08


Don't, do don't
Hey (you don't own me)
But just know, you never met somebody like me before though
(You don't own me)
Easy

• You don't own me - Saugrace Ft. G-Eazy •
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Frase do Capítulo:
-O jeito que tu me olhas é diferente e maravilhoso eu tenho orgulho em ter-te conhecido!

Natasha Costa, 2012

💄💋⚽️

Natasha Costa

Hoje era o meu aniversário, mas quem parecia mais animada era Francesca. Eu, sinceramente, não conseguia entrar no clima. Sem a minha família por perto, as celebrações não tinham o mesmo sabor. Francesca, no entanto, não tirava os olhos da chave de um carro de luxo que eu tinha deixado sobre a mesa. Talvez fosse coisa do António... ou talvez fosse apenas um sonho bom.

— Não vais abrir? Sério?! — perguntou ela com um sorriso, pegando a chave e me entregando. —Não podes passar o dia todo em casa, amiga.

— Posso sim, e é o que estou fazendo. Passar bem! — respondi com desdém.

— Amiga! — ela me olhou daquele jeito, com olhos capazes de me desmontar.

— Tá, tá... Tudo bem. Vamos logo ver isso antes que eu me arrependa.

Descemos as escadas e, ao abrir a porta, lá estava António, encostado no carro. Apertei o botão da chave só para ter certeza, e o som da tranca confirmou: era mesmo o carro dos meus sonhos. Meu coração disparou. Estava surpresa, feliz...mas também confusa. 

Um presente tão caro? Como poderia aceitar?

António tinha um sorriso tão brilhante quanto os olhos, e a cena chamava atenção de quem passava. Ele se aproximou, pegou minha mão e começou a mostrar cada detalhe do carro. Era encantador, mas ao mesmo tempo surreal. Ontem mesmo, eu havia estado no aniversário da filha dele. A menina tinha adorado a minha companhia e até me presenteado à meia-noite, quando o meu aniversário começou.

— António, obrigada por tudo, mas eu não posso aceitar isso...Me desculpa! — falei, tentando ser firme.

— Natasha, por favor. Este presente é de coração. Aceita, por favor. Além disso, ainda estou à espera do nosso jantar.

— Ah, António...Obrigada, de verdade. Eu nem sei como agradecer. Mas já que tens insistido tanto, acho que posso aceitar o convite para jantar. — sorri, sem conseguir resistir ao entusiasmo dele.

António deu um salto de alegria, correu ao redor do carro e parou bem na minha frente, radiante.

— Então, como te sentes? — perguntou ele, ainda sorrindo.

— Meio incrédula, mas feliz. — confessei.

— Eu sou o homem mais realizado do mundo agora! Bem, vou deixar que aproveites o carro com a Francesca. O Enrique seguirá atrás no dele. Preciso me preparar para a grande noite. Posso buscar-te às 19h?

— Claro, às 19h estarei pronta. — respondi, agora com um sorriso que não conseguia disfarçar.

António Torres

Eu não podia acreditar que Natasha tinha mesmo aceitado o presente. Estava tão feliz que parecia que a minha alegria não cabia em mim. Como hoje era o aniversário dela, decidi que precisava de algo mais especial. Uma joia seria perfeito, talvez um colar que ela pudesse guardar para sempre. Além disso, já tinha resolvido a questão do trabalho dela. Conversei com a gerente do lugar e fui bem direto: disse que, se não recontratassem Natasha, eu poderia muito bem comprar a Gucci e fazer as mudanças necessárias. Acho que a mensagem foi bem recebida.

Entrei no carro, liguei o motor e fui em direção às lojas de joias no Algarve. Para ser honesto, eu nunca tinha feito isso antes, nem quando estava casado com Núria. Naquela época, minha mãe cuidava de tudo, ou às vezes meus filhos ajudavam. Mas Natasha era diferente. Eu queria escolher algo só para ela.

Enquanto dirigia, vi que Natasha estava ao meu lado no seu carro novo. Ela abriu o vidro do passageiro e sorriu, com aquele sorriso contagiante que fazia meu mundo parar. Olhei para ela e retribuí, mas logo os carros de trás começaram a buzinar. O semáforo já estava verde. Por uns instantes, eu tinha esquecido que o resto do mundo existia. A morena fazia o meu dia, disso não tinha dúvida.

Pouco depois, estacionei perto de um centro comercial que conhecia e comecei a procurar a joia perfeita. Entrei na Pandora e, quase de imediato, vi um colar que parecia ter sido feito para Natasha. A vendedora me atendeu prontamente.

— Este colar "Sparkling Infinity Heart" é sem dúvida perfeito. A pessoa vai adorar, disso não tenho dúvidas.

— É uma pessoa muito importante para mim. — respondi, sorrindo enquanto ela embalava o colar.

