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Let the sky fall
When it crumbles
We will stand tall
Face it all together
Let the sky fall
When it crumbles
We will stand tall
• Skyfall - Adele •
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Frase do Capítulo:
-Comigo sempre estarás protegida, a tua maior segurança é a minha!
António Torres, 2012
💄💋⚽️
António Torres
no hospital
Abri os olhos lentamente fitando o teto branco acima de mim, automaticamente escuto o aparelho que indicava o meu batimento cardíaco, eu pouco me lembrava e nem sabia bem onde estava eu. Olho para um lado, olho para o outro e não noto ninguém no quarto comigo. Fiquei simplesmente apavorado com a gravidade da situação em que me encontrava.
Estou em minha primeira noite no hospital. Eu acho?!
Meus pais e Natasha deviam estar em casa descansando, me remexo um pouco na cama mas era uma dor absurda na minha perna. Meus movimentos eram involuntários por parte do meu corpo, sentei-me na cama com dores imensas, mas tinha que fazer algo para acabar logo com isto.
Desviei os lençóis e vi a minha perna até um pouco acima do joelho enfaixada, espero que não tenha sido operado. Eu não me lembro de absolutamente nada desde que cheguei ao hospital hoje. Pelo menos eu esperava estar no mesmo dia em que fui atingido por Atlas.
Quero voltar para casa o mais rápido possível, eu detesto hospitais e este ano nunca tive tantas vezes no hospital como este ano. Tento me levantar, mas logo entra um senhor de bata branca com minha mãe. Fico surpreso ao ver ambos entrando eu espera que Natasha também estivesse com eles, todavia não foi o que vi.
— Boa noite senhor Torres! — fala com um tablet em sua mão, provavelmente é a minha ficha médica. —Como está se sentindo?
— Boa noite. — digo meu rouco. —Quer que diga a verdade? Bem...um pouco pesado e com dores na minha perna e costelas!
— Que dramático filho, não é preciso tanto.
— Hum! Então doutor o que se passa comigo?
— Então, o senhor sabe que caiu de cavalo correto? Bom...tem dois hematomas nas costelas, não estão partidas por pouco, o braço teve uma pequena luxação e a perna...a perna como irei dizer.
— O que está a querer dizer não vou poder mais andar?
— Calma filho deixa o médico falar então!
— Foi por pouco que o seu cavalo não pisou num dos ossos mais importantes da perna. Tivemos que fazer um pequeno corte para tirar o sangue pisado mas tudo está bem agora! O que recomendo é descansar o máximo e só sair para a casa de banho e apenas isso.
— Vou ficar aqui muito tempo? — questiono até que batem na porta, era um enfermeira e estava bastante aflita. —Daqui a pouco venho aqui de novo pode ser?
— Claro!
O médico já tinha ido embora e minha mãe tinha ficado um pouco comigo, mas logo foi comigo para descansar. Ela não me havia informado de onde estava Natasha, S/n e o meu pai, mas espero que estivessem em segurança. Acabei que estava com tanto soro no meu corpo que acabei por adormecer novamente, mas logo acordo desconfortável e com algum calor em meu corpo.
Me remexo novamente na cama para tentar encontrar uma posição confortável, todavia sem sucesso. Era ruim não ter uma posição quando tens várias coisas magoadas em volta do teu corpo, eu prometi á minha mãe que não sairia da cama mas era impossível não sair. Estava farto ficar neste pequeno cubículo, eu era extremamente teimoso.
Sai do meu leito e logo pego nas canadianas que estavam encostadas á cama, era complicado sempre andar a primeira vez depois de algum tempo e o medo de cair era monstruoso e eu não me queria magoar novamente, abro a porta da casa de banho, acendo a luz e logo começa a doer-me o meu globo ocular de tanta luz que via em minha frente.
Jogo água em meu rosto tentando me refrescar. Depois que aconteceu o acidente eu não sabia em que dia estávamos e muito menos se era o mesmo dia, estava tão desorientado que nem pensava direito. Tempos depois escuto o som de alguém batendo a porta antes de a abrir. Tentei observar quem era mas a dor em minha perna era tanta que não me esforcei mais para não me magoar.
Natasha adentra na casa de banho com uma expressão desesperada e aliviada pelo menos acho que de me ver em pé ainda mais depois tudo o que aconteceu. A morena estava estranha e não sabia o que fazer espero que não fosse de me ver em pé, a mesma veio até mim e logo me levou para a cama. Continuamos em silêncio e ela analisa todos os paços que meu rosto fazia naquele pequeno momento.
