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All fell
It all fell down,
It all fell down,
It all fell down,
It all fell down,
It all fell down,
...

• All falls down - Syleena Johnson e Ye •
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Frase do Capítulo:
-Eu vi a minha vida sendo quase levada mas tudo na vida tem um propósito e Deus o colocou no meu caminho.

Natasha Costa, 2012

💄💋⚽️

António Torres
4 dias depois - em casa

Tudo o que eu queria agora era a companhia de Natasha, um apoio era necessário...eu sei que fui um completo babaca e não soube entender o lado dela. Eu compreendo se ela não quisesse falar mais comigo e eu merecia que ela me odiasse, estava no meu quarto a arranjar-me pois esta era a primeira vez que saia de casa depois de 4 dias quase sem falar com ninguém, os meus filhos vinham aqui de vez em quando mas o que eu queria era ficar sempre sozinho.

Eu estaria em negação por um tempo!

Desço as escadas, vou em direção á sala de jantar e lá encontro todos a tomar o pequeno-almoço eu sempre me sento ao lado do meu pai mas hoje o que eu queria era estar um pouco com os meus filhos por isso fui sentar-me no meio da S/n e do Ferran, tentei melhorar o meu olhar mas era bastante difícil eu sempre demonstrava um ar de tristeza a minha mãe tinha-se dado conta por isso começou a falar mas eu não respondi.

— Então o que iram fazer hoje?

— Provavelmente vou ao SPA a senhora também vai? — diz a minha irmã acabando de comer. —Preciso de fazer uma bela massagem.

— Vovó vocês vão novamente aquele evento do outro dia?

— S/n para!

— Mas papai eu só questionei! — diz ela olhando para mim com os olhinhos a encherem de água.

— Aqui não pequena, depois a vovó conversa sobre isso pode ser?

— Está bem então.

— Bom filho estás animado? Hoje temos as outras duas reuniões que não tivemos o outro dia!

— Estou sim pai, de volta ao trabalho é o que importa.

Eu não queria ir, mas a minha mente me obrigava a arejar...eu senti a minha raiva e tristeza a querer sair novamente, era um sentimento forte e impossível de ser apagado, levantei-me da mesa peguei numa maçã e sai, fui até á cozinha para tentar me acalmar, aquilo era demais para mim eu ainda não me tinha acostumado, coloquei as minhas mãos perante a bancada e comecei a respirar fundo para tentar me controlar até que ouço passos vindo em minha direção, até que sinto uma mão sobre as minha costas virei-me e lá estava na minha frente o meu pai.

Talvez eu estivesse sendo tolo o suficiente para pensar que tudo poderia melhorar daqui para a frente, eu tinha que seguir a minha vida mas o meu coração não queria...ter uma luta interna da mente contra o coração e era pesado demais, coloquei novamente as minhas mãos sobre a bancada e o meu pai ainda continuava lá ainda depois deste tempo todo.

— O que eu faço? — me pronunciei, mesmo sabendo a típica resposta que ele daria.

— Corre atrás dela! — murmura ele, bom desta eu não estava á espera. —Eu sei o quão bem ela te fez António. - acrescentou colocando a sua mão sobre a minha face.

— Eu não posso. — minha voz serena me questionava, fazendo com que gritasse com os olhos a resposta.

— Não existe barreira para o amor, se tu a amas vai ter com ela não é uma simples lei que te proibirá...eu sei que estás proibido de sair do país mas meu amor tens que entender uma coisa a vida é mesmo assim, ela é complicada.

— Eu posso ser como ele pai...eu não a quero magoar.

— Que baboseira é essa António, tu sempre foste um excelente homem, pai e marido as pessoas é que não sabem valorizar o que tem.

— Belas palavras. Pena que elas não são válidas para mim pois eu não tenho como provar!

— Procuras sempre sentimentos negativos onde existe milhares de sentimentos positivos, tu sempre foste um grande exemplo para os teus filhos e eles são gratos nisso!

