Jimmy sentiu suas mãos tremerem, seu sangue ficar frio como gelo, espetando sua pele. Começou a sentir náuseas.

-Jimmy? Tá tudo bem?

Jimmy olhou para o rapaz, não conseguindo disfarçar seu pavor ao olhar a casa.

-T-Tô bem.

-Vc tá longe de está bem.- Larry disse sério.-O que tá acontecendo?

-Nada, é só que....essa cabana é idêntica a do meu sonho.

-Vai ver vc previu o futuro.- O ruivo disse.

-Sério isso, Leon?- Franz o olhou incrédulo.

-Acontece casos assim, tá!- Leon retruca.

-Jimmy, se vc não estiver se sentindo bem podemos ir embora.- Larry disse.

-Não, tô melhor. Acho que só foi o choque mesmo. -O loiro sorriu tímido.

-Então vamos entrar!- Leon exclamou, puxando seu namorado para dentro da cabana.

Quando eles entraram na cabana, Jimmy sentiu um novo arrepio percorrer o seu corpo. Até a parte de dentro era igual a do seu sonho.
Olhou o ambiente, relembrando as cenas do seu sonho inconscientemente. Ele tentou afastar essas lembranças o máximo que pode para não vomitar ali.

-Vamos ver o que temos.- Leon abriu a mochila, tirando vários salgadinhos de dentro.-Vcs querem Doritos, Ruffles ou Cheetos?

-Quando foi que vc comprou isso?- Seu namorado questionou com um olhar de reprovação pela qualidade dos alimentos.

-Na hora do intervalo quando vc estava conversando com aquela garota.-disse sem esconder o seu ciúmes.

-Ela estava me pedindo as anotações da aula de química.-revirou os olhos.

-Tá, tá.- Assentiu.-Ruffles?- Mostrou o salgadinho.

-Ruffles.- Franz respondeu.

-Escolhe aí, gente.-estendeu os dois salgadinhos para os dois.-Franz, vem comigo.-pegou a mão do namorado e se sentou no divã que havia na sala.

-Vai me usar como almofada?

-Isso aí.- O ruivo sorriu ladino.

-Folgado.

-Eu sou seu namorado!-exclamou indignado.

-É meu namorado folgado.

Os dois seu acomodaram no divã e passaram a dividir o salgadinho. Larry e Jimmy, por outro lado, se sentaram nas poltronas postas lado a lado.

-Jimmy, vc está se sentindo melhor?- Questionou ainda preocupado, notando que Jimmy ainda parecia nervoso demais.

-Estou.-respirou fundo.-Cheetos ou Doritos?

-Doritos.

Jimmy pegou o salgadinho e começou a dividir com o moreno. Comia com os pensamentos alheios, longes de muita coisa. Aquilo tudo poderia ser uma coincidência? Mas havia uma sensação tão estranha naquele lugar.

-Vcs não sentem que esse lugar é familiar?

-É isso que eu falei pro Franz quando achamos esse lugar!- Exclamou contente, com a boca suja de salgadinho.-Falei que aqui parecia familiar.

-E o Larry disse que era algo de outras vidas.- Franz falou com um ar de cansaço, como se já tivesse ouvido aquelas coisas milhões de vezes e ainda achasse um absurdo.

-Mas pode ser mesmo.

-Sério que vcs acreditam nisso? De reencarnações, etc.- questionou, aproveitando para limpar os lábios do namorado.

-E por que não deveríamos acreditar?- Corou com o ato.

-Porque é cientificamente irreal!

-Nem tudo a ciência pode comprovar, gatinho.-sorriu.-Tipo essa química incrível que rola entre nós.

-Eu até poderia rebater essa sua cantada com uma afirmação científica sobre isso, mas vc não vai achar tão interessante e muito menos romântico.

-Bingo!

-Mas então falem ai, o que vcs acham de familiar daqui?- Franz questionou, desistindo de convencer os amigos daquele idiotice.

-O cheiro.- Larry deu de ombros.-Esse cheiro me é familiar.

-Acho que os móveis, parece que foram comprados com muito carinho.- Leon disse.

-Essa cabana parece com a do meu sonho.- Jimmy confessou.

-Ela não te dá nenhum sentimento, Franz?- O ruivo questionou ao namorado.

-Não, sendo sincero.-disse despreocupado.-Mas fico muito inquieto quando vou para os fundos da casa, não gosto de lá.

-Calma, gatinho. Calma.-fez carinho em seu pescoço, sendo agradecido com um ronronado.

-Vai ver vc teve um mau momento naquele lugar.- Larry supôs.

-Achem o que vcs quiserem, eu não gosto de lá e ponto.- Franz disse querendo encerrar o assunto.

-Não dizem por ai que os gatos são bem sensitivos?

-É, gatinho, vc pode não aceitar, mas está ligado ao mundo espiritual.- Ele zombou.

-Vai se fude, Leon.

-Se eu mandar minha cantada agora, vc vai me jogar desse divan?

-Vou.

-Então vou ficar quieto.- Comeu mais uma batata.

Jimmy é quem estava quieto, olhando para cada canto da casa, ficando cada vez mais assustado pelo fato dela ser tão igual a do seu sonho. Porém o mais assustador era ter as mesmas pessoas que ele viu mortas na sua frente, vivas.

-Vc não parece está bem aqui.- Dessa vez, foi Franz que observou o comportamento do loiro.

-Eu....quero dar uma olhada no segundo andar.- Ele disse.

-Vem que eu te mostro!- Se levantou do seu lugar confortável (vulgo seu namorado) e puxou o rapaz para subir as escadas.

-Leon, não corre as escadas! Já falei que elas são velhas e que vc pode se machucar!- Franz o advertiu.

-Eu sei! Eu sei!

Mesmo assim, Leon saiu puxando Jimmy com sua animação sem limite. jimmy ainda conseguiu iuvir Franz soltar um soltar um "Ele não muda!" E uma risada duvertida de Larry.
Chegando no segundo andar da casa, havia duas portas no corredor velho e meio estreito.

-São dois quartos.- Leon explicou.- Acho que algum casal vivia aqui antes, tem um quarto de casal e um outro de bebê.

Um arrepio percorreu o corpo de Jimmy, essa informação lhe trazia péssimas sensações, horríveis na verdade.

-Vou te mostrar como é.- Ele disse empolgado, indo em direção a primeira porta.-As vezes, eu e o Franz damos uma cochilada aqui, agora que trocamos os lençóis e os travesseiros.

Quando Leon abriu a porta do primeiro quarto, Jimmy quase desmaiou com o fedo que estava vindo dali. Era podre, cheiro de uma carne que está há dias exposta ao ar livre. Ouvia barulho de moscas, mas não as via. O cheiro estava de matar.

-Que fedor horrível! Como vcs conseguem dormir aí?!- Questionou indignado.

-Fedo? Mas eu troquei ontem os lençóis e as fronhas porque o Franz me pediu.- Fez uma cara emburrada.-Não está fedendo a nada.

-Está sim! E muito!- Tampou o nariz.

-Não está!

-O que tá acontecendo?

Franz questionou no corredor, atrás de si estava Larry com o mesmo olhar preocupado.

-Esse lugar....fede a morte.- Jimmy soltou.

De repente, ao olhar para o quarto, ele viu um corpo...bom, os pés de um cadáver enrolado em cobertores que não escondiam seu cheiro.

Na mesma hora ele gritou

E depois desmaiou