Capítulo 12 - Bruno
Ele estava cansado daquela tal de Chicória Maria. Ora, se Serena era a dona da gata, esta deveria ficar junto dela, não é?
Bruno atravessou o corredor com a gata manhosa no colo, enquanto tinha deixado sua outra gata morena na cama. Tudo porque Chicória resolvera acordar da soneca que tirava na poltrona do quarto dele para ir atacar a pobre mulher.
Mas tinha de admitir, aquela havia sido uma situação muito hilária. Enquanto a morena gritava porque a gata escalava seus cabelos, ele se segurava pra não rir ao mesmo tempo em que puxava Chicória.
Bruno baixou os olhos e a repreendeu com um franzir de cenho. Chicória nada fez, miando despreocupada no colo dele. Na frente do quarto de Serena, ele se deteve, batendo duas vezes antes de entrar.
Lá dentro estavam as três: Michele com as mãos na barriga de Serena enquanto Sarah observava a interação sentada perto da cabeceira da cama.
Bruno encarou a cena, o olhar cruzando com o de Serena como se somente houvesse ela no quarto. Serena foi a primeira a desviar os olhos, tirando-os daquela conexão.
Ele entrou, indo até a cama da gata improvisada no canto do quarto – um pequeno cafofo que ele nunca a vira deitada – e colocando-a ali. A gata miou contrariada, deixando claro que odiava a cama.
- Bruno, tem algo errado? – Serena perguntou.
- Serena...
Tinha muita coisa errada, tantas que mal conseguia fazer uma lista e mencionar todas sem se esquecer de alguma. Ele se virou para reclamar da gata, mas o sorriso de Michele ao tatear a barriga tirou-lhe as pretensões. Com o olhar cravado na barriga dela, ele respondeu:
- Sua gata estava no meu quarto... Ele está chutando?
- Siiiiim! Vem cá, Sarah! – Michele gritou. Serena estava com o rosto ruborizado, um sinal claro da sua vergonha. Num instante, Sarah estava ali, igualmente emocionada. Michele virou para Bruno – Serena nos contou que o bebê responde à você! Vai, diga algo!
Sarah olhou para Bruno com as sobrancelhas erguidas. Ele sabia o que ela estava fazendo, analisando-o novamente. Porra, Dodô precisava mesmo ter se casado com a psicóloga da equipe técnica do Flamengo? Com certeza aquela história toda ia lhe render uma sessão de tortura na próxima semana.
Decidido a não ia cair na dela, Bruno cruzou os braços na frente do peitoral. Serena mordeu o lábio inferior, fazendo a atenção dele se desviar de Sarah pra ela.
- Bruno... por favor – Serena pediu. Ele bufou, soltando os braços. Por que não conseguia negar nada a ela?
- O quer você quer que eu diga? – ele respondeu a Serena, mas quem foi que soltou um gritinho foi Michele.
- Qualquer coisaaaa – Michele cantarolou – Gente, acho que essa é a coisa mais linda que eu já presenciei...Essa conexão é incrível! – concluiu a colega com os olhos marejados. Sarah gargalhou.
- Esse bebê ama mesmo você. – Sarah dizia balançando a cabeça. – Mal dá para acreditar ...
Bruno se virou, ouvindo passos atrás dele. Era Farley.
- Ei, galerinha do barulho... – Farley colocou a cabeça para dentro do quarto de Serena e franziu o cenho. O amigo voltou os olhos para Bruno, pedindo uma explicação silenciosa sobre o que estava acontecendo.
- Leley, vem sentir! – Michele o convidou. Farley entrou no quarto com uma sobrancelha erguida. – O bebê está mexendo, amor. E parece que toda vez que o Bru fala ele dá cambalhotas! É a coisa mais fofa do planeta.
- Sério? – Farley perguntou, colocando a mão grande na barriga de Serena. Bruno cruzou os braços novamente. Farley deu de ombros.- Tô sentindo nada não...
- É porque Bruno parou de falar. – Sarah explicou.
- Qual é cara, fala alguma coisa aí.
Bruno chegou mais perto, os olhos cravados nos de Serena, que estava parecendo um pimentão. Michele e Sarah deram espaço a ele, que ergueu a própria mão ao lado da de Farley, e disse:
- Oi carinha...
Sob a sua mão, o bebê correspondeu. Farley soltou uma gargalhada estrondosa. Serena sorriu, distraidamente levando uma mão pra cima da dele. O contato os sobressaltou, fazendo-a recolher rapidamente a mão.