Afastei-me lentamente, peguei nas minha coisas e dirigi para a porta principal, o desespero era evidente no meu olhar, lutava contra um sentimento que me consumia e que poderia fazer-me explodir a qualquer momento, quando ia a sair de casa vejo Ferran vindo na minha direção, com um desenho que o mesmo tinha feito.

— Pai este é para ti! — diz ele com os olhos brilhando. —Para ficares melhor, sentimos a tua falta.

— Que lindo pequeno, irei guardar com bastante orgulho!

Meu filhos eram a razão de eu sorrir todos os dias quando os via, dei um adeus a todos e logo de seguida um beijo em S/n e Ferran...entrei no carro e logo o meu pai entra também e nós dirigimos para a empresa, hoje era um dia importante e eu não podia estragar esse dia, o sorriso alcançou os olhos de meu pai que quando ouvia a música que eu e Natasha ouvimos na sua festa de aniversário enquanto eu estava em chamada com eles...devo admitir que sorri um pouco de lembrar.

Talvez este fosse um dos meus melhores dias em quase 2 semanas, estacionei o carro e logo o meu pai saiu para preparar tudo, enquanto eu ainda fiquei alguém tempo arrumar-me pois eu não saberia como os funcionários reagiriam a entrar lá depois de longos dias sem me ver.

— Bem-vindo novamente chefe, aqui estão os papéis principais para a primeira reunião!

— Bom dia Patrícia, muito obrigada quando os investidores chegarem telefona-me pode ser?

— Com certeza chefe. Até mais e um bom trabalho.

— Igualmente Patrícia.

Eu estava bastante animado devo admitir, eu já esperava esta reunião faz algum tempo entrei na minha sala e ela estava melhor do que a última vez que a via, também depois de tudo nem sei como é que as pessoas sorriam ainda para mim ao ver-me.

Sentei-me sobre a minha secretária, liguei o computador e logo comecei a imprimir os restantes documentos que eu queria falar na reunião, meu humor melhorou...minha vida tinha ficado melhor, a sala estava com um ar diferente e leve até que o telefone toca, atendo e era Patrícia a dizer que os investidores chegaram, falei para ela os deixar entrar  e que daqui a 2 minutos estaria na sala de reunião.

Olhei no meu telemóvel na esperança de ter alguma mensagem de Natasha mas nada, a tristeza abateu-se sobre mim novamente Lopez estava meio estranho desde que entrou na empresa e não sei o porquê, antes de entrar ele estava a falar com Enrique mas não sabia o que era. Dei duas batidas na porta e logo entrei, dei bom dia a todos e meu pai começou a reunião...esta reunião podia ser a mais chata mas era a mais importante de todas.

Meus olhos vagueavam entre todas as pessoas presente na sala, mas como a vida é irónica eu não reparei que estava a receber várias chamadas de um número desconhecido...eu raramente trazia o meu telemóvel para uma reunião mas como estes dias tem sido difíceis eu achei importante eu tê-lo por perto. Estavam todos a falar entre si e eu ainda não tinha debochado nem uma só palavra, o telemóvel não parava até que eu recebo uma mensagem.

Devo admitir que não me importei, mas começaram a ficar piores quando recebo uma foto de visualização única, abro e lá estava Natasha amarrada e com vários machucados na cara, a raiva estava a vir á tona novamente, algumas pessoas próximas a mim começaram a murmurar talvez se perguntando o que estaria acontecendo. Ou simplesmente achando toda a situação uma completa idiotice. Meu pai me chamou uma série de vezes mas eu não dava conta até que o meu telemóvel vibra uma vez mais.

— António, filho está tudo bem? — quase gritou, sem se importar se alguém estaria ouvindo. —António estás a ouvir-me? — disse ele mais uma vez mas desta vez veio ter comigo.

— Pai eu não posso!

— Não podes oquê?

— Eu tenho que ir, depois eu explico pode ser? — digo arrumando os papéis e pegando no meu telemóvel e saindo da sala. -Lopez liga para o aeroporto e diz para prepararem o meu jato vamos partir agora para Barcelona!

