. Ele estava ser uma autêntica criança agindo desta forma, eu nunca pensei que meu filho pensasse desta maneira e ainda mais desperdiçasse o amor belo de ambos por suposições e ciúmes por sua parte.
Fechei os olhos com força tentando contornar a fúria que existia dentro de mim, mas sem sucesso. António fazia de propósito esta última semana para me irritar ao máximo, eu não tinha criado o meu filha pra ser desta maneira. Ele não era assim...tinha algo nele que o afligia e eu tinha que descobrir o que era.
— Pronto Natasha aqui estamos nós em casa. Espero que fique bem, António não irá saber que Enrique fica aqui. Fique tranquila.
— Tem mesmo a certeza disto?
— Tenho fique descansada, vá amanhã venho visitá-la com os meus netos! Eles sentem saudades suas.
— Tenho saudades deles de facto!
— Eles também tem tuas maninha, Ferran e S/n não param de perguntar por ti!
— Bom...irei vos deixar. Bom descanso querida!
Sai de casa e pedi para eu mesmo conduzir o carro, tinha saudades de fazê-lo e como a quinta ainda era um pouco longe tive a oportunidade de aprimorar ainda mais os meus dotes de condutora.
As lembravas de tudo que havia acontecido para eles os dois ficaram neste estado tinham começado a aparecer aos poucos, aquela era a coisa mais catastrófica do mundo. Eles nunca tiveram um minuto de paz e eu me sentia culpada por não os defender nem os proteger das redes sociais ao máximo. Aquilo estava tudo sendo o maior pesadelo.
No meio do caminho recebo uma mensagem de voz de António. — Não venhas para casa! Papais saiu da empresa furioso, eu vou lá ter. — aquilo me assuntou bastante, não sabia o que se passava e além do mais Duarte e eu em tantos anos de casados foi raras as vezes que ficamos chateados um com o outro.
Me assustei perante tudo aquilo que nem tinha prestado atenção na primeira fala e fui em direção á quinta. Bem...era algo que eu não devia ter feito ainda mais vendo o Duarte furioso fora da porta de casa.
Foram captados vários cenários na minha mente para tudo isto!
— Onde estavas com a cabeça? — me diz puxando para dentro de casa.
Bom...........aquilo foi digamos! Assustador.
— Tu não fazes parte da empresa! Quem pensas que és para escolher uma nova pessoa para trabalhar nos recursos humanos?
— Estás chateado por causa de uma situação destas ainda mais vendo a situação toda que se passa aqui em casa?
— TU NÃO ÉS IMPORTANTE! NINGUÉM TE ILEGEU PARA RESOLVERES ESSES PROBLEMAS!!
— Vovó? Vovô! Passa-se alguma coisa? — assustada S/n se pronuncia no cima das escadas.
— Vai para o quarto S/n! Agora! A conversa não é contigo.
— NÃO FALES ASSIM COM ELA. — S/n extremesse. — Vai para o quarto amorzinho, vovó já vai ter contigo!
— E tu não levantes a voz para mim Aurora!
A discussão só estava ficando pior a cada minuto, Duarte não era mais o mesmo, ninguém era mais o mesmo depois do acidente de Natasha. Eu era a única racional neste casa e digamos que estava tentando fazer as coisas certas, todavia ninguém queria ver nada disso.
Julgar e julgar era o que elas mais faziam. Tudo isto estava sendo o pior momento da minha vida, Duarte me fazia duvidar ainda da minha existência nesta casa com as palavras duríssimas que o moreno me dizia.
Ele não sabia em quem acreditar mais. Eu estava sem chão, ver o amor da minha vida, discutindo comigo e ainda mais tendo nossa neta lá em cima era a coisa mais horrível de se fazer. Nunca havia lhe feito frente, porém havia um dia para isso acontecer e esse dia era hoje.
— Onde pensas que vais? Nós ainda não terminamos aqui! — me vê começando a subir as escadas, mas coloca-se na minha frente.
— Duarte sai da minha frente agora!