— O que estavas a tentar fazer? O médico disse para relaxares! — questiona boquiaberta e eu acento com os ombros. —António não podes ser assim, a autoridade máxima aqui é o médico.
— Boa noite eu acho! E eu sei que ele manda mas estava chato estar só na cama do hospital.
— Hum! Bom...trouxe-te uma marmita de comida, eu sei que a do hospital não é boa.
— Ah se continuar assim vou ficar mimado. — sorrio até que a puxo para perto de mim. —Ai!
— Vês? Fazes gracinhas e depois dói, devias comer para aprenderes a não abusar tanto.
— Ahm. Não digas isso! Sabes se estamos no mesmo dia? É que não me lembro de nada.
— Vê se não bateste a cabeça e não estamos no ano de 2013!
— Nem brinques eu tenho um ataque cardíaco aqui. Pelo que estou a ver não vejo nada de novo em ti, continuas pelo menos com a mesma roupa que saímos da quinta.
— Passou-se simplesmente uma semana. Apenas isso!
— QUÊÊÊÊÊ?! Agora é que eu terei um ataque cardíaco.
— Calma, calma. Que dramático! São apenas 01:00h da manhã do dia seguinte está tudo bem!
— Ufa. Pensei o pior!
— Bem descansa ou come tu que sabes eu vou sentar-me aqui na poltrona e ficarei contigo, os teus pais e a tua filha estão em casa já é tarde e a pequena tem escola amanhã.
— Tudo bem, acho que vou dormir mesmo! Até amanhã.
— Até amanhã.
Natasha apaga as luzes e logo fecho os olhos para tentar dormir um pouco pelo menos. Eu esperava que a meio da noite não tivesse que ser acordado pelas enfermeiras ou pelos médicos, me sentia leve com Natasha perto de mim e ela estava a ser comigo o que eu tinha sido com ela.
As horas foram passando até que noto demasiada luz dentro do quarto, abri os olhos e todas os estores estavam abertas pela metade. Não estava entendendo nada, estava um monte de enfermeiras e o meu médico falando com Natasha fora do quarto.
Estava assustado que tivesse algo de errado comigo, um pressentimento mau se abateu sobre mim como um furacão tremendo numa violenta tempestade. Logo Natasha e o médico entram e eu fiquei aliviado com as suas expressões pelo menos agradáveis. Colocaram-se perante a cama e num enorme suspiro e tensão o médico deu as suas primeiras palavras.
— Bom dia senhor António! Então tenho boas notícias para o senhor.
— Então diga estou farto de ficar aqui no hospital!
— Bem...terá que fazer as 24 horas aqui no hospital e por perto das 22horas da noite poderá ter alta, mas tem que vir aqui todos os dias parar tirar o sangue pisado da sua perna.
— Tudo bem, fico feliz com esta notícia. Muito obrigada doutor!
— Quantos dias ele ficará de canadianas? — fala me pegando de surpresa e automaticamente pegando na minha mão.
— Bom.....isso terá que ver com a evolução do estado dele, mas logo logo terá a andar novamente!
— Ótima notícia Natasha não é? — digo em piscando para a morena que logo leva o médico de volta á porta. —Então, não gostaste?
— António essas coisas não se falam em frente a um profissional.
— Eu sou profissional. Aliás onde é que vais? São 09:20h da manhã! Fica mais um pouco.
— Tenho de ir a casa, mas logo volto fica descansado!
— Menos mal.
Natasha havia saído e deixado a porta entre aberta, os seguranças estavam na porta e devo confessar que estava seguro. Tinha medo que algo me acontecesse ainda mais neste meu estado. De repente sinto uma enorme coceira na minha perna, todavia estava proibido de a coçar....a sensação era horrível eu me remexia na cama.
Eu até ria da situação em que estava!
Fui ver novamente televisão, mas acabei por adormecer novamente. Eu estava exausto, até que de repente precinto uma presença bem do meu lado era terrível em pensar que fosse alguém a querer fazer-me mal.
— António. — James diz bem perto da ponta da cama. —Como estás?
— E tu lá te importas com a minha saúde por acaso? Só te importas com o teu alto ego, agora por favor vai embora.
— Eu? Jamais! Vim visitar um amigo e não vou sair daqui.
