Capítulo 30 - Serena

Ela estava imersa em um mundo de apenas uma tonalidade: rosa

Toalhas rosa, balões rosa, corações rosa, doces rosa... 

- É, acho que a gente exagerou na cor... - Michele murmurou antes de soltar um gritinho. – É que estamos tãaaaao animadas! Nem acredito que vamos ter uma sobrinha!

Entre tantos abraços e presentes, Serena mal tivera tempo de contemplar o que as amigas haviam feito com tanto carinho. 

Ela piscou, as lágrimas de felicidade empoçada nos olhos. 

- Está lindo! Eu nunca iria imaginar que poderiam fazer uma coisa dessas...

Sarah a abraçou, a mão passando por seu antebraço em um carinho consolador.

- Essa menina já vai nascer mimada por nós, Se! - Munique gritou, roubando um brigadeiro da bandeja. 

Serena pegou um cupcake decorado com uma menininha. Depois, os olhos percorreram a mesa grande, que carregava uma montoeira de doces, com um bolo feito de fralda ao meio. Haviam também algumas fotos do ensaio distribuídas como decoração. Ela largou o bolinho e pegou a fotografia, na qual aparecia acariciando o ventre inchado. 

- Ah, queria que a Bia, Silvana e a mãe do Bruno estivessem aqui. 

- Elas vem, amiga! – Michele exclamou, fazendo o coração dela dar um salto. – Você pensa que seu boy brinca em serviço?! Têm muitas surpresas te aguardando hoje! Falando nisso... – a amiga balançou a cabeleira ruiva, apontando discretamente para área de mesas e cadeiras, onde Renato estava sentado com Rafa. - Você o convidou?

Serena uniu as sobrancelhas.

- Não, achei que vocês tivessem convidado.

- Nem pensar, eu hein. – Munique fez uma careta, respondendo pela irmã. – Somos Team Toro.

Ela meneou a cabeça, segurando um riso.

- Ele não é tão ruim quanto vocês pensam, gente.

- Sereninha, Sereninha, você abre seu olhos, viu?! - Michele a advertiu. Depois suspirando, levantou o vestidinho. - Pelo menos ele escolheu um presente bonito, e o buquê combinou perfeitamente com nossa decoração. Que flores são essas, Gerânios? 

Serena assentiu sem muita certeza. A pergunta flutuando na mente:

- Quem o convidou, então? 

- O Rafa, talvez? – Sarah sugestionou, observando os outros meninos que se ajuntavam ao lado, onde um gramado verde e brilhante se estendia, num campinho de futebol. 

- Acho difícil que tenha sido o Toro. - Munique disse.

Os olhos de Serena instintivamente o procuraram, encontrando-o ao lado de Farley. Bruno assentia sério para algo que o amigo dizia, os braços cruzados na frente do peito.

- Você gosta dele, né? – Sarah perguntou. Ela mordeu os lábios, assentindo de forma comedida. 

Uma resposta bem aquém do que sentia por aquele homem, que se destacava dos outros pela forma como se portava. A postura rígida e o peito estufado, esticando ainda mais a camisa preta sob o peitoral tatuado.

Como que chamado, o rosto dele se virou em sua direção. Serena desviou o olhar, murmurando com um suspiro:

- Não sei o que estamos vivendo... 

- Amiga, está bem claro que vocês estão juntos. – Michele sibilou entre uma selfie e outra com Munique. 

- Não para ele. - Serena negou, a cabeça balançando de forma cabisbaixa. – Eu nem quero tocar nesse assunto, porque... Vocês sabem...

Ela já havia mencionado o que Bruno dissera: "não se apaixone por mim", "tudo o que posso oferecer é uma aventura", ou pior, "não me apaixono, não sou fiel".

De todas, aquela última frase era a que mais pesava.

Queria tanto o amor e a atenção dele que doía. Mas, talvez, ela jamais fosse ser suficiente. Ainda mais quando ele era tão vivido e experiente com as mulheres.

- Atitudes dizem mais que palavras. – Sarah murmurou com o olhar longe. - Ele se comporta como alguém apaixonado. Parece que é o seu marido.

- Sim! E já viram o que os fofoqueiros andam dizendo de vocês? - Michele espalmou a mão no ar, como se visse uma notícia imaginária. - Bruno e Serena: o novo casal alá Neymar e Bruna Marquezini! 

- Ai, credo! - os lábios de Sarah se esticaram em repulsa, assim como os de Serena. - Não gosto do Neymar. 