— Mas senhor, o senhor está proibido de sair do país.

— Faz o que eu digo e não me questiones! - afirmei saindo como um furacão, eu nunca tinha falado assim com nenhum dos seguranças e esta tinha sido a primeira vez. -Por favor, quero tudo pronto para daqui a 10 minutos!

— Ok senhor, como quiser.

Pedi para Lopez dirigir pois eu estava sem condições de o fazer aquela foto tinha-me abalado imenso e eu tenho a certeza que James tinha o dedo por trás disto tudo, não me dei ao trabalho de responder ás mensagens, olhei para Lopez buscando qualquer resquício de uma justificação para ele ter ficado com aquela cara antes de eu entrar na reunião mas nada disse ele.

Eu estava cada vez mais aflito, eu não me importava se tinha uma restrição e não podia sair do país o que eu queria era salvá-la, comecei a chorar e os meus seguranças notaram e disseram para me acalmar mas como, como me podia acalmar após ter visto aquelas mensagens e a foto...tempos de pois o "número desconhecido " envia-me outra foto eu não queria imaginar o que podia acontecer a seguir, por isso disse a Lopez para dirigir mais depressa.

— Senhor falta 5 minutos para a chegada ao aeroporto! — diz ele olhando para o espelho no interior do carro. —Tenho que lhe falar uma coisa.

— Vamos rápido e nós depois falamos muito bem quando isto tudo acabar. Miguel transmite aos outros seguranças para ficarem de olho nelas e nos meus filhos e sobrinhos e para irem já para casa. Daqui a pouco transmite aos seguranças do meu pai para irem para casa também!

— Certo senhor.

A minha raiva e tristeza só aumenta, fui eu que causei tudo isto e agora não sabia como remediar, perguntei se estava tudo bem com Enrique e disseram que não tiveram mais contacto com ele desde quando estávamos na empresa, ok, admito estava com um mau pressentimento e mais aflito ainda.

Estava numa tentativa boba de me controlar mas nada ajudava as circunstâncias não eram as melhores e muito menos depois de ver as fotos, admito, quem quer que fosse que estava por trás das das mensagens estava a colocar-me numa posição difícil, mas é como os meus pais sempre dizem se amas alguém tens que correr atrás pois não sabes quando terás a chance de a ter novamente.

Cada segundo, cada minuto eram cada vez piores até que sinto Lopez a estacionar o carro, sai feito um furacão de lá e entrei no aeroporto a correr, o meu coração acelerava demais, perguntei onde estava o meu jato e disseram que já estavam a abastecê-lo eu não podia mais esperar eu tinha que ir.

— O senhor acha que eu tenho tempo para esperar? — digo gritando mas logo abaixo o tom. —Eu quero o mais rápido possível, eu vou andando para o portão!

— O senhor não pode me desculpe.

— Largue-me, agora! — digo ao ver a minha raiva aumentando. —Não ouviu?

— Acho melhor o senhor o largar e deixar-nos ir para o jato.

Lopez estava a ser o mais paciente com o senhor, até que mais algumas palavras ditas ele deixou-nos ir e ainda bem eu corri feito um furacão pelo aeroporto, entrei no jato e faltava pouco para descolar eu não podia esperar mais nem um só minuto. Tempo depois...o barulho da porta sendo fechada se fez ouvida, e logo o ambiente se tornou mais pequeno. Lopez permanecia em pé perto da porta, seus olhos demostravam diversas coisas mas nada indicava paz e felicidade.

Senti algo desmoronar dentro de mim, as lembranças invadindo-me de uma forma avassaladora parecendo que me estavam a preparar para o pior, um suspiro longo e profundo veio de mim fazendo os seguranças e a aeromoça se aperceberem que algo não estava bem.

— Senhor!

— O que foi Lopez? — digo com os dedos na testa e com os olhos fechados. —Diz, senta-te aqui na minha frente e explica-me!