— Hum.
— António.
— N...não! — gritei em pânico. —Não.
James fazia de propósito ele sabia muito bem que era aquela perna que estava magoada e mesmo assim começou a apertar a zona da ferida.
Eu gritava em forma de desespero agarrado aos lençóis e os segurando como se a minha vida dependesse daquilo, e talvez dependia. Eu queria que ele me soltasse mas ele continuava ainda mais apertando. Seu rosto era maligno, ele era o diabo em pessoa e eu tinha pena na pessoa que o moreno se havia tornado.
— Isto é um aviso para não mexeres comigo António! — me olhou com os olhos de pecador. —Nunca voltes a me desafiar.
— E tu nunca me voltes a tocar-me seu filho de ****.
Eu não sei onde arranjei forças, peguei na primeira coisa que havia á mão na cama e logo atirei contra ele fazendo-o largar. Eu não sabia onde raios se tinham metido os meus seguranças, todavia eu precisava mais neles neste momento do que noutros.
— Vais aprender a estar calado António. — se aproxima e começa a apartar minhas costelas.
Envolvendo os meus braços nos dele eu me extremessia de dor, era demasiado para mim eu estava a ponto de desmaiar com toda esta pressão e agonia. Eu não sei se meu corpo aguentaria ainda mais isto, estava a ponto do colapso.
— La...larga-me! James, para. — ofegante me rendo e com os olhos já cansados deito a minha cabeça na travesseira. —Nao aleijas mais ninguém. — acrescentei dando um murro com minha mão para ele se afastar.
Afastei a minha perna da zona de James e o mesmo com a raiva tomada em meu rosto vinha até mim novamente até que Lopez e Miguel entram na sala desesperados. Eu estava completamente em pânico, eu queria sair o mais rápido do hospital, não estava seguro.
Nunca senti tanto medo na vida.
— Saia daqui agora! O senhor tem uma ordem de restrição para não ficar perto dele.
— Não vou! E não vai ser o senhor que me irá obrigar a ir embora.
— Vou e vou com todo o gosto pois eu tenho ordens superiores para fazer esse tipo de coisas. — fala o empurrando para fora da porta. —Vá embora!
— Eu vou ficar bem aqui sentado á espera que António decida falar comigo.
— Vai embora James! Não quero falar contigo nunca mais na minha vida. — a expressão de dor era visível na minha face de medo. —Se não fosse pela tua filha eu colocar-te-ia na prisão.
— NÃO FALES DELA! — grita com todo o ar dos seus pulmões. —Não.fales.dela.
— Então cala a boca porque aqui não tens autoridade e da próxima vez que falar sobre a minha família e especialmente dos meus filhos as coisas não ficaram boas para ti!
— Ela mereceu.
— CALA A BOCA SEU NOJENTO. SAI DAQUI!!!
— Saia James, antes que o médico responsável por este hospital chame a polícia. — fala Lopez o empurrando para a porta. — Miguel, leva junto com Sérgio este senhor para fora.
Lopez sabia muito bem que eu o iria repreender, por isso da razão de ter mandado Miguel e Sérgio o levarem. Eu continuava sentindo medo, pensei que desde que chegasse ao hospital estivesse seguro, porém a vida me tinha provado o contrário no momento anterior.
— Senhor peço perdão! — sua voz baixa o remetia para o medo que sentia. —Eu e os meninos estávamos a fazer a proteção da entrada para os quartos e em nenhum momento o vimos entrar, peço desculpas desde já. Se me quiser despedir faça-o, mas por favor não os despeça!
— Lopez, Lopez! Eu calma. Está tudo bem agora. Não irei vos repreender, só vou pedir que tenham cuidado da próxima vez e que vejam bem quem entra aqui para este corredor e claro que eu não irei despedir ninguém.
— Pensei no pior por momentos, o senhor sabe o quão a sua segurança mas também da sua família está nas mãos dos meus homens!
— Eu sei disso. E concordo plenamente com as tuas palavras, em relação a esse assunto de família eu não quero que eles saibam o que aqui se passou por favor!
— Tudo bem, assim será. Vou ter que voltar, os meninos já estão ali! Até mais, bom descanso.
Lopez já havia saído á pouco tempo e de repente aparecem os médicos para me ver, eu não estava no meu perfeito juízo. Acabado me rendo aos medicamentos que tomei e acaba por adormecer novamente.