— Agradar alguém que ama é sempre um gesto lindo. Tenho certeza de que ela se sentirá especial.

— Espero que sim. — disse, com um sorriso tímido, mas confiante.

Depois de realizar a compra, saí da loja com a pequena sacola na mão. Admirei o colar por um momento, ainda sentindo um leve receio de que Natasha não gostasse. Mas algo me dizia que ela iria amar. Passei o restante da tarde na empresa, resolvendo alguns assuntos, mas por volta das 17h fui para casa me preparar.

A ansiedade estava lá, junto com as borboletas no estômago. Eu já não me sentia assim havia anos, tanto que nem conseguia lembrar da última vez. Despedi-me dos meus pais e dos meus filhos antes de sair. Às 19h, cheguei ao prédio onde Natasha morava. Encostei-me no carro, peguei o telemóvel e mandei uma mensagem para avisá-la que já estava lá.

A resposta veio rápido: ela já estava pronta e a caminho. Enquanto esperava, meu coração batia mais rápido. Hoje seria uma noite memorável.

Natasha Costa
19:o0h - em casa

Já estava com o vestido vermelho ajustado, a maquiagem impecável e o cabelo no lugar. O único dilema era escolher os saltos altos. Entre um par bege e outro preto, ambos estilosos, fiquei indecisa. Finalmente, com receio de fazer António esperar ainda mais, decidi pelos bege. Calcei-os rapidamente, peguei minha bolsa e desci as escadas com cuidado para não tropeçar nem estragar nada. Parecia até que estava indo para um evento de gala.

Ao sair do prédio, vi António encostado no carro, impecável no seu fato. Ele sorriu para mim e me olhou de cima a baixo algumas vezes, o que me deixou levemente constrangida. 

Será que algo estava errado com o meu visual? 

Mas logo percebi que era admiração, e isso aqueceu meu coração. Ficamos um instante presos no olhar um do outro, até que ele quebrou o silêncio.

— Boa noite, aniversariante! Estás linda, Natasha.

— Muito obrigada, António. Tenho que admitir, também estás muito elegante. — respondi, com um sorriso tímido.

— Vamos? Entra, vamos jantar!

Ele abriu a porta do carro para mim e ajudou-me a ajeitar o vestido antes de fechar. Dei um sorriso agradecido enquanto ele dava a volta para entrar no lado do motorista. Durante o trajeto, conversamos sobre várias coisas. Falamos sobre as mudanças que cada um trouxe para a vida do outro e rimos de pequenas lembranças. Quando finalmente chegamos, vi o letreiro do restaurante. O "Parrilla Natural". Fiquei boquiaberta.

— António, não acredito! Este restaurante é muito chique!

— Nada disso. Hoje é o teu dia, Natasha. Quero que te sintas especial. — respondeu ele, com naturalidade, enquanto descia do carro. Antes que eu pudesse sair sozinha, ele abriu novamente a porta para mim, estendendo a mão como um verdadeiro cavalheiro.

— Muito obrigada, mas este lugar não é exagerado? — perguntei, ainda desconfortável com tanta ostentação.

— Não te preocupes com isso. Já reservei uma mesa tranquila no fundo para ficarmos à vontade. E sim, alguns seguranças estarão por aqui, mas ignora. Hoje, quero que só aproveites.

Apesar de ainda me sentir deslocada, segui o fluxo. Sentamo-nos à mesa, e António insistiu para que eu escolhesse qualquer coisa do menu. Hesitante, escolhi um prato simples, tentando manter o controle sobre os custos, mas ele não parecia se importar. Durante todo o jantar, a conversa fluía. Eu falava sem parar, e António parecia genuinamente interessado, inclinando-se ligeiramente para mim, com os olhos fixos e um sorriso constante. A atenção dele me fazia sentir especial.

Depois do jantar, ele sugeriu um passeio para continuarmos a conversar. Aceitei. Fomos para uma zona tranquila da praia e sentamo-nos em um banco, observando o mar iluminado pela lua. Era um momento mágico. Até que António, visivelmente nervoso, quebrou o silêncio.

— Natasha...eu tenho mais um presente para ti.

— Mais presentes?! António, sério, isso já é demais! — respondi, enquanto ajustava o casaco que ele tinha colocado nos meus ombros. —Bem...e qual é o presente?

Com um aceno, António chamou um segurança que apareceu com uma pequena sacola da Pandora. Meus olhos se arregalaram.

— António, isso é caro demais, eu não posso aceitar!

— Este presente não é só meu. É da minha família inteira, em agradecimento por tudo que fizeste por nós.

Sem palavras, aceitei a sacola e abri, revelando um colar deslumbrante. Ele era lindo, e parecia ter sido escolhido com tanto carinho. António levantou-se, pegou o colar e foi para trás de mim, colocando-o gentilmente ao redor do meu pescoço. Enquanto eu admirava o presente, encantada, ele passou os braços sobre os meus ombros. O momento era perfeito.