Michele deu uma gargalhada.

- Eu também não, mas que é verdade que vocês não saem dos holofotes, é. - Munique comentou. - E aquele vídeo do vexame da Rebeca? Meu Deus! Quando eu me sinto fracassada, é só ver aquilo que rapidinho passa...

Serena tentou segurar o riso, mas não conseguiu. 

- É verdade, Se! Bruno te defende com unhas e dentes. - Munique confirmou com um acenar exagerado na cabeleira, agora pintada na cor mel. - Queria eu que alguém lutasse dessa maneira por mim...

Serena fechou os olhos, inspirando fundo.

Escutar aquelas palavras faziam seu coração palpitar, atiçado por um centelha de esperança que a iluminava. 

Mas, quando abriu os olhos enxergou a realidade cruel, que gritava: não se iluda!

- Ele disse que estamos apenas ficando

Ela tinha esperado por cerca de dois meses, sonhando com o dia em que Bruno se desse conta, de que todas as atitudes carinhosas que tinha para com ela, era de alguém apaixonado.

Porém, nada acontecera ou mudara. A não ser ela, que parecia mais apaixonada e excitada do que nunca.

Não dava para continuar assim.

Sabia que não ia deixar de amá-lo. Contudo, não podia viver mais com aquela expectativa paralisadora. 

Faltava pouco mais de um mês para Luna nascer, e ela nem tinha montado o berço que ganhara de Isabel. Afinal, não sabia se aquela casa em que morava seria seu lar no futuro.

Ia doer, mas tinha que pegar os lucros do ensaio e organizar sua vida.

- Isso é novo para ele. – Sarah sussurrou. – Bruno era meu único paciente que vivia para o futebol. Não acho que conheceu outro amor que não fosse pelo time e pela família, e depois de ter perdido o pai e o irmão enquanto corria atrás da bola... – suspirou. – Ele se convenceu de que não é bom e só decepciona as pessoas.  Acha que a vida que pode ter é essa, futebol e mulheres.

- Sarah... 

Tudo o que ela não precisava era ouvir aquelas análises. Mas a amiga continuou:

- Eu nem sei como ele ainda não a afastou, tentando te proteger dele mesmo.

- Ele tentou... - a revelação dela fez Sarah mirá-la como se estivesse vendo um fantasma - Eu só...não deixei. 

Na verdade, o desejo que tinha por ele fora maior do que qualquer medo que tivesse de ter o coração partido novamente. 

- Isso é ótimo! Significa que conseguiu contornar o ciclo: "Se afaste, eu não presto e não quero te machucar". 

Serena abriu a boca para discordar, mas Sarah segurou suas mãos, olhando dentro de seus olhos.

 – Não permita que o amor os separe quando na verdade deveria unir. Esse é um sentimento forte demais, e se ignorarmos quando é verdadeiro...não adianta. O amor sempre permanece. 

O olhar da amiga pairava longe, como se estivesse absorvendo as próprias palavras. Então Serena entendeu.

- É isso o que está acontecendo com você? 

Sarah afirmou, piscando os olhos marejados. Serena abraçou ela, afagando os cabelos loiros.

- Ignoramos o amor uma vez. – A amiga se referiu a Guilherme.

Ele tinha feito o primeiro semestre de psicologia com Sarah, onde se conheceram e se apaixonaram. Só que a profissão a levou para um intercâmbio em Buenos Aires, enquanto ele trancou a faculdade e seguiu o futebol, indo para um time português. 

E agora, depois de dois anos, Guilherme aceitou a proposta do Flamengo, unindo o destino deles novamente. 

- Estou casada com o Dodô.  - Sarah pareceu murmurar pra si mesma. - Meu marido merece uma mulher que só tenha olhos pra ele. Não uma que se sinta balançada por um amor universitário.

Sem saber o que dizer ou fazer, ela apenas continuou abraçando a amiga. Até que esta se separou, e revelou:

- Eu te falei isso tudo sobre o Bruno, não só porque é minha amiga, mas porque eu... me demiti. Não sou mais a psicóloga do corpo médico do clube.  

Os olhos de Serena se arregalaram tanto que Michele se aproximou, preocupada.

- Dodô não sabe ainda, mas vou ficar até o próximo mês. Já consegui uma oportunidade em outro time...

Michele estava boquiaberta demais para falar. Serena meneou a cabeça, se sentindo na obrigação de parar a amiga. 