Juízo total e completamente perdido.
Vida vida estava perto do colapso.
— António! António! — uma voz conhecida se fez presente perto de mim. —Acorda vai, olha quem está aqui.
— Na...Natasha? O...que fazes aqui. — esfregando os olhos me rendo á vista deslumbrante que estava em minha frente.
— Os teus pais vieram estão aqui, S/n está na escola mas logo poderás ver ela.
— Ahm. Eu estou mal, acho que vou morrer.
— Para de ser dramático filho, nunca vi ninguém melhor do que tu neste hospital!
— Ai mãe, se vocês soubessem!
— Soubéssemos o quê? — questiona meu pai se sentando na poltrona.
— Nada não foi só o meu sonho.
— Tudo bem, bom trouxemos-te alguns balões como podes ver e o teu bolo favorito!
— Que ótima notícia.
Meus pais faziam de tudo para me ajudar a ultrapassar qualquer momento. Eu tinha uma sorte enorme em tê-los perto de mim, eu não sei se Ferran ficou sabendo, mas se não ficasse era melhor para ele, eu não o queria que ele perdesse mais aulas do que perdeu estes dois dias em que ficou doente.
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Natasha Costa
(3 semanas e 1 dia depois)
Passei pelos corredores dos quartos fazendo o mínimo de barulho possível, desci as escadas e logo saí de casa para ir em direção aos estábulos. Queria ver como estava Atlas, ele pressentia que havia feito alguma coisa errada e nestas últimas três semanas eu tirava um tempinho para lhe fazer companhia. Ele era um cavalo extremamente dócil e o amor da vida do António, se algo lhe acontecesse acho que o moreno não se perdoaria nunca na vida.
Estavam lavando Sirius quando cheguei ao estábulo e Atlas estava na fila de espera para ser o próximo, perguntei se não lhe podia dar eu mesma. Eles acharam a maior graça pois Atlas era bem maior do que eu e uns 3 cm maior do que é considerada a sua altura máxima para um cavalo da raça Lusitana.
Perguntei o que tinha que usar para o lavar e Davi me ajudou nessa situação, ele era bastante carinhoso comigo quando aqui vinha e eu também trazia um lanche para eles. Assenti e voltei conversando com o loiro enquanto passávamos a primeira mão de água em Atlas, o garoto não parava quieto. Bastante agitado, se colocou em duas patas novamente até que Davi e Loius contornaram a situação novamente.
Davi deu-me autorização para acalmar Atlas pois ele era o profissional aqui e ele sabia quando o cavalo estava pronto para ser acalmado, carinhosamente fiz carinho em seu focinho o deixando relaxado e logo lhe dei uma maçã para ele ficar feliz. O clima que eu e Davi tentava proporcionar a Atlas era o melhor possível para que ele não se senti-se extressado novamente.
— Assim ele ficará mimado Natasha! — assenta António aparecendo por trás de nós já sem a bota de proteção. —Atlas é um bom garoto ele ficará bem, não é garoto!
Atlas percebia exatamente como António estava por isso se afastou o que podia para o proteger dele novamente, António se aproximou mas sem sucesso Davi o autorizou para não avançar mais para não o deixar nervoso e assim o fez.
— Posso falar com ele? — concordando com a cabeça Davi lhe deu as rédeas. — As pessoas sempre dizem que o mundo não é perfeito garoto, mas se nós nos tivermos um ao outro conseguimos passar esta situação. Tu precisas de mim e eu de ti e eu nunca deixaria fazerem-te mal, és um meu companheiro. — com lágrimas formando em seus olhos, António se aproximou de Atlas e o abraçou.
Atlas era um cavalo inteligente e ele sabia que António era o seu maior apoio.
O amor incondicional pode ser demonstrado de diversas formas!
— Tens jeito para isso!
— Posso ter jeito para muitas coisas mais, incluindo...
— Nem termines. — coloco meu dedo em seu lábio fazendo os nossos corpos gerarem enormes faíscas. —Queres me ajudar aqui?
— Atlas é grande né?
Concordei com a cabeça e Davi logo foi ajudar Louis com Sirius para se secar, António tinha muito jeito para tratar de cavalos eu acho que esta seria a profissão ideal para ele sinceramente.
— Podias deixar a vida de empresário e ser tratador de cavalos sabias?
— E tu ias gostar não é? — segurando o riso, colocou espuma em meu nariz.
— Gosto de tudo!