Por um tempo, ficamos observando o céu estrelado, aproveitando a calmaria. Mas logo flashes começaram a iluminar o local. Paparazzi! Os seguranças agiram rapidamente e nos conduziram de volta ao carro. Apesar do incômodo, António manteve a calma e dirigiu pelas ruas desertas, levando-me de volta para casa.

Quando finalmente cheguei ao meu apartamento, a princípio parecia tudo normal. No entanto, algo rapidamente chamou minha atenção: a luz da sala estava acesa. Eu tinha certeza de que a apaguei antes de sair. Um calafrio percorreu minha espinha. A ideia de que Rafael, meu ex, pudesse estar ali não era descabida. Ele já tinha invadido o apartamento antes, mesmo após eu trocar a fechadura.

Parada em frente à porta, meu coração acelerou. Enrique, o segurança de António que tinha me acompanhado até ali, notou minha hesitação.

— Senhora, está tudo bem? — perguntou, enquanto seus olhos treinados varriam os arredores.

Antes que eu pudesse responder, um barulho vindo de dentro do apartamento fez com que o medo tomasse conta de mim.

— Enrique, acho que há alguém lá dentro. Pode ser ele...Rafael. — minha voz tremia enquanto entregava-lhe a chave do apartamento.

— Por favor, fique aqui. Não se aproxime. Eu vou verificar. — disse com firmeza, sacando sua arma enquanto se preparava para entrar.

— Enrique, tenha cuidado! Ele pode estar armado. — alertei, mas ele já estava abrindo a porta e entrando com passos silenciosos, pronto para qualquer situação.

Mesmo tendo sido instruída a ficar do lado de fora, não consegui me conter e o segui a uma distância segura. O apartamento estava em silêncio, exceto pelos passos de Enrique, que verificava cada cômodo meticulosamente. Primeiro a sala, depois a cozinha. Até então, nada. Mas quando nos aproximamos dos quartos, a tensão no ar ficou quase insuportável.

Um som de algo sendo derrubado ecoou novamente, vindo de um dos quartos. Enrique abriu a porta do meu quarto, mas não encontrou ninguém. Assim que voltamos ao corredor, a porta do outro quarto abriu-se de repente, e Rafael saiu correndo. Enrique reagiu rápido e o seguiu até o corredor do prédio, mas Rafael já estava longe. Ele voltou para o apartamento ofegante e com um olhar de frustração.

Quando ele me encontrou, eu estava no corredor com uma manta, uma almofada e minha bolsa nas mãos. Ele franziu o cenho.

— Senhora, o que está fazendo?

— Vou dormir no carro. É mais seguro do que ficar aqui dentro. — respondi, ainda tremendo de medo.

— Senhora, isso não é apropriado. Pode ser perigoso lá fora, especialmente nesta situação. Por favor, fique no apartamento. Eu farei a vigilância do lado de fora da porta. Se alguém tentar entrar, terá que passar por mim primeiro.

— Mas...e se ele voltar? — insisti, com a voz carregada de insegurança.

— Ele não vai voltar hoje, eu garanto. E mesmo que tente, estou aqui para impedir. Por favor, confie em mim.

Relutante, mas convencida por sua postura firme, cedi.

— Está bem...eu fico. Mas, por favor, qualquer coisa, avise-me.

— Claro, senhora. Boa noite. Se precisar de algo, estarei aqui.

Antes de entrar, ofereci a ele um café.

— Não é necessário, senhora. Estou bem.

— É o mínimo que posso fazer. Espere um momento. — insisti.

Preparei uma xícara de café e um prato com algumas bolachas, entregando-os na porta. Enrique agradeceu educadamente, e eu desejei boa noite antes de fechar a porta atrás de mim. Tranquei todas as janelas e respirei fundo, tentando recuperar a calma.

Decidi tomar um banho quente para aliviar a tensão. A água quente era reconfortante, mas não apagava o medo que ainda me consumia. Após trocar de roupa, procurei a chave do quarto para trancá-lo por dentro, mas não a encontrei. Resignada, deitei-me na cama, cobri-me com o edredom e fechei os olhos, embora o sono demorasse a chegar. O medo ainda pairava, mas o cansaço venceu, e acabei adormecendo.

💄💋⚽️

Duarte Torres
23:00h - em casa

Estávamos eu e a minha mulher na sala, enquanto as crianças já dormiam em seus quartos havia algum tempo. Permanecíamos ali, aguardando ansiosos por António, que prometera contar todos os detalhes de sua noite. Confesso que a expectativa era grande. Ele merecia toda a felicidade do mundo depois de tudo o que havia passado, e somente nós sabíamos como ele estava mentalmente nesses últimos dois anos.

