Dom acordou na manhã seguinte e, depois de ir ao banheiro, foi até a cozinha preparar o café na máquina que Tom havia os presenteado. Depois de colocar os óculos, o pai de Tom viu que havia um pequeno bilhete grudado na cafeteira, que dizia: "Eu não sou bom o suficiente pra elas, pai! Diga adeus por mim!".
Dom não queria acreditar no que estava lendo, então procurou o filho pela casa toda, acordando seus irmãos no caminho, mas já era tarde, Tom havia os deixado, de novo.
Ao abrir a porta de casa e encontrar Harry, Becca imaginou muitas coisas, menos as palavras que saíram da boca dele. Em um momento, ela estava vivendo a vida que sempre quis e no outro, com algumas simples palavras, a dor que ela finalmente havia superado depois de anos, voltou com tudo. Harry segurava Becca chorando em seus braços, enquanto Jake, depois de ouvir o que o irmão de Tom havia dito, distraía a pequena Lilly, que ainda não fazia a menor ideia do que estava acontecendo.

Em Los Angeles, Tom sentava em uma enorme mesa, cercado de pessoas que ele não conhecia, enquanto seu agente discutia sobre a nova capa da revista, que ele estrelaria.
-Nós pensamos em fazer o ensaio na praia, talvez alguma coisa com fogo, pra contrastar com o mar. O que acham? - disse a editora da revista.
-Eu acho uma ótima ideia, Tom, o que acha? - pediu seu agente, mas como várias outras vezes, ele ficou sem reposta. Já era a terceira reunião do dia e em cada uma que passava, Tom parecia mais distante. -Tom? - insistiu Andy, finalmente chamando a atenção do garoto.
-Hum? - falou ele confuso.
-O que você acha? - perguntou Andy, suspirando.
-Ah, sim! Por mim, tudo bem! O que decidirem, eu concordo. - respondeu ele, sem muito interesse.
Depois da última reunião do dia, Tom e sua equipe embarcaram no avião com destino á Atlanta, onde ele teria que regravar algumas cenas de seu último filme.
Tom sentava em frente á um de seus agentes, que não por acaso, estava lendo uma cópia da revista que tinha uma foto dele e Becca, na noite do jantar, de capa, com a frase: "Tom Holland encontrou sua garota!". Ele encarou a foto por alguns segundos, antes de perder o controle e arrancá-la da mão dele.
Andy, que sentava ao seu lado e notou o comportamente estranho do amigo o dia todo, decidiu que estava na hora de esclarecer algumas coisas.
-Tom? O que está fazendo? - falou ele.
-Como assim? Estamos indo pra Atlanta! - exclamou Tom, confuso.
-E porque você está indo pra Atlanta? - insistiu o homem.
-Andy, eu não tô entendendo. Se importa em explicar? - disse Tom, se sentindo frustrado.
-O que aconteceu na sua casa? - pediu ele, pegando Tom de surpresa.
-O que? Não aconteceu nada! - mentiu o garoto.
-Bom, claramente aconteceu alguma coisa, você está sendo mais idiota do que o normal. - disse Andy.
-Wow, obrigada! - respondeu Tom com um sorriso cínico.
-Eu só tô falando a verdade! Agora vai, me conta o que aconteceu. - insistiu.
-Eu quase deixei ela morrer! - disse Tom.
-Quem? - questionou Andy.
-Lilly. Estávamos no parque e eu me distrai e ela comeu um biscoito de amendoim e teve uma reação alérgica e... eu... eu não sabia o que fazer. Se Harrison não estivesse lá, eu não sei o que teria acontecido. - disse ele.
-Tom, você não sabia o que fazer porque você e ama, e ficou com medo de perdê-la. - disse Andy.
-Ela podia ter morrido! - exclamou o moreno.
-Mas não morreu, Tom! - suspirou Andy. -Sabe, nesses anos todos que trabalhamos juntos, você não foi nada além de um babaca. E eu tenho certeza que existem homens muito melhores que você por aí. Mas sabe porque você é especial? Porque Becca não ama nenhum outro homem, Tom! Ela ama você. Então, pelo menos uma vez na vida, não seja um idiota e faça a coisa certa. - disse ele vendo o amigo sorrir.
-Obrigada! - Tom o agradeceu depois de alguns minutos, antes de levantar do seu assento e avisar á sua equipe que ele iria descer.
É claro que eles ficaram confusos e uma de suas agente até tentou o impedir, dizendo que em poucas horas ele precisaria estar em Atlanta, mas Tom estava tão convicto que a deixou falando sozinha, antes de descer do avião.

No chão do aeroporto, Tom esperava seu vôo para Londres, quando decidiu ouvir de novo, a mensagem que ele ouvia todos os dias, nos últimos seis anos.
"Oi Tom, sou eu, Becca! Já te liguei tantas vezes que perdi a conta. Eu ainda não sei porque você me deixou no dia do nosso casamento e também não sei se vou descobrir um dia. Mas eu realmente preciso que você me ligue de volta. Se não ligar, eu prometi á mim mesma que nunca mais vou te procurar. Preciso encontrar um jeito de seguir minha vida. Mas eu quero que saiba que, mesmo se eu nunca ouvir sua resposta, eu sempre vou te amar, Tom! Você sempre será o único para mim. E você tem meu coração para sempre." era o que dizia a voz de Becca, que no começo da mensagem era forte e segura, mas no final já soava fraca e saía entre soluços.
Tom tirou o celular da orelha e, depois de ficar o encarando por alguns minutos, decidiu fazer o que já deveria ter feito há muito tempo atrás. Depois de ouvir "Hey, é a Becca, deixe sua mensagem!", ele respirou fundo e engoliu o nó que havia se formado em sua garganta, criando coragem para finalmente começar a falar.
-Oi Becca! Sou eu. Eu levei seis anos pra responder essa mensagem. Eu sempre quis responder, mas eu precisava saber como te dizer porque eu fiz o que fiz. E eu não tinha descoberto... até agora. Olha, minha mãe era o amor da minha vida, até eu te conhecer. E... eu sei que éramos muito jovens mas, o pensamento de possivelmente perder você um dia, do mesmo jeito que a perdi... eu achei que meu coração não iria aguentar, então eu fugi. Mas eu nunca consegui seguir em frente Bec. Essa mensagem que você me deixou, eu ouvi. Eu a ouvi todos os dias pelos últimos seis anos. E então, quando conheci a Lilly, meu... meu coração explodiu. Eu pensei que não era bom o suficiente para vocês duas. Mas eu vou passar o resto da minha vida tentando ser. Eu nunca mais vou sair de Kingston sem você e a Lilly ao meu lado. Você é a garota certa, Becca! Sempre foi a minha garota! - finalizou Tom, quando finalmente seu vôo foi chamado.

O vôo de Los Angeles á Londres foi longo, mas isso não impediu Tom de pegar a estrada de madrugada, embaixo de uma tempestade para chegar á Kingston. Ele bateu na porta da casa de Becca, gritou seu nome embaixo de muita chuva, mas ficou sem resposta. Então, decidiu deixar seu celular na varanda, antes de voltar pra casa, esperando que no dia seguinte, ela falaria com ele e tudo se resolveria.