- Que massa esse superpoder, mano! – exclamou o amigo. – Você fala com bebês!
Em resposta, Bruno pressionou os lábios, segurando uma risada. Um batida fez com que todos os olhos se viraram para porta. Guilherme estava parado ali, a expressão confusa.
- Pessoal, tá na hora. – Guilherme disse. – O Farley veio chamar, mas ficou... vamos começar os trabalhos antes que todo mundo fique doidão.
Serena expôs uma expressão meio perdida. Ela ainda não sabia que era uma tradição que todo churrasco eles brincassem de Verdade ou Consequência. Quer dizer, não todos eles. Bruno nunca mais participara depois que escolhera consequência e fora obrigado a beijar uma fã que após o churrasco ficara o seguindo por longos meses.
Agora aquela brincadeira era sempre o pior momento da festa. Ainda mais hoje, que estava mais que frustrado. Afinal, já era tarde e ele ainda não havia dado uma a dentro. E não ia brincar enquanto tinha uma mulher nua esperando em sua cama.
- Eu adoro essa brincadeira! – disse Sarah. Serena olhou para Bruno, perguntando silenciosamente do que estavam falando, mas foi Michele quem respondeu:
- Verdade ou Consequência! O Bru não gosta muito... Ele não tem senso de humor – Ela completou a última frase num sussurro. - Mas você tem que brincar com a gente, Serena!
Bruno lançou um olhar de aviso para Serena.
- Tá dentro, Serena? – Guilherme perguntou. Bruno enfatizou o olhar de repreensão. Serena sustentou o olhar dele, determinada.
- Com certeza.
- Assim que se fala, gatona! – Farley exclamou. Bruno meneou a cabeça.
- Vai mesmo ficar sem participar, Bruno? – Sarah perguntou com as sobrancelhas erguidas. Não tinha como ficar de fora...não quando Serena tinha entrado.
- Não, mas vou entrar no meio do jogo. – Murmurou. Antes ele tinha algo para resolver dentro do quarto.
- Que histórico, meu povo! Bruno vai participar! – Michele soltou num grito, fazendo os amigos rirem enquanto se encaminhavam para fora do quarto, em direção à área da piscina.
Serena seguiu com eles, mas não antes de olhar para onde Bruno ia. A curiosidade dela era quase palpável, e quase o fez esquecer a mulher que o esperava.
Mas algumas coisas eram como eram. E Bruno era assim. Nem o sentimento que se instalara no peito o avisando de que estaria pra fazer algo errado poderia o parar.
Quando ele entrou no quarto, a morena já estava vestida e sentada na cama. O modo como roía a unha transparecia a impaciência.
- Ah! Você está aí. – se levantou, ficando de frente para ele. Bruno ergueu os braços e assentiu. – Bom... – ela escondeu as mãos atrás do corpo – Você ainda quer...
- Sim – Bruno respondeu, embora soubesse que se lhe dessem um chá de cadeira como aquele já teria ido embora. E se a morena houvesse ido, ele não julgaria.
Porém Bruno simplesmente não entendia porque algumas mulheres ousavam perder a dignidade por causa de homens. Tudo bem, ele era um jogador de futebol rico e popular, mas ainda que fosse o Cristiano Ronaldo, ninguém deveria perder a dignidade por causa de outra pessoa.
Mas...já que ela estava ali, por que não aproveitar?
Bruno foi até ela, erguendo o indicador e tirando um dos fios de cabelo que lhe caiam por cima dos olhos. A mulher estremeceu sob o seu toque.
Ele sentiu vontade de revirar os olhos. Talvez porque era um cafajeste, talvez porque estava prestes a transar com uma mulher pensando em outra...
Então esquecendo os problemas, e principalmente Serena, Bruno guiou a mulher até a cama, e sem pudor nenhum, tirou a roupa dela. Não era um homem de preliminares, ainda mais agora que estava louco para descarregar toda a tensão dos últimos dias. Ela o encarou com os olhos amendoados, numa mistura de receio e luxúria. Ele sorriu de forma predadora.
Se tinha medo, por que veio?
Olá xuxus! Mais um cap. O próximo Serena vem nos mostrar as surpresas que irão ocorrer nessa brincadeira... Mas como não sou nenhum baú, digo um segredo: Vai ter beijoooo (não falei de quem kk)
Obrigada por acompanharem esse casal <3
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