Durante toda a manhã passamos tratando de Atlas e parece que ele havia gostado da nossa companhia. Eram 12horas e Aurora já me havia telefonado pois eu tinha uma visita em casa, eu não esperava ninguém e se o meu pai me viesse visitar ele avisava-me.
Pouco tempo depois adentramos em casa e lá estava minha mãe, paralisei vendo-a na minha frente falando com Aurora minha mente estava um rebuliço de emoções. Era difícil processar que depois de seis longos anos a voltaria a ver, ainda mais totalmente mudada. Eu já não a reconhecia mais!
— Filha que saudades tuas!
Me afastei do abraço que ela me deu e todos ficaram surpresos a ver esta cena, sem dúvida tal coisa não me passava pela cabeça e muito menos pedir-lhe um abraço ou até mesmo o receber.
— O que fazes aqui mãe? — a olhei desconfiada, e sem reação ela coçou em sua cabeça.
— Então filha vim te visitar. Podemos falar a sós?
— Não temos nada o que falar mãe, por favor podes sair?
— Por favor filha eu peço.
— Vá Natasha porque não vamos para o escritório? S/n pequena fica aqui pode ser! — exclamou Aurora nos dirigindo a todos para o escritório. —Ryan a vigia!
Eu não queria de jeito nenhum falar com ela, ainda mais depois de tudo o que ela me fez. Eu estava complemente sem chão ainda mais vê-la de novo, ela tinha jurado que nunca me viria visitar e agora pela simples obra do destino vem ter comigo sabendo que eu estava na casa da família Torres por algum tempo.
Com toda a certeza ela pensava que eu tinha dinheiro! Eu não lhe iria dar mesmo que lhe tivesse, pois ela nunca se esforçou para trabalhar, só vivia gastando o dinheiro do meu pai que trabalhava quase dia e noite para ter comida em cima da mesa ao final do dia e muitas das vezes essa comida era a do meio dia que faziam lá em seu trabalho.
Minha infância toda nunca foi das melhores, eu tentava ajudar o meu pai de algumas formas quando eu atingi pelo menos uma idade mínima para fazer alguns trabalhos o ajudando a pagar as contas da casa. Se a casa em que vivêssemos não fosse da minha avó, muito provavelmente eu e o meu irmão iríamos morar debaixo da ponte ou até mesmo para o orfanato.
Neste momento eu estava considerando todas as pequenas situações naquele momento, minha mãe sentou-se na cadeira e olhando para nós debochou as primeiras palavras. Duarte ali não estava pois havia feito uma viagem a trabalho por isso eu achei menos extressante se eu me irrita-se.
— Então filha não me apresentas o teu namorado e a tua sogra? — sarcasticamente ela coloca a mão sobre a bochecha e ri.
— Estás de brincadeira só pode? É sério que vieste aqui só para perguntar isso? Faça-me o favor.
— Bom...eu vou buscar uns copos com água para amenizar aqui a situação!
— Vai sim mãe. Natasha tem calma deixa ela falar.
— Eu sei muito bem o que ela quer, mas não terá o que pretende e além do mais vieste aqui perder o teu tempo!
— Eu só fiz uma simples pergunta filha.
— NÃO ME CHAMES DE FILHA!
— Natasha calma, está tudo bem. — agarrando o meu braço o olho com reprovação. —Tem calma!
— Aqui as águas.
— Eu preciso da tua ajuda filha...eu estou passando por uma situação delicada e preciso de dinheiro. Por favor, peço-te como tua mãe!
— Sabia! Muitos parabéns mãe, vieste aqui para pedires isso ainda mais em frente deles. Devias ter vergonha isso sim.
— Natahsa querida acalma-te!
— Desculpem aos dois mas neste momento sem hipóteses para isso.
— Onde está o teu anel?
— Anel? — arqueei as sobrancelhas para ela, olhando perplexa com a questão. —Aqui neste dedo não haverá anel, não tão cedo!
— Não precisas exagerar comigo filha, sério eu preciso de ajuda.
— Tu só precisas é do dinheiro deles, mas para a sua informação vamos supor que eu namore e até case com António, eu não irei querer o dinheiro dele pois mulher pode ser independente e fazer o seu próprio dinheiro. Devias fazer o mesmo!
— Eu tentei mas ninguém me quer contratar. Por favor filha!
— Porque será, só vives bêbada. Sai daqui por favor!