— Quando eu estava a falar com Enrique antes de entrar na empresa, ele...

Aquelas palavras não pareciam boas não mesmo, ele parecia estar bastante nervoso para querer falar mas também um pouco culpado pois os seguranças são da sua responsabilidade pois ele é o chefe e ainda por cima Enrique era o irmão dele eu não sei como ele aguentava firme numa hora destas ele tinha que ter um psicológico muito bom.

— Ele comunicou que não sabia de Natasha, pois ela mandou-lhe mensagem antes de sair de casa e depois de 5 minutos quando ela não apareceu ele foi verificar e ela já não se encontrava lá.

— O que tu queres dizer Lopez? Estás a dizer que ele foi atrás dela como foi treinado e que aconteceu algo pior?

— Eu...eu acho que sim. O intercomunicador dele não está operacional.

— DROGA!

A raiva tomou novamente conta de mim, e eu derrubei as coisas que estavam em cima da mesa incluindo o meu telemóvel, aquele momento eu não sabia o que fazer eu estava completamente perdido perguntei quanto tempo demorava para chegarmos e a aeromoça disse que em menos de 49 minutos estaríamos em Barcelona.

Cerrei os punhos junto ao meu corpo, sentindo algo queimar dentro de mim. Logo pude ver o seu olhar de preocupação ele estava a ser o mais profissional possível mas a família vem em primeiro lugar e ele sabia que neste trabalho podia acontecer este tipo de coisas e tinha que estar preparado para isso.

As lágrimas já queimavam a minha garganta mas eu tinha que ser forte, telefonei á minha mãe e perguntei se estava tudo bem com eles e ela disse que sim mas não estava a entender nada, eu mudei de assunto mas disse que logo que pudesse eu conversaria com ela.

— Senhor chegamos, vamos lá!

— Lopez, olhe isto. — digo mostrando o telemóvel ao mesmo e vendo onde o suspeito não queria encontrar. —Será que é verdade?

— Dá para rastrear a localização se quiser.

— Façam isso por favor, vamos para os carros e logo encontramos-nos lá na ponta antiga.

Eu não sabia quem era ou o que estava a tramar, eu só sabia que Natasha estava refém e Enrique também, eu disse para Lopez deixar o trabalho por uns instantes mas ele insistiu e continuou com o seu profissionalismo, eu admiro isso mas ele tinha que parar e pensar no assunto era o seu irmão que podia estar em apuros e eu não estava ciente do que fazer.

Aquela sensação me corruíra cada vez mais o meu ser,o sentimento ruim estava de volta ao meu ser e á minha mente, cada minuto que passava era pior e eu não podia imaginar o meu mundo sem ela.

💄💋⚽️
— Horas antes —

Natasha Costa
08:30h - em casa

Estava no meu quarto a tentar escolher a roupa que ia levar hoje para o aeroporto eu estava decidida a voltar para Portugal e dizer tudo a António eu estava pronta a arriscar tudo e falar para ele e mesmo ele não me querendo mais eu entenderia. Bem...escolhi uma camisola branca e umas calças beje de sarja eu gostava bastante deste look, fazia sentir-me eu mesma.

Fui comer e logo mandei mensagem a Enrique e disse que sairia daqui a 5 minutos, devo admitir que estava animada e além do mais eu queria fazer uma surpresa para ele. Acho que ele ficaria bastante feliz, estava na cozinha lavando a taça até que alguém aparece por trás de mim e me agarra pela cintura e pela boca.

— Acho melhor não fazeres nenhum movimento que não querias amorzinho!

Olhei para cima e para baixo tentando encontrar alguma coisa para me fazer libertar e fugir até á beira de Enrique mas nada estava perto e eu comecei a ficar aflita, eu tinha uma pistola apontada na minha cintura, meus olhos começaram a lacrimejar eu queria gritar mas ele me impedia, eu estava bastante assustada eu não sei o que Rafael tinha na cabeça para fazer aquilo.