- Sarah, você não percebe como isso vai contra tudo o que acabou de dizer?!

- Eu sei... E me sinto péssima por ser mais uma hipócrita que não segue os próprios ensinamentos. Mas, o que vou fazer?! Trabalhar com Guilherme está me fazendo recordar do amor que eu tive que esquecer para seguir minha carreira... Não posso amar os dois! Quem quer tudo, termina com nada. 

- Guilherme sempre foi apaixonado por você, Sarah... – Munique revelou . – Quando ele a reencontrou, parou de ficar comigo. Ele ama você, amiga. 

O rosto de Sarah se tornou uma porcelana branca, de tão pálido. Michele interveio:

- Tem uma solução pra isso, Sarinha... o poliamor.

Sarah se engasgou, se abanando numa crise de tosse. 

- Michele! Meu deus! Não é à toa que você e Farley se merecem... – Munique comentou -  Pega uma água pra ela, rápido! 

Michele correu pela grama, se equilibrando nos saltos plataforma. Porém, assim que finalmente retornou com a água, Sarah recusou, dizendo que só precisava de um tempo sozinha. 

Elas ficaram observando a amiga se distanciar. 

- É... eu não queria estar na pele dela. - Munique disse. Serena suspirou, e perguntou: 

-  Como você consegue?! Estava ficando com Guilherme, e agora diz que ele ama a Sarah...

- Ah, eu e o Gui éramos mais amigos, Se. - Munique deu de ombros. - E ele sempre contava a mesma história que Sarah. Eu só me toquei que o mundo realmente era pequeno, quando o vi  enchendo a cara por vê-la ao lado de Dodô, no churrasco na casa do Bruno. - inspirou, pendendo a cabeça. - É difícil escolher entre eles... Mas e você, Se? Já escolheu entre Bruno e Renato?

Serena pigarreou. 

- Não tenho que escolher... Renato é meu amigo. 

- Sério? Estava maior clima de ciúmes...Talvez o Bruno não saiba disso. 

- Eu não sei de quê?! - A voz de Bruno sobressaltou Serena e Munique, que se viram sem palavras. Michele foi mais rápida:

- N-nada. É que a Serena disse que o nome da nossa princesa é Luna, e.. e queríamos saber se você sabe. 

Bruno levantou os óculos escuros, os olhos negros se semicerrando na direção de Serena. O mesmo olhar que ele fazia quando queria dizer: "pare de mentir para mim"

- Claro que sei.

- É, lógico que sabe... Ele é o pai de Luna. - Munique revirou os olhos para a irmã. 

- Foi ele quem escolheu. - Serena complementou, se levantando. 

Bruno parou ao seu lado, o antebraço resvalando no seu. Ela trocou o peso dos pés, fugindo sutilmente do contato. Ciente disso, ele chegou mais perto, pousando a mão quente em sua cintura. 

Estava a provocando, e de propósito. 

- Ah... sério?! Que nome lindo! - Michele riu de nervoso. 

Renato, que desenrolava a embalagem de um pirulito que tinha pego na mesa, comentou: 

- Gostei de Luna! Realmente é um lindo nome... 

- Hum – Munique resmungou, descontente pela presença do jogador. – E você, veio de penetra?

Serena limpou a garganta, sem graça. Renato nem se abateu, dando de ombros.

- Na verdade... – o amigo começou. – Foi Bruno quem me convidou. 

- Eu? - Bruno cruzou os braços.

- Você colocou o convite no grupo do Flamengo. E eu sou o mais novo contratado do time.

Serena sorriu, apertando o ombro de Renato ligeiramente. Sempre fora um dos sonhos dele ser contratado por aquele clube, e ela ficava feliz que ele finalmente tivesse conseguido.

Bruno inspirou tão fundo e tão alto que parecia ter bufado. As amigas pareciam estarrecidas por aquela informação. 

Farley, que tinha surgido em não sei qual momento da conversa, abriu os braços.

- Mano, qual o seu problema?! – O loiro se dirigiu a Renato - Já sabemos que você quer a mulher e o time de Bruno. O que mais deseja, agora?! A identidade e o número da camisa dele?!

- Gente... – Serena interviu, observando que os ânimos se exaltavam.

Porém, antes que pudesse terminar, Bruno saiu marchando, desaparecendo casa à dentro. Rafa fez o favor de tirar Renato dali.  