— Não fales assim comigo!!!! — alteia mais uma vez a voz. — A partir deste momento não tens mais nada meu, vais sair desta casa e irei te cancelar todos os cartões. Vais para onde nunca devias ter saído.
— Para com isso. — em resposta alterno a voz para ele também. —Eu não vou sair daqui!
— Á isso é que vais sim! — me levantando a mão logo vejo António chegando bem a tempo e lhe segurando o braço. —Me larga António.
— Vai para o quarto da S/n mãe! Por favor eu resolvo isto aqui.
Duarte tinha mesmo a coragem de fazer isto, seu olhar não demonstrou nem um pouco de interesse em relevar o contrário enquanto ele dizia aquelas duras palavras. Eu sinceramente estava nos vendo a todos afundando com tudo isto.
Adentro no quarto e sem sinal de S/n. Olhei do outro lado da cama, todavia sem nenhum sinal, closet e banheiro sem nenhum sinal dela. Entrei em desespero, ela era mais que uma neta para mim....ela era como uma filha. Olhei nos outros quartos, sem sinal dela.
Eu realmente comecei a estressar, ela tinha apenas 12 anos e não podia ter ido muito longe. Desço as escadas saiu-o de casa desesperada e alerto os seguranças para a procurarem na propriedade, se António soubesse que sua filha desapareceu com toda esta confusão não me iria perdoar nunca.
— O que se passa mãe? Mãe! Fala comigo. — se colocando na minhas frente logo vejo Duarte vindo em nossa direção.
— S/n!
— O que tem ela? Mãe fala.
— Ele fugiu com a discussão, já a procurei dentro da casa mas a propriedade é enorme!!
— Mãe! Para com isso, não brinques com uma coisa dessas.
— Achas que a tua mãe brincaria com uma situação delicada como esta? Vamos procurá-la também.
— Senhores não precisam!! Olhe ela vindo ali com Miguel.
Um alivio dos grandes!
— Oh anjinho, nunca mais faças isto ouviste? Nós assustaste a todos.
— Me desculpem! Mas com a vossa discussão me assustaram.
— Vem, vamos para dentro! Vamos deixar os teus avós falarem aqui.
— Eles não vão mais brigar pois não?
— Não querida! — diz Duarte cruzando os braços. — Fica tranquila amorzinho.
Pressentindo que tudo iria retomar um rumo embora daqui para diante, Duarte se desculpou por tudo que me disse. Digamos que ele não tinha o direito de dizer aquilo, porém eu m não conseguia ficar chateada com ele durante muito tempo.....isso me matava por dentro.
Ficamos um pouco de tempo abraçados, todavia tinha começado a chorar nesse preciso momento e fomos obrigados a entrar dentro de casa. Vendo António com S/n me fez lembrar da época em que a pequena tinha apenas 4 anos e ele estava contando história para ela após ter sido picada por uma abelha.
Eles tinham a melhor relação de pai e filha já existente no mundo.
— Vovó quando posso ver a mamãe? Quero ver a Natasha! — se sente perto de mim fazendo com que seu pai revira-se os olhos. —Posso ir vê-la amanhã de manhã?
— Fala com o teu pai sobre esse assunto! Além do mais a senhorita não tem aulas amanhã durante o dia todo?
— Não mãe, ela amanhã só tem de manhã! E podes ir sim, mas não me convidem.
— Ai paizinho. Natasha te ama mamãe está sofrendo.
— Que pensa-se bem antes de fazer a besteira que fez. — falou ele pegando numa almofada com toda a força.
— Ferran não disse por mal, além do mais mamãe não queria falar aqui porque ela não os ama! Eu sei....papai por favor.
— Chega desse assunto S/n! Caramba.
— António!!! - dizemos eu e Duarte em uníssono.
António saiu bastante chateado da sala por isso decidi ir até ele, mesmo ele tendo fechado a porta do quarto na minha cara eu sabia que ele precisava de mim. Ele precisava de um ombro amigo e neste momento, eu era o seu...sempre fui e sempre serei.