— Natasha ouve a tua mãe, ouve os factos. — após virar para ele, ouço o que não estava á espera.
— Ouvir? Ouvir os factos? António bebeste foi? Por favor tu também não.
— Já não está aqui quem falou.
Eu tinha raiva da minha mãe, tanta que nem podia calcular eu não acreditava em quem ela se havia tornado.
— Nunca quiseste saber de mim e do Vitor e na última vez que a polícia foi chamada lá a casa não sei se te lembras tu agarraste no meu braço e me puxaste para fora do quarto. MEU PAI TEVE QUE INTERVIR. Meu irmão dormiu aterrorizado!
— E o que eu devia fazer? Tu mereceste isso, nunca me obedecias.
— E tu só vivias bêbada. Devias pedir desculpas isso sim!
— É isso que tu queres que eu faça? Mas não eu não irei fazer isso! Eu preciso de dinheiro por favor.
— Só sobre o meu cadáver! Agora sai daqui.
— Filha! — lágrimas de crocodilo formando em seu rosto, Autora a dirigiu até a saída.
Sentei-me para respirar um pouco depois do que acabou de acontecer e ainda não me havia caído a ficha de que a minha mãe teve coragem de vir até aqui fazer este teatro todo ainda mais na frente deles. Eu sentia-me tão mal por eles terem assistido a isto tudo, péssima era o significado correto para o que sentia.
— Me desculpa amorzinho! Não quis que passaste por isto.
— E eu não acredito que tiveste a coragem de dizer aquilo.
— Eu sei, não me ocorreu mais nada, mas quanto mais as palavras saiam mais era aquilo que a minha cabeça queria dizer.
— Hum!
— Eu sem ti não serei nada, por favor Natasha! Eu não te quero perder, não quero ficar longe de ti.
— António! Eu...
— Eu sinto muito que tenhas uma mãe assim e que tenhas tido uma mãe assim!
— Eu mergulhei nos meus mais profundos pesadelos vendo-a novamente.
— Por isso mesmo, se partires eu não serei nada e eu não quero ver o outro lado sem ti!
— O quê?
— Filho! Natasha vamos comer, a S/n está com fome já.
Levantei-me e o que eu queria fazer agora era tudo menos comer. Desculpei-me a Aurora e fui para o meu quarto, fechei a porta mas não a tranquei, eu sentia-me péssima e eles podiam muito bem expulsar-me de casa depois do que acabou de acontecer. Eles tinham esse direito e eu concordaria plenamente com eles.
— António! Deixa-a um pouco eu percebo que queiras falar com ela, porém este não é o momento para isso por favor. — ouvindo a voz de Aurora no corredor me fez ainda mais levantar da cama e ir me desculpar com cada um deles. —Vem vamos comer, a S/n já está á espera á muito tempo.
Fechando os olhos acabei por adormecer pensando em tudo o que se tinha passado. Era cruel e irreal, mas minha mente não me deixa pensar em absolutamente mais nada a não ser tudo isto.
Meus sentimentos á flor da pele e o choro eram inevitáveis, virei-me contra a janela e só me apetecia chorar e não adormecer novamente. Aquilo era demais para mim, de repente ouço uma porta a abrir era a pequena e veio logo a correr para a cama. Vendo-me a chorar se deitou-se perto de mim e logo carinhosamente acariciou a minha cara, acalmando-me.
Meus sentimentos de angústia e dor finalmente haviam sido cessados pelo simples sorriso dela, a pequena tinha uma áurea perfeitamente cuidadora, perfeitamente ela poderia ser considerada um anjo e na verdade ela era, pois era um bebê arco-íris. António tinha muita sorte em tê-la com ele e não é por isso que tem bastante amor por ela mas também por Ferran que também é um bebê arco-íris.
— Não chores mamãe, eu estou aqui contigo!
Suas simples palavras me acalmaram de uma forma inusitada, confiante me levantei e logo ela me levou lá para baixo para a cozinha. António e Aurora estavam lá lavando os pratos e eu no quarto fazendo a maior birra por á pouco.
— Querida finalmente saíste do quarto! A S/n foi paciente? — Aurora selou suas palavras limpando-me o resto das lágrimas que estavam em meu rosto. —Bom...aqui está o teu comer, S/n também comeu pouco se quiserem comer juntas podem fazê-lo aqui!
Estes são os momentos que precisavam ser recordados em fotografias.
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