- Farley, para com isso!  Por que toda festa que a gente faz parece um clássico de futebol?! – Michele gritou, se referindo aos jogos de times com grande rivalidade. 

- Eu só fiz uma pergunta, Mimi! Nada demais!

- Aham. Tá cansado de saber que Bruno é cabeça quente... 

- Viu?! – Munique apontou. – O problema são os homens. Se a festa fosse só de mulheres não aconteceria nada disso.

Serena suspirou e foi atrás de Bruno, caminhando depressa pelo gramado para sair pelo portão e entrar na casa. Assim que entrou na sala, o encontrou. 

Ele estava sentado no sofá, a cabeça erguida para o teto e os olhos fechados. O peito subindo e descendo em uma respiração acelerada. 

Sem nada dizer, ela se sentou ao lado dele. Bruno não abriu os olhos, mas pediu:

- Serena, só... me dá um tempo, ok?!

- Você não precisa de tempo. – colocou uma mão no antebraço dele de forma apaziguadora. - As coisas que Farley disse não são verdades.

Bruno levantou a cabeça, e se virou para ela. Os olhos a atingindo como duas adagas.

- Como pode saber disso?

- Vocês jogam em posições diferentes – Se lembrou que Renato havia contado que agora era meio campo. – Além disso... – Pigarreou, com dificuldades para expressar aquela frase que lhe causava amargura na boca. - Não sou sua mulher. 

Ele continuou a observando, a expressão impassível. E então, como se tivesse captado algo em seu rosto, assentiu. O semblante se suavizando. 

Serena sorriu e o abraçou, inspirando profundamente o cheiro amadeirado do perfume dele. Os dedos de Bruno acariciaram seu cabelo, da mesma maneira que fazia todas as noites para que ela dormisse.

- Quero te mostrar uma coisa. – Ele murmurou, fazendo ela despertar do torpor de tê-lo tão perto.

- Claro.

Bruno levantou e caminhou até um quadro grande e coberto, aparado na parede à frente. Ela estava tão focada nele que nem havia se dado conta. 

Serena ergueu uma das sobrancelhas, o observando retirar sem cerimônia o tecido negro que cobria a moldura.

E, quando finalmente o tecido se espalhou aos pés do quadro, expondo o interior, ela ficou sem palavras, tampando a boca com as mãos.

Porém, Bruno franziu o cenho, demonstrando aborrecimento.

- Serena... Não foi essa fotografia que eu encomendei à Michele e Munique. – Ele se abaixou e estendeu o pano novamente por cima. - Vou trocar, e...

- Bruno! – ela o advertiu, puxando o pano e os encontrando naquela mesma foto que fora a prévia do ensaio deles. 

Serena mal conseguia piscar. 

Era incrível perceber como esse segundo olhar para a foto lhe trazia um sentimento totalmente diferente. Eles pareciam tão bem juntos. E, ainda que estivesse um tanto mais rechonchuda, ela finalmente se reconhecia naquela mulher poderosa e altiva. 

- Eu tinha pedido uma das fotos em que você estava sozinha, e...

- Essa foi a minha foto preferida. - Serena o cortou, se aproximando mais -  Eu lembro de ter me odiado nela. Mas agora... - se virou pra ele. - Acho que você estava certo. Tudo é questão de perspectiva. 

Principalmente quando observava da perspectiva sensual e dominante que havia na forma como a mão dele enlaçava a cintura dela.

Bruno não disse nada, apenas passou o braços por seus ombros. Ela ergueu o o olhar, indagando: 

- O que você pensou quando viu a foto? Naquele dia você disse "deixa pra lá", mas eu sempre quis saber. 

Ele segurou seu queixo, estabelecendo aquela conexão visual que a deixava sem ar. 

- Pensei que ficamos bem juntos. 

Serena sentiu um sorrindo gigante crescendo no rosto. Céus, como ele podia fazer isso?

Devagar, o rosto dele foi se aproximando, até que compartilhassem a mesma respiração. Ela prendeu o ar no peito, abrindo os lábios para encontrá-lo num beijo doce e delicado. 

Contudo, uma briga acontecia dentro dela. 

A razão dizendo corra enquanto o coração retumbante pedia fique.  E o corpo se derretendo, incapaz de ouvir qualquer dos dois, apenas ansiando por ele, enterrado bem fundo dentro dela, da mesma forma que naquela manhã.

Profundo, quente e intenso

O beijou se aprofundou, as línguas se entrelaçando. Serena gemeu, segurando a nuca dele, mas Bruno a segurou. 

