Chapter 3
Tom chegou furioso em casa, largou a bicicleta no jardim e entrou como um furacão pela porta.
-Porque não me contaram? - disse ele ao chegar na cozinha e encontrar o pai e os irmãos cozinhando.
-Primeiramente, se acalme. E te contar o que? - disse Dom para o filho mais velho.
-Que eu tenho uma filha?! Porque não me contaram sobre a Lilly? - disse o garoto nervoso, vendo as expressões deles mudarem.
-Nós tentamos... - disse Sam desviando o olhar.
-O que? Quando? Não nos falamos desde que fui embora. - disse Tom confuso.
-Exatamente! Como você não atendia nossas ligações, tivemos que te rastrear, como se fossemos fãs. Depois de ver que estaria na pré-estréia do seu filme, pegamos nossas economias e viajamos até Los Angeles. - disse Dom para o filho.
-O que? Vocês estavam lá? Eu não me lembro de nada. - disse Tom.
-Haha, claro que não! - disse Harry debochando do irmão.
-Depois de implorar para o segurança nos deixar entrar, encontramos você em um camarim, cheio de mulheres e bebida, completamente fora de si. Mesmo assim, eu tentei falar com você, contar sobre Lilly, mas você nos colocou pra fora, disse que nós não éramos sua família e que nunca mais queria nos ver. - disse Dom olhando nos olhos do filho.
-Eu... eu estava perdido, pai! - disse Tom com as mãos na cabeça.
-Ah claro, parece mesmo que agora você se encontrou. - disse Harry.
-Sabe de uma coisa? Eu simplesmente não entendo, Thomas. Você era uma criança tão boa, um ótimo filho, um ótimo amigo e estava tão apaixonado pela Becca. O que aconteceu com você? - disse Dom.
-Eu... eu não sei. - respondeu dando de ombros.
-Bem, o cara que vi em LA, eu sabia que Becca e Lilly estariam melhores sem ele. Então sim, você pode nos culpar por não ter contado. - disse Dom saindo da cozinha.
Na manhã seguinte, Tom acordou com a casa completamente vazia, nenhum sinal de seu pai ou irmãos e, pra falar a verdade, depois da discussão do dia anterior, Tom agradeceu por eles não estarem.
Abrindo a porta da frente, para que Tessa saísse, Tom se deparou com um envelope, com suas iniciais gravadas. Dentro, estavam seus cartões de crédito e a chave do conversível, estacionado em frente a garagem. Depois de um banho rápido e uma troca de roupa, Tom entrou no carro e dirigiu até o centro da cidade.
Rebecca acordou cedo, levou Lilly para a escola e abriu a floricultura ás 8 horas em ponto, exatamente como todos os outros dias. Ela terminava de atender um de seus clientes, quando Tom entrou, fazendo o sino da porta tocar. Assim que o homem saiu da loja, com seu buquê de rosas em mãos, Tom se aproximou do caixa.
-Como posso ajudar? - disse ela com um sorriso no rosto, afinal, naquele momento Tom não passava de mais um cliente.
-Eu... quero comprar flores. - disse ele, parecendo nervoso.
-Então está no lugar certo. - respondeu Becca, soando óbvia.
-É... são pra Alex, o que... você sugere? - pediu Tom.
-Girassóis... são os favoritos dela. - disse Rebecca, rolando os olhos.
-Ótimo, girassóis então! Eu vou querer duas dúzias. - disse Tom confiante.
-Duas dúzias? - disse Becca sem querer acreditar.
-Por favor...? - disse Tom confuso.
-Okay! Nesses aqui tem 12, pode pegar aquele outro ali. - disse Becca levando um dos tambores até a porta.
Depois de voltar para o caixa, Becca somava a conta quando Tom criou coragem e falou.
-Eu quero conhecer a Lilly. - disse ele fazendo com que Becca parasse seus movimentos.
-O que? - disse a loira o olhando.
-Olha, eu sei que não tenho direito de pedir isso, mas eu sou o pai dela, você querendo ou não. - disse Tom a deixando sem reação.
-Eu... posso pensar nisso... mais um pouco? - disse Becca, depois de alguns minutos.
-Sim, com certeza! - disse o garoto assentindo.
-Deu R$32,50. - disse ela somando o valor da compra no caixa.
-Ah, claro! - disse Tom entregando seu cartão.
-Precisa de ajuda com isso? - disse ela se referindo as flores.
-Eu consigo, obrigada! - respondeu ele antes de sair pela porta.
Depois de passar na casa de Alex e deixar as flores, Tom decidiu que estava na hora de encarar seu melhor amigo.