Ele era assim, mas se importava com as pessoas. Eu sabia que ele se importava com ela, o seu olhar não enganava em nada quando o nome dela era tocado aqui em casa. Eu conhecia o meu filho desde que ele nasceu, claro que como mãe eu tinha que estar sempre em prontidão caso algo acontecesse.
— Parece que não vais sair daqui tão cedo mãe! O que queres? — me abriu a porta e logo adentro no seu quarto que ainda estava uma bagunça. —Ignora isto.
— Tu precisas dela.
— Mas parece que ela não precisa de mim, ela saiu de casa e não quer voltar!
— Também depois da asneira que tu fizeste até eu saia. Tu ias bater nela, ela tinha saído á pouco de uma cirurgia como achas que ela estava.
— Eu errei ok! Não precisas estar sempre a dizer que procedi errado, porque eu sei que isso é verdade. Agora não consigo resolver as coisas.
— Porque não vais ter com ela? Ela precisa de ti mais que tudo agora.
— Ela me odeia mãe.
— Não odeia nada, só está chateada com ela mesma também. Além do mais nunca vi uma mulher amar tanto um homem como ela te ama, por favor António vai ter com ela antes que seja tarde demais.
— Porque dizes isso?
Aconteceu? Que eu saiba pela parte da morena acho que nada de grave tinha acontecido a não ser tudo de ruim que aconteceu depois do acidente. Todos nesta casa não eram mais os mesmos, sempre em seus mundos e eu sempre tentando erguer as pessoas, porém nada dava certo.
— Aconteceu algo de grave?
— Não nada! Vai ter com ela apenas isso, desculpa-te com ela e faz com que ela volta. Todos sentimos a falta dela.
O moreno era aquele tipo de pessoa insistente com as pessoas, mas sempre encontrava um jeito para depois se desculpar com as mesmas, mesmo que isso leva-se uma interinidade para ser feito ele sempre o fazia.
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Natasha Costa
18:00h da tarde
Eu era a pior namorada do mundo.
António me odiava mais que tudo neste mundo, eu me sentia horrível desde que confessei quais eram as pessoas que Ferran tinha dito. Aquilo me deixou num estado de transe imensurável e vendo António duvidar de mim me perguntar se eu ainda gostava deles me abalou de uma forma horrível.
Meu irmão sempre me fazia companhia ainda mais quando meu pai tinha que trabalhar até uma hora antes do meu irmão começar o trabalho dele. Digamos que eles iriam reversar entre quem cuidava de mim. Eu odiava ter que depender de alguém para tudo, mas perante a minha situação e todas as minhas circunstâncias não pode discordar a ajuda que eles me fariam.
Afasto a bandeja do cima do sofá, eu já não aguentava mais ficar no mesmo local. Eu não aguentava ficar parada, todavia está perna nada me deixava fazer. Bufo e logo encosto a cabeça para trás. Um toque de campainha se fez entoar por toda a casa, meu irmão parece não ter ouvido ainda mais quando ele disse que ia arranjar a mota dele na garagem.
Parece que tinha que ser eu mesma a fazê-lo. Me levantei e a campainha não parava de tocar, eu me sentia uma inútil. Meu irmão logo correu para me agarrar e logo abriu a porta, era António. Não sabia o que ele queria dali e muito menos eu não estava com disposição para discutir com ele novamente, aquilo era estressante.
— Posso entrar? — seus ombros estavam contraídos. — Por favor!
— Hum!
— Claro cunhado, entra minha irmã até já se sentou no sofá. Querem que traga algo?
— Não Vitor obrigado!!
— O que tiveres que falar fala, tenho que descansar. — cruzando os braços nem me sujeito a olhar para ele.
— Eu sinto muito!
— ....
— Eu nunca quis dizer aquilo. O teu acidente me abalou de uma maneira incontrolável, me perdoa vai. Qual ser humano não erra.
— Se teu pai não te empurrasse com toda a certeza também terias batido em mim como bateste na Clara!!
— Outra vez esse nome? Eu só quero esquecer que ela existe.