- É melhor pararmos, senão eu...

- Bruno... - Ela mordeu os lábios, subindo as mãos pelo peitoral musculoso.

 - Serena, não me provoque... 

- Por favor... - se viu suplicando, o desejo a consumindo. 

Bruno fechou os olhos por um segundo, para então segurar sua cintura e pressioná-la contra parede. A boca se enterrou na nuca dela, uma das mãos deslizando pela lateral da coxa e levantando o vestido....

Ele se deteve de repente, a mão agora na parede ao lado da cabeça dela. 

- Nós... – Bruno começou, umedecendo os lábios. – Eu preciso te falar uma coisa.

- Me diz...

Os olhos dela corriam pela expressão que a contemplava com intensidade. Ela engoliu em seco, guardando o ar dentro do peito.

- A primeira vez em que ficamos juntos... Aquelas coisas que eu disse...

- Sobre o quê? 

- Sobre mim. - Ele colocou a mão na direção do coração. - Eu queria dizer que... - Segurou o rosto dela, o polegar delineando a maçã do rosto. - Serena, eu estou...

- Bruno?! – Renato entrou de supetão na sala. 

O semblante de Bruno se nublou quando ele inspirou fundo, parecendo controlar o aborrecimento da interrupção de Renato. Serena suspirou, sentindo que ele estava prestes a dizer algo importante. 

 - Me desculpe! É que...

- Fala, Renato. 

- Lá fora...precisam de você. Parece que sua irmã está tentando entrar e não deixam. Eu procurei Farley, mas não o encontrei...

Bruno ergueu uma sobrancelha. 

- Isso é verdade? 

Renato abriu os braços. 

- Por que não seria? 

Bruno bufou e se distanciou dela, caminhando pra fora da sala em direção à saída da casa. Porém, antes que fosse, olhou uma última vez pra trás, desconfiado. Serena alisou o tecido do vestido, endireitando-o sobre as pernas. 

- Renato...

- Tudo bem. – o amigo levantou as mãos em sinal de rendição. – Já sei que estão juntos, e eu quero que seja feliz, de verdade... – os olhos claros de Renato a miraram, arregalados – E é por isso que....droga, Serena.

Ela chegou mais perto, preocupada.

- O que está acontecendo, Renato?

O amigo passou as mãos pelo cabelo, parecendo perdido. Quando os olhos finalmente se ergueram, estavam molhados.

- Me desculpe...

- Como assim? – Ela segurou o ombro dele. 

- Serena, por favor. Só me escute. Eu jamais quis lhe fazer mal, eu só queria...

Renato engoliu as palavras, vendo Bruno voltar pisando duro com os punhos cerrados.

- Bruno, o que está... – ela ia começando dizer, quando o homem por quem estava apaixonada entrou no meio dela e Renato, a afastando de maneira protetora.

- Foi você, não foi? – Bruno indagou para o amigo. A expressão culpada de Renato respondeu tudo. – Caralho, Renato... Eu quase acreditei que tinha mudado, sabia? Você não vale 1/3 da amizade sincera dela.

- O que está acontecendo, Bruno?! – Serena perguntou de braços abertos, o medo de saber a resposta subindo pela bile. 

Renato admitiu, a voz embargada ressoando em um fio. 

- Serena, eu... Eu tive que ajudar o Hector. Me desculpe por trazê-lo...

Hector.

Serena colocou a mão na boca, tampando a ânsia de vômito que arranhou a garganta. Bruno assentiu de maneira assustadoramente tranquila. Mas ela já tinha visto aquele comportamento antes, o mesmo que ele fazia antes de socar o saco de box que tinha na academia.

Raiva. Muita raiva.

Então Bruno finalmente disse, as veias dos braços saltadas:

- Que bom que está aqui, Renato. Assim você apanha junto com ele.  


É, minha gente. Esse foi grande mesmo! Muitas coisas importantes aconteceram aqui, ou iam acontecer...

Nos próximos capítulos teremos mais sobre o porquê de Serena não suportar o Hector, e também, de que maneira Renato pode ter ajudado o ex da nossa mocinha. 

Mas, por enquanto, ficaremos com o próximo cap, que guarda fortes emoções. O que vocês acham que acontecerá? 

Aguentem firme, porque estamos subindo o ponto alto da história. E, o que mais teremos é turbulênciaaaa 

Obrigada por acompanharem o nosso casal!! <3 

Não está revisado :(

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