-Tom! Oi! - disse Carter ao abrir a porta da sua casa.
-Oi Carter, é... o Harrison está? - disse ele coçando a nuca.
-Amor? Quem é? - Tom ouviu a voz de Haz, que apareceu ao lado da sua esposa. -Tom? O que... o que você está fazendo aqui? - disse o loiro confuso com a presença do amigo, com quem não conversava há anos.
-Oi Haz, podemos conversar? - disse Tom.
-Eu não sei, nós estamos meio ocupados... - disse Harrison vendo o amigo assentir.
-Tudo bem amor, eu fico com as meninas. - disse Carter.
-Tem certeza? - disse ele recebendo um olhar de reprovação da esposa.
-Sim, tenho certeza! - disse ela rindo.
-Ok, eu... já volto! - disse ele dando um selinho em Carter.
-Comportem-se! - disse ela antes de fechar a porta.
Tom e Harrison caminhavam em completo silêncio, até passarem pela praça onde brincavam quando pequenos.
-Eu não acredito que isso ainda está aqui! - disse ele ao ver a velha casa da árvore.
-É, as garotas adoram! - disse Harrison se referindo ás duas filhas.
-Quantos anos elas tem? - disse Tom ao amigo.
-Três! São gêmeas! - respondeu Haz sorrindo.
-Isso é incrível, Haz! - disse Tom enquanto eles sentavam em alguns dos balanços. -Você... você sabe sobre a Lilly? - pediu ele vendo o loiro assentir. -É claro que sabe, parece que fui mesmo o último á saber. - disse Tom bufando.
-O que você esperava, Tom? Você lembra do que fez com Becca? - disse Haz para o amigo.
-Que tipo de pergunta é essa? É claro que eu lembro, foi só que eu pensei nesses seis anos. - disse Tom.
-Pelo que eu vi, não parece que foi só isso... - disse Harrison rolando os olhos.
-Olha só, Haz... me desculpa, tá? Eu sinto muito por ter ido embora e te deixado. - disse o moreno.
-Do que está falando? Você não me deixou, eu escolhi ficar, Tom. - disse Haz confuso.
-Então porque você está bravo comigo? - disse Tom com os olhos marrejados.
-Olha Tom, eu... eu não me arrependo nem um minuto do que fiz, eu amo Carter e minhas filhas com todo o meu coração, ok? Mas isso não quer dizer que eu não tenha sentido inveja de ver você realizar os sonhos que nós dois havíamos feito juntos. - Haz disse, tirando um peso das costas.
-Me desculpa... Haz, me desculpa por ser um péssimo amigo. - disse Tom aos prantos.
-Tá tudo bem Tom, eu também sinto muito. Vem aqui! - respondeu Haz o abraçando.
-Eu senti sua falta! - murmurou Tom nos braços do amigo.
-Também senti! - disse Harrison.
Rebecca já havia dado banho em Lilly e estava a colocando pra dormir, mas não sem um filme antes, é claro.
-Qual vai ser hoje? - pediu Becca já sabendo que a resposta da filha seria a mesma, "Enrrolados".
-Eu quero aquele que você sempre assiste, com os super heróis. - disse Lilly animada.
-Mas você nem gosta desse filme. - disse Becca confusa com a escolha da filha.
-Mas eu quero ver o seu amigo, aquele que estava na loja hoje. - disse Lilly pegando Rebecca de surpresa.
A loira então largou o controle da televisão e se juntou á filha, na cama.
-Filha... tem uma coisa que a mamãe precisa te contar. - disse Becca para a pequena.
-O que é, mamãe? - disse Lilly brincando com sua pelúcia.
-Você lembra o que te falei sobre o seu papai? - disse Becca, cuidadosa ao escolher as palavras.
-Sim, ele não quis ficar com você e foi embora, sem saber que estava grávida de mim. - disse a garotinha.
-Isso, só que... ele está de volta agora e... ele gostaria de te conhecer. O que você acha disso? - pediu Rebecca.
-É aquele que estava na loja? - disse ela deixando Becca sem palavras.
-É... é ele sim. O que acha? Tudo bem se não quiser, você sabe que não precisa fazer isso. - disse Becca.
-Tudo bem, mamãe. Porque não convida ele pra jantar com a gente amanhã? - disse a pequena.
-Tem certeza? - disse Becca vendo a filha assentir.
-Podemos assistir agora? - disse Lilly abraçando sua pelúcia do Pascal.
-Sim, podemos! - disse Becca indo até a tv e dando play no dvd de Homem Aranha: Longe de Casa.
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