Assistíamos às notícias, tentando passar o tempo, quando ouvimos a porta da frente abrir. Era ele. Entrou com um sorriso de orelha a orelha, todo bobo. Natasha realmente havia transformado a vida dele.

— Boa noite, filho. Então, como foi o jantar e a entrega do colar? — perguntei, enquanto ele se sentava no sofá e tirava o blazer.

— Foi...algo maravilhoso. Nunca vivi nada parecido. Estou a apaixonar-me novamente.

— Qualquer um percebe que já não consegues esconder isso, António. Natasha é uma mulher encantadora! — disse a mãe, com um sorriso afetuoso.

— Disso não tenho dúvidas, mãe. Mas e os meus filhos? Eles ficaram bem durante o dia?

— Ficaram ótimos! Ajudaram-me no jardim, brincaram com o avô e ainda jogaram água nele! — respondeu ela com um sorriso divertido.

— Estou a ver que se divertiram imenso. — ele riu, visivelmente aliviado.

— Disso não tenho dúvidas, mas António, não mudes de assunto! — brinquei, sentando-me perto dele com um copo de uísque na mão.

— O que mais posso dizer? Foi tudo maravilhoso. Ela adorou o colar! Sem dúvida, divertimo-nos demais, e sinto que quero avançar.

— Ui, ui, ui, o meu filho está mesmo mudado! — provocou a mãe com carinho. —Mas bom, vamos dormir. Amanhã é dia de trabalho, e ambos têm reuniões importantes.

— Está bem! Mãe, por que a cozinha está com o encanamento assim?

— Ah, pois é! Esqueci-me de dizer. Um senhor veio aqui fazer uma inspeção, mas como já era tarde, ele voltará amanhã. Olhou todas as casas de banho. Achei estranho, porque ele era meio esquisito.

— Como assim, esquisito? Ele fez algo ao Ferran ou à S/n?

— Não, não. Ele não parecia entender muito bem do assunto, mas mesmo assim examinou algumas coisas. Deixa-me explicar...

9 horas antes

— Boa tarde! Esta é a casa da família Torres? — perguntou um rapaz moreno e alto, de aspecto formal.

— Sim, moço. Mas o que deseja? Não posso deixá-lo entrar. Vou chamar a minha vovó. — disse Ferran antes de gritar: — Vovóóó!

— O que se passa, pequeno? — perguntei, enquanto me aproximava. —Boa tarde, quem fala?

— Sou o encanador, Bernardo. Vim fazer a inspeção.

— Mas não esperávamos ninguém aqui...

— Minha equipa ligou para a senhora dois dias atrás e marcaram para hoje a esta hora.

— Marquei? Ah, sim, desculpe! Minha cabeça anda atarefada. Entre, por favor. Quer começar por onde?

— Melhor pelo andar de cima, para evitar problemas. Se puder indicar os cômodos com encanamento, seria de grande ajuda.

— Claro! Vou mostrar os banheiros dos quartos.

— Vovó, quem é? — perguntou a pequena, vindo ao meu encontro. —Boa tarde, moço!

— Bem, crianças, este é o senhor que vai fazer a inspeção dos canos. Por que não voltam para o quintal com o vovô?

— Sim, vovó. Até já!

— Bem, vou começar pela casa de banho do andar de cima, se não se importar.

— De forma alguma. Vou acompanhá-lo.

— Obrigado!

E assim, o tal Bernardo iniciou a inspeção. Mas algo nele ainda não me parecia completamente normal...

— Agora —

António Torres

— Mãe, isso foi perigoso. Poderias pelo menos ter colocado um segurança próximo a ele! — disse António, tenso, encostado à parede.

— Filho, não aconteceu nada de mais, está tudo bem! — respondeu minha mãe, tentando acalmá-lo enquanto colocava meu braço ao redor das suas costas. —Agora vamos descansar, está tarde.

— Mas mãe, eu só quero garantir a nossa segurança. E se algo tivesse acontecido com as crianças ou com vocês? — insisti, ainda preocupado.

— Mas não aconteceu, António. Está tudo sob controle. — disse meu marido, aparecendo na porta do quarto.

— Está bem, vou só passar no quarto deles para dar um beijo de boa noite!

— Claro, vai lá.

Subi para o andar de cima e fui direto ao quarto dos meus filhos. Quando entrei, encontrei os dois dormindo profundamente, tão tranquilos que nem se mexeram ao ouvir meu "Boa noite". Isso era raro, já que sempre acordam com facilidade. Devem ter brincado tanto com os avós que agora estavam exaustos, aproveitando um sono pesado e sereno.

Depois de me certificar de que estavam bem, fui para o meu quarto. Tirei a roupa e tomei um banho rápido para relaxar. Logo em seguida, vesti meu pijama e me deitei. O dia tinha sido longo, e eu também precisava de uma boa noite de sono para recuperar as energias.

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