António fazia simplesmente isto tudo de propósito, eu tentava de facto tentar esquecer o que se passou, porém o moreno sempre carregava na mesma tecla. Aquilo me deixava desconfortável e ver que ele ainda se importava com o que as pessoas diziam era terrível.
— Me desculpa, mas quando ouvi aqueles nomes foi terrível para mim! Só de pensar que eles te podem roubar de mim me mata só ao saber.
— Só roubam se permitires. Eu nunca fui desleal e ti e agora vens duvidar de mim de uma coisa que eu mesma disse.
O moreno me beijou e logo me jogou de leve para deitar no sofá. Ele por cima de mim, me fazia lembrar de todos os momentos incríveis que tivemos juntos e isso era magnífico todavia este não era o momento para isso. Não hoje pelo menos.
— O que foi?
— Estou aleijada. Além do mais tenho que tomar os remédios!!
— Volta! Volta para casa.
— Como? Depois que descobri que tu mesmo tiveste um ataque de fúria.
— Ele já está limpo! Confia em mim, eu não vou fazer mais isso....eu te prometo. Além do mais tem alguém para te ver.
— Alguém?
— Não é alguém é......bom eu vou buscar.
António me deixou sozinha na sala e eu tive tempo de tomar os medicamentos que meu irmão tinha trazido e logo vejo patinhas pequenas ecoando na madeira. Era Thor, o meu rapaz veio me ver......eu simplesmente amava o garotão ele era uma amorzinho e logo viu que tinha algo de errado comigo e não fez nada de mais a não ser se deitar perto de minha perna e ficar por lá mesmo.
António tinha ficado por muito tempo aqui e digamos que já tinha falado com meu irmão a sós e ele deixou eu voltar para casa.
Eu queria?
Que ódio, eu queria dizer que não.
Bem cedi e meu amor por António era maior que qualquer barreira já colocada no mundo. Eu a amava e ficar chateada com ele me matava por dentro, simplesmente só de saber que ele poderia fazer alguma besteira decidi ir para casa com ele e Thor e meu irmão me fez companhia até lá.
Meu irmão tinha um amor pela quinta enorme ainda mais com os cavalos e foi S/n que lhe ensinou as coisas e de como se montava um cavalo. Digamos que eles tinham uma conexão tremenda, eu gostava bastante de os ver juntos.
— Mamãe! Que saudades. Vieste para aqui de vez? — me abraça S/n e logo me ajuda a sentar no sofá. —Papai sentia a tua falta mesmo ele não admitindo, eu sabia eu o conheço. — acrescentou sussurrando.
— Porque estão olhando assim para mim? O que eu fiz?
— Nada não. Querem comer? O jantar está quase na mesa!! Seu pai vem comer aqui Natasha?
— Provavelmente sim, Vitor já deve ter mandado mensagem a dizer que aqui estávamos.
— Bem....vou servir o comer! Querida queres me ajudar?
— Claro vovó! Mamãe fiz um pudim para ti, muito bom.
— Que ótima notícia querida! Estou ansiosa para provar.
Antônio se sentou à minha frente e não parava de mexer nas minhas mãos, especialmente na que ostentava o anel de compromisso. Eu percebia que o moreno, estava arrependido do que fizera e, devo admitir, também sentia falta de ter falado com ele durante uma semana... Foi, sem dúvida, a pior semana da minha vida com ele distante.
Em seguida, fomos jantar e, coincidentemente, Duarte chegou exatamente quando estávamos servindo a comida. Mais tarde, fui para o quarto, pois estava exausta e sentindo dores por todo o corpo. Meu irmão trouxe os remédios e Antônio delicadamente me acomodou na cama... ele era verdadeiramente maravilhoso.
Assim que fiquei sozinha, agarrei imediatamente o meu livro favorito e comecei a lê-lo. António e Vitor deixaram a porta entreaberta e se dispondo a ajudar caso eu precisasse. No entanto, percebi que não podia contar com isso. Conforme o tempo passava, as dores na perna aumentavam cada vez mais, e os remédios não faziam efeito algum... Até que me vi rendida, gritando ofegante e tentando suportar a dor.