Ele me virou para o encontro dele e começou a rir sarcasticamente, pude ver o seu olhar alterando-se demonstrando certa felicidade enquanto estávamos ambos naquela situação, pedi a Deus que me tirasse com vida pois neste momento nem eu tinha essa certeza.

— Vais entrar naquela mala daquele carro cinzento ali e não vais fazer nenhum barulho, porque se não nós os dois sabemos onde estas balas vão parar!

— Tu não serias capaz disso.

— Eu acho melhor não duvidares de mim, entra neste carro e não chamas a atenção de ninguém. — fala ele colocando-me uma fita na minha boca e prendendo as minhas mãos machucando demais os meus pulsos.

Eu sentia a minha vida por um fio, tudo aquilo que vivi estava a passar agora pela minha cabeça, a sensação de quase morte era iminente eu acho que Enrique já tinha dado conta e viria a trás de mim, quando dei por mim o carro para numa estrada de terra pelo barulho que os pneus fizeram, logo ouvi a porta dele batendo com força e vindo na minha direção, Rafael abriu a mala e me tirou de lá com força levando-me para uma fábrica antiga.

Colocou-me algemada e presa numa cadeira eu estava mais assustada do que alguma vez estive até que ouço outro carro vindo, poderia ser um amigo dele como também podia ser outra pessoa até que dou por mim e vejo Enrique com a arma apontada a Rafael antes de ele virar e o ver.

— Largue a arma agora! — diz Enrique direcionando o olhar para mim mas logo para o meu ex namorado. —Não me ouviu?

— Enrique não, não faça isso.

— Oquê?

Naquele instante só ouvi o som do tiro o atingindo no braço esquerdo de Enrique e logo ouvi o segundo que atingiu a perna no mesmo lado, eu não estava a acreditar agora é que eu tinha entrado mais eu pânico, Rafael foi até perto dele e o prendeu também o algemando e sem prestar cuidados médico a ele mesmo ele estando a perder sangue até que veio em minha direção novamente.

Ele ergueu o seu braço como se me quisesse tocar, mas apenas desviei a cara, não sabia o que fazer e muito menos como sair daquela situação, ele agarra-me o pescoço e começa a aperta-lo com bastante força, Enrique sempre dizia para ele não tocar em mim mas ele não ligava, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu queria gritar e as minhas veias estavam tensas demais.

— Daqui a umas 3 horas saímos daqui amor! — diz ele sentado perto de uma mesa. —Não fiques assim, tu não quiseste a bem e eu não tive escolha se não fazer isso.

— Tu és um monstro isso sim, nem sei como me apaixonei.

— Natasha tenha calma nós vamos sair desta situação!

— CALA A BOCA! — diz ele se levantando e indo até ele mas logo sai de lá e anda em volta de nós. —Nunca digas nunca meu amor, se falares para o António sobre o que aconteceu eu...

— Pensando bem tu não aguentarias bem sob tortura!

— Ah, e tu aguentarias?

— Sim eu aguentaria.

As horas foram passando e nada, Enrique sempre olhava para nós os dois, perguntei se ele podia pelo menos prender algo na ferida da perna de Enrique mas ele disse que não, eu insisti pois eu não queria que ele morresse por minha causa e ele acabou cedendo, pegou em um pano e apertou acima da frida estancando o sangue.

💄💋⚽️
— Agora —

António Torres
12:00h - na ponte antiga

Já me encontrava no local onde o "número desconhecido" me queria, estava demorar imenso ele tinha marcado para á 20 minutos atrás e nada sem sinal, eu estava a ficar desesperado. A minha expressão permanecia escondida por trás da minha face, entrei no carro e coloquei a cabeça para trás olhando assim de longe o rio que havia lá em baixo.

Os meus seguranças sempre olharam em volta para ver se notavam algo de estranho mas nada, o desespero bateu mais uma vez na minha porta. A tensão no ambiente era perceptível à longa distância, e mesmo que eu tentasse formular algo para dizer as palavras não vinham á minha boca, mesmo que de longe senti uma presença se aproximando, um alerta na qual não devia deixar de escutar.