Meus chamados não eram atendidos por ninguém, absolutamente ninguém. O único que apareceu recentemente no quarto e saltou para a cama foi Thor, uma presença reconfortante que, ao perceber meu desespero, saiu correndo do quarto para tentar captar a atenção de alguém. Eu só podia espernear de dor, agarrando os cobertores, com um medo profundo de que algo estivesse seriamente errado com minha perna.
— Natasha! Amor, estou aqui tem calma vai tudo passar.
— Me aju.....me ajuda.
— Está tudo bem, vai tudo passar. Vou chamar o médico aqui, tem calma amorzinho!
Não tinha tempo de questionar, nada podia fazer apenas ouvir e concordar era o meu único meio neste momento, meio esse, que também estava a ser difícil devido á gravidade das dores que se faziam sentir em meu corpo. E sem nem mesmo perguntar o moreno avisou que seus pais, filha e o meu irmão tinham ido á cidade comprar umas coisas importantes.
Confesso que nada disso me interessava, apenas queria acabar com esta dor insuportável de vez. Eu estava acabada me rendida e vendo António tentando me acalmar era desesperador, eu tinha tomado o remédio para dores fortes, porém, nada resultou. Nada resultava e tentar controlar minha respiração também não era muito bom neste momento.
— Chegamos! Vá Natasha tenha calma, vamos levá-la ao hospital. — indaguei-o Aurora chegando na porta do quarto. —O médico aqui não fará nada e talvez ela tenha que fazer um raio-x. Vá vamos, com cuidado!!!
HOSPITAL? Novamente não, vendo todas aquelas caras de preocupação enquanto descíamos pelo elevador de casa e me colocando no carro foi o colapso para mim, eu estava totalmente perdida. Tentei controlar minha respiração para que pudesse passar, porém sem nenhuma melhora....minha vida estava andando de cabeça para baixo.
Minutos depois chegamos ao hospital e logo fomos atendidos, as pessoas que vieram comigo foram António, Aurora e Vitor já eram bastantes pessoas comigo, porém não podia dizer-lhes para ficarem na sala de espera até eu sair....isso me cortaria o coração em vários pedaços ainda mais de perceber que eles me ajudaram sempre.
— Então doutor, tenho algo de grave? — pergunto por medo e curiosidade.
— Bem....o raio-x não indicou nada de anormal.
— Nada de anormal? — grita António no meio da sala.
— Sim! Como eu estava explicando, os seus tendões estavam de certa forma inchados...por isso nesta altura eles estão voltando ao normal. Eu sinto muito senhora Natasha, mas terá que aguentar as dores pelos próximos 4 dias! Me desculpe.
— Tudo bem!
— Tudo bem?? — enlouquece o moreno mais uma vez. — Como assim tudo bem. O senhor está a dizer que eu.....nós a teremos que a ver sofrer e não puder fazer nada? Faça-me o favor. — acrescentou saindo furioso da sala e logo meu irmão atrás dele.
Tanto eu quanto Aurora ficamos a ouvir o resto das recomendações do médico para tentar amenizar ao máximo estas dores fortes, bem digamos que eu não estava nada contente com o que estava a acontecer, todavia tive que só ficar sentada escutando tudo ao pormenor.
Logo que acabamos no hospital fomos para casa e digamos que resto do dia tinha sido bem melhor, depois de que todos levamos António não saia da minha beira nem por dois minutos. Eu detestava depender de outras pessoas e era exatamente isso que eu estava fazendo, dependendo dele.me magoava demais.
No dia seguinte acordamos bem e fizemos tudo na maior tranquilidade até que tinha que sempre vir alguém para estragar o nosso dia. Digamos que pelo que Aurora me contou Núria não parava de telefonar e mandar mensagens a António a dizer que queria entrar com um processo em tribunal por causa dos filhos, fiquei destroçada ao saber disso.
S/n amava a quinta e o ambiente aqui na quinta e se ela fosse embora todos nós iriamos estranhar a sua presença e os seus sorrisos e a forma de ela encarar os problemas, António não seria mais o mesmo, disso eu tenho que realçar ao máximo.
— Aqui!! — entrega ao moreno vários papéis em cima da mesa de centro. — Assina porque se não irei entrar em tribunal. Agora escolhe o que tu queres!
— Tu estás maluca, pensas mesmo que eu vou me obrigar a desistir de isto tudo por ela? Não vais, estás muito enganada, sai daqui.
— Não faças isso mamãe, eu gosto de ficar aqui além do mais o mano.... — acentou S/n com lágrimas em seus olhos e logo entra Ferran em casa.
— Me ajuda maninho! Eu não quero.
— Vem pequena, vamos com o Vitor ver os cavalos vem!!
— Olha Núria não faças isso, António é o melhor pai para eles e faz de tudo para os ver sorrir não os castigues para te sentires melhor.
— E quem és tu para me falar desse jeito? — cruzando os braços vejo António se colocando em pé. —Não me testes também a paciência enquanto estás neste estado pois eu não quero que nada te aconteça.
— SAI!
— Não.
Núria estava irredutível e digamos que não iria sair tão cedo daqui, António estava perdendo totalmente o controlo disto tudo e prestes a fazer uma loucura se seus pais não chegassem. Tentaram contornar a situação, porém nada resultou. O moreno nunca se viu tão mal como agora depois de olhar aqueles terríveis papeis e digamos que pela cara de Núria ela não ia voltar a trás tão cedo.
— Se não queres resolver as coisas a bem, tens uma sessão de tribunal para a próxima semana na parte da manhã! Agora é como tu mesmo quiseres, assinas esses papeis e não verás o tribunal.
— És louca em pensar que farei isso e muito menos assinar estes papéis. Sai daqui e digo mais daqui ninguém leva a S/n e não terás a guarda deles!!
— Não me testes António.
— Não me testes tu Núria. sai daqui já falei.
António não quis saber de mais nada e se refugiou na cozinha, seu único companheiro era agora o seu pensamento o destruindo aos poucos e saber que provavelmente não veria mais S/n até ela completar 18 anos era frustrante. Aurora me ajudou a subir para a cadeira de rodas e logo fui ter com ele, ele precisava de mim......ele precisava de todo o apoio possível neste momento.
— Não fiques assim, sabes que ela não vencerá este casa amor! Tudo vai correr bem.
— Eu tenho medo. Eu tenho medo de os perder de não os ver mais.
— Mamãe vai me levar? — aparece ela na porta da cozinha. —Por favor digam que é mentira. — acrescentou e logo o moreno deitou a fruteira abaixo. —Então é verdade mesmo!
— Para quando a sessão está marcada papai?
— O quê?
— Ferran, agora não querido! — acentei me ajeitando. —Por favor querido!!!!
— Próxima semana da parte da manhã. — sussurrou ele com voz rouca. —Me perdoa princesa.
Sem nenhuma preocupação do estado de seu pai a morena saiu dali correndo e subiu as escadas. Aquilo estava sendo pior do que eu imaginava, não tinhas um dia sequer de tranquilidade aqui em casa. Nunca era uma "CASA FELIZ!". Todos estávamos destruídos por dentro em presenciar a maldade a que o ser humano poderia chegar.
Núria até podia ser mãe deles, mas nunca foi um bom exemplo de mãe para ambos e ela sabia disso, porém o que ela mais gostava era de irritar e abalar António e de facto ela o estava conseguindo fazer. O destruindo por dentro pouco a pouco.
— A nossa filha nunca mais não vai perdoar Natasha!! — me abraça simplesmente magoado.
NOSSA FILHA? Espera um segundo António disse mesmo "nossa filha" ou estava a sonhar. Eu queria acreditar que o que ele disse era verdade, porém S/n era a filha legítima dele e de Núria e ninguém podia mudar isso.
— Nossa filha?
— Hum hum! Ela é mais tua do que de Núria, disso eu tenho que admitir.
— Verdade mamãe! És mais mãe tu do que ela.
— Oh meninos não me façam chorar hoje ouviram, isso não se faz!!
Esta foi a coisa mais linda que já ouvi até hoje!
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