— Senhor está a chegar um carro cinzento da mesma descrição do que foi visto em casa de Natasha minutos antes do sucedido! — sussurra Lopez vindo á porta do carro. —Pegue esta arma reserva e a esconda não queremos que aconteça nada com o senhor.

— Senhor eles estão a chegar.

— Ok obrigada Miguel!

Sai do carro e tentei me adiantar o mais que podia mas Lopez não me deixou e puxou o meu braço, eu sei que corria bastantes riscos me expondo daquela maneira mas não podia fazer nada, Natasha estava muito mal e o mesmo se podia dizer de Enrique que não estava nada bem também, ele saiu do carro e disse para Enrique ir andando até nós o mais rápido possível, Natasha ainda ficou com ele que estava com a arma apontada na cabeça dela.

Meu corpo parecia imóvel, enquanto a minha mente processava a imagem á minha frente. Eu me recusava a acreditar. Recusava o facto de que Natasha poderia estar a um fio da morte, sentia-me extremamente sufocado, encurralado num beco sem saída, sem ter como fugir.

Olhei para ambos de cima a baixo, as suas belas mãos cheias de machucados e os pulsos nem falar disso eu queria, Lopez e Miguel estavam com as armas e prontas para disparar nele mas eu disse para eles manterem a calma e não precipitarem as coisas. As minhas emoções estavam iguais e turbulentas como um mar profundo num dia de tempestade.

— Tira as tuas mãos de mim! — grita Natasha com a voz de choro.  —António.

— Cala a boca Natasha!!! — seu tom saiu rude, muito mais do que tinha intenção.

— NÃO FALES ASSIM COM ELA SEU BABACA. — grito mas logo abaixo o tom. —Quem tu pensas que és para falares assim com ela.

A raiva era nítida em meu olhar, meus dentes se estremeciam por dentro da minha boca, minhas veias estavam tensas e os meus punhos cerrados aquela imagem não saia da minha cabeça.

— Não contaste para ele amor? Sério pensei que já tinham intimidade.

— Tu és um idiota!

— Natasha calma vais sair daí está bem?

-Quem te disse isso? Ela? Não me faças rir. — diz ele com um sorriso sarcástico. —Eu vou encher a cabeça dela de balas que nem mesmo Deus a vai reconhecer!

— Aí isso é que não vais não!

Eles começaram a disparar em direção a ele mas sem a intenção de o acertar por enquanto, ele foi mais para o lado da porta do motorista para uma tentativa de escapar daquela situação, num momento pensei que tudo iria dar errado até que Natasha consegue-se soltar e corre em minha direção só que nessa hora escuto um tiro e ela acaba caindo no chão, meu olhar encheu de lágrimas e eu corri em sua direção, Rafael fugiu mas eu não queria saber.

— Lopez liga para o hospital no Algarve vamos lavá-la de jato para lá, eu tenho que voltar o mais rápido possível.

— An....António!

— Eu estou aqui, eu estou aqui não vai acontecer nada fica comigo não adormeças por favor está tudo bem!

— António....me desculpa! Me desculpa...isto dói, dói muito. Eu tenho medo.

— Não, calma vai ficar tudo bem eu prometo. — digo a agarrando com todas as minha forças e a levando para o carro. — Miguel como está Enrique? Lopez já conseguiste contacto?

— Ele vai ficar bem senhor.

— Chefe o hospital já foi avisado!

— Boa, bom trabalho aos dois, agora vamos levá-los o mais depressa possível.

O tempo passou e já estávamos no jato para voltar a Portugal eu não sabia se a polícia tinha desconfiado ou não mas eu não queria saber, pelo menos a minha mãe ou o meu pai não tinham ligado. Telefonei para a minha mãe e disse para ela me encontrar no hospital com todos daqui a 2 horas, disse que explicaria depois, ou seja, eu tinha muito o que explicar.

Tudo o que eu queria era salvar a vida de Natasha